sábado, 5 de outubro de 2024

Em poucas palavras...

                                            


Os sete Sacramentos

“Os sacramentos da nova Lei foram instituídos por Cristo e são em número de sete, a saber: o Baptismo, a Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos Enfermos, a Ordem e o Matrimônio.

Os sete sacramentos tocam todas as etapas e momentos importantes da vida do cristão: outorgam nascimento e crescimento, cura e missão à vida de fé dos cristãos. Há aqui uma certa semelhança entre as etapas da vida natural e as da vida espiritual (São Tomás de Aquino).” (1)

 

 

(1) Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 1210

O nosso sim de cada dia

                                                        

O nosso sim de cada dia

Há pequenas grandes palavras em nossa vida:
mãe, pai, amor, fé, sim e não...

Sim palavra tão pequena, mas tão densa de conteúdo.
Palavra tão dita, mas muitas vezes desdita.

Palavra tão sonora, mas às vezes transformada em desagradável ruído.

Palavra sagrada, tantas vezes pronunciada, mas muitas vezes esquecida...

É preciso repensar os nossos sins. 
Tantos sins que viraram nãos, tantos nãos que viraram sins. 
Sins que não foram dados, que foram adiados, covardemente calados, e que não poderiam ter sido omitidos.
Sins de imperativos revigoramentos!

Nãos que deveriam ser dados e para sempre confirmados.
Nãos que deveriam ser revogados e nunca existidos...

Não a Deus dado no Paraíso, pecado introduzido,
arrogância, afastamento, onipotência, diálogo rompido,
presunção assumida, amizade perdida...

Mas o sim do Amor de Deus falou mais alto que o não da humanidade, de nossos primeiros pais, ontem, hoje e sempre.

O sim do Amor de Deus, anunciado e cantado pelos profetas, rezado pelos salmistas, visibilizado em Jesus, pleno e indefectível sim a Deus: Amor que ama até o fim!

Fidelidade vivida, comprovada, testemunhada com o Sangue derramado. 
Que mais poderia por nós fazer, o Divino Amado? 
Sim pelo Pai acolhido e para sempre confirmado,
quando à Sua direita o Filho foi exaltado, glorificado.

Sim de um Deus Encarnado, que para sempre fosse amado,
adorado, obedecido: “Tenhamos em nós os mesmos sentimentos que existem em Cristo Jesus” (Fl 2,5).

Sim que venceu as correntes do inferno e do pecado; Satanás vencido. Vida nova, plena de graça de mais belo e suave sentido.
Sim! Palavra tão pequena e tão importante!

Seja para o forte, seja para o fraco; seja para o hesitante, seja para o decidido; seja para o tímido, seja para o extrovertido; temerosos e corajosos; batizados ou não batizados, mas de boa vontade e de bons propósitos movidos!

Continuemos refletindo sobre outros tantos sins:
O SIM de Maria no Mistério da Encarnação de Jesus e sua participação da obra da Redenção da Humanidade.

O sim dado no dia de nosso Batismo, no dia da primeira Eucaristia, no dia da Crisma, no casamento celebrado diante do Altar Sagrado.

O sim dado num dia de Ordenação Diaconal,   Presbiteral e Episcopal.
Sim que foi dado a um amigo em promessa de lealdade, fidelidade, solidariedade.

Sim que se assumiu em compromissos éticos e profissionais.
Sim dado por tantos políticos em promessas que hão de se cumprir. 
Sim nas pequeninas coisas para que o sejamos fiéis nas grandes.

Sim a compromissos firmados, promessas e juras feitas...

A Eternidade não se alcança pelas tantas promessas que se faz,
mas pelo sim amorosamente esforçado e dedicado, 
intensamente vivido.

Disse Jesus que os céus serão abertos para quem a
Ele se voltou e Seu Projeto aceitou.

Quem antes era um não a Deus,
n'Ele encontrou nova possibilidade,
um sim para o serviço da vinha ressoou...

Sumos sacerdotes, anciãos no povo, pretensamente justos,
sim a Lei, o Verbo recusou, a Ele se fechou.

Ainda mais: O crucificou...
Quem deveria ser sim a Deus em nosso meio,
um cruento não se tornou.

Tentaram calar o Sim do Amor de Deus,
mas o não da maldade foi vencido, o veneno foi expelido.
Da Árvore da Vida, o sim da vida mais forte
do que o não da morte falou:
Cristo, Verbo de Deus, na
Força e Vida do Espírito,
O Pai Ressuscitou...

Sim! Palavra tão pequena...

“Fidelidade Constante”

“Fidelidade Constante”

Na fidelidade a Ti, Jesus, felicidade encontrarei.
Na fidelidade a Ti, Jesus, para sempre eu viverei.

Fidelidade aos Mandamentos da Lei Divina,
Ao Projeto de Amor tão belo e imensurável,
À Missão por Jesus a Igreja confiada,
Com o Sopro do Espírito, indispensável.

Fidelidade ao anúncio do Evangelho,
Aos Mistérios a serem celebrados,
E na vida de conteúdo acompanhados,
Frutos de eternidade são garantidos.

Fidelidade na construção do Reino,
Como servos inúteis, mas por Deus queridos.
Incansáveis, corajosos, ardorosos,
Porque pelo Paráclito assistidos.

Fidelidade na busca de um novo céu,
De uma nova terra em que tudo se renovará;
Nem mais dor, luto e pranto.
Ó que alegria! Quem do coração a roubará?

Fidelidade constante em tudo e em todas as circunstâncias,
Dentro da Igreja e em todos os âmbitos da vida,
Em todos os espaços, atividades e promessas feitas
em todos os compromissos, renovada,  vivida.

Fidelidade às promessas feitas
No Sacramento do Matrimônio diante do altar.
Fidelidade, amor e aliança para sempre
Com tua força e sabedoria que não hão de faltar. 

Fidelidade às promessas feitas
Na ordenação de Seus eleitos
Que os sagrados compromissos se renovem,
Pastor e rebanho mais santos e perfeitos.

Assim são as coisas divinas:
Exigem de nós a “fidelidade constante”,
Sem a cruz renunciar, no amor a Deus,
Que será o nunca bastante.

Fidelidade a Ti, Jesus,
Felicidade encontrarei.
Fidelidade a Ti, Jesus,
Para sempre eu viverei.

Aleluia! Aleluia"

“Amo porque amo, amo para amar”

                                                

“Amo porque amo, amo para amar”

O Abade e Doutor, São Bernardo de Claraval, (séc. XII), escreveu um Sermão, à luz do “Cântico dos Cânticos”.

“O amor basta-se a si mesmo, em si e por sua causa encontra satisfação. É seu mérito, seu próprio prêmio.

Além de si mesmo, o amor não exige motivo nem fruto. Seu fruto é o próprio ato de amar. Amo porque amo, amo para amar!

Grande coisa é o amor, contanto que vá a seu Princípio, volte à sua Origem, mergulhe em sua Fonte, sempre beba donde corre sem cessar.

De todos os movimentos da alma, sentidos e afeições, o amor é o único com que pode a criatura, embora não condignamente, responder ao Criador e, por sua vez, dar-lhe outro tanto.

Pois quando Deus ama não quer outra coisa senão ser amado, já que ama para ser amado; porque sabe que serão felizes pelo amor aqueles que O amarem. O amor do Esposo, ou melhor, o Esposo-amor somente procura a resposta do amor e a fidelidade. Seja permitido à amada responder ao Amor!

Por que a esposa - e esposa do Amor – não deveria amar? Por que não seria amado o Amor? É justo que, renunciando a todos os outros sentimentos, única e totalmente se entregue ao amor, aquela que há de corresponder a ele, pagando amor com amor. Pois mesmo que se esgote toda no amor, que é isto diante da perene corrente do amor do outro?

Certamente não corre com igual abundância o caudal do amante e do Amor, da alma e do Verbo, da esposa e do Esposo, do Criador e da criatura; há entre eles mesma diferença que entre o sedento e a fonte.

E então? Desaparecerá por isto e se esvaziará de todo a promessa da desposada, o desejo que suspira, o ardor da que a ama, a confiança da que ousa, já que não pode de igual para igual correr com o gigante, rivalizar a doçura com o mel, a brandura com o cordeiro, a alvura com o lírio, a claridade com o sol, a caridade com aquele que é a caridade?

Não. Mesmo amando menos, por ser menor, se a criatura amar com tudo o que é, haverá de dar tudo. Por esta razão, amar assim é unir-se em matrimônio, porque não pode amar deste modo e ser menos amada, de sorte que no consenso dos dois haja íntegro e perfeito casamento. A não ser que alguém duvide ser amado primeiro e muito mais pelo Verbo”.

Reflitamos sobre a motivação do próprio viver; das pequenas e grandes coisas que fazemos.

Quantas coisas fazemos por motivações, às vezes ocultas, às vezes até mesmo indizíveis...

São Bernardo nos provoca a redimensionar nossa prática pastoral, nossa vida familiar, compromissos sociais...

Reflitamos:

- Nosso agir tem como causa primeira o amor?
- Quais são as verdadeiras motivações de tudo que fazemos?

E, após cada gesto de doação e serviço, movidos pelo amor, digamos:

“Amo porque amo, amo para amar”.

Sabedoria e humildade nos levam ao céu

                                                

Sabedoria e humildade nos levam ao céu

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 10,17-24), proclamada no sábado da 26ª Semana do Tempo Comum, sobre a oração, a sabedoria e humildade que nos levam ao céu.

A Oração de Jesus:
“Eu Te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos...”

O comentário do Missal Cotidiano:
“O Reino que se avizinha inverterá os valores e realidades humanas, favorecendo, sobretudo os pequeninos, os simples, os pobres de Deus, a saber, o que está convencido da própria insignificância e nulidade, e se deixa penetrar pela sabedoria de Deus.”

E ainda:
“Os humildes e simples estão em comunicação direta com Deus, ‘verão a Deus’.”

A afirmação de uma sábia Doutora da Igreja – Santa Teresa do Menino Jesus
Sinto que se, por impossível, achasses uma alma mais frágil, menor que a minha, comprazer-te-ia em ajudá-la com favores ainda maiores, se se abandonasse com inteira confiança à Tua misericórdia infinita”.

O ecoar de um cântico: o Magnificat, que assim Maria viveu:
“Ele pôs os olhos sobre a humilhação de Sua serva; doravante todas as gerações me proclamarão bem-aventurada” (Lc 1,48)

O desafio cristão: 
Que vivamos tal qual Maria, como os pobres mencionados pelo Senhor, Santa Terezinha e tantos outros...

O que alcançaremos no tempo presente: 
A felicidade, a luz, a alegria, o amor...

E, no final dos tempos ou de nossa vida: 
A Eternidade, o Céu! Aleluia!

A verdadeira Felicidade

                                                             

A verdadeira Felicidade

Jesus voltou-Se para os
discípulos e disse-lhes em particular:
“Felizes os olhos que veem o que vós vedes!”

Concedei-nos, Senhor, a verdadeira felicidade que somente de Vós procede,
Quando nos abrimos à ação da Vossa graça em nossas vidas,
Que nos revigora para gerar e formar Cristo em nós e nos outros.

Concedei-nos, Senhor, a verdadeira felicidade que somente de Vós procede,
Quando abrimos o coração para acolher Vossa presença na Palavra,
Na Eucaristia, de modo sublime, e no próximo, que é também Vossa morada.

Concedei-nos, Senhor, a verdadeira felicidade que somente de Vós procede,
Quando nos abrimos à ação do Espírito Santo, e por Ele somos conduzidos.
Suportando as adversidades do deserto por que temos que passar.

Concedei-nos, Senhor, a verdadeira felicidade que somente de Vós procede,
Quando nos abrimos à sabedoria maior que vem do Santo Espírito,
Reconhecedores de nossa fragilidade e pequenez diante de Vós.

Concedei-nos, Senhor, a verdadeira felicidade que somente de Vós procede,
Quando nos abrimos e mergulhamos em Vosso Mistério,
Que nos abre para as realidades eternas e imutáveis.

Concedei-nos, Senhor, a verdadeira felicidade que somente de Vós procede,
Quando nos sentimos envolvidos pelo Vosso Amor no mais profundo das
Entranhas de nossa alma e coração.

Concedei-nos, Senhor, a verdadeira felicidade que somente de Vós procede,
Quando nos abrimos aos Vossos desígnios e, com alegria e ardor,
Do Vosso Reino nos tornamos humildes instrumentos.

Concedei-nos, Senhor, a verdadeira felicidade que somente de Vós procede,
Quando aspiramos as coisas do alto, onde estais glorioso,
À direita do Pai, na comunhão com o Espírito Santo. Amém.



PS: Inspirado na passagem do Evangelho de Lucas (Lc 10, 17-24)

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Com Jó, aprendamos e supliquemos

 


Com Jó, aprendamos e supliquemos

Ó Deus, que aprendamos com Jó, oprimido por seus “amigos”, mas que em seu sofrimento jamais perdeu a confiança em Vós, porque sois o nosso Defensor, e quer conosco estabelecer vínculos de amor; e não tardais em realizar a divina justiça.

Como cristãos, discípulos missionários, peregrinando na esperança do Reino, creiamos que não perdendo o amor, nada, absolutamente nada estará perdido.

Nos passos do Vosso amado Filho, pela fé, também saibamos e creiamos que Cristo surge e Se faz presente em todo homem e mulher que sofre e ama.

Ajudai-nos, ó Deus, a viver o amor que Jesus nos deu como Mandamento,  dia após dia, deixando a vida impregnar-se, gota a gota, do zelo pelos outros, transformando-nos a nós mesmos e o mundo no qual estamos inseridos, como sal da terra e luz do mundo. Amém.

 

PS: Fonte inspiradora – Missal Cotidiano – Editora Paulus - Comentário da passagem do Livro de Jó (Jó 19,21-27) – pág. 1335-1336

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG