quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Missão: dom total de si mesmo

                                              

Missão: dom total de si mesmo

“E o rei concedeu-me tudo, pois a bondosa
mão de Deus me protegia” (Ne 2, 8)

Na Liturgia da Quarta-feira da 26ª Semana do Tempo Comum (ano ímpar) é proclamada a passagem do Livro de Neemias (Ne 2, 1-8).

Ele viveu o dificílimo período do Povo de Deus que, voltando do exílio da Babilônia, teve que reconstruir a cidade e o templo. As tristes notícias que chegavam da Cidade Santa, Jerusalém, o perturbavam interiormente, e não encontrava a paz.

Neemias era um funcionário do rei Persa, Artaxerxes I, (não era sacerdote, mas um copeiro-mor da casa real e, portanto, um político de alta condição).

Acompanhava de longe a história de seus compatriotas judeus, e apaixonadamente, na Primavera do ano 445 a.C. obteve do rei permissão para voltar provisoriamente à pátria com credenciais que facilitariam a obra de reconstrução.

Juntamente com Esdras, Neemias coloca-se ao lado dos grandes reformadores religiosos da história do Povo de Deus, e o seu êxito somente foi possível porque “a mão bondosa de Deus” estava com ele (v.8).

Sejamos enriquecidos com esta reflexão:

“É tarefa de todo cristão hoje (Neemias é ‘leigo’) tornar as estruturas de suas comunidades, no maior grau possível, transparentes de amor cristão, para serem inteiramente sinal do empenho de Deus no mundo.

O poder da morte foi despedaçado e surgiu nova esperança na morte e ressurreição de Cristo. Por isso, o cristão deve realizar em torno de si um modo de existência livre dos poderes pessoais e sociais do mundo, para dar, acima de todas as mortes, um pressentimento de vida e de ressurreição: no escondimento, é certo (Cl 3,3), mas com tanta eficiência que chegue a mudar, em nível de vida, as estruturas da sociedade humana.
Deve estar presente onde não há mais nenhuma esperança humana e o empenho parece não mais adiantar. Presente junto aos moribundos, aos velhos, incuráveis, mortos, lá onde não mais se espera um sorriso de agradecimento.” (1)

Pode ocorrer que também nós escolhamos lugares, situações, comunidade, pastorais ou serviços mais favoráveis para vivermos nossa fé. Que esta tentação seja afastada de todos nós e, com coragem e disponibilidade, ponhamo-nos nas mãos de Deus, certo de que “Sua Mão Poderosa”, “Seu braço forte” repousa sobre nós e nos acompanha no difícil combate da fé. E assim, curados de nossas enfermidades e fragilidades, vivamos com ardor nossa missão.

Como discípulos missionários do Senhor, aprendamos com Neemias que somente encontraremos a paz se nos pusermos a caminho, enfrentando as situações mais adversas, sombrias e obscuras, na fidelidade do carregar da cruz, fazendo resplandecer a luz de Cristo e proclamando a Sua Palavra que abrasa o coração.

Há um canto que expressa isto muito bem, e nos revigora na missão, para vivê-la como total doação de si mesmo nas mãos de Deus:

“Senhor, toma minha vida nova
Antes que a espera desgaste anos em mim
Estou disposto ao que queiras
Não importa o que seja, Tu chamas-me a servir.” 
(2)


(1) Missal Cotidiano - pp.1329-1330


(2) http://letras.mus.br/ziza-fernandes/1109398/

terça-feira, 1 de outubro de 2024

Memórias missionárias

                                                    


Um dia inesquecível!

Todos os dias são importantes em nossa vida, pois são presentes que Deus nos concede. Há, porém, dias que são inesquecíveis, seja pela dor, alegria, ou algum outro fato marcante.

Um destes dias inesquecíveis foi, para mim, o dia 22 de março de 2001 – uma Quinta-feira. Naquela semana, estava na Paróquia São João Batista, em Presidente Médici - RO, ajudando na rodada de primeira visita às Comunidades.

Naquele dia, acordei, tomei o café da manhã junto com Pe. Afonso, Pároco daquela Paróquia, e o João, Agente de Pastoral, liberado da Paróquia. Bagagens prontas, fomos para as Comunidades da Quarta Linha (nome das estradas).

O carro era um Gurgel 85, não muito comum para nós, mas naquela realidade e tempo um tipo de carro mais barato, que consegue romper atoleiros, buracos, morros etc... Por falar nisto, a Quarta linha estava com vários pontos desafiadores por causa dos atoleiros e pontos escorregadios. Ainda bem que o João tinha experiência neste assunto.

Finalmente, chegamos à primeira Comunidade, para a celebração da primeira Missa do dia (normalmente duas por dia, quando na realização das visitas).

Antes disto, tivemos que atravessar um carreador (trilho) com muita água empoçada. Com muito custo, por sinal, conseguimos atravessar os duzentos metros que nos separava da casa onde foi celebrada a Missa (ainda não tem o Centro Comunitário da Comunidade, mas tem uma bonita Igreja-Povo).

Um rapaz, empurrando sua bicicleta, atravessava tranquilamente... Talvez eu não estivesse tão bem acostumado com a realidade, mas chegaria lá!

A Missa foi muito simples e bonita. A motivação do Ato Penitencial, à luz do tema da Campanha da Fraternidade, foi maravilhosa.

Após a Missa, subi numa charrete (tinha sempre a impressão que iria virar) com um casal, e fui a uma casa próxima almoçar. Almoço: galinha caipira, arroz, feijão, sempre muito bem temperado.

Logo após, fui visitar um jovem de 21 anos, a pedido de sua mãe, em quase tom de súplica. Um rapaz muito bom e com algum problema que os médicos não conseguiam descobrir (já tinham vindo até para São Paulo).

Enquanto almoçava, conversei com ele, após alguma resistência à minha visita. No desespero de sua família, como acontece em outras tantas, foi levado a uma Igreja, e lá disseram coisas do tipo: “é possessão do diabo” e coisas assim...

Palavras como estas destroem as pessoas ao invés de ajudá-las. Conversei, orei e o abençoei. Ao final, ele me desejou boa viagem e que tudo daria certo, que eu seria feliz e me chamou de amigo. Prometi rezar muito por ele.

Subi na moto de seu irmão que me levou de volta a casa onde estava a minha mala. Andar de moto no meio de buracos e tocos é muito emocionante. Tive alguns minutos para um descanso, enquanto aguardava a vinda do Gurgel para a segunda Missa.


  1. Após um café moído e feito na hora, com o tradicional coador de pano sustentado no mancebo, voltei ao local de encontro, e aí, no caminho (aquele que falei acima), vi uma cobra enorme; levei um tremendo susto, não sabia se voltava ou se corria para frente. Graças a Deus ela também se assustou comigo e voltou para dentro do mato (mais tarde me falaram que não era uma cobra perigosa, era a conhecida cobra “limpa mato”, mas até saber disto tinha a impressão de que era a mais perigosa da Amazônia...Não chegava a uma anaconda...risos).

Indo para as Comunidades onde celebraríamos à tarde, depois de ter passado por vários atoleiros, nosso Gurgel ficou encavalado num aguaceiro; nem para frente e nem para trás. O jeito foi descermos. Tirei o tênis branco e confortável que, a propósito, não combinava com aquela água barrenta e cheia de pedras, arregaçamos as calças até o joelho. Empurrar? Não adiantou nada! Alavanca com uma tora para remover a roda traseira esquerda, e nada!

Apareceu, providencialmente, um motoqueiro experiente no assunto, solidário, tirou a bota e nos atolamos juntos. Enfim, conseguimos empurrar para trás e sair. O João conseguiu passar por um atoleiro ao lado, que hesitamos passar no primeiro momento, mas foi o melhor caminho. É errando que se aprende. O prejuízo maior foi para ele, que perdeu os óculos nesta confusão toda! (Na volta, procuramos, e nem sinal do mesmo).

Antes de chegar à primeira Comunidade, tivemos que passar numa ponte. Mas para isto tivemos que descer, eu e o Pe. Afonso, para orientar o João, e aliviar o peso, e que peso! Que loucura, passar as rodas equilibradamente em dois troncos! Estávamos indo à Missa ou a um rali?

Chegamos à primeira Comunidade onde Celebrei a Missa: Comunidade Pe. Josimo. Lavei as mãos com a pouca água que tinha, aliás, tirada do filtro, por não ter outra.

A Comunidade se reunia numa sala de aula, que chamavam de Escola. Precária, como outras tantas. Estavam construindo sua Igreja ao lado, num assentamento recente.

Perguntei aos membros da Comunidade se podia celebrar só com a estola, pois estava com a calça toda encharcada de lama, bem como as pernas. O pessoal respondeu: “ Padre, prá nóis o que importa é a Missa!” .

Terminei a Missa, como sempre, povo simples mas cheio de Deus no coração. Aguardei a volta do Pe. Afonso e o João. Pelo eterno problema de avisos, o João não celebrou naquele dia, pela segunda vez. A questão de comunicação era problema lá e em qualquer lugar, e continua ainda hoje.

Voltando, um pouco antes daquele famoso atoleiro, um ônibus que vai e volta da Cidade todos os dias estava atolado. Sabe lá como sairia dali. Mas para eles isto é um fato normal, não se assustavam mais...

Enfim chegamos em casa. Tudo o que queria era um bom banho e descansar para o dia seguinte. Mas o segundo Gurgel que o João tinha levado até um certo trecho de manhã, não havia retornado. Pelo simples motivo de que as chaves se encontravam no seu bolso. Já era 17:40 horas.

Já tinham tentado ligação direta do carro, o que causou pane na parte elétrica. Não havia outra coisa à fazer. Peguei a Toyota da Paróquia em que era Pároco (Sagrado Coração - Ministro Andreazza), e com o João rebocamos  o Gurgel.

Finalmente, chegando em casa, pude tomar meu banho e comer alguma coisa e fim de dia. Antes das 21 horas já estava dormindo, para um novo dia, uma nova visita...

Como disse, há dias memoráveis em nossas vidas. Este dia foi um daqueles que marcaram meus três anos em Missão naquela Diocese que faz parte de minha história e que lembro com carinho e saudade, acompanhado de contínuas orações.

Conversão e discipulado

                                                     


Conversão e discipulado

Na Liturgia da terça-feira da 27ª Semana do Tempo Comum (ano ímpar), ouvimos a passagem do Livro de Jonas (Jn 3,1-10), em que nos convida a refletir sobre o chamado de Deus e a resposta que devemos dar.

Somos interpelados a uma atitude de conversão, indispensável para que possamos acolher bem e frutuosamente a proposta de Salvação de Deus, que se dirige a todos os povos, a todas as nações. Ninguém fica excluído da misericórdia, bondade e ternura de Deus.

Vemos a figura de Jonas que, num primeiro momento, recusa a missão, por Deus confiada, de anunciar a conversão dos habitantes de Nínive. Somente num segundo momento é que Jonas aceita a missão, e a conversão dos ninivitas torna-se um modelo de resposta adequada ao chamamento de Deus.

Na Profecia de Jonas, temos duas lições: a universalidade do Amor de Deus, que ama os pecadores e quer a sua conversão, e a abertura dos pagãos ao Projeto de Salvação de Deus, o que não necessariamente se deu com o Povo eleito. Mais uma vez contemplamos a lógica divina, que é bondade e misericórdia.

A atualidade desta passagem bíblica nos leva a refletir sobre a fragilidade de nacionalismos, racismos, particularismos, exclusivismos, marginalização e atitudes xenofóbicas.

O Apóstolo Paulo (1 Cor 7,29-31) nos fala sobre a brevidade do tempo, com a expressão – “a figura deste mundo passa”. A adesão ao Reino e o amor a Jesus exigem que saibamos fazer uma escala de valores: o que é eterno e o que é efêmero. O discípulo de Jesus não pode ser seduzido pelo que é passageiro.

Inevitavelmente, haveremos de nos questionar:

- Onde se encontram nossa esperança, confiança e objetivo de nossa vida?
- Sabemos viver intensamente cada momento que Deus nos concede, considerando sua brevidade?
- Os valores do Reino são os valores absolutos em nossa vida?

Que nossas “trocas de olhares” com o Amado, Jesus, nos levem a dizer sim ao Deus Amante, para que sejamos envolvidos pelo sopro do Amor que nos vem do Divino Espírito.

Que o olhar cheio de Amor e ternura de Deus pela humanidade, tenha de cada de um nós o melhor olhar de quem se sentiu amado, seduzido e por Seu Amor envolvido.

É impossível ficar indiferente e insensível ao olhar amoroso de Deus e ao apelo de conversão que Ele nos faz insistentemente.

Quanto mais profunda e sincera nossa conversão mais límpido será o nosso olhar, e mais felizes o seremos.

Quanto mais correspondermos ao olhar amoroso de Deus, mais largos horizontes veremos, e um mundo novo vislumbraremos. Esta é a mística do Reino, esta é a mística e o efeito do Amor de Deus em nós. Deus nos ama para nos fazer melhores, realizados.

Deus nos ama, e quando nos deixamos envolver por este Amor o tempo tem outro sentido, as coisas que nos cercam também.

Ser discípulo é viver intensamente envolvido na paixão pelo Reino, inserido e envolvido pelo Amor Trinitário.

Paciência e imediatismo

                                                    

Paciência e imediatismo

Como Igreja Sinodal que somos, urge o aprendizado da linguagem do Espírito, cessando as palavras, com renovados compromissos com a Evangelização, a fim de construirmos uma Igreja viva e solidária, fiel ao Cristo Ressuscitado, atenta ao sopro do Espírito, sem jamais nos omitirmos na construção de uma sociedade justa, solidária e fraterna, conforme o desejo e sonho de Deus Pai.

À luz da Palavra de Deus, dos ensinamentos da Igreja, contidos em seu Catecismo, e dos escritos de um dos grandes santos da religiosidade popular e da Igreja, Santo Antônio, refletimos sobre a virtude da paciência, e as suas implicações na vida quotidiana em todas as dimensões, pois vivemos numa sociedade marcada acentuadamente pela cultura do imediatismo.

Oportunas são sábias palavras de Santo Antônio em  um dos seus Sermões: “Quem está repleto do Espírito Santo fala várias línguas. As várias línguas são os vários testemunhos sobre Cristo, a saber: a humildade, a pobreza, a paciência e a obediência; falamos estas línguas quando são as obras que falam”.

Animados pelas virtudes teologais – fé, esperança e caridade –  cultivemos a virtude da paciência, sem nos curvarmos à cultura do imediatismo, mas comprometidos com a cultura da vida, para que vivenciando o Mandamento do amor santifiquemos nossas famílias, pois de nada adiantaria falar em paciência ou em linguagem do Espírito se não tivermos o amor.

Quanto mais intenso o amor, maior será a paciência vivida, como bem nos alertou São Paulo: “amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade, tudo desculpa. Tudo crê, tudo espera e tudo suporta" (1Cor 13, 4-7).

Como Igreja, sintamo-nos sempre animados e fortalecidos pelo Fogo do Espírito que ilumina nossa vida, reavivando a chama da fé que em nosso coração foi acesa, e num crepitar permanente tenhamos o coração ardente e os olhos abertos em cada Eucaristia celebrada.

Iluminados pela Palavra de Deus e nutridos pelo Seu Corpo e Sangue, renovemos nossas forças para maior empenho, dedicação no carregar da cruz hoje, para alcançarmos e merecermos a glória da eternidade no amanhã de Deus, sem cairmos na tentação do imediatismo inútil e estéril. 

Em poucas palavras...

 


Dai-nos, paciência, Senhor

“A primeira condição do discípulo é a paciência em face do insucesso.

Jesus reprovará Tiago e João e os convidará a dar o tempo necessário à realização da conversão e ao progresso do Reino. A impaciência dos apóstolos é muitas vezes a nossa.”  (1)

 

(1)         Missal Cotidiano – Editora Paulus - Comentário sobre a passagem do Evangelho de Lucas ( Lc 9,51-56) – pág.1328

A Missão que o Senhor nos confia

                                                                 

A Missão que o Senhor nos confia

Na Liturgia, da terça-feira da 26ª  Semana do Tempo Comum (ano ímpar), o Profeta Zacarias nos fala da vinda de muitos povos e nações que viriam visitar o Senhor em Jerusalém (Zc 8,20-23),

O Comentário do Missal Cotidiano nos diz: “O oráculo com que se encerra a primeira parte do Livro de Zacarias reflete a tomada de consciência por parte da nascente comunidade judaica, de sua missão espiritual e universal” (1).

E a Salvação que Jesus veio trazer se estenderá, de fato, a todos os povos, como vemos também na passagem do Evangelho (Lc 9, 51-56).

Volto a uma questão fundamental: na primeira Leitura, o Profeta deixa transparecer que quem conhece a Deus deve também torná-lo conhecido a todos, num processo contínuo de conversão e proximidade.

Diz ainda o Missal Cotidiano: “Nosso testemunho de fé deveria ser tal qual que pudéssemos ouvir: ‘Queremos ir convosco, porque compreendemos que Deus está convosco’” (2).

Mais uma vez, voltemos às palavras do Papa Bento XVI, em sua Carta Encíclica “Deus Caritas est”, primeiro parágrafo:

Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”.

Vivendo os primeiros dias do mês que dedicamos de modo especial ao tema das Missões, é oportuno refletirmos:

- Temos consciência de que a Salvação de Deus se destina a todos os povos?
- Como nos empenhamos para que todos os povos conheçam e adorem a Deus em espírito e verdade?
- Despertamos, pelo testemunho de nossa fé em Deus, o desejo de que outros caminhem conosco?

Invoquemos a luz do Espírito Santo, para que sejamos fortalecidos na graça da missão de anunciar e testemunhar a Palavra do Senhor, com palavras e obras, pois tão somente assim nossa luz haverá de brilhar e Deus será glorificado.



(1) Missal Cotidiano – Editora Paulus -  p.1324
(2) Idem p.1325.

Santa Teresinha, padroeira das missões

 


Santa Teresinha, padroeira das missões

“No coração da Igreja, minha vocação é o amor...” 

De modo especial, a Igreja dedica o mês de outubro para aprofundar sobre as missões, a fim de que vivamos a dimensão sinodal, edificando uma Igreja misericordiosa, acolhedora e missionária, alcançando as realidades mais desafiadoras, que o Papa Francisco chama de periferias existenciais.

E como é importante podermos contar com a intercessão de Santa Teresinha do Menino Jesus (séc. XIX), declarada a “Padroeira das Missões”, por PIO XI, em 1927, e cuja memória celebramos no dia 1º de outubro.

Santa Teresinha pouco viveu, mas teve tamanha intensidade e amor, e ficará para sempre viva, sendo grande testemunha do Senhor.

Retomo suas palavras, quando procurava encontrar o lugar da sua vocação na Igreja: “Então, delirante de alegria, exclamei: Ó Jesus, meu amor, encontrei afinal minha vocação: minha vocação é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja, Tu me deste este lugar, meu Deus. No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor e desse modo serei tudo, e meu desejo se realizará”. 

Em oração, à luz da Palavra Divina, descobriu seu lugar na Igreja, e sua exclamação ressoa por todo o tempo: "No coração da Igreja minha vocação é o amor!” 

Com ela, aprendemos a nos perguntar: - “Qual é a minha vocação na Igreja, sobretudo uma Igreja Sinodal, Povo de Deus que caminha juntos, na comunhão, participação e missão?” 

Que a exemplo desta jovem, tenhamos intenso amor no coração, a fim de que pelo Amado Jesus seduzidos, com o fogo do amor do Espírito, vivamos maior fidelidade ao plano de amor que Deus tem para todos nós, edificando comunidades eclesiais missionárias, que se alimentam com o Pão da Palavra e da Eucaristia.

 

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