quinta-feira, 27 de junho de 2024

Comunidades em permanente conversão

 


               Comunidades em permanente conversão
 
Na passagem da Carta de Paulo aos Coríntios, (1 Cor 3,9c11.16-17), o Apóstolo Paulo afirma que os cristãos são o templo de Deus onde reside o Espírito, e assim precisam viver uma nova dinâmica.
 
Em Corinto, cidade nova e muito próspera, servida por dois portos de mar, com característica de cidades marítimas, com população de todas as raças e religiões, também tinha comportamentos inapropriados.
 
É neste contexto que temos a comunidade de Corinto, uma comunidade viva e fervorosa, mas não livre destas influências, com a necessidade de aprofundar a sua vivência na lógica de Deus, sem partidos, divisões, competições, e incoerências, dando melhor testemunho de Deus, vivendo a sabedoria de Deus que consiste na “loucura da Cruz”.
 
Como Edifício de Deus, animadas pelo Espírito, precisa fortalecer os vínculos de fraternidade e unidade, vivendo uma dinâmica nova, seguindo Jesus no caminho do amor, da partilha, do serviço, da obediência a Deus em favor dos irmãos, num autêntico testemunho.
 
Urge que nossas comunidades cresçam em fraternidade, solidariedade, para o testemunho da “loucura da Cruz”, com gestos concretos de amor, de partilha, de doação, de serviço, evitando todo tipo de fragmentação, divisão, contradições, e jamais sobrepor os interesses e vaidades pessoais.
 
Vivendo a “sabedoria de Deus”, não rompam as relações de fraternidade uma busca do poder; a tentação do prestígio e reconhecimento social; discernindo quais são os bens perecíveis e secundários.
 
Deste modo, em permanente atitude de conversão, serão sinal e luz diante da “sabedoria” do mundo, irradiando a verdadeira e eterna luz divina.

Quando tudo parece impossível

Quando tudo parece impossível

Anos passados, celebrando numa Capela, ao começar a Santa Missa, apresentei as intenções, seguidas de profundo silêncio e pranto de alguns.

Rezamos por uma criança de dois anos, que se encontrava internada com quadro seriíssimo (hoje na glória de Deus). Além dela, por três pessoas que enfrentavam a via-sacra das quimioterapias e radioterapias. Rezamos também pelo 4.º dia de falecimento de uma jovem que morreu após vinte dias de seu casamento, em trágico acidente de moto, e por uma senhora que seria submetida a uma pequena cirurgia de pele, entre outras intenções.

Após o referido silêncio, cantamos por duas vezes “Eu confio em Nosso Senhor, com fé, esperança e amor”, em um só coro, em uma só súplica que brotava do fundo da alma.

A Oração do dia foi uma súplica para que Deus aumentasse nossa fé, esperança e caridade.

A Liturgia da Palavra nos convidava a passar pela porta estreita da Salvação que Jesus veio trazer ao mundo, que é a nossa cruz de cada dia, a ser carregada com todo empenho, sem esmorecimento, na prática da verdade, do amor, da justiça e da paz.

O Salmo (Sl 145,13-14), com sua beleza poética, uma grande expressão de confiança na força de Deus: “Iahweh é verdade em Suas Palavras todas, Amor em todas as Suas obras; Iahweh ampara todos os que caem e endireita todos os curvados”.

Concluindo a Homilia, saciamos nossa sede de Deus com as sábias palavras do Papa Clemente I (sec. I):

“Que preciosos e maravilhosos são, caríssimos,
os dons de Deus! Vida na imortalidade,
esplendor na justiça, verdade na liberdade,
fé na confiança, temperança na santidade;
E tudo isto nossa inteligência concebe…”

Não estamos sós, nem na vida, sequer na morte, como nos disse o Papa Bento XVI, por ocasião de sua nomeação.

A Missa seguiu como de costume. A “Oração Eucarística para as Diversas Circunstâncias” nos ajudava a refletir sobre a Missão da Igreja a caminho da Salvação.

Cantos, momentos de silêncio, gestos, Pão partilhado, súplica a Maria: força renovada.

É preciso seguir adiante ainda que tudo pareça impossível, sem sentido. Não desistir, caminhar! Caminhar sempre com o Senhor. Afinal, Ele está no meio de nós e conhece nossas fraquezas, dores, tormentos, lamentos… Por isto perpetuou Sua presença na Eucaristia e, a todos que creem, Se fez o verdadeiro Alimento!

Creio, Senhor, mas aumentai minha fé!

“Mestre, que eu veja!”


“Mestre, que eu veja!”

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Marcos (Mc 10,46-52), em que nos apresentado a cura do cego Bartimeu (filho de Timeu). 

Com esta cura, compreendemos o caminho que Deus trilha para nos libertar das trevas e nos fazer nascer para a luz, e assim passemos da escravidão à liberdade, da morte à vida.

Esta passagem bíblica é mais do que a história da cura de um cego por Jesus, trata-se de uma catequese batismal com todas as suas etapas.

O cego Bartimeu está sentado, numa expressão real de desânimo e conformismo, está privado da luz e da liberdade e conformado com sua aparente irredutível situação, sem qualquer perspectiva.

Suplicando ao Senhor, tem que superar as resistências, mas até o seu grito tentam calar.

Diante da Palavra de Jesus – “Coragem, levanta-te que Ele te chama”, irrompe a  novidade. O cego atira a capa, dá um salto e vai ao encontro com Jesus.

“É claro o significado simbólico do gesto: para seguir o Senhor é preciso saber libertar-se de tudo aquilo que serve de obstáculo a uma adesão pronta à Sua Palavra. Não se trata somente de nos libertarmos dos pecados, mas de saber antepor a riqueza espiritual da fé no Senhor aos recursos a que o nosso coração está demasiado apegado e que o tornam pesado.” (1)

É preciso que joguemos fora nossa capa, com a coragem de desapegos, despojamentos, esvaziamentos. É preciso que fiquemos nus aos olhos de Deus, como nossos primeiros pais, para que por Ele sejamos revestidos, em intensa relação de amor, amizade, intimidade.

De fato, diante do Senhor rompemos com o passado, simbolizado na capa, saltamos para o novo, para o encontro que transforma a nossa vida e pomo-nos com novo ardor a caminho: o caminho da luz, do amor, da verdade e da vida.

Bartimeu depois do encontro se torna modelo de verdadeiro discípulo para nós. Em nosso encontro com Jesus há quem nos conduz, como também há os que nos impedem, obstaculizam. Não podemos desanimar jamais de ir ao Seu encontro, pois somente com Ele nossa vida se torna plena de luz, paz, amor e alegria, e tudo mais quanto possamos desejar, conceber, dizer.

Pôr-se no caminho do amor, do serviço, da entrega, do dom da vida, a partir do encontro com Jesus é o caminho que todos devemos fazer.

Somente curados pelo Senhor a cada instante é que não desanimamos da caminhada de fé, sabendo, crendo, anunciando e testemunhando que somente Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.

Somente Ele nos introduz na luz no tempo presente e um dia na luz eterna, na plena claridade que é o céu. Claridade plena, porque assim é o amor. Onde houver amor, há luz. Onde houver a plenitude do amor haverá a plenitude da luz.

Jesus, o Sumo Sacerdote do Pai, é para nós e nos comunica pelo Seu Espírito a plenitude do Amor, da Vida e da Luz. Amém.


(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - pág. 647.

Confessemos os nossos pecados

Confessemos os nossos pecados

Acolhamos este texto de São Cirilo (séc. IV), Bispo de Jerusalém, extraído de suas "Catequeses", sobre a confissão dos nossos pecados no tempo propício.

“Se há aqui alguém escravo do pecado, prepare-se pela fé para o nobre renascimento de filhos por adoção. Rejeitada a péssima escravidão dos pecados e obtida a felicíssima servidão do Senhor, seja considerado digno de alcançar a herança do Reino celeste.

Portanto despi, pela confissão, o homem velho que se vai corrompendo ao sabor dos desejos maus, a fim de revestirdes o homem novo, que se renova pelo conhecimento d’Aquele que o criou.

Adquiri pela fé a segurança do Espírito Santo de serdes acolhidos nas mansões eternas.

Aproximai-vos do místico sinal para que possais ser favoravelmente reconhecidos pelo Soberano.

Juntai-vos ao santo e racional rebanho de Cristo. Postos um dia de parte à Sua direita, entrareis assim na posse da vida preparada por herança para vós.

Com a aspereza dos pecados aderentes como pelos, estão à esquerda aqueles que não se achegam à graça de Deus concedida por Cristo no banho da regeneração. Refiro-me aqui não à regeneração dos corpos, mas ao novo nascimento espiritual da alma.

Os corpos são gerados pelos pais visíveis; a alma é gerada de novo pela fé, porque o ‘Espírito sopra onde quer’. Então, se te tornares digno, poderás ouvir: ‘Muito bem, servo bom e fiel’, quando não se encontrar em ti qualquer impureza de fingimento na consciência.

Se algum dos que aqui estão espera provocar a graça de Deus, engana-se e desconhece o valor das coisas. Tem, ó homem, alma sincera e livre de disfarce, por causa d’Aquele que perscruta corações e rins.
           
O tempo agora é tempo de confissão. Confessa o que cometeste por palavra, ou ação, de noite ou de dia. Confessa no tempo propício e recebe no dia da salvação o tesouro celeste.

Limpa tua jarra para conter graça mais abundante, pois a remissão dos pecados é dada igualmente a todos, mas, a comunicação do Espírito Santo é concedida a cada um segundo a fé. Se trabalhares pouco, receberás pouco; se fizeres muito, grande será a recompensa.

Corre em teu próprio proveito, vê o que te convém. Se tens algo contra outro, perdoa. Tu te aproximas para receber o perdão dos pecados; é necessário perdoar a quem te ofendeu”.

Alguns imperativos aparecem notavelmente na Catequese, retomo o último: “Limpa tua jarra para conter graça mais abundante, pois a remissão dos pecados é dada igualmente a todos, mas, a comunicação do Espírito Santo é concedida a cada um segundo a fé...”. (1)

Reconheçamos e tomemos consciência de nossos pecados, acompanhado do arrependimento, com desejo de conversão e esforço contínuo de reparação, sempre com a necessária vigilância para não incorrermos nos mesmos pecados.

Sejamos perdoados de nossos pecados, como ação do Espírito Santo que nos foi concedido naquele oitavo dia, quando o discípulos se encontravam, com as portas fechadas, com medo dos judeus, e enviados para comunicar o perdão dos pecados:

“E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: ‘Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos’” (Jo 20,22-23).


(1) Liturgia das Horas – Ed. Paulus – Vol. III – pp. 400-401.

Inflamados pelo “Fogo ardente do Senhor”

Inflamados pelo “Fogo ardente do Senhor”

Sejamos enriquecidos pela Instrução sobre a Compunção, escrita pelo Abade São Columbano (séc. VII).

“'Quão venturosos são os servos a quem o Senhor, ao chegar, os encontre vigiando!' Feliz aquela vigília na qual se espera ao próprio Deus e Criador do Universo, que supera tudo e tudo preenche. Oxalá Se dignasse o Senhor despertar-me do sono de minha indolência, a mim que, mesmo sendo desprezível, sou  Seu servo!

Oxalá me inflamasse no desejo de Seu amor incomensurável e me incendiasse com o fogo de Sua divina caridade! Resplandecente com ela, brilharia mais que os astros, e todo o meu interior arderia continuamente com este fogo divino!

Oxalá meus méritos fossem tão abundantes que minha lâmpada ardesse sem cessar durante a noite, no templo de meu Senhor e iluminasse a todos que entram na casa de meu Deus!

Concede-me, Senhor, suplico-Te, em nome de Jesus Cristo, Teu Filho e meu Deus, um amor que nunca diminua, para que com Ele minha lâmpada sempre brilhe e não se apague nunca, e suas chamas sejam para mim fogo ardente e para os demais luz brilhante.

Senhor Jesus Cristo, dulcíssimo Salvador nosso, digna-Te acender Tu mesmo nossas lâmpadas, para que brilhem sem cessar em Teu templo e de Ti, que és a luz perene, elas recebam luz perfeita com a qual se ilumine a nossa obscuridade, e se afastem de nós as trevas do mundo.

Peço-Te, meu Jesus, que acendas tão intensamente a minha lâmpada com Teu esplendor que, à luz de uma claridade tão intensa, possa contemplar o Santo dos santos que está no interior daquele grande templo, no qual Tu, Pontífice eterno dos bens eternos, penetraste; que ali, Senhor, eu Te contemple continuamente e possa assim desejar-Te, amar-Te e querer-Te somente a Ti, para que a minha lâmpada, em Tua presença, esteja sempre flamejante e ardente.

Peço-Te, Salvador amantíssimo, que Te manifestes a nós, que chamamos a Tua porta, para que, conhecendo-Te, amemos somente a Ti e unicamente a Ti; que Tu sejas nosso único desejo, que dia e noite meditemos somente em Ti, e em Ti unicamente pensemos.

Alumina em nós um imenso amor para contigo, que corresponde à caridade com a qual Deus deve ser amado e querido; que esta nossa dileção para Ti invada todo o nosso interior e nos penetre totalmente, inunde todos os nossos sentimentos a tal ponto, que já não possamos amar nada fora de Ti, o único eterno.

Assim, por muitas que sejam as águas da terra e do firmamento, nunca chegarão a extinguir em nós a caridade, segundo a quilo que diz a Escritura: 'As águas torrenciais não poderão apagar o amor'.

Que isto chegue a realizar-se, ao menos parcialmente, por Teu dom, Senhor Jesus Cristo, a quem pertence a glória pelos séculos dos séculos. Amém.” (1)

Assim, vivamos na vigilância e na oração, na espera do Senhor que vem, com lâmpadas acesas na mão, e o fogo do Seu divino amor no coração.

Sejamos sinais e instrumentos do Senhor, em todo e qualquer lugar, sobretudo nas situações e realidades mais difíceis, quando somos chamados a dar razão de nossa esperança.

Inflamados pelo amor do Senhor e vigilantes sempre na sua espera gloriosa, fiquemos com Ele para sempre, e com Sua Pessoa, Palavra e Projeto nos comprometamos. Amém.


(1) Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes pp. 695-696.

A semente de mostarda e o Reino


 
A semente de mostarda e o Reino
No Reino de Deus,
lançar a semente é nossa missão!

Na passagem do Evangelho (Mt 13,31-32), Jesus nos fala do Reino de Deus à luz da Parábola do grão de mostarda.

Jesus compara o Reino de Deus a um grão de mostarda, a menor de todas as sementes, mas produz ramos tão grandes que os pássaros vêm habitar à sua sombra.

Na construção e espera do Reino que vem, é preciso confiança ativa. O Reino é como o crescimento da semente, um processo lento e silencioso, mas seguro. A pequenez da semente também é significativa, pois aparentemente o que fazemos parece nada mudar, mas quanta diferença faz para quem dela recebe, já, os frutos.

Muitas vezes, a pobreza dos meios, as nossas limitações, emergências e clamores nos levam a abrir-nos mais intensa e sinceramente à ação divina, explicitamente falando com a ação do Espírito que é imprescindível para a ação evangelizadora e a construção do Reino.

O Missal Quotidiano nos diz: “Em vez de agitação, serenidade; em vez de indolência, esforço; em vez de desânimo a certeza da fé; eis a atitude da Igreja, do apóstolo, do educador”.

Serenidade, esforço e a certeza da fé devem ser marcas de todo aquele que se coloca a serviço do Reino, contra toda tentação de agitação estéril e estressante, que nada de bom constrói; contra toda perniciosa, desastrosa tentação da acomodação, do recuo, do cruzar os braços em inativismo deplorável aos olhos de Deus – Deus que nos ama, como é próprio do Seu amor, não dispensa nossos esforços; contra toda tentação da perda da fé, do naufrágio da fé, o pior de todos os naufrágios.

Nisto consiste a missão de todos nós: lançar e cultivar as sementes. Se dela frutos não comermos, já terá valido ao outro ter assegurado esta possibilidade.

São oportunas as palavras do Apóstolo Paulo: “Eu plantei, Apolo regou, mas era Deus quem fazia crescer” (1Cor 3,6).

De fato, aquilo que comemos ou desfrutamos não é fruto do acaso, mas do reconhecido e louvável esforço e empenho de tantos/as que, muito antes, e até no tempo presente, suas sementes lançaram.

Lancemos nossas sementes, as melhores que pudermos, para que outros desfrutem. 

PS: Passagem paralela no Evangelho de Lucas (Lc 13,18-21)

A Parábola do joio e do trigo

A Parábola do joio e do trigo

Assim afirmou São João Crisóstomo (séc. IV) à luz da Parábola do joio e do trigo (Mt 13, 24-30).

“Porque é a astúcia própria do demônio sempre mesclar com a verdade o erro colorido com aparências de verdade, de forma a conseguir por este meio facilmente enganar aos simples. Por tal motivo, não nomeou outro tipo de sementes, mas somente o joio, que é uma semente semelhante ao trigo”. (1)

As ações demoníacas estão presentes em todos os âmbitos, e devemos ficar em permanente vigilância para que não sejamos envolvidos pelas mesmas.

- Como perceber esta ação demoníaca, que se “mescla com a verdade o erro colorido com aparências de verdade” na família, fragilizando os valores e princípios sagrados que a solidificam e a santificam?

- Como perceber esta mesma ação no vasto e complicado mundo da política, da economia, da cultura, da educação, dos meios de comunicação e nos espaços de decisões dos rumos da sociedade?

Além de mesclar o erro com seu colorido sedutor em meio à verdade, ainda tornam muitas verdades relativas e efêmeras, como vemos no mundo líquido em que vivemos.

Por isto, o mundo é uma grande seara em que o joio e o trigo crescem simultaneamente, e precisamos sabedoria e paciência, para não nos fartarmos e nos intoxicarmos com o joio da mentira e do pecado, que promove a cultura da morte, e nos fragiliza como artífices da construção da civilização da vida fundamentada no amor, na verdade, na justiça e na paz:

“O amor e a verdade se encontrarão; a justiça e a paz se abraçarão. A fidelidade brotará da terra, e a justiça descerá dos céus. O Senhor nos trará bênçãos, e a nossa terra dará a sua colheita. A justiça irá adiante dele e preparará o caminho para os seus passos” (Sl 85, 10-13).


(1) Lecionário Patrístico Dominical – Editora vozes – 2013 – p.180

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