sexta-feira, 21 de junho de 2024

“Morte, ó morte! Onde está tua vitória?” (Parte II)

                                                  

“Morte, ó morte! Onde está tua vitória?”

Para quem ainda precisar de uma palavra...

“Ó morte que separas os casados e, tão dura e cruelmente, separas também os amigos!”

Outro luminar da Igreja, Bispo São Bráulio de Saragoça, exclamou, expressando nossa fragilidade e impotência diante da morte. Seu domínio impiedoso foi aniquilado por Aquele que te ameaçou com o brado de Oseias:

“Ó morte, eu serei a tua morte” (Os 13,14).

Nós também podemos desafiar-te com as palavras do
Apóstolo Paulo:

“Ó morte, onde está tua vitória?
Onde está o teu aguilhão?” (1 Cor 15,55);

A fé na Ressurreição moveu São Luiz Gonzaga (como vimos) e tantos outros no consumir-se da vida momentânea, transitória, que traz em si o germe de eternidade.

A vida é a possibilidade de um alvorecer na eternidade!
A semelhança que possa haver entre a morte e a noite,
É a mesma encontrada entre a vida e a luz da aurora da Ressurreição!

Além da noite, no auge da mesma, inicia-se um novo dia. Além da morte, no transpor da mesma, irrompe a Vida eterna, a plenitude da luz!

Uma vida que se consome como vela sobre o altar,
só pode continuar a brilhar no esplendor da luz eterna,
na plenitude do amor e  luz divina: céu!
Amém. 

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Enviai-nos o Espírito Santo, o Paráclito, o Consolador

                                                         


Enviai-nos o Espírito Santo, o Paráclito, o Consolador

“Senhor Jesus Cristo,
Enviai também sobre nós o Espírito,
Que nos dá o conhecer e o querer,
E concedei-nos cooperar,
Em quanto nos for possível,
Com tudo o que depende de nós,
De modo a tornarmo-nos templos do mesmo Espírito.

Enviai-nos o Paráclito, o Consolador,
Por meio do qual podemos reconhecer-Vos e amar-Vos,
De modo a sermos dignos de chegar até Vós,
Que sois bendito pelos séculos dos séculos.
Amém”.



P S: Oração ao Espírito Santo de Santo Antônio de Lisboa – citado pelo Lecionário Comentado – Editora Paulus – Lisboa – Volume Quaresma/Páscoa – página 522

Oração para a Comunhão Espiritual (1)

                                                      

Oração para a Comunhão Espiritual

Neste tempo de recolhimento, de isolamento social, para que juntos possamos vencer a pandemia que coloca em risco a nossa vida, as Missas não têm sido com participação presencial, e muitos não podem receber a Comunhão. 

No entanto, podem fazer a Comunhão Espiritual, revigorando a fé, para fazermos a travessia do mar, enfrentando os ventos e tempestades.

De outro lado, estamos redescobrindo o valor e a importância da Igreja Doméstica, a Família, reunida em oração, convivência, diálogo, mútua ajuda.

Entretanto, a muitos faz falta receber a Santa Comunhão, e uma forma é a Comunhão Espiritual, muito preciosa para nós, sobretudo neste momento que vivemos.  

Àqueles que não podem participar presencialmente da Santa Missa, ofereço esta Oração de Comunhão Espiritual, do Bispo Santo Afonso de Maria Ligório (séc. XVIII):

“Meu Jesus, eu creio que estais presente no Santíssimo Sacramento. Amo-Vos sobre todas as coisas e minha alma suspira por Vós. Mas como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, ao meu coração.

Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me convosco inteiramente. Ah! Não permitais que torne a separar-me de Vós! Ó, sumo bem e doce amor meu, vulnerai e inflamai o meu coração, a fim de que esteja abrasado em Vosso amor para sempre. Amém”.

Continuemos juntos na oração, renovando no Senhor nossa confiança:

“Provai e vede como o Senhor é bom, feliz de quem n’Ele encontra o seu refugio” (Sl 34,8).


PS: Postado em abril de 2020

Oração para a Comunhão Espiritual (2)

                                   

                     Oração para a Comunhão Espiritual

“Aos Vossos pés, ó meu Jesus, me prostro e Vos ofereço o arrependimento do meu coração contrito que mergulha no Vosso e na Vossa santa presença. Eu Vos adoro no Sacramento do Vosso amor, desejo receber-Vos na pobre morada que meu coração Vos oferece.

À espera da felicidade da comunhão sacramental, quero possuir-Vos em Espírito. Vinde a mim, ó meu Jesus, que eu venha a Vós. Que o Vosso amor possa inflamar todo o meu ser, para a vida e para a morte. Creio em Vós, espero em Vós. Eu vos amo. Assim seja”. (1)


(1) Cardeal Rafael Merry del Val

Exemplos que nos inspiram

 


Exemplos que nos inspiram

A última parte do Livro do Eclesiástico é dedicada ao elogio dos antigos patriarcas, que constituem nobre exemplo para as futuras gerações.

Enriquecedor o comentário do Missal Cotidiano sobre a passagem do Livro do Eclesiástico (Eclo 44,1.9-13), que nos fala destes exemplos de piedade e retidão, cujas boas obras não foram esquecidas e a posteridade herdou suas virtudes:

“Este elogio dos homens que foram grandes com Deus será retomado na Epístola aos Hebreus (c.11) e permanece na memória que a Igreja faz dos mártires e Santos, que construíram sua história, a história mais profunda e verdadeira, a do homem com Deus.

‘Em seu dia natalício a Igreja proclama o mistério pascal realizado nos Santos que sofreram com Cristo e com Ele são glorificados, e propõe aos fiéis o seu exemplo, que atrai a todos ao Pai por meio de Cristo’ (SC 104).

A luta pela oração, pela vitória sobre si mesmos, por uma ardente bondade, por um amor puro, pela fidelidade conjugal, pela virgindade, paz e a paciência é a vitória da Igreja.

Também da história de nossa vida, o que em verdade permanecerá, será a história de nosso amor com relação a Deus e aos irmãos” (1).

Reflitamos:

- Na Sagrada Escritura, quem inspira minhas ações, meus passos e decisões?

- Quais sãos os santos e santas na história da Igreja que me inspiram a imitar suas virtudes, na fidelidade a Jesus Cristo, como discípulo missionário d’Ele, o Caminho, a Verdade e a Vida?

- Quem são aqueles/as que já na glória de Deus, também me inspiram no meu dia a dia?

- Qual a história de amor a Deus e aos irmãos e irmãs eu tenho escrito?

“Pai Nosso que estais nos céus...”

 

(1) Missal Cotidiano – Editora Paulus – pp.835-836

Templo: lugar sagrado do encontro com Deus

                                                       

Templo: lugar sagrado do encontro com Deus

Uma breve reflexão sobre a passagem do Livro do Eclesiástico (Eclo 50, 5-10):

“Como era glorioso ao fazer a volta do santuário, ao sair da casa do Véu! Era como a estrela da manhã no meio da nuvem, como a lua cheia nos dias de festa; como o sol resplandecendo sobre o santuário do Altíssimo, como o arco-íris brilhando entre as nuvens de glória; como a flor das roseiras em dias de primavera, como o lírio junto às fontes das águas, como a vegetação do Líbano em dias de verão. Era como o fogo e o incenso no turíbulo, como um vaso de ouro maciço, ornado de toda espécie de pedras preciosas; como a oliveira carregada de frutos, como o cipreste, que se eleva até às nuvens”. 

Notamos dez comparações, que Simão de Onias, sumo sacerdote, faz sobre à Casa do Senhor, que restaurara (Eclo 50,1):

1.   como a estrela da manhã no meio da nuvem;
2.   como a lua cheia nos dias de festa;
3.   como o sol resplandecendo sobre o santuário do Altíssimo;
4.   como o arco-íris brilhando entre as nuvens de glória;
5.   como a flor das roseiras em dias de primavera, como o lírio junto às fontes das águas;
6.   como a vegetação do Líbano em dias de verão;
7.   como o fogo e o incenso no turíbulo;
8.   como um vaso de ouro maciço, ornado de toda a espécie de pedras preciosas;
9.   como a oliveira carregada de frutos;
0. como o cipreste, que se eleva até às nuvens. 

Ainda que humildes e simples sejam nossas Igrejas, cuidemos e agradeçamos pelas mesmas, pois é graça de Deus, lugar sagrado do encontro para a Celebração dos Sacramentos, do fortalecimento de nossa espiritualidade, sobretudo na Celebração da Eucaristia.

Glorifiquemos a Deus por nossas Igrejas, edificadas com tanto esforço e generosa colaboração de muitos. Cada Igreja tem sua história, pessoas que contribuíram e continuam contribuindo para sua manutenção, quer entre nós, quer conosco na comunhão dos santos.

Da mesma forma que cuidamos de nossas igrejas (templos), urge que  tenhamos mesmo amor e cuidado de cada pessoa, como templo sagrado de Deus, no qual Ele quis fazer Sua morada. Deste modo, urge, também, o fortalecimento de nossas Pastorais, no cuidado da vida, desde a concepção até o seu declínio natural.

Humildade e Sabedoria Divina

Humildade e Sabedoria Divina

Uma breve reflexão à luz da passagem do Livro do Eclesiástico (Eclo 3,19-21.30-31).

O autor sagrado nos apresenta a atitude de humildade como exigência fundamental, para que sejamos agradáveis a Deus e, ao mesmo tempo, para termos êxito e sermos felizes.

Deste modo, nos colocaremos, por amor e alegremente, a serviço do outro, sobretudo daqueles que  mais precisam (os fragilizados, os marginalizados, os empobrecidos).

O aprofundamento sobre a sabedoria divina e a sua vivência, é certeza do viver bem e feliz, pois esta somente pode ser saboreada por quem viver a humildade, ou seja, quem assumir com simplicidade o próprio lugar, pondo a render os talentos, sem jamais humilhar o outro com uma eventual superioridade, mas colocando os próprios dons a serviço de todos, com simplicidade e amor.

Bem diferente é o soberbo, que permite crescer nas entranhas de seu coração a árvore da maldade, com suas raízes tão profundas.

A vida cristã será sempre o desafio de não sermos soberbos, mas humildes servidores, não pelo nosso mérito, mas pela graça de Deus, porque tudo é dom de Deus.

E a humildade necessária, requer de cada um de nós, discípulos missionários, vigilância, oração e conversão constante.

Se assim o fizermos, seremos cumulados de sabedoria divina e faremos os outros felizes, edificando a nossa própria felicidade.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG