terça-feira, 4 de junho de 2024
“Não existem duas esperanças”
segunda-feira, 3 de junho de 2024
Quaresma: cuidemos melhor da vinha do Senhor
Quaresma: cuidemos melhor da vinha do Senhor
Na Liturgia da segunda Sexta-feira da Quaresma, ouvimos a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 21,33-43.45-46), e refletimos sobre a Vinha, que é a imagem do Povo de Deus, e dos frutos que devemos produzir: amor, paz, justiça, bondade e misericórdia.
O Senhor espera encontrar frutos abundantes em nossa vida, porque muito nos foi dado. Mas, como batizados, se não produzirmos os frutos por Deus esperados, frustrando Sua esperança, Ele tirará de nós a Vinha e a confiará a outros. Grande é, portanto, a nossa responsabilidade.
Muito antes, o Profeta Isaías, que exerceu o seu ministério em Jerusalém por um longo período, nos remete à reflexão sobre a Vinha.
Após uma fase mais tranquila, deparou-se com uma realidade marcada pela exploração dos empobrecidos, contrastando com o fausto cultural, incoerente e mentiroso, porque não era resultado de verdadeira adesão a Javé e Seu projeto de vida plena para todos.
Falando do Povo como Vinha, o Profeta (Is 5,1-7) a compara à esposa que deixou de ser fiel e se converteu numa prostituta (Is 1,21-26). É preciso superar a infidelidade à Aliança voltando-se para Deus.
Ele se apropria da imagem da Vinha como que de uma “cantiga de amor”, como recurso para a transmissão da mensagem que Deus lhe confiou, a fim de que resgate o povo a que pertence, em total e incondicional fidelidade ao Pai que não se cansa de amar, perdoar e libertar Seu povo. É próprio do Amor de Deus não se cansar e não desistir da nossa salvação.
O Profeta/Poeta brinca com as sonoridades e com o ritmo, em alternância de sons doces de canções de amor e a aspereza das canções de trabalho. Mas num momento ápice o cântico se transforma em queixa e grito pela justiça, numa interpelação direta de seus interlocutores para que cessem os gritos de horror que procedem dos empobrecidos que são como os frutos selvagens de que fala o Profeta/Poeta.
Estes frutos são as injustiças, arbitrariedades, violência e sangue dos inocentes e, consequentemente, a não defesa do direito dos pobres. Deste modo, a imagem da vinha e seus frutos amargos é a mais perfeita expressão da imagem do povo infiel a Deus, que multiplica o número dos sofredores. De outro lado, o Profeta é incansável em proclamar o amor de Deus que nos ama para nos transformar, de modo que, transformados por Seu amor, amemos nosso próximo.
Reflitamos:
- De que modo correspondemos ao amor de Deus?
- Produzimos frutos de tolerância, misericórdia, bondade e compreensão?
- Nossas Missas e Celebrações têm nos levado a inadiáveis compromissos com a vida dos mais necessitados?
- Quais são as implicações concretas de nossos cultos e louvores?
Voltando à passagem do Evangelho, que nos apresenta como cenário Jerusalém, temos a presença dos opositores de Jesus que O levarão à prisão, julgamento, condenação e morte. Jesus está plenamente consciente do destino que lhe está reservado.
Jesus enfrenta os dirigentes de Seu tempo (aqueles que detêm os poderes políticos, religiosos, econômicos e ideológicos); sabe que será condenado implacavelmente, porque não acolherão a Boa-Nova do Reino que veio inaugurar.
A Parábola contada por Jesus é riquíssima em simbolismos:
- A Vinha é Israel, o Povo de Deus;
- O Dono da Vinha é o próprio Deus;
- Os vinhateiros homicidas são os líderes religiosos;
- Os servos assassinados são os Profetas que Deus havia enviado;
- O Filho assassinado é o próprio Jesus.
Com a Parábola, Jesus insiste na necessidade de se produzir os frutos do Reino, vivendo na radicalidade à Sua proposta.
Reflitamos:
- Qual é o nosso compromisso com o Reino?
- Quais os frutos que estamos produzindo na nossa vida, dentro e fora da Igreja com o nosso agir?
- Como temos assumido a missão de trabalhar na Vinha do Senhor?
- É muito simples condenar os vinhateiros homicidas, mas o que fazemos com o Mandamento da Lei de Deus, que se resume no amor a Deus e ao próximo?
- Escutamos os mensageiros que nos foram enviados por Deus?
- O que precisa ser transformado em nossa vida, para que produzamos frutos mais saborosos e abundantes possamos multiplicar?
Trilhando o itinerário quaresmal, reflitamos sobre a nossa missão; revendo o quanto é decisivo e fundamental o trabalho na Vinha do Senhor.
Ao chamar os Seus para que O seguisse, Jesus lhes dá uma missão precisa: anunciar o Evangelho do Reino a todas as nações (cf. Mt 28, 19; Lc 24, 46-48). Por isso, todo discípulo é missionário, pois Jesus o faz partícipe de Sua missão, ao mesmo tempo em que o vincula como amigo e irmão.
Deste modo, “Cumprir essa missão não é tarefa opcional, mas parte integrante da identidade cristã, porque é a extensão testemunhal da Vocação mesma” (Aparecida, n.144).
Neste sentido, apropriadas são as palavras do Apóstolo Paulo: “Irmãos ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, honroso, tudo o que é virtude ou de qualquer modo mereça louvor; é o que deveis ter no pensamento” (Fl 4,8).
Eis a nossa Missão: como batizados, trabalhar com alegria, amor e fidelidade na Vinha do Senhor.
Oremos:
“Pai justo e misericordioso, que velas incessantemente
sobre a Vossa Igreja, não abandoneis a Vinha que à
Vossa direita plantou: continuai a cultivá-la e a
enriquecê-la de servos missionários escolhidos,
para que, enxertada em Cristo, verdadeira Videira,
produza frutos abundantes de Vida Eterna.
Amém”!
Família: um “oásis” no deserto da cidade!
Em poucas palavras...
Jamais a desventura de não aceitar o Senhor
“... há muitos modos de dizer ‘não a Deus’, e todos se voltam contra nós: recusar a luz é ficar na escuridão, recusar o calor é permanecer no frio, recusar o alegre anúncio é tristeza.
Contudo, luz, calor, alegre anúncio irão para os outros que os acolherão. Cristo é a ‘Salvação’: não aceitá-Lo é desventura.” (1)
(1) Comentário do Missal Cotidiano, sobre a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 12,1-12) –
Editora Paulus – pág. 846
O Cristo do Evangelho que procuramos, encontramos?
A alegria de servir na vinha do Senhor
domingo, 2 de junho de 2024
Apóstolo Paulo, modelo de servidor do Evangelho (IXDTCB)
Apóstolo
Paulo, modelo de servidor do Evangelho Na passagem da Segunda Carta de Paulo aos
Coríntios (2 Cor 4,6-11), encontramos
o modelo de evangelizador que devemos ser, a partir do exemplo de ardor apostólico de São Paulo. O Apóstolo, por sua vida, foi um
prolongamento da vida de Cristo, apesar das fragilidades próprias, de modo que
a mensagem evangélica não fica comprometida mesmo com nossas fragilidades. Com o Apóstolo, aprendemos que o
evangelizador é portador de um tesouro precioso e a obra evangelizadora é obra
do poder de Deus. A grande mensagem da passagem está nas frases de abertura e de
conclusão, que servem de moldura a esta descrição autobiográfica de Paulo: ele
não se anuncia a si mesmo (v. 5), mas anuncia “a glória de Deus, que se reflete
no rosto de Cristo” (v. 6), e que Deus, autor da luz na criação do mundo, fez
brilhar como luz no seu coração:
"O
objetivo de Paulo é demonstrar que Cristo está vivo no seu ministério
apostólico, mesmo a partir da fragilidade que se manifesta na forma como é
perseguido e entregue à morte em nome de Cristo (v. 11).” (1) Como vemos, o Apóstolo Paulo é um modelo de
servidor do Evangelho para todos os que, na Igreja, se posicionam ao serviço
humilde do Povo de Deus: “Dele
aprendemos que a grande característica do apostolado, mais que as ações
pastorais inovadoras ou não, é a relação com Cristo, a ponto de trazer na
própria vida as marcas dessa união, seja nas tribulações que se sofre por causa
de Cristo e do Evangelho, seja porque se incarna na própria vida aquilo que se
ensina”. (2) Com Paulo, aprendemos que “...a vida do evangelizador deve
conformar-se cada vez mais à vida de Cristo a ponto de se tornar um espelho de
Cristo, um livro aberto do Evangelho, onde se pode ler os sinais da vida
oferecida de Jesus. Só uma grande intimidade com Jesus Cristo, como a que teve
Paulo, poderá dar-nos a possibilidade de sermos pessoas identificadas com o
Evangelho que anunciamos”. (3) Deste modo, a grande característica do
apostolado, mais que as ações pastorais inovadoras ou não, é a relação com
Cristo, a ponto de trazer na própria vida as marcas dessa união, seja nas
tribulações que se sofre por causa de Cristo e do Evangelho, seja porque se
encarna na própria vida aquilo que se ensina. Com Paulo, aprendemos
que a vida do evangelizador deve conformar-se cada vez mais à
vida de Cristo a ponto de se tornar um espelho de Cristo, um livro aberto do
Evangelho, onde se pode ler os sinais da vida oferecida de Jesus. Neste sentido, é
preciso fortalecer nossa intimidade com Jesus Cristo, assim como fez o
Apóstolo, e assim teremos a possibilidade de sermos pessoas identificadas com o
Evangelho que anunciamos e haveremos de testemunhar com palavras e obras. Urge que aprendamos com Paulo a evangelizar,
empenhando-nos em viver a nossa missão com a mesma dedicação e coragem,
assistidos pelo mesmo Espírito que o conduziu em sua missão, e com ele, também,
possamos dizer – “ai de mim se eu
não evangelizar” (1 Cor 9,16). PS: Citações extraídas de www.Dehonianos.org/portal