sexta-feira, 5 de abril de 2024

Fidelidade aos Mandamentos, garantia de felicidade



Fidelidade aos Mandamentos, garantia de felicidade

Vejamos quão atuais e iluminadoras, as palavras de Madre Basilea (1904-2001):

"Nós homens, acreditávamos poder desprezar, superar todas as regras de Deus em qualquer campo, criar nossa vida com livre decisão, exatamente segundo nosso modo de pensar. Mas Deus segura o homem pelo punho… Se violarmos os Seus Mandamentos, interrompemos o fio de nossa vida, destruímos nossa felicidade". (1)

De fato, a violação dos Mandamentos divinos tem consequências sempre negativas para a humanidade, como que numa interrupção do fio de nossa vida, e com isto a destruição da própria felicidade.

As consequências tornam-se visíveis: contaminação, focos de infecção, desequilíbrio biológico, degradação, poluição ambiental, poluição sonora, e inúmeras outras situações:

“Os brados de alarme chamam nossa atenção para a ruptura de equilíbrio do planeta, em todos os níveis. Até nos níveis mais profundos do homem e da sociedade É uma presença de Deus ‘em negativo’”. (2)

Neste sentido, ressoem as palavras do Papa Francisco na “Encíclica Laudato Si”, e a necessária Ecologia integral, preservando o meio ambiente, o planeta e a própria humanidade.

Urge uma conversão profunda de todos nós, na relação com o Planeta em que vivemos. Por isto, é providencialíssima a retomada das conclusões do Sínodo Pan-Amazônico,  para que revisemos nossas posturas e atitudes, afim de que sejam garantidas a vida, não somente da Amazônia, mas de todos nós, de todos os povos, de toda a humanidade.

Supliquemos a assistência e luzes do Espírito Santo por toda a Igreja e por todas as pessoas de boa vontade, por uma cultura de vida e de paz.

(1) (2) Missal Cotidiano – Editora Paulus – pp.1377-1378

A proximidade com o Senhor me faz luminoso

A proximidade com o Senhor me faz luminoso
       
Senhor Jesus, suave é a Vossa luz, extremamente boa, para nossos olhos, penetrantes, iluminai os mais sombrios caminhos que tenhamos que trilhar, até que possamos alcançar a luminosidade eterna, a plenitude de luz, em que, com Vossa Morte e Ressurreição, chegastes e um lugar nos prometestes.

É como contemplar um sol esplêndido, porque sem a luz o mundo não teria beleza, a vida não seria vida.

Com Moisés, também dizemos: E Deus viu a luz e declarou-a boa, e nós temos a graça de Vos contemplar, a verdadeira e eterna luz que ilumina a todo homem que vem a este mundo, o Redentor do  mundo, que, feito homem, quisestes  assumir ao máximo a nossa  condição humana.

Vós, que sois a luz do mundo, nos dissestes – “Quem me segue não caminha nas trevas, mas terá a luz da vida” e ainda “Este é o juízo: a luz veio ao mundo” (Jo 8,12).

Vós, que viestes para conviver com nossa pequenez e fragilidade, que não distanciastes de nossa enfermidade, que restituístes a vista aos cegos, fizestes os coxos andarem, os surdos ouvirem, limpastes os leprosos, aos mortos devolvestes a vida.

É um deleite vê-Lo com olhos espirituais e contemplar demoradamente Vossa simples e divina beleza.

Como também, pela união e comunicação convosco, tornar-se luminoso, ter o espírito banhado de doçura e revestido de santidade, adquirir o entendimento e vibrar de uma alegria divina todos os dias.

Exultemos diante de Vossa presença, que nos revela a face do Pai de Misericórdia, ternura e bondade.

Exultemos, com todos os justos, no Senhor; e, com os que trilham os retos caminhos, somemos nossos cantos e louvores para que subam mais fortes a Vós, que mereceis toda a honra, glória, poder e louvor! Amém!



PS: Livre Adaptação - Do Comentário sobre o Eclesiastes, do Bispo São Gregório de Agrigento, (Séc. VI). 

Cuidemos do jardim de nossa alma!

                                                            

Cuidemos do jardim de nossa alma!

Músicas boas nos devolvem a esperança de que a mediocridade não fez submergir o que de melhor Deus tenha em cada um de nós colocado, que plantado com raízes profundas no coração, e que em conexão com a mente, com a reflexão, fazem multiplicar salutares pensamentos e compromissos com um novo e belo amanhecer.

"Meu jardim" me faz acreditar que a primavera é possível: quer na alma ou no sombrio cinza da cidade, ora manchado pelos sinais de vidas ceifadas precocemente; um jardim a ser plantado e reconstruído, quando vemos cidades em cacos, destruídas por atentados absurdos, e em meio aos destroços, a contagem dos corpos mortos.

Agora, façamos um mergulho dentro de nós mesmo, e com a ajuda do poeta Vander Lee, vejamos de que modo podemos preparar a primavera de nossa alma.

“Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim"

Refletindo...

Na primavera, as flores trarão beleza ao nosso olhar. Algumas plantadas e cuidadas, e outras generosamente florescerão como um processo imperceptível da natureza; um presente de Deus, que não cessa Sua obra criadora para sempre nos dar o mais belo e o melhor.

É tempo de prepararmos uma nova primavera para nossas famílias, para as pessoas com quem convivemos no dia a dia. 

Nova e florida primavera para nossa cidade, como espaço da circulação, do encontro, da proximidade promovida, rompendo muros do isolamento; da superação do anonimato, para que nos chamemos pelo nome ou ao menos nos vejamos não com os olhos do medo e da desconfiança. Já não há por que ver no outro um inimigo e ameaça em potencial, pois a flor da humanidade florescerá nos corações.

Que a primavera de Deus também aconteça nas comunidades que se reúnem em nome do Senhor, com esforços contínuos de conversão e perdão; regadas silenciosamente pelas gotas fecundas da oração.

Que floresçam finas flores da esperança,
Exalando odores de alegria,
De modo que a vida ganhe matizes diversificados,
Na multiplicidade das cores,
Beleza dos odores exalados
Por todos deliciosamente sentidos.
Cuidemos de nossos jardins!

Novos horizontes

                                                           

Novos horizontes

 “... continuai firmes no Senhor,
ó meus queridos” (Fl 4,1)

Recebi a graça de ocupar este espaço para partilhar a missão, a mim confiada pela Igreja, como Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte – MG, em abril de 2017.

A Palavra de Deus, que é sempre uma Boa-Nova, expressa a minha relação com a Diocese de Guarulhos, neste novo momento de graça que estou vivendo, do mesmo modo que marcou e iluminou minha vida quando fui enviado em missão à Diocese de Ji-Paraná – RO, onde permaneci por três anos: “Portanto, meus queridos irmãos, dos quais sinto tanta saudade, minha alegria e minha coroa, continuai firmes no Senhor, ó meus queridos” (Fl 4,1).

Entretanto, apesar da saudade, a vida segue... E ancorado no lema da minha ordenação episcopal: “Para mim o viver é Cristo” (Fl 1,21), no dia 08 de abril, na Paróquia São Gonçalo – Contagem – MG, com a presença do Arcebispo, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, dos Bispos Auxiliares, de um grande número de Presbíteros, Religiosos e Religiosas, Seminaristas, e o Povo de Deus, teve início o meu Ministério, propriamente dito.

Belo Horizonte, bem como a Cidade de Guarulhos, nos apresenta grandes desafios, em que somos chamados a lançar redes em águas mais profundas, proclamando a Palavra, insistindo oportuna e inoportunamente, convencendo, repreendendo e exortando, com toda a paciência e preocupação de ensinar (2 Tm 4,2).

A Arquidiocese, que tem em torno de cinco milhões de habitantes, está dividida em 37 Foranias, com 270 Paróquias e, aproximadamente, 1400 comunidades, atendidas por 700 padres (diocesanos e religiosos), que são auxiliados pela expressiva presença de Congregações Religiosas, masculinas e femininas.

Devido à dimensão, a Arquidiocese está dividida em quatro Regiões Episcopais, confiadas, cada uma, a um Bispo Auxiliar, sendo a minha, a RENSA - Região Episcopal Nossa Senhora Aparecida.

Na RENSA, tínhasmos 69 Paróquias, 464 comunidades e 112 padres. Como tantas outras realidades, precisamos de mais santas vocações sacerdotais e religiosas, para melhor acompanhar o rebanho, pois a messe é grande e poucos são os operários.

E é nesta realidade que estou aprendendo a ser Bispo, procurando conduzir o rebanho com carinho e zelo de pastor, empenhado em ser presença amiga e paterna junto aos padres, como tão bem nos exorta o Papa Francisco.

Ressalto, de modo especial, a receptividade do Povo de Deus desta Igreja particular de Belo Horizonte, que me acolhe carinhosamente. Com ele, celebramos a Semana Santa, vivenciando momentos fortes de espiritualidade, como o Sermão do Encontro e do Descendimento do Senhor da Cruz, além de Procissões e Vias-Sacras, Celebração Penitencial com os padres, no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, a Missa da Unidade, na manhã da Quinta-feira Santa, com a Bênção dos Santos óleos e a renovação das promessas pelos Presbíteros. Desta celebração, aproximadamente 15 mil pessoas participaram, no Ginásio Mineirinho. Uma emoção indescritível!

Concluindo, asseguro minhas orações à Diocese de Guarulhos, e peço que não deixem de rezar por mim, para que eu cumpra o tríplice múnus de santificar, ensinar e governar o Povo de Deus.

Vivendo a alegria da Páscoa do Senhor, coloquemo-nos sob o amparo maternal de Maria, que nos acompanha em todos os momentos, ela que é Padroeira da Diocese de Guarulhos e da Arquidiocese de Belo Horizonte: Imaculada Conceição e Nossa Senhora da Boa Viagem, respectivamente.


PS: Publicado no jornal “Folha Diocesana” – Guarulhos – Edição nº243.

Centralizemos nossa fé em Cristo Ressuscitado

 


Centralizemos nossa fé em Cristo Ressuscitado
 
Reflexão à luz da passagem da Carta de Paulo aos Romanos (Rm 5,12-15), o Apóstolo Paulo nos convida a refletir sobre a nossa condição humana. 

Em nossa vida, temos que decidir: viver no egoísmo e autossuficiência que gera a morte ou pôr-se, decidida e corajosamente, numa caminhada de fidelidade ao Projeto de Deus que gera vida nova.
 
Como discípulos missionários, cremos que a Salvação vem pela fé em Jesus Cristo e se destina a todos, indistintamente.
 
Porém, somente a fidelidade a Jesus é garantia de vida nova e plena; um dom, uma doação por amor à causa do Reino de Deus.
 
Urge, portanto, centralizar e enraizar a nossa fé em Cristo Ressuscitado, e em Sua Palavra, nutridos pelo Pão da Eucaristia, Pão da imortalidade, partícipes da Igreja, em comunhão com os irmãos e irmãs, empenhados na missão evangelizadora.
 

Com o Ressuscitado, vencemos o medo

 


Com o Ressuscitado, vencemos o medo
 
“Não tenhais medo daqueles que matam o corpo,
mas não podem matar a alma!”
 
Reflitamos sobre a solicitude e o amor de Deus, para com aqueles que Ele chama e envia em missão, uma vez que a perseguição estará sempre presente no horizonte dos discípulos de Jesus.
 
À luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 10,26-33), o tema da inevitabilidade da perseguição na vida dos discípulos é explícito, assim como vimos na primeira Leitura.
 
O Evangelista exorta à superação do desânimo e frustração decorrentes das perseguições.
 
Apresenta como que um “manual do missionário cristão”, que consiste no “discurso da missão” – “Para mostrar que a atividade missionária é um imperativo da vida cristã. Mateus apresenta a missão dos discípulos como a continuação da obra libertadora de Jesus.
 
Define também os conteúdos do anúncio e as atitudes fundamentais que os missionários devem assumir, enquanto testemunhas do Reino” (1)
 
Três vezes aparece a expressão “Não temais”, assegurando a presença, ajuda e proteção divina para superação do medo que impeça a proclamação da Boa Nova; o medo da morte física; e neste medo se pode experimentar a solicitude de Deus, um cuidado que desconhece limites.
 
A mensagem é que a vida em plenitude é para quem enfrentar o medo, na fidelidade, até o fim. O medo não pode nos deixar acomodados.
 
A ternura, a bondade e a solicitude divina são imprescindíveis, pois fortalecem na missão. É preciso se entregar confiadamente nas mãos de Deus:
 
“Jesus encoraja os Seus discípulos a alargar o horizonte da vida e a avaliar os riscos vividos por Sua causa, no contexto mais amplo da vida com Deus, da vida eterna.
 
O cristão é chamado a viver na confiança de que o Pai não o abandona nas mãos dos perseguidores (v.28), que a sua vida, a sua salvação custou o Sangue do Filho e tem por isso, aos Seus olhos, um valor imenso (vv. 29-31).
 
A fidelidade e a confiança no Senhor serão recompensadas por aquele ‘reconhecimento’ que já se manifestou na Ressurreição de Cristo” (2).
 
No testemunho da fé, é possível a perseguição, portanto é necessária a confiança. Anunciar e testemunhar a Boa Nova é não deixar que o medo nos paralise, pois o medo nos impede de ser autênticos discípulos missionários:
 
“O cristão não é chamado a procurar o martírio como prova da sua fé, mas a viver constantemente a vida com os olhos fixos no Alto, isto é, a alargar aquele horizonte que hoje, mais do que nunca, tende a fechar-se no círculo dos benefícios desfrutáveis, aqui e agora.” (3)
 
Também nós precisamos ouvir a todo instante: – “Não tenhais medo”. É preciso que a Palavra de Jesus ressoe em nossos ouvidos e fique entranhada no mais profundo de nosso coração:
 
“Impressiona a história de tantos mártires cristãos, antigos e atuais, que escolheram o caminho da coerência e da fidelidade ao Senhor a custo da própria vida.
 
É com eles que nos encontramos na Comunhão dos Santos, vivida, sobretudo, na Celebração Eucarística; uma companhia que a comunidade dos crentes gosta de ter ao seu redor, mesmo com as pinturas, os afrescos, os mosaicos que adornam as nossas Igrejas (hoje reduzidas muitas vezes a belas obras que se admiram em igrejas-museu) expressões artísticas surgidas para tornar humanamente visível o que vivemos na fé.” (4)
 
Concluindo, apresentemos nas mãos de Deus nossa realidade humana, marcada pela fragilidade e necessitada de Sua força e intervenção.
 
Como cristãos, levantemos o olhar para a vida a que Cristo nos chama, ou seja, “viver a força de contestação profética que viveu Jeremias, que Jesus levou perante as autoridades judaicas e romanos e conduziu os Apóstolos ao martírio.
 
É na relação íntima e comunitária que vivemos com Deus, no desejo de sermos reconhecidos por Ele que se reforça a adesão a Cristo e ao Seu Evangelho, com a esperança libertadora de vivermos confiando no Pai.” (5)
 
Oremos:
 
“Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de Vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no Vosso amor. Por N. S. J. C. Amém.”
 
 
 
(1) www.Dehonianos.org/portal
(2) (3) (4) Lecionário Comentado p. 560.
(5) Idem p. 561.
 

Sejamos incansáveis na busca da coerência!


Sejamos incansáveis na busca da coerência!

Para que nossos corações pulsem de alegria,
trilhemos o caminho da coerência
entre o pensar, o falar e o agir,
colocando-nos, portanto, 
em busca da sintonia perfeita,
para que encontrada e vivida,
alcance-nos a felicidade 
e nos propicie 
o verdadeiro encontro com a ternura divina.
Vos suplicamos, Senhor: 
a perfeita sintonia nos dai hoje!

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG