segunda-feira, 1 de janeiro de 2024
Mensagem para o 46º Dia Mundial da Paz (Papa Bento XVI) (segunda parte) (2013)
Mensagem para o 46º Dia Mundial da Paz (Papa Bento XVI) (parte final) (2013)
Um novo ano com gestos de compaixão e solidariedade
Um novo ano com gestos de compaixão
e solidariedade
Iniciar um novo ano, urge que seja vivido “com menos eu e mais nós”, e isto é mais do que necessário, para que vençamos estes momentos tão difíceis marcados por isolamento social, enfermidades, dores da páscoa de amigos e parentes, na espera de dias mais promissores.
Entretanto, somente será possível se o amor verdadeiro for vivido por todos, em todos os lugares, como nos falou o Papa Francisco: “amor que rompe as cadeias que nos isolam e separam, lançando pontes; amor que nos permite construir uma grande família onde todos nos podemos sentir em casa (...) Amor que sabe de compaixão e dignidade” (Fratelli Tutti n.62).
Neste sentido, uma página do Evangelho a iluminar
nossos passos, é a parábola do bom samaritano (Lc 10,25-37). Precisamos nos
cuidar mutuamente, como o bom samaritano, com gestos de compaixão e
solidariedade, curando as feridas de tantos que se encontram “à beira do
caminho”, sem vontade de viver e caminhar.
Abramos nosso coração ao outro, e que nossas mãos toquem suas feridas com o bálsamo da atenção, e o enfaixemos com as faixas da ternura e da coragem.
Feliz
ano Novo!
“Sejamos contemplativos na ação”
Ela está gritando
O que se pode esperar?
O que se pode esperar?
Tudo o que eu quero é uma página em branco, para expressar o que
sinto ao começar este ano, considerando tudo o que aconteceu no ano que passou,
e que marcou para sempre a história da humanidade.
Como tudo de repente caiu, desmoronou e a um pesadelo
prolongado, fomos submetidos, e por uma nuvem sombria, fomos todos envolvidos,
independentemente de qualquer condição.
Olhando para o novo ano, o que dele se pode esperar, para que
possamos sóbrios e sadios viver, escrevendo novas linhas de nossa história?
Esperar e contribuir, para que logo tenhamos a vacina tão
esperada, e não apenas para poucos, mas para todos, sem resquícios de
desigualdade de acesso devido à condição social.
Jamais compactuar com discursos negacionistas em relação à
ciência, ou quaisquer posturas que roubem a dignidade e a beleza da vida, para que
lágrimas sejam enxugadas, dor, pranto e luto evitados.
Coragem de rever necessárias atitudes, para superação de
posturas individualistas, consumistas, e jamais compactuar ou promover a insana
globalização da indiferença.
Cultivar a cultura do cuidado de si, do outro e da Casa Comum,
como caminho para a verdadeira paz, como tão bem expressou o Papa Francisco em
sua mensagem recente para o Dia Mundial da Paz.
Oferecer nossa quota de sacrifício e renúncia, para que não
coloquemos a vida de ninguém em risco, na paciência e espera de que possamos
logo celebrar a alegria do encontro e do abraço.
Perseveremos no alegre discipulado missionário, em tempos
sombrios ou de luz, de lágrimas pela derrota ou vitória, com a confiança
inabalável n’Aquele que nos fortalece (Fl 4,13)
Esperamos um ano de aprendizados e sua prática, com o vislumbrar
do novo horizonte do inédito que, mais do que desejado, por todos assumido.
Aprendizado do silêncio orante, a fim de que sejamos meditativos
e contemplativos diante do Mistério da Vida e da Morte, configurados ao Cristo
Bom Pastor, que nos conduz e nos concede vida plena e feliz (Jo 10,10).
Abrir-se
à ação do Deus Uno e Trino, a fim de que nos conceda o colírio da fé, para que
jamais percamos a divina esperança, e nada impeça a ação dos que acreditam na
virtude da caridade, pois ela jamais passará (1Cor 13,1-13). Amém.
PS: Reflexão escrita em 2021, com o intuito de incentivar a adesão de todos à campanha de imunização contra a Covid-19, que em breve deverá ser iniciada em nosso País.
Não deixemos que falsas informações nos levem a prescindir à cura do nosso corpo, lembrando que é nosso dever, como cristãos, cuidarmos uns dos outros, e a vacina nos propicia como uma das possiblidades.
domingo, 31 de dezembro de 2023
Das sombras à luz
Das sombras à luz
Em tempo de recolhimento, subi à montanha para rever o que aconteceu neste ano que vai findando com páginas memoráveis agradáveis e outras nem tanto, mas que não podem ser negadas ou olvidadas. De fato um ano extremamente difícil, mas também tivemos bons momentos.
Vi os primeiros dois meses em sua “aparente normalidade”, com viagens, encontros, abraços, consumos, aglomerações, engavetamentos, cansaços, encontros e desencontros, olhos que não se cruzavam, recolhimento e silêncio exilados do quotidiano e muito mais...
No terceiro mês, uma “tempestade”, e demo-nos conta que estávamos no mesmo barco em travessia com seus ventos e tempestades, e mal sabíamos, ou não queríamos tomar conhecimento, do que haveria de vir.
Recolhimento, isolamento social, os fechamentos de igrejas, lojas, shoppings, escolas, universidades, cinemas, teatros, estádios e tantos outros espaços por onde a vida fluía num frenético movimento, mas de repente, tudo vazio, ruas e praças nuas, e como uma névoa, o silêncio foi nos cobrindo trazendo o medo, o cuidado, e a oração se fez mais do que necessária, para a presença d’Ele sentirmos – “Tende confiança, sou Eu. Não tenhais medo!” (Mt 14,27).
Às nossas vestes incorporamos as máscaras, quando a pandemia nos desnudou, também depondo nossas máscaras, revelando nossa arrogância e posturas de onipotência, e o álcool gel para nos purificar e nos proteger do invisível que nos roubou tantas vidas que já não mais visíveis entre nós.
Um grito de alerta foi dado em todos os cantos: precisamos de nos purificar de tantos vírus que ceifam vidas de tantos e tantas, e como que não dávamos ouvidos e atenção.
A cada dia uma batalha, e a cada dia uma vitória, e assim se foram os meses deste ano.
Redescobrimos o valor da família, sobretudo como espaço do encontro, do relacionamento, formação bem como do semear e cultivar de sementes de humanidade e fraternidade.
Família, uma pequena Igreja Doméstica, espaço para o encontro com o Divino, em Missas, Encontros e formações virtuais que nos foram e ainda nos são indispensáveis para o revigoramento e não naufragarmos nesta prolongada quarentena, em mar revoltoso, sem a perda da esperança, pois esperançar é mais do que preciso.
Últimos dias do ano inesquecível temos pela frente, para avaliações e revisão dos rumos, pois ainda persiste o que há muito deveria ser página de um pretérito consumado: fome, feminicídios, xenofobias, preconceitos raciais ou de qualquer outra forma, violência e delírios de onipotência que somente a nós criaturas humanas somos acometidos.
Que o Ano Novo brilhe para todos nós. Sem pandemias, sem pesadelos, mortes somadas e acumuladas em terríveis dados estatísticos, com a vacina para nos livrar de um vírus específico e as vacinas para outros tantos vírus de tantos outros nomes.
Isto é possível, pois O Verbo se fez Carne e entre nós veio habitar e conosco caminhar (cf. Jo 1,14), por amor incansável, e sem jamais desistir de nós, porque por meio d’Ele tudo foi criado, e por sua Morte e Ressurreição tudo reconciliado.
Supliquemos as luzes do Espírito em todos os instantes de nossa vida, na hora das pequenas ou grandes decisões, e assim algo novo há de surgir no horizonte da humanidade, afinal são as virtudes divinas que nos conduzem e nos movem: fé, esperança e caridade.
“Vinde Espírito Santo, e enchei o coração dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso amor...”
PS: Escrito em dezembro de 2020