sábado, 10 de maio de 2025

Mãe e luar

                                                              

Mãe e luar

Quando não vi a Lua nova, pensei em você, Mãe,
Pois ainda que não a veja, 
você está sempre cuidando de mim, 
preocupada com cada detalhe que me diga respeito, 
para que eu tenha o melhor e seja feliz.

Ainda que não a veja, está, com certeza, 
conectada, me acompanhando em pensamento e oração, 
para que nenhum mal me aconteça, onde quer que eu esteja.

Ainda que não a veja, porque muitas vezes 
é capaz de suportar o não ser percebida por mim, 
que progressos em todos os âmbitos eu faça, é o que mais deseja.

Quando vi a Lua “quarto crescente”, contemplei você, Mãe...
Pensei no momento em que fui concebido, 
e que embora ainda não me visse, 
sabia que minha vida já era sagrada, 
e assim haveria de ser, até um dia, no declínio natural.

Pensei que o desejo de toda Mãe, como uma lua crescente, 
é que seus filhos cresçam em tamanho, graça e sabedoria, 
num processo contínuo de amadurecimento.

Pensei em você, Mãe, que aos poucos me ajudou 
a crer na Luz do Sol Nascente, Jesus, 
que aos poucos fui conhecendo, 
e deste conhecimento e encontro, 
eterno e pleno apaixonamento.

Quando vi a lua cheia Lua cheia, também pensei em você, Mãe, e o meu coração bateu mais forte!
Bateu mais forte, porque assim a vejo, Mãe querida, 
Mãe educadora, Mãe reveladora da Luz Divina, 
Luz resplandecente em seu olhar, 
que me dá tanta segurança no caminho, ainda que escuro.

Bateu mais forte, Mãe, 
porque você é iluminada e iluminante, 
aberta à Luz do Santo Espírito, 
que um dia também a Igreja pediu 
para que eu O recebesse 
e também iluminado por Ele o fosse.

Bateu mais forte, porque não somente se preocupa 
em me apresentar a Luminosidade Divina, 
mas também em anunciar a Palavra, 
que é luz para o caminho de tantos que dela precisam 
e a Deus não conhecem.

Por fim, Mãe, vi a última fase da Lua: quarto – minguante, pensei em você e rezei...
Rezei pelas Mães que vão aos poucos as forças perdendo, 
como vela que foi se consumindo, 
mas os filhos, em todo tempo, na fé, conduziram; 
seus passos, nos passos da esperança firmaram, 
e a chama da caridade sempre acesa mantiveram.

Mães que aos poucos foram, silenciosamente, 
lavando suas vestes no Sangue do Cordeiro, 
no martírio silencioso do amor, 
em doação discreta e certa 
de que se o grão de trigo não morrer 
será apenas um grão, 
mas se morrer muitos frutos haverá de produzir.

Mães que assim viveram, 
passando tribulações momentâneas ou prolongadas, 
a cruz com fidelidade carregaram, 
porque, pela Palavra, a vida conduziram, 
e pela Santa Eucaristia, Pão de Eternidade, 
se nutriram, e hoje, na glória dos céus se encontram.

Mãe, impossível olhar a beleza da lua 
e não me lembrar de você, 
não me lembrar da beleza indispensável do Sol, 
o Sol dos sóis, Jesus, 
porque assim como a lua pelo sol é iluminada, 
pelo Sol Nascente também você sempre é. Amém.

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