Mãe e luar
Quando não vi a Lua nova, pensei em você, Mãe,
Pois ainda que não a veja,
você está sempre cuidando de mim,
preocupada com cada detalhe que me diga respeito,
para que eu tenha o melhor e seja feliz.
Ainda que não a veja, está, com certeza,
conectada, me acompanhando em pensamento e oração,
para que nenhum mal me aconteça, onde quer que eu esteja.
Ainda que não a veja, porque muitas vezes
é capaz de suportar o não ser percebida por mim,
que progressos em todos os âmbitos eu faça, é o que mais deseja.
Quando vi a Lua “quarto crescente”, contemplei você, Mãe...
Pensei no momento em que fui concebido,
e que embora ainda não me visse,
sabia que minha vida já era sagrada,
e assim haveria de ser, até um dia, no declínio natural.
Pensei que o desejo de toda Mãe, como uma lua crescente,
é que seus filhos cresçam em tamanho, graça e sabedoria,
num processo contínuo de amadurecimento.
Pensei em você, Mãe, que aos poucos me ajudou
a crer na Luz do Sol Nascente, Jesus,
que aos poucos fui conhecendo,
e deste conhecimento e encontro,
eterno e pleno apaixonamento.
Quando vi a lua cheia Lua cheia, também pensei em você, Mãe, e o meu coração bateu mais forte!
Bateu mais forte, porque assim a vejo, Mãe querida,
Mãe educadora, Mãe reveladora da Luz Divina,
Luz resplandecente em seu olhar,
que me dá tanta segurança no caminho, ainda que escuro.
Bateu mais forte, Mãe,
porque você é iluminada e iluminante,
aberta à Luz do Santo Espírito,
que um dia também a Igreja pediu
para que eu O recebesse
e também iluminado por Ele o fosse.
Bateu mais forte, porque não somente se preocupa
em me apresentar a Luminosidade Divina,
mas também em anunciar a Palavra,
que é luz para o caminho de tantos que dela precisam
e a Deus não conhecem.
Por fim, Mãe, vi a última fase da Lua: quarto – minguante, pensei em você e rezei...
Rezei pelas Mães que vão aos poucos as forças perdendo,
como vela que foi se consumindo,
mas os filhos, em todo tempo, na fé, conduziram;
seus passos, nos passos da esperança firmaram,
e a chama da caridade sempre acesa mantiveram.
Mães que aos poucos foram, silenciosamente,
lavando suas vestes no Sangue do Cordeiro,
no martírio silencioso do amor,
em doação discreta e certa
de que se o grão de trigo não morrer
será apenas um grão,
mas se morrer muitos frutos haverá de produzir.
Mães que assim viveram,
passando tribulações momentâneas ou prolongadas,
a cruz com fidelidade carregaram,
porque, pela Palavra, a vida conduziram,
e pela Santa Eucaristia, Pão de Eternidade,
se nutriram, e hoje, na glória dos céus se encontram.
Mãe, impossível olhar a beleza da lua
e não me lembrar de você,
não me lembrar da beleza indispensável do Sol,
o Sol dos sóis, Jesus,
porque assim como a lua pelo sol é iluminada,
pelo Sol Nascente também você sempre é. Amém.
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