CAPÍTULO
4 – A IGREJA EM MISSÃO
“Era
grande a alegria na cidade” (At 8,8)
No
Brasil, é impossível pensar de maneira uniforme a ação evangelizadora.
Comunidade
dos primeiros cristãos: modelo para nossa ação (At 2,42;8,4).
Elaborar
Planos de Pastoral (períodos mais curtos).
Constituir
comunidades cristãs maduras na fé: meta das dioceses, paróquias, CEBs,
comunidades novas, movimentos, associações e famílias.
4.1
– A Comunidade Casa
Formar
comunidades como Casa da Palavra, do Pão, da Caridade e da Ação Missionária.
Lugar
do encontro, da ternura e da solidariedade, das portas abertas para entrar e
sair (acolhimento ativo, que vai ao encontro dos que demandam socorro – DGAE
n.142).
Lugares
do encontro das comunidades eclesiais missionárias: residências, salões
comunitários, espaços nas igrejas, espaços públicos e até mesmo improvisados.
4.2
– Os Pilares da comunidade:
4.2.1
– Pilar da Palavra: iniciação à vida cristã e animação bíblica da vida e da
pastoral:
Encaminhamentos
práticos:
-
assumir o caminho de iniciação á vida cristã, de inspiração catecumenal;
-
revisar, a partir dos desafios do mundo urbano, o dinamismo das comunidades
eclesiais missionárias, possibilitando que o anúncio de Jesus Cristo transforme
pessoas, famílias, ambientes, instituições e estruturas sociais;
-
fortalecer a iniciação à vida cristã quantas vezes necessárias mesmo para quem
já recebeu os três sacramentos da iniciação cristã;
-
possibilitar experiência concretas da vida eclesial a partir da dimensão de
relacionamento fraterno;
-
incentivar iniciativas ecumênicas de encontros fraternos e de formação bíblica;
-
universalizar o acesso à Sagrada Escritura;
-
priorizar pequenas comunidades eclesiais ao redor da Bíblia;
-
assumir a Leitura Orante da Palavra como método por excelência (pessoal e
comunitário);
-
implantar centros de estudo sobre a Palavra de Deus em todas as realidades da
vida eclesial (suporte de cursos de teologia, seminários, faculdades e
universidades católicas);
-
utilizar o potencial das redes sociais (aplicativos) para que a Palavra alcance
todas as pessoas em todas as situações.
4.2.2
– Pilar do Pão: Liturgia e espiritualidade
Encaminhamentos
práticos:
-
valorizar o Domingo, o Dia do Senhor;
-
incentivar a criação da Pastoral Litúrgica;
-
valorização do Ministério da Celebração da Palavra de Deus (Ministros ou
Diáconos);
-
valorizar o canto litúrgico: cuidar da qualidade da música litúrgica;
-
cuidar do espaço sagrado e tudo que diz respeito ao belo como serviço à vida
espiritual;
-
promover uma liturgia essencial: que não sucumba aos estremos do subjetivismo
emotivo nem tampouco da frieza e da rigidez rubricista e ritualística,; mas que
leve ao mergulho no Mistério de Deus, sem deixar o chão concreta da história;
-
incentivar a piedade popular (fé simples e encarnada deve ser acolhida e
iluminada pela Palavra de Deus e por orientações da Igreja);
-
respeitar o ano litúrgico em suas especificidades (conteúdo e forma);
-
zelar pela qualidade da homilia;
-
reconhecer que o trabalho dos meios de comunicação social de inspiração
católica é um dom de Deus para a Igreja do Brasil (Missas);
4.2.3
– Pilar da Caridade: a serviço da vida
-
Fundamentação na Palavra de Deus e na Doutrina Social da Igreja;
-
defesa da vida desde a fecundação até o seu fim natural;
-
promover a solidariedade com os sofredores nas cidades (Bom Samaritano);
-
priorizar as ações com as famílias e com os jovens;
-
aguçar a atenção às inúmeras e novas formas de sofrimento e exclusão, nem
sempre acolhidas pela ação caritativa e sociotransformadora até então
desenvolvida;
-
ousar ainda mais e transformar o acolhimento e a fraternidade da vida de
comunidade, em apoio à resiliência e encontro de novos rumos para a vida;
-
integrar o contato com a Palavra de Deus levando à solidariedade com os que
sofrem, nos quais encontramos a presença do Senhor;
-
desenvolver grupos de apoio às vítimas da violência (de todas as formas);
-
encorajar o laicato a continuar o empenho apostólico inspirado na DSI, na
transformação da realidade, com engajamento consciente em todas as realidades
temporais: política partidária, pastorais sociais, mundo da educação, conselhos
de direitos, elaboração e acompanhamento de políticas públicas, o cuidado da
natureza e todo o planeta (nossa Casa Comum);
-
continuar apoiando a organização do conselho do laicato nos níveis nacional,
regional e local;
-
contribuir para o resgate do espaço público da cidade como ágora e foro: lugar
do encontro, convivência, deliberação e inclusão dos “não citadino” ou
“resíduos urbanos”, garantindo para todos o direito de ser cidade;
-
cuidado com a Casa Comum – implantar a Pastoral da Ecologia – novo modo de
estar e viver no mundo;
-
apoiar e incentivar as pastorais da mobilidade humana;
-
assumir a promoção da paz como prioridade;
-
ser voz dos que clamam por vida digna (Terra, Trabalho e Teto);
-
firmar e fortalecer as iniciativas de diálogo ecumênico e inter-religioso, a
partir da identidade cristã, para a defesa dos direitos humanos e promoção da
cultura da paz.
4.2.4
– Pilar da Ação Missionária: estado permanente de missão
A
missão é o paradigma de toda a ação eclesial.
O
cristão é convidado á comprometer-se missionariamente (diálogo, apresentação da
Palavra e oração) todos os dias.
-
investir em comunidades que se autocompreendam como missionárias, em estado
permanente de missão (novos lugares, novos horários, linguagem renovada e
pastoral adequada às novas demandas da população);
-
criação de observatórios ou organismos semelhantes para acompanhar de perto a
realidade urbana;
-
desenvolver projetos de visitar missionárias a áreas e ambientes mais
distanciados da vida da Igreja;
-
favorecer a missão e a comunhão pastoral entre as Igrejas das grandes
metrópoles brasileiras;
-
dinamizar ainda mais as ações ad gentes
com o intercâmbio além-fronteiras de discípulos e o revigoramento da
experiência das Igrejas-Irmãs;
-
investimento de tempo e energia e recursos com os jovens;
-
investir na presença nos Meios de Comunicação Social;
-
valorizar como espaços missionários os hospitais, escolas e universidades e o
mundo da cultura, das ciências, os presídios e outros lugares de detenção;
-
priorizar a pessoa como objetivo da ação missionária: a Cultura do Encontro;
-
implantar e aperfeiçoar os Conselhos Missionários (paroquiais, diocesanos e
regionais);
-
promover as Pontifícias Obras Missionárias;
-
acolher e concretizar as prioridade e projetos do Programa Missionário
Nacional;
-
olhar a Amazônia como um dom de Deus e responsabilidade de todos;
-
valorizar a dimensão mariana e outras formas de piedade popular na
evangelização e missionariedade da Igreja - “Maria foi a primeira missionária,
que animou os discípulos na comunidade primitiva, com sua presença, fé e
esperança”.
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