terça-feira, 2 de abril de 2024

DIRETRIZES 2019-2023 – DOCUMENTO 109 - Capítulo 4


CAPÍTULO 4 – A IGREJA EM MISSÃO

“Era grande a alegria na cidade” (At 8,8)

No Brasil, é impossível pensar de maneira uniforme a ação evangelizadora.

Comunidade dos primeiros cristãos: modelo para nossa ação (At 2,42;8,4).
Elaborar Planos de Pastoral (períodos mais curtos).
Constituir comunidades cristãs maduras na fé: meta das dioceses, paróquias, CEBs, comunidades novas, movimentos, associações e famílias.

4.1 – A Comunidade Casa
Formar comunidades como Casa da Palavra, do Pão, da Caridade e da Ação Missionária.
Lugar do encontro, da ternura e da solidariedade, das portas abertas para entrar e sair (acolhimento ativo, que vai ao encontro dos que demandam socorro – DGAE n.142).

Lugares do encontro das comunidades eclesiais missionárias: residências, salões comunitários, espaços nas igrejas, espaços públicos e até mesmo improvisados.

4.2 – Os Pilares da comunidade:

4.2.1 – Pilar da Palavra: iniciação à vida cristã e animação bíblica da vida e da pastoral:

Encaminhamentos práticos:
- assumir o caminho de iniciação á vida cristã, de inspiração catecumenal;
- revisar, a partir dos desafios do mundo urbano, o dinamismo das comunidades eclesiais missionárias, possibilitando que o anúncio de Jesus Cristo transforme pessoas, famílias, ambientes, instituições e estruturas sociais;

- fortalecer a iniciação à vida cristã quantas vezes necessárias mesmo para quem já recebeu os três sacramentos da iniciação cristã;
- possibilitar experiência concretas da vida eclesial a partir da dimensão de relacionamento fraterno;
- incentivar iniciativas ecumênicas de encontros fraternos e de formação bíblica;

- universalizar o acesso à Sagrada Escritura;
- priorizar pequenas comunidades eclesiais ao redor da Bíblia;
- assumir a Leitura Orante da Palavra como método por excelência (pessoal e comunitário);
- implantar centros de estudo sobre a Palavra de Deus em todas as realidades da vida eclesial (suporte de cursos de teologia, seminários, faculdades e universidades católicas);
- utilizar o potencial das redes sociais (aplicativos) para que a Palavra alcance todas as pessoas em todas as situações.

4.2.2 – Pilar do Pão: Liturgia e espiritualidade
Encaminhamentos práticos:
- valorizar o Domingo, o Dia do Senhor;
- incentivar a criação da Pastoral Litúrgica;
- valorização do Ministério da Celebração da Palavra de Deus (Ministros ou Diáconos);
- valorizar o canto litúrgico: cuidar da qualidade da música litúrgica;
- cuidar do espaço sagrado e tudo que diz respeito ao belo como serviço à vida espiritual;

- promover uma liturgia essencial: que não sucumba aos estremos do subjetivismo emotivo nem tampouco da frieza e da rigidez rubricista e ritualística,; mas que leve ao mergulho no Mistério de Deus, sem deixar o chão concreta da história;

- incentivar a piedade popular (fé simples e encarnada deve ser acolhida e iluminada pela Palavra de Deus e por orientações da Igreja);
- respeitar o ano litúrgico em suas especificidades (conteúdo e forma);
- zelar pela qualidade da homilia;
- reconhecer que o trabalho dos meios de comunicação social de inspiração católica é um dom de Deus para a Igreja do Brasil (Missas);

4.2.3 – Pilar da Caridade: a serviço da vida
- Fundamentação na Palavra de Deus e na Doutrina Social da Igreja;
- defesa da vida desde a fecundação até o seu fim natural;
- promover a solidariedade com os sofredores nas cidades (Bom Samaritano);

- priorizar as ações com as famílias e com os jovens;
- aguçar a atenção às inúmeras e novas formas de sofrimento e exclusão, nem sempre acolhidas pela ação caritativa e sociotransformadora até então desenvolvida;

- ousar ainda mais e transformar o acolhimento e a fraternidade da vida de comunidade, em apoio à resiliência e encontro de novos rumos para a vida;
- integrar o contato com a Palavra de Deus levando à solidariedade com os que sofrem, nos quais encontramos a presença do Senhor;
- desenvolver grupos de apoio às vítimas da violência (de todas as formas);

- encorajar o laicato a continuar o empenho apostólico inspirado na DSI, na transformação da realidade, com engajamento consciente em todas as realidades temporais: política partidária, pastorais sociais, mundo da educação, conselhos de direitos, elaboração e acompanhamento de políticas públicas, o cuidado da natureza e todo o planeta (nossa Casa Comum);
- continuar apoiando a organização do conselho do laicato nos níveis nacional, regional e local;

- contribuir para o resgate do espaço público da cidade como ágora e foro: lugar do encontro, convivência, deliberação e inclusão dos “não citadino” ou “resíduos urbanos”, garantindo para todos o direito de ser cidade;
- cuidado com a Casa Comum – implantar a Pastoral da Ecologia – novo modo de estar e viver no mundo;
- apoiar e incentivar as pastorais da mobilidade humana;

- assumir a promoção da paz como prioridade;
- ser voz dos que clamam por vida digna (Terra, Trabalho e Teto);
- firmar e fortalecer as iniciativas de diálogo ecumênico e inter-religioso, a partir da identidade cristã, para a defesa dos direitos humanos e promoção da cultura da paz.

4.2.4 – Pilar da Ação Missionária: estado permanente de missão
A missão é o paradigma de toda a ação eclesial.

O cristão é convidado á comprometer-se missionariamente (diálogo, apresentação da Palavra e oração) todos os dias.

- investir em comunidades que se autocompreendam como missionárias, em estado permanente de missão (novos lugares, novos horários, linguagem renovada e pastoral adequada às novas demandas da população);
- criação de observatórios ou organismos semelhantes para acompanhar de perto a realidade urbana;
- desenvolver projetos de visitar missionárias a áreas e ambientes mais distanciados da vida da Igreja;

- favorecer a missão e a comunhão pastoral entre as Igrejas das grandes metrópoles brasileiras;
- dinamizar ainda mais as ações ad gentes com o intercâmbio além-fronteiras de discípulos e o revigoramento da experiência das Igrejas-Irmãs;
- investimento de tempo e energia e recursos com os jovens;
- investir na presença nos Meios de Comunicação Social;

- valorizar como espaços missionários os hospitais, escolas e universidades e o mundo da cultura, das ciências, os presídios e outros lugares de detenção;
- priorizar a pessoa como objetivo da ação missionária: a Cultura do Encontro;
- implantar e aperfeiçoar os Conselhos Missionários (paroquiais, diocesanos e regionais);

- promover as Pontifícias Obras Missionárias;
- acolher e concretizar as prioridade e projetos do Programa Missionário Nacional;
- olhar a Amazônia como um dom de Deus e responsabilidade de todos;

- valorizar a dimensão mariana e outras formas de piedade popular na evangelização e missionariedade da Igreja - “Maria foi a primeira missionária, que animou os discípulos na comunidade primitiva, com sua presença, fé e esperança”.

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