Para que o Ministério Presbiteral seja luminoso
Reflitamos sobre a vida e a espiritualidade do Presbítero, para melhor cuidar do rebanho, e, como bem disse o Papa Francisco, “ter o cheiro do rebanho”.
Como ser presbítero, imagem do Cristo Bom Pastor, na complexa realidade do mundo, que é marcada muito mais pela época de mudanças, numa verdadeira mudança de época?
Como deve se caracterizar a espiritualidade presbiteral, numa realidade essencialmente plural e policêntrica, num processo de desenraizamento do povo e constante fragilização humana?
Como ela se caracterizará, sobretudo, se considerarmos ainda que estamos no meio deste processo, e ainda não sabemos onde vai parar?
Mudam-se as relações com o outro, com a natureza, com Deus… Como manter a originalidade, sem trair os princípios da verdade do Evangelho, quando vivemos, como se convencionou chamar, numa cultura relativista que recusa toda afirmação de uma verdade absoluta e transcendente?
O Presbítero deve colocar-se permanentemente na presença de Deus, pois o povo precisa deste Presbítero que vive profunda intimidade com Deus, que fale de Deus não como um “tagarela das coisas de Deus”, mas como alguém que da Sua Palavra se alimentou e se alimenta permanentemente, ecoando no coração daqueles que o Senhor lhe confiou, alimentando com o Pão da Palavra, que ilumina, orienta e a vida conduz, para que novos horizontes possam ser alcançados…
Sua vida deve ser marcada pela alegria em servir: chamado a servir não pelo mérito, mas pela graça divina, deve estar sempre atento aos clamores do povo, com profunda sensibilidade ao que se passa ao seu redor, e, junto à comunidade, encontre as respostas esperadas por Deus para que todos tenham vida plena, abundante…
A espiritualidade presbiteral exige que o coração de presbítero, como terra boa, seja sempre afofado, regado e cuidado para que a semente de Deus possa cair e produzir os frutos queridos por Ele.
Embora carregando em si limites da condição humana, em vaso de argila, mas contando sempre com a imprescindível graça divina.
Ressoem as Palavras que o Senhor disse a Paulo, quando este pediu, por três vezes, para que lhe tirasse o espinho de sua carne, que é expressão das dificuldades e limitações que cada de um nós possui e carrega dentro de si: “Basta-te a minha graça. Pois é na fraqueza que a força se manifesta” (2 Cor 12,9).
É a Graça de Deus que alarga os horizontes de todos os que se colocam no seguimento do Senhor, impelindo e inflamando com o Amor de Cristo para superar as dificuldades que são próprias da evangelização, com a força e ação do Santo Espírito:
“Eis por que eu me comprazo nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor a Cristo. Pois, quando eu me sinto fraco, é então que sou forte” (2 Cor 12,10).
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