quinta-feira, 1 de junho de 2023

Discípulos do Filho Amado, quem poderá seduzi-los? (01/06)

Discípulos do Filho Amado, quem poderá seduzi-los? 

O Amor pelo Amado encontrado, quem poderá impedir?
São Justino e o Senhor, quem poderá amizade tão forte romper?
Quando o Amor é encontrado, tudo é nada...
São Justino: um belo exemplo disto!

No dia 1º de junho, celebramos a memória de São Justino, Filósofo e Mártir, que nasceu no princípio do século II, invejáveis testemunhas do Senhor.

Nas Atas do Martírio dos Santos, Justino e seus companheiros, encontramos uma página memorável que retrata com muita precisão a coragem e o testemunho dado pelos mesmos.

“Aqueles homens santos foram presos e conduzidos ao prefeito de Roma, chamado Rústico.

Estando eles diante do tribunal, o prefeito Rústico disse a Justino: “Em primeiro lugar, manifesta tua fé nos deuses e obedece aos imperadores”.

Justino respondeu: “Não podemos ser acusados nem presos, só pelo fato de obedecermos aos Mandamentos de Jesus Cristo, nosso Salvador”.

Rústico indagou: “Que doutrinas professas?”
E Justino: “Na verdade, procurei conhecer todas as doutrinas, mas acabei por abraçar a verdadeira doutrina dos cristãos, embora ela não seja aceita por aqueles que vivem no erro”.

O prefeito Rústico prosseguiu: “E tu aceitas esta doutrina, grande miserável?”

Respondeu Justino: “Sim, pois a sigo como verdade absoluta”.
O prefeito indagou: “Que verdade é esta?”

Justino explicou: “Adoramos o Deus dos cristãos, a quem consideramos como único Criador, desde o princípio, artífice de toda a criação, das coisas visíveis e invisíveis: adoramos também o Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, que os profetas anunciaram vir para o gênero humano como Mensageiro da salvação e Mestre da boa doutrina.

E eu, um simples homem, considero insignificante tudo o que estou dizendo para exprimir a Sua infinita divindade, mas reconheço o valor das profecias que previamente anunciaram aquele que afirmei ser o Filho de Deus.

Sei que eram inspirados por Deus os profetas que vaticinaram a Sua vinda entre os homens”.

Rústico perguntou: “Então, tu és cristão?”
Justino afirmou: “Sim, sou cristão”.

O prefeito disse a Justino: “Ouve, tu que és tido por sábio e julgas conhecer a verdadeira doutrina: se fores flagelado e decapitado, estás convencido de que subirás ao céu?”

Disse Justino: “Espero entrar naquela morada, se tiver de sofrer o que dizes. Pois sei que para todos os que viverem santamente está reservada a recompensa de Deus até o fim do mundo inteiro”.

O prefeito Rústico continuou: “Então, tu supões que hás de subir ao céu para receber algum prêmio em retribuição”?

Justino respondeu-lhe: “Não suponho, tenho a maior certeza”.

O prefeito Rústico declarou: “Basta, deixemos isso e vamos à questão que importa, da qual não podemos fugir e é urgente. Aproximai-vos e todos juntos sacrificai aos deuses”.

Justino respondeu: “Ninguém de bom senso abandona a piedade para cair na impiedade”.

O prefeito Rústico insistiu: “Se não fizerdes o que vos foi ordenado, sereis torturados sem compaixão”.

Justino disse: “Desejamos e esperamos chegar à salvação através dos tormentos que sofrermos por amor de nosso Senhor Jesus Cristo. O sofrimento nos garante a salvação e nos dá confiança perante o tribunal de nosso Senhor e Salvador, que é universal e mais terrível que o teu”.

O mesmo também disseram os outros mártires: “Faze o que quiseres; nós somos cristãos e não sacrificaremos aos ídolos”.

O prefeito Rústico pronunciou então a sentença:
“Os que não quiseram sacrificar aos deuses e obedecer ordem do imperador, depois de flagelados, sejam conduzidos para sofrer a pena capital, segundo a norma das leis”.

Glorificando a Deus, os santos mártires saíram para o local determinado, onde foram decapitados e consumaram o martírio proclamando a fé no Salvador”. (1).

Convertido à fé cristã escreveu diversas obras em defesa do cristianismo abraçando com coragem e sabedoria incomparável  a verdadeira doutrina dos cristãos.

Abriu uma escola de Filosofia em Roma, onde mantinha debates públicos.

Defendeu a Igreja contra os ataques dos pagãos e aprofundou o vínculo entre Batismo e Eucaristia.

Sofreu martírio, juntamente com seus companheiros no tempo de Marco Aurélio (165). Contemplar tão belas e dignas testemunhas do Senhor, que testemunharam com o próprio sangue.

Reflitamos:

- Com que coragem e fidelidade testemunhamos o Evangelho em nosso tempo?
- Empenhamo-nos em aprofundar o conhecimento bíblico, a doutrina cristã?
- Procuramos viver o que aprendemos, ensinamos e cremos? 

Oremos:

“Ó Deus, que destes ao Mártir São Justino um
profundo conhecimento de Cristo pela loucura da
Cruz, concedei-nos, por sua intercessão,
repelir os erros que nos cercam e
permanecer firmes na fé. Por N. S. J. C...”



(1) Liturgia das Horas - Vol. III – pág. 1332 -1334.

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