Não são sinônimos para quem crê, para quem tem fé,
Para quem não permite que morram os belos sonhos,
Para quem não deixa que se pulverizem as vitais utopias,
Para quem pela Paixão do Reino se consome avidamente.
Na pira não se queimam mais cadáveres em sacrifício,
Queimam suas atitudes que nos roubam a beleza do viver,
De modo especial, os pecados capitais que nos seduzem:
Soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça.
Vejo suas labaredas crepitarem e aos céus subirem,
Como pontas fumegantes alcançando as alturas,
Precedendo às cinzas que dos pecados ficarão
Porque foram tirados das entranhas de nossa alma.
Pira com fogaréu em chamas como línguas de fogo;
Seu fogo por enquanto não poderá ser apagado,
Sobretudo quando ainda há os que resistem nela não jogar
Sentimentos de ódio, orgulho, petulância, ambição.
Mas há outra Fornalha para sempre acesa, eu creio,
Fornalha ardente de caridade: o Sagrado Coração de Jesus.
Fogo inextinguível, implacável e imortal em labaredas,
Ao contrário, nos vem dos céus, inflamando nosso coração.
Coração incandescente e eternamente luminoso,
Que nos comunica a luz em sombrias travessias,
Para que não tropecemos no dia ainda que claro,
Mas por vezes escuro pelas reais dificuldades.
Ó Divina Fornalha ardente, também vejo Suas chamas,
Ouço o suave ruído do crepitar de Suas chamas descendo,
Cumulando minha alma dos sete dons, como em Pentecostes:
Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Temor e Piedade.
Viver é fazer escolhas sábias, sem hesitações e letargias;
Nas piras queimarmos o que for necessário para que mais humanos sejamos,
Pela Fornalha ardente do Coração de Jesus sendo inflamados,
Porque somente assim felizes seremos, porque divinamente amados.
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