São
Romualdo, exemplar na fidelidade ao Senhor
São
Romualdo nasceu em Ravena (Itália), em meados do século X, e morreu por volta
de 1027.
Tendo
abraçado a vida eremítica, por muitos anos percorreu vários lugares em busca de
solidão, edificando pequeninos mosteiros.
Sua
vida foi marcada pela valorosa luta contra o relaxamento de costumes dos monges
de seu tempo, enquanto, por sua parte, progredia com empenho no caminho da
santidade pelo perfeito exercício das virtudes.
Conheçamos
a história e o testemunho de vida do Abade São Romualdo (séc. XI), descritos
por São Pedro Damião.
“Romualdo
passou três anos nas vizinhanças da cidade de Parenzo. No primeiro ano,
construiu um mosteiro e colocou nele uma comunidade de irmãos com seu abade;
nos dois anos seguintes, aí permaneceu enclausurado.
Nesse
lugar, a vontade divina o elevou a tão alto grau de perfeição que, inspirado
pelo Espírito Santo, previu acontecimentos futuros e, com a luz da
inteligência, pôde compreender muitos mistérios ocultos do Antigo e do Novo Testamento.
Era
frequentemente tão arrebatado pela contemplação da divindade que se desfazia em
lágrimas e, ardendo no fogo do amor divino, tinha expressões como esta: ‘Jesus,
meu amado Jesus, para mim mais doce do que o mel, desejo inefável, doçura dos
santos, suavidade dos anjos’.
Estes
e outros sentimentos de alegria profunda a que era movido pela ação do Espírito
Santo, nós não somos capazes de exprimir com palavras humanas.
Em
qualquer lugar que o santo varão decidisse morar, sua primeira providência era
fazer uma cela com um altar. Em seguida, fechando-se nela, isolava-se de toda a
gente.
Depois
de ter vivido em vários lugares, sentindo que se aproximava o fim de sua vida,
voltou ao mosteiro que construíra em Val di Castro. Aí, esperando como certa a
morte iminente, mandou construir uma cela com oratório, para nela se recolher e
guardar silêncio até o fim.
Acabada
a construção dessa ermida, com mente lúcida, dispôs-se imediatamente para nela
se recolher. No entanto, seu estado começou a se agravar não tanto pela doença,
mas devido ao peso dos anos.
E
assim, certo dia, sentiu que lhe faltavam as forças e aumentava a fadiga
causada pelas enfermidades. Ao pôr do sol, ordenou aos dois irmãos que ali se
achavam que saíssem e fechassem a porta da cela; e que voltassem de madrugada,
a fim de cantarem juntos o ofício das Laudes. Preocupados com seu estado de
saúde, os irmãos saíram a contragosto, mas não foram descansar; ficaram junto
da cela, observando aquele tesouro de valor inestimável, temendo que, de um momento
para outro, seu mestre pudesse morrer. Permanecendo por ali e passando algum
tempo, escutando com atenção, deram-se conta de que não havia qualquer
movimento do corpo nem o menor ressonar.
Convencidos
do que havia acontecido, empurraram a porta, entraram depressa e acenderam a
luz. Encontraram o corpo santo de Romualdo caído no chão e deitado de costas; a
alma santa já tinha partido para o céu. Ali jazia ele, como pedra preciosa
caída do céu e abandonada, para ser novamente colocada, com todas as honras, no
tesouro do rei supremo.”
Também
nós, em nosso tempo e realidade, somos chamados às renúncias quotidianas necessárias,
para maior fidelidade no seguimento de Jesus Cristo (Lc 9,23).
Meditemos
suas palavras e a Oração do Dia, quando se celebra sua memória:
“Jesus,
meu amado Jesus, para mim mais doce do que o mel, desejo inefável, doçura dos
santos, suavidade dos anjos”.
Oremos:
“Ó Deus, que por São Romualdo renovastes na Vossa Igreja a vida
eremítica, concedei-nos renunciar a nós mesmos e, seguindo o Cristo, chegar com
alegria ao Reino Celeste. Por N.S.J.C. Amém.”
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