segunda-feira, 30 de dezembro de 2024
Pássaro solitário
Natal: o melhor de Deus renasceu em nossos corações
Natal: o melhor de Deus renasceu em nossos corações
Celebrar o Natal do Menino Jesus é celebrar o renascimento do melhor de Deus em nossos corações:
Da
alegria daquela Noite Santa
comunicada pelos anjos, e multidão celestial, com as humildes testemunhas dos
pastores. Renasça sempre a alegria de sermos também testemunhas do Mistério da
Encarnação do Verbo; d’Aquele que desceu ao nosso encontro, misericordiosamente,
quando caímos miseravelmente pelo pecado e pela desobediência (cf. Santo
Agostinho).
Da
esperança de ver sinais de morte
transformados em sinais de vida, porque a Vida veio ao nosso Encontro; contemplar
os sinais de escuridão iluminados pelo Esplendor da Luz Divina que veio nos
iluminar.
Da
esperança que nos move e nos faz
comprometidos na construção de novos céus e nova terra, jamais nos curvando
diante da banalização e mediocrização da vida, com a consciência de que temos
que passar pelo mundo deixando melhor para os que haverão de vir depois de nós.
Celebrar o Natal é se tornar sagrado instrumento de esperança, sobretudo para
os que mais precisarem.
Da esperança de ver o amor triunfando sobre o ódio,
afinal o amor de Deus haverá de falar mais alto no coração de toda a
humanidade, e em sua expressão máxima, quando Aquela Criança Se doar, no
consumar de Sua Divina Missão, no
Mistério da Paixão, Morte na Cruz, Vida Nova, Páscoa, Ressurreição.
Da
necessária consciência da ética do
cuidado da vida, seja ela pessoal, familiar, eclesial, social, planetária.
É próprio do amor de Deus cuidar de todos nós, criados à Sua imagem e
semelhança. Cuidados pela Trindade Santa de amor, para também sermos zelosos
cuidadores da vida em sua totalidade. Cuidado expresso na acolhida, comunhão,
solidariedade, respeito à sacralidade do outro.
Da
consciência de que somos mensageiros da
paz, na superação de toda discórdia, destruindo muros que fragilizam e
distanciam pessoas, famílias, comunidades. Somos Mensageiros da paz, do
Príncipe da Paz que veio nos comunicar o Shalom, a plenitude de todos os bens.
Mensageiros de paz edificam pontes que criam proximidade, comunhão,
fraternidade, amizade, solidariedade; jamais muros da inimizade.
Da confiança e a certeza de que a graça que foi
derramada em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5,5), comunicada por Aquele
que Se Encarnou, por nós viveu e morreu, e do alto no-la comunicou, a fim de
que vivamos com equilíbrio, justiça e piedade (Tt 2,12).
Renascido
o melhor de Deus em nosso coração, é tempo de irradiar no mundo tudo que faça a
vida melhor, e de modo especialíssimo, o amor, a alegria e a luz do Menino
Deus. Do Deus que Se fez carne igual a nós, exceto no pecado, e que armou sua
tenda entre nós.
Um Deus Menino, que chora, sorri, tem sede e fome, e que cresceu
em tamanho, Sabedoria e Graça diante de Deus.
Um Deus que veio enxugar nossas lágrimas, acalentar nossos
prantos.
Uma luz brilhou para nós na escuridão da noite.
Feliz Natal do Senhor! Amém. Aleluia!
No Senhor crendo, eternos seremos
Em poucas palavras...
Princípios fundamentais em todo o tempo
De acordo com a Carta Encíclica “Fratelli Tutti” - Papa Francisco - (2020), são princípios fundamentais:
O serviço ao Bem Comum; respeito pela Dignidade Humana; promoção da Justiça Social; combate à corrupção; cuidado com a Criação; diálogo e inclusão; e paz e reconciliação.
Com o Senhor, peregrinar na esperança
Com o
Senhor, peregrinar na esperança
Sejamos
enriquecidos pelo Tratado “Refutação de todas as heresias”, escrito pelo
presbítero Santo Hipólito (Séc. III), em que nos apresenta o Verbo feito carne que
diviniza o homem e a mulher.
“Não fundamentamos
nossa fé em palavras sem sentido, nem nos deixamos arrastar pelos impulsos do
coração ou persuadir pelo encanto de discursos eloquentes. Nossa fé se
fundamenta nas palavras pronunciadas pelo poder divino.
Estas palavras, Deus
as confiou a seu Verbo que as pronunciou para afastar o homem da desobediência;
não quis obrigá-lo à força, como a um escravo, mas chamou-o para uma decisão
livre e responsável.
Esse Verbo, o Pai
enviou à terra no fim dos tempos; não o queria mais pronunciado por meio dos
profetas nem anunciado por meio de prefigurações obscuras, mas ordenou que se
manifestasse de forma visível, a fim de que o mundo, ao vê-lo, pudesse
salvar-se.
Sabemos que o Verbo
assumiu um corpo no seio da Virgem e transformou o homem velho em uma nova
criatura.
Sabemos que Ele Se
fez homem da nossa mesma substância. Se não fosse assim, em vão nos teria
mandado imitá-Lo como Mestre.
De fato, se esse
homem tivesse sido formado de outra substância, como poderia ordenar-me que
fizesse as mesmas coisas que ele fez, a mim, frágil que sou por natureza? Como
poderíamos então dizer que ele é bom e justo?
Para que não o
julgássemos diferente de nós, suportou fadigas, quis ter fome e não recusou ter
sede, dormiu para descansar, não rejeitou o sofrimento, submeteu-se à morte e
manifestou a sua ressurreição.
Em tudo isto,
ofereceu sua própria humanidade como primícias, para que tu não desanimes no
meio do sofrimento, mas, reconhecendo tua condição de homem, esperes também
receber o que Deus lhe deu.
Quando contemplares
Deus tal qual é, terás um corpo imortal e incorruptível, como a alma, e
possuirás o reino dos céus, tu que, peregrinando na terra, conheceste o Rei
celeste; viverás então na intimidade de Deus e serás herdeiro com Cristo.
Todos os males que
suportaste sendo homem, Deus os permitiu precisamente porque és homem; mas tudo
o que pertence a Deus, ele promete conceder-te quando fores divinizado e te
tornares imortal. Conhece-te a ti mesmo, reconhecendo a Deus que te criou; pois
conhecer a Deus e ser por ele conhecido é a sorte daquele que foi chamado por
Deus.
Por conseguinte, não
vos envolvais em contendas como inimigos, nem penseis em voltar atrás. Cristo é
Deus acima de todas as coisas, ele que decidiu libertar os homens do pecado,
renovando o velho homem que tinha criado à sua imagem desde o princípio, e manifestando
nesta imagem renovada o amor que tem por ti.
Se obedeceres aos
seus mandamentos e por tua bondade te tornares imitador daquele que é o Bem
supremo, serás semelhante a Ele e Ele te glorificará. Deus que tudo pode e tudo
possui te divinizará para sua glória.”
Celebramos
há poucos dias o Natal do Menino Jesus, e a Igreja nos propõe parte do
mencionado Tratado para aprofundarmos o Mistério da Encarnação do Verbo que se
fez Carne e habitou entre nós (cf. Jo 1,14).
Retomemos
dois trechos para meditação oportuna e necessária:
- “Para que não o
julgássemos diferente de nós, suportou fadigas, quis ter fome e não recusou ter
sede, dormiu para descansar, não rejeitou o sofrimento, submeteu-se à morte e
manifestou a sua ressurreição. Em tudo isto, ofereceu sua própria humanidade
como primícias, para que tu não desanimes no meio do sofrimento, mas,
reconhecendo tua condição de homem, esperes também receber o que Deus lhe deu.”
- “Se obedeceres aos
seus mandamentos e por tua bondade te tornares imitador daquele que é o Bem
supremo, serás semelhante a Ele e Ele te glorificará. Deus que tudo pode e tudo
possui te divinizará para sua glória.”
Firmemos nossos passos peregrinando na esperança, pois podemos contar com o Senhor que caminha conosco e conhece nossas fragilidades, debilidades e nos garante êxito na travessia, com sagrados compromissos com a vida em todos os seus âmbitos, para que da glória um dia merecedores sejamos, e contemplemos a face de Deus, na plena comunhão com o Filho e o Espírito Santo. Amém.