A oração pelos que morreram
Com o Sermão escrito
pelo Bispo São Gregório de Nazianzo (Séc. IV), refletimos sobre a importância
de rezar pelos defuntos:
“Que é o homem para que
te lembres dele? (Sl 8,5). Que novo mistério é este a meu respeito? Sou
pequenino e grande, humilde e excelso, mortal e imortal, terreno e celeste.
Faz-se mister ser eu sepultado com Cristo, ressurgir com Cristo, ser
co-herdeiro( de Cristo, tornar-me filho de Deus e até Deus mesmo.
Tudo isto nos indica o
grande mistério: é Deus que por nossa causa assumiu a humanidade e se tornou
pobre, a fim de erguer a criatura prostrada, trazer a salvação à imagem e
renovar o homem. Para sermos todos um só no Cristo, que, perfeitamente em todos
nós, se fez tudo aquilo que ele próprio é. Que não sejamos mais homem e mulher,
bárbaro e cita, escravo e livre (cf. Cl 3,11), discriminações e sinais vindos
da carne, mas tenhamos unicamente o sinete de Deus, por quem e para quem fomos
criados, somente por ele, e formados e gravados, a fim de sermos só por ele
reconhecidos.
Oxalá sejamos aquilo que
esperamos, segundo a grande benignidade do Deus generoso. Pedindo pouco, dá o
máximo aos que o amam com sincero afeto do coração, desde agora e no futuro.
Por causa de nosso amor para com ele e da esperança, que tudo desculpa, tudo
suporta. Por tudo dando graças (coisa que muitíssimas vezes é instrumento de
salvação, a Palavra o sabe) e recomendando-lhe nossas almas e as daqueles que
pela estrada comum, mais bem preparadas, chegaram primeiro à morada.
Ó Senhor e Criador de
tudo e, mais que tudo, desta imagem! Ó Deus de teus homens, Pai e Chefe, ó
Árbitro da vida e da morte, ó Guarda e Benfeitor nosso! Ó tu, que tudo fazes a
seu tempo e, pelo Verbo Artífice, transformas da maneira como em tua sabedoria
e desígnio profundos bem sabes, agora então, rogo-te, recebe Cesário, primícias
de nossa separação.
A nós, quando chegar a
hora, mantidos em nossa vida mortal por tanto tempo quanto parecer bom,
recebe-nos também. E recebe-nos, sim, preparados e não perturbados por temor a
ti. Sem voltar as costas ao dia derradeiro e de má vontade, como costumam
proceder aqueles que se apegam ao mundo e à carne, arrancados à força. Mas com
prontidão e ardor, partindo para aquela feliz e intérmina vida que está em
Cristo Jesus, nosso Senhor, a quem a glória pelos séculos dos séculos. Amém.”
(1)
Neste Sermão, o Bispo
exorta para que se eleve orações por Cesário, primícias da separação ocorrida
pela morte.
A Igreja nos ensina que
é resolução santa rezar pelos defuntos, fundamentada em diversas passagens
bíblicas, bem como em sua Tradição e Magistério.
Oremos:
Acolhei,
Senhor Deus cheio de bondade, as almas dos irmãos que faleceram, pelas quais o
vosso sangue derramastes, e que jamais nos esqueçamos que somos pó ou como o feno
e a flor dos nossos campos, e que são transitórios dias que passamos.
Volvei
Vosso olhar de bondade, amor, compaixão e perdão para nós, para que na
fidelidade a vós, trilhando caminho de santidade, possamos nos encontrar com
todos os que nos antecederam na glória dos céus. Amém.
(1) Liturgia das Horas – Tempo Comum – Vol. IV – pp. 427-428


Nenhum comentário:
Postar um comentário