sexta-feira, 7 de novembro de 2025

A oração pelos que morreram

 


A oração pelos que morreram

Com o Sermão escrito pelo Bispo São Gregório de Nazianzo (Séc. IV), refletimos sobre a importância de rezar pelos defuntos:

“Que é o homem para que te lembres dele? (Sl 8,5). Que novo mistério é este a meu respeito? Sou pequenino e grande, humilde e excelso, mortal e imortal, terreno e celeste. Faz-se mister ser eu sepultado com Cristo, ressurgir com Cristo, ser co-herdeiro( de Cristo, tornar-me filho de Deus e até Deus mesmo.

Tudo isto nos indica o grande mistério: é Deus que por nossa causa assumiu a humanidade e se tornou pobre, a fim de erguer a criatura prostrada, trazer a salvação à imagem e renovar o homem. Para sermos todos um só no Cristo, que, perfeitamente em todos nós, se fez tudo aquilo que ele próprio é. Que não sejamos mais homem e mulher, bárbaro e cita, escravo e livre (cf. Cl 3,11), discriminações e sinais vindos da carne, mas tenhamos unicamente o sinete de Deus, por quem e para quem fomos criados, somente por ele, e formados e gravados, a fim de sermos só por ele reconhecidos.

Oxalá sejamos aquilo que esperamos, segundo a grande benignidade do Deus generoso. Pedindo pouco, dá o máximo aos que o amam com sincero afeto do coração, desde agora e no futuro. Por causa de nosso amor para com ele e da esperança, que tudo desculpa, tudo suporta. Por tudo dando graças (coisa que muitíssimas vezes é instrumento de salvação, a Palavra o sabe) e recomendando-lhe nossas almas e as daqueles que pela estrada comum, mais bem preparadas, chegaram primeiro à morada.

Ó Senhor e Criador de tudo e, mais que tudo, desta imagem! Ó Deus de teus homens, Pai e Chefe, ó Árbitro da vida e da morte, ó Guarda e Benfeitor nosso! Ó tu, que tudo fazes a seu tempo e, pelo Verbo Artífice, transformas da maneira como em tua sabedoria e desígnio profundos bem sabes, agora então, rogo-te, recebe Cesário, primícias de nossa separação.

A nós, quando chegar a hora, mantidos em nossa vida mortal por tanto tempo quanto parecer bom, recebe-nos também. E recebe-nos, sim, preparados e não perturbados por temor a ti. Sem voltar as costas ao dia derradeiro e de má vontade, como costumam proceder aqueles que se apegam ao mundo e à carne, arrancados à força. Mas com prontidão e ardor, partindo para aquela feliz e intérmina vida que está em Cristo Jesus, nosso Senhor, a quem a glória pelos séculos dos séculos. Amém.” (1)

Neste Sermão, o Bispo exorta para que se eleve orações por Cesário, primícias da separação ocorrida pela morte.

A Igreja nos ensina que é resolução santa rezar pelos defuntos, fundamentada em diversas passagens bíblicas, bem como em sua Tradição e Magistério.

Oremos:

Acolhei, Senhor Deus cheio de bondade, as almas dos irmãos que faleceram, pelas quais o vosso sangue derramastes, e que jamais nos esqueçamos que somos pó ou como o feno e a flor dos nossos campos, e que são transitórios dias que passamos.

Volvei Vosso olhar de bondade, amor, compaixão e perdão para nós, para que na fidelidade a vós, trilhando caminho de santidade, possamos nos encontrar com todos os que nos antecederam na glória dos céus. Amém.



(1) Liturgia das Horas – Tempo Comum – Vol. IV – pp. 427-428

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG