quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Oração para o Ministério Presbiteral

                                                          

Oração para o Ministério Presbiteral

Senhor Jesus Cristo, Pontífice da Nova e Eterna Aliança,
a quem o Pai ungiu com o Espírito Santo, 
revestindo-me de poder, 
guardando-me  para a santificação do povo fiel,
e assim oferecer a Deus o Santo Sacrifício.

Que, recebendo a oferenda do Povo Santo para apresentá-la a Deus,
eu tome sempre consciência do que vou fazer 
para pôr em prática o que vou celebrar, 
conformando minha vida ao Mistério da Cruz do Senhor.

Senhor Jesus Cristo, com a Igreja, 
renovo em cada Eucaristia o Sacrifício da Redenção humana, 
servindo aos fiéis o Banquete da Páscoa, 
presidindo o Povo de Deus na caridade, 
alimentando-o com a Vossa Palavra 
e o restaurando com Vossos Sacramentos.

Confirmai-me na graça de dar a minha vida por Vós 
e pela Salvação de todos.
Quero me assemelhar cada vez mais a Vós, 
com mesmos pensamentos e sentimentos Vossos, 
testemunhando constantemente,
com fidelidade e amor para convosco, 
com a bênção e a proteção da Mãe da Igreja, Nossa Senhora, 
que jamais nos desampara. 

Amém!

Advento e a Oração dos sentidos

                                                            

Advento e a Oração dos sentidos

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 15,29-37) em que Jesus cura os enfermos e multiplica os pães.

O Evangelista já havia narrado a primeira multiplicação de cinco pães dois peixes em outra passagem (Mt 14, 13-21).

Vejamos a reflexão do Pe. Françoá Costa sobre este sinal:

“Podemos e devemos colocar à disposição dos Projetos de Deus para este mundo os cinco pães e dois peixes que temos, a começar pelos nossos cinco sentidos funcionando sob o impulso das faculdades superiores: inteligência e vontade.

A visão, o tato, o paladar, a audição e o olfato (cinco pães) quando governados e auxiliados pela inteligência e a vontade (dois peixes) são “matéria” para que Deus realize verdadeiras obras da graça, algumas das quais só saberemos na eternidade.

O importante é andar pelo mundo fazendo o bem. Fazendo o que está da nossa parte nem nos preocuparemos muito pelas estatísticas, teremos como único empenho realizar aquilo que Deus nos pede a cada momento...”

Nas mãos de Deus, coloquemos nossos sentidos, e supliquemos ao Senhor que os coloquemos a serviço do Reino, com a convicção de que tudo que partilhamos se multiplica, porque acompanhado com o fermento do amor, que leveda o mundo novo.

Senhor, que vejamos cristãmente, com Vossos olhos: Um olhar de ternura, bondade, misericórdia, esperança, reencantamento pela vida, que se manifesta na compaixão e solidariedade para com aqueles que se sentem encurvados pelo fardo do cotidiano. Vós tendes o fardo leve e jugo suave, e por isto nos dissestes: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados...”.

Senhor, que saibamos cuidar do sentido do paladar para o cultivo do bom gosto, para aprendermos a saborear as delícias que nos ofereceis todos os dias, de modo especialíssimo e supremo, o Pão da Eucaristia, Vinho Novo de Eternidade. Não só nos ensine a saborear Vossas delícias, mas que também tenhamos a alegria e o compromisso de oferecer ao outro uma Palavra de Luz e Vida que possa também ser saboreada, tornando-se alimento na travessia que todos fazemos, até o encontro convosco na outra margem da eternidade.

Senhor, que nossos ouvidos sejam sempre atentos para escutar Vossa voz, que nos convida a um encontro pessoal que se renova a cada instante. Que também nossos ouvidos, em perfeita sintonia convosco, jamais se fechem aos clamores que sobem aos céus suplicando amor e solidariedade, e que se fechem a tantas vozes e cantos das sereias que nos afastem de Vós e de Vosso Plano de Amor, e nos levem ao individualismo, intimismo e autossuficiência.

Senhor, que nosso olfato nos dê a prudência e discernimento para nos afastarmos de tudo aquilo que não cheire bem, porque acompanhado do odor que o pecado exala no mais profundo de nossa alma e coração. Que saibamos sentir o odor do Vosso Amor em permanente presença, e que assim também possamos exalar Vosso suave aroma pelo mundo, por todos os lugares que passemos; a todas as pessoas com quem convivemos.

Senhor, que nosso sentido do tato nos dê a sensibilidade para nos deixarmos tocar por Vossa presença, que nos envolve em terno abraço, e que tenhamos coragem de tocar nas feridas de tantos quantos a nós acorrem, suplicando um pouco de carinho e atenção, estabelecendo uma relação de amor e respeito, edificação e santificação.

Senhor, aguçai nossa inteligência para que, como os pobres e simples, nos abramos à Vossa sabedoria a eles revelada, e, assim como eles, também ouçamos de Vossos lábios louvores a Deus – Eu Te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, por que escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos.” (Mt 11, 25)

Enfim, Senhor, que a nossa vontade seja sempre a Vossa vontade, somente assim, felizes seremos, pois sem Vós nada temos, nada podemos e nada somos, e tão somente assim poderemos não apenas rezar a Oração que nos ensinastes, mas vivê-la como o mais belo Projeto de Amor, porque Projeto Divino a ser realizado pela nossa frágil humanidade, quando os dons, com amor e alegria são partilhados, por Vós multiplicados. Amém!


PS: Apropriado para reflexão da passagem do Evangelho de Marcos (Mc 8,1-10)

A tríplice vinda do Senhor

                                                       

A tríplice vinda do Senhor

Com o Tempo do Advento refletimos sobre a Vinda do Senhor, colocando-nos em atitude de conversão, mudança de pensamentos e ações, para que celebremos o resplandecer da verdadeira luz do Natal.

Sejamos enriquecidos pelo Sermão do Abade São Bernardo (séc. XII), que nos fala da tríplice vinda do Senhor (1):

Primeira Vinda:             Ele veio.
Vinda intermediária:     Ele vem.
Segunda Vinda:             Ele virá.

Primeira Vinda: O Senhor apareceu na terra e conviveu com os homens e mulheres.
Vinda intermediária: É oculta, e somente os eleitos o vêem em si mesmos e recebem a Salvação.
Segunda Vinda: Todo homem verá a Salvação de Deus (Lc 3,6).

Primeira Vinda: Eleo Senhor, veio na fraqueza da carne.
Vinda intermediária: Ele, o Senhor, vem espiritualmente manifestando o poder de Sua graça.
Segunda Vinda: Ele, o Senhor, virá com todo o esplendor de Sua glória.

Primeira Vinda: Ele é o Princípio.
Vinda intermediária: Ele é o caminho que conduz da primeira a última.
Segunda Vinda: Ele é o Fim.

Primeira Vinda: Ele veio como nossa redenção.
Vinda intermediária: Ele vem como nosso repouso e consolação.
Segunda Vinda: Ele virá como nossa Vida. 

Reflitamos:

- Como contemplo a primeira vinda do Senhor neste Natal que se aproxima?
- Como estou vivendo esta vinda intermediária do Senhor?
- De que modo preparo a Sua segunda vinda e o que ela significa na minha vida

Permaneçamos vigilantes e orantes na espera do Senhor que veio, vem e virá!

Como é bom saber que não estamos sós!
Nunca estivemos e tampouco o estaremos.
Desde que estejamos abertos a acolher a
Sua tríplice vinda em nossa vida...

“Maranathá”: Vem Senhor Jesus!
“Vem Senhor, vem nos salvar, com Teu povo vem caminhar!”


(1) Liturgia das Horas Vol. I - pp.137-138

Em poucas palavras...

 


 

Advento: contemplemos a vinda do Senhor

“Na primeira vinda, o Senhor veio em carne e debilidade, nesta segunda, em espírito e poder; e na última, em glória e majestade.

Esta vinda intermediária é como que uma senda por que se passa da primeira para a última: na primeira, Cristo foi nossa redenção; na última, aparecerá como nossa vida; nesta, é o nosso descanso e o nosso consolo” (1).

(1)São Bernardo (séc. XII), em sua Homilia para o Advento

 

Em poucas palavras...

                                                          

Celebremos o Tempo do Advento

“Ao celebrar em cada ano a Liturgia do Advento, a Igreja atualiza esta expectativa do Messias.

Comungando na longa preparação da primeira vinda do Salvador, os fiéis renovam o ardente desejo da sua segunda vinda (Ap 22,17).

Pela celebração do nascimento e martírio do Precursor, a Igreja une-se ao seu desejo: «Ele deve crescer e eu diminuir» (Jo 3, 30)”.

 

(1) Catecismo da Igreja Católica parágrafo n.524

 

Creio n’Aquele que veio, vem e virá: Jesus

 


Creio n’Aquele que veio, vem e virá: Jesus

“Aguardamos o nosso Salvador, o Senhor, Jesus Cristo.
Ele transformará o nosso corpo humilhado
e o tornará semelhante ao seu corpo glorioso,
com o poder que tem de sujeitar a Si todas as coisas.” ( Fl 3,20b-21)

Creio na Encarnação Do Verbo, feito Carne, envolto em faixas e reclinado num presépio, e assim ao vir pela primeira vez, revestido de nossa fragilidade, para realizar o plano eterno do amor de Deus para nós, suportando a cruz, sem recusar a Sua ignomínia, abrindo-nos o caminho da Salvação.

Creio que virá pela segunda vez, revestido da glória de Sua majestade, num manto de luz, cercado de uma multidão de anjos, para nos conceder em plenitude os bens prometidos que hoje, vigilantes, esperamos.

Creio na primeira vinda de Cristo que foi nossa redenção, e na Sua segunda vinda, quando aparecerá como nossa vida. 

Creio na Sua presença contínua em espírito e poder, como numa senda, guiando-nos da primeira para a segunda vinda gloriosa, que vigilantes esperamos. Amém.

 

Fontes: Prefácio do Advento I;  São Cirilo de Jerusalém – séc. IV; São Bernardo (séc. XII)

 

A participação no Banquete Divino

                                                           


A participação no Banquete Divino

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 14,15-24), sobre o convite de Jesus ao banquete do Reino.

Já no Antigo Testamento, o Profeta Isaías nos falava através da imagem do Banquete (Is 25,6-10a), comunicando, em meio a sinais de morte e desolação, o desejo de Deus, um horizonte esperançoso e promissor: um Banquete de amor e vida a toda humanidade oferecido. 

O Profeta, com sua palavra, exorta a confiança e a esperança numa nova era de paz e de felicidade sem fim, porque Deus vai destruir a morte para sempre e enxugar as lágrimas de todas as faces, eliminando, assim, o opróbrio que pesa sobre o Seu povo.

Voltando à passagem do Evangelho, Jesus nos fala do Banquete, que Ele mesmo veio realizar, em Sua Pessoa e missão, como profetizara o Profeta Isaías. 

De Deus nos vem o permanente convite para participarmos de Seu Banquete de Amor, vida, felicidade, alegria e paz, e embora respeite a nossa liberdade, não dispensa de que vivamos no amor, partilha, serviço, misericórdia, com o dom da própria vida.

Participar do Banquete de Deus implica em estarmos na mais perfeita e profunda comunhão, amizade e intimidade com Ele e com nosso próximo.

Com o Batismo se dá o início desta aceitação e compromisso para uma vida em comunidade. Nesta vivência da fé, o batizado e a própria comunidade correm o grande perigo de perder seu entusiasmo inicial, com consequente instalação e acomodação, esvaziando assim as exigências do Evangelho. 

Como batizados, fomos revestidos por Cristo e, deste modo, somos sinais de comunhão com o outro, para que nossa comunhão com Deus seja credível, agradável e sinal do Banquete Eterno que prefiguramos em cada Eucaristia que celebramos e participamos.

Não há exclusão no Banquete do Reino, mas esta aceitação do convite  implica em dar prioridade e corresponder à altura do Amor de Deus, em compromissos incansáveis com os valores do Reino.

É preciso eliminar a autossuficiência e viver em total atitude de humildade, de pobreza e de simplicidade, numa dinâmica de constante conversão, uma vez que a Salvação não é conquista findada.

Saibamos dar um alegre SIM a este convite, para que participantes do Banquete da Eucaristia, por ora, um dia possamos participar do Banquete da Eternidade que o Senhor nos preparou, e que só poderemos participar quando a morte irromper no horizonte de nossa existência, mas vencida, rompida, superada, com a fé na Ressurreição, que nos garante a imortalidade e eternidade de amor  o Céu que tanto falamos, cremos e desejamos. Façamos por merecê-lo! 

Reflitamos:

- Tenho aceitado este convite do Senhor?
- Tenho me comprometido com este Banquete?
- Deus nos ama apesar e por causa de nossas fraquezas e nos convida para nos assentarmos à mesa com Ele. Qual é a nossa resposta?

Oremos:

Ó Deus, Pai Santo, Vós que sois tão misericordioso, que desejais a Salvação do mundo inteiro, convidando-nos para as núpcias do Vosso Filho Amado,

Nós vos pedimos, embora sem nenhum mérito, mas com toda a confiança, que envieis à Vossa Igreja, o Vosso Espírito, para que enriquecidos dos sete dons, testemunhemos com alegria, esperança e confiança a fé que abraçamos, vivendo com ardor a missão por Vós confiada.

Concedei-nos a graça de estarmos sempre prontos e disponíveis na participação de Vosso Banquete de Amor, vida, paz e felicidade, até que um dia possamos nos inebriar no Banquete da Eternidade,  saciados e nutridos pelo Pão e Vinho de imortalidade. Amém! 

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