quarta-feira, 1 de janeiro de 2025
Mensagem para o 46º Dia Mundial da Paz (Papa Bento XVI) (parte final) (2013)
terça-feira, 31 de dezembro de 2024
Celebrar o Natal: promover a cultura do encontro e da paz
Celebrar o Natal: promover a cultura do encontro e da paz
Sejamos enriquecido por um dos Sermões
escrito pelo papa São Leão Magno (Séc. V) que nos apresenta o Natal do Senhor
como o Natal da paz:
“O estado de infância, que o Filho
de Deus assumiu sem considerá-la indigna de sua grandeza, foi-se desenvolvendo
com a idade até chegar ao estado de homem perfeito e, tendo-se consumado o
triunfo de sua paixão e ressurreição, todas as ações próprias do seu estado de
aniquilamento que aceitou por nós tiveram o seu fim e pertencem ao passado.
Contudo, a festa de hoje renova
para nós os primeiros instantes da vida sagrada de Jesus, nascido da Virgem
Maria. E enquanto adoramos o nascimento de nosso Salvador, celebramos também o
nosso nascimento.
Efetivamente, a geração de Cristo
é a origem do povo cristão; o Natal da Cabeça é também o natal do Corpo. Embora
cada um tenha sido chamado num momento determinado para fazer parte do povo do
Senhor, e todos os filhos da Igreja sejam diversos na sucessão dos tempos, a
totalidade dos fiéis, saída da fonte batismal, crucificada com Cristo na sua
Paixão, ressuscitada na sua Ressurreição e colocada à direita do Pai na sua
Ascensão, também nasceu com ele neste Natal.
Todo homem que, em qualquer parte
do mundo, acredita e é regenerado em Cristo, liberta-se do vínculo do pecado
original e, renascendo, torna-se um homem novo. Já não pertence à descendência
de seu pai segundo a carne, mas à linhagem do Salvador, que se fez Filho do
homem para que nós pudéssemos ser filhos de Deus.
Se Ele não tivesse descido até nós
na humildade da natureza humana, ninguém poderia, por seus próprios méritos,
chegar até Ele.
Por isso, a grandeza desse dom
exige de nós uma reverência digna de seu valor. Pois, como nos ensina o santo
Apóstolo, nós não recebemos o espírito do mundo, mas recebemos o Espírito que
vem de Deus, para que conheçamos os dons da graça que Deus nos concedeu (1Cor
2,12). O único modo de honrar dignamente o Senhor é oferecer-Lhe o que Eele
mesmo nos deu.
Ora, no tesouro das liberalidades
de Deus, que podemos encontrar de mais próprio para celebrar esta festa do que
a paz, que o canto dos anjos anunciou em primeiro lugar no nascimento do
Senhor?
É a paz que gera os filhos de Deus
e alimenta o amor; ela é a mãe da unidade, o repouso dos bem-aventurados e a
morada da eternidade; sua função própria e seu benefício especial é unir a Deus
os que ela separa do mundo.
Assim, aqueles que não nasceram do
sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus mesmo (Jo
1,13), ofereçam ao Pai a concórdia dos filhos que amam a paz, e todos os
membros da família adotiva de Deus se encontrem naquele que é o Primogênito da
nova criação, que não veio para fazer a sua vontade, mas a vontade daquele que
o enviou. Pois a graça do Pai não adotou como herdeiros pessoas que vivem
separadas pela discórdia ou oposição, mas unidas nos mesmos sentimentos e no
mesmo amor. É preciso que tenham um coração unânime os que foram recriados
segundo a mesma imagem.
O Natal do Senhor é o Natal da
paz. Como diz o Apóstolo, Cristo é a nossa paz, ele que de dois povos fez um só
(cf. Ef 2,14); judeus ou gentios, em um só Espírito, temos acesso junto ao Pai
(Ef 2,18).” (1)
Oportuno
retomar as palavras do Papa Francisco que nos exorta a promover a Cultura do
Encontro, que se torna expressivo compromisso com a paz:
“A
cultura do encontro constrói pontes e abre janelas para os valores e princípios
sagrados que inspiram os outros. Derruba os muros que dividem as pessoas e as
mantêm prisioneiras do preconceito, da exclusão ou da indiferença.” (2).
De fato, o Natal do Senhor é o Natal
da Paz!
Tendo celebrado o Natal do Senhor,
sejamos comprometidos com a cultura do encontro e da paz em todos os dias do
ano novo a ser iniciado;
(1) Segunda Leitura
do Ofício das Leituras – dia 31 de dezembro
(2) Papa
Francisco à delegação de monges budistas de Taiwan (16/03/23)
“Em tudo dai graças a Deus”
Olhando pela janela...
A concorrência é desumana e com ela a desigualdade social.
Reina ainda na terra, deploravelmente, o estado da injustiça que clama vingança.
O desafio da fraternidade universal
O desafio da fraternidade universal
Com a passagem da Carta de São Paulo aos Efésios (Ef 2,13-18), refletimos sobre a missão dos discípulos, que são, por sua vez, continuadores da Missão do Senhor, unidos por amor, sem barreiras e divisões, porque estas foram superadas pela vida e missão do Senhor Jesus.
Da prisão, o Apóstolo Paulo escreve aos Efésios, e sua “Carta Circular” é enviada a várias Igrejas da Ásia Menor, através de Tíquico, o portador, por volta dos anos 58/60.
A Carta tem como tema central o que Paulo chama de Mistério do Projeto Divino para o Seu povo, desde a eternidade e o papel de Jesus Cristo neste Projeto: romper os muros que nos separam, formando um só povo.
Responder à proposta de Jesus é passar a integrar a comunidade dos santos, como homens novos, acolhendo e comunicando a salvação que se destina a todos.
É preciso edificar comunidades que se abram à proposta de Deus, deixando-se transformar por Sua proposta de Amor.
Deste modo, será uma comunidade de irmãos e irmãs que se amam, quebrando as barreiras, vivendo na unidade e na fraternidade universal.
Reflitamos:
- Quais são os muros a serem destruídos dentro e fora da comunidade?
- Quais são as pontes que devemos construir para solidificar a unidade e a fraternidade universal?
- Nossa comunidade deixa-se transformar pela proposta amorosa de Deus?
É preciso construir comunidades que se abram à proposta de Deus, deixando-se transformar por Sua proposta de Amor.
Oportuno que retomemos a Oração Sacerdotal de Jesus, que encontramos no Evangelho de São João (cf. Jo 17).
Oremos:
“Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis...”
Sementes ou pilares da casa da Paz
Sementes ou pilares da casa da Paz
Se quisermos a Paz é preciso plantá-la.
Se quisermos a paz é preciso no canteiro de nossas casas, bem no coração dos filhos, cultivá-las.
Isto acontece quando pais e mães procuram o Batismo para seus filhos para viverem em contínua adoração a Deus e compromisso inadiável com a paz que começa na família, deverão ser como que "Jardineiros de Deus"!
Os pais são os primeiros catequistas, mestres dos filhos; quer pela palavra, quer pelos exemplos, e serão seus “jardineiros” para sempre.
Quão feliz é a criança que tem em seu coração estas quatro sementes plantadas, que, por sinal, como vemos são exatamente os “pilares” de que nos falava o Papa São João XXIII.
Deste modo, estes “pilares”, são como que sementes a serem plantadas no coração dos filhos: Amor, Verdade, Justiça, Liberdade.
Feliz a criança que contempla seus pais pautando sua vida e relacionamentos:
Pelo Amor que não permite o ódio, rancor, ressentimentos, violência…
Pela Verdade expressa na sinceridade dos atos e sentimentos, da fidelidade, da transparência, da partilha do que acontece.
Somente a Verdade liberta, mas como crerão na verdade se em sua casa houver infidelidade, traição, mentiras, enganos, máscaras?
Pela Justiça testemunhada na responsabilidade, na honestidade, no respeito, no não omitir-se diante do papel a cumprir, no zelo pelo bem e pela fraternidade universal;
Pela Liberdade nas sábias escolhas, na ausência de vícios e qualquer forma de dependência. Na sobriedade diante de tudo e de todos. Liberdade para dizer não àquilo que destrói a vida, sem medo de rótulos, de incompreensões…
Jamais faltem estas preciosas sementes a serem plantadas, assim como não faltem pais e mães jardineiros para esta bela missão de plantar e cuidar do jardim de Deus que começa no coração dos filhos!
Da mesma forma, não faltem filhos abertos e predispostos a acolher e fazer frutificar sementes que trarão frutos de Paz!
PS: A título de conhecimento, a imagem postada é da Casa de Nazaré.