Transfiguração do Senhor: da tribulação à glória
celestial
Sejamos
enriquecidos com um parágrafo do Catecismo da Igreja Católica sobre a
Transfiguração do Senhor.
“No
limiar da vida pública, o Batismo; no limiar da Páscoa, a transfiguração. Pelo
Batismo de Jesus ‘foi declarado o Mistério da (nossa) primeira regeneração’ – o
nosso Batismo; e a Transfiguração ‘est sacramentum secundae regenerationis – é
o Sacramento da (nossa) segunda regeneração’ – a nossa própria ressurreição.
Desde
agora, nós participamos na Ressurreição do Senhor pelo Espírito Santo que atua
nos Sacramentos do Corpo de Cristo. A transfiguração dá-nos um antegozo da
vinda gloriosa de Cristo, ‘que transfigurará o nosso corpo miserável para o
conformar com o Seu corpo glorioso’ (Fl 3, 21). Mas lembra-nos também que temos
de passar por muitas tribulações para entrar no Reino de Deus’ (At 14,
22)”. (1)
No
mesmo parágrafo, cita Santo Agostinho, como que o Senhor falando a Pedro na
montanha:
“‘Pedro
ainda não tinha compreendido isso ao desejar viver com Cristo sobre a montanha.
Ele reservou-te isto, Pedro, para depois da morte. Mas agora Ele mesmo diz:
Desce para sofrer na terra, para servir na terra, para ser desprezado,
crucificado na terra. A Vida desce para fazer-Se matar; o Pão desce para ter
fome; o Caminho desce para cansar-Se da caminhada; a Fonte desce para ter sede;
e tu recusas sofrer?’” (2)
Nisto
também consiste nossa caminhada quaresmal rumo à Páscoa do Senhor, como
discípulos missionários que somos.
Não podemos fixarm moradas na montanha, mas, com coragem, descermos à planície do
quotidiano, renovando fidelidade ao Senhor, Caminho, Verdade e Vida, carregando
nossa cruz, até que um dia sejamos merecedores da eternidade.
Por
ora, há um mundo desfigurado, marcado pela fome, enfermidades, desesperança,
insegurança, refugiados, aflitos, dependentes químicos, e quanto mais possamos
dizer.
Há
um mundo, nossa casa comum, que está sendo vilipendiado, destruído, por
ambições desmedidas e cuidados não vivenciados.
Nossa
casa comum está desfigurada, e transfigurá-la, torná-la mais habitável, é
responsabilidade de todos nós, como continua nos inspirando a Campanha da Fraternidade no ano de 2017 com o Tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa
da vida”; e o Lema: Cultivar e guardar a
criação” (Gn 2,15).
É tempo de consolidarmos nossa fé, fazendo a mesma experiência que os
discípulos fizeram no Monte Tabor, contemplando o Cristo Transfigurado, com
credíveis testemunhas, Moisés e Elias, porque Ele, Jesus, é a plena realização
da Lei e da profecia, nestes simbolizados.
Por ora, o combate, o antegozo das alegrias do
Reino, até que possamos vivê-las plenamente, com toda intensidade.
(1)
(2) Catecismo da Igreja Católica n.556 - Santo Agostinho – Sermão 78,6; PL
38,492-493.
Nenhum comentário:
Postar um comentário