sábado, 4 de maio de 2024

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Peregrinos da esperança: coração ardente, pés a caminho”

 


“Peregrinos da esperança: coração ardente, pés a caminho”

“Ainda que a figueira não floresça,
nem a vinha dê seus frutos,
a oliveira não dê mais o seu azeite,
nem os campos, a comida
 
mesmo que faltem as ovelhas nos apriscos
e o gado nos currais:
mesmo assim, eu me alegro no Senhor,
exulto em Deus, meu Salvador!” (1)
 
Ainda que a cruz de tantos nomes pese sobre meus ombros,
Tenho que seguir adiante, pois não posso jamais desistir,
Porque peregrino da esperança, coração ardente, pés a caminho.
 
Ainda que as mudanças tantas do mundo não as veja acontecer,
Tenho que persistir, contemplando os pequenos sinais do Reino
Porque peregrino da esperança, coração ardente, pés a caminho.
 
Ainda que as ondas do mar pareçam forças absolutas possuir,
O barco agitado, o medo na travessia a fazer, n’Ele, Jesus, confiar
Porque peregrino da esperança, coração ardente, pés a caminho.
 
Ainda que as montanhas e vales a subir e caminhar,
Na busca de objetivos que pareçam jamais poder alcançar, seguir...
Porque peregrino da esperança, coração ardente, pés a caminho.
 
Ainda que a luz do sol pareça não mais no céu irradiar,
Porque o caminho se fez mais escuro em pleno dia, pelas inquietações,
peregrino da esperança, coração ardente, pés a caminho.
 
Ainda que não encontre respostas para os mistérios cotidianos,
Nas asas do Espírito, na busca das coisas do alto, onde habita Deus,
Porque peregrino da esperança, coração ardente, pés a caminho.
 
Ainda que as forças pareçam eternamente exauridas,
Do Pão da Palavra e da Eucaristia, nutrir-se e seguir...
Porque peregrino da esperança, coração ardente, pés a caminho. (2)
 
Ontem, hoje e sempre. Amém.
Como os discípulos de Emaús,
Peregrino da esperança, coração ardente, pés a caminho.
 
(1)             cf. Hb 3,17-18
(2)             cf. Lc 24,13-35
 
 

“O amor não fala. O amor ama”

                                                       


“O amor não fala. O amor ama”

"Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros.
Como Eu vos tenho amado, assim também vós deveis
amar-vos uns aos outros'' (Jo 13, 34) 

Vejamos o que diziam os padres do deserto sobre o “amor”:

“Perguntaram-lhe a um grande mestre:
Quando o amor é verdadeiro?
Quando é fiel – foi a resposta.
E quando é profundo?
Quando é sofredor – foi a resposta.
E como fala o amor?
A resposta foi:
O amor não fala.
O amor ama”. (1)

Reportemo-nos ao “Tratado sobre o Evangelho de São João”, do Bispo Santo Agostinho, para que melhor vivamos o duplo Preceito da Caridade, que nos torna verdadeiramente promotores da paz, realizando uma das Bem-Aventuranças que o Senhor, na Sagrada Montanha, nos apresentou, amando como Ele nos amou, e assim viver o Novo Mandamento que nos deu.

“Esses dois Preceitos devem ser sempre lembrados, meditados, conservados na memória, praticados, cumpridos. O amor de Deus ocupa o primeiro lugar na ordem dos Preceitos, mas o amor do próximo ocupa o primeiro lugar na ordem da execução. Pois, quem te deu esse duplo preceito do amor não podia ordenar-te amar primeiro ao próximo e depois a Deus, mas primeiramente a Deus e depois ao próximo”.

O Papa Bento XVI, em sua Encíclica “Deus caritas est”, assim afirmou:

“O amor ao próximo é também uma estrada que conduz a Deus. Não amar o próximo é tornar-se míope de Deus”.

Oremos:

Ó Deus de Amor, suplicamos o Vosso Espírito Santo, Espírito de Amor, para que vivamos um amor verdadeiro, fiel, profundo e sofredor, para que mais configurados ao Vosso Filho vivamos a fidelidade aos ensinamentos e Mandamento do Amor que Ele nos deu, curados de toda a miopia espiritual, e assim, a Trindade amar na primeira ordem dos preceitos e ao próximo em primeiro lugar na ordem da execução. Amém.



(1) Teologia da Ternura – Um “Evangelho a descobrir” – Ed. Paulus – 2002 – p.72

Coragem e fidelidade no discipulado

 


Coragem e fidelidade no discipulado

No 5º sábado do Tempo da Páscoa, ouvimos a passagem do Evangelho de João (Jo 15,18-21), em que Jesus afirma que Seus discípulos não são do mundo, porque por Ele, foram escolhidos e apartados do mundo:

“Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro me odiou a mim. Se fôsseis do mundo, o mundo gostaria daquilo que lhe pertence. Mas porque não sois do mundo, porque Eu vos escolhi e apartei do mundo, o mundo por isso vos odeia.” (Jo 15,18-19).

Sejamos enriquecidos pelas palavras de H. Van den Bussche:

 “O tema da amizade e da intimidade induz, pela analogia dos opostos, ao tema do ódio e do desconhecimento que o pequeno rebanho dos discípulos sofrerá por parte do mundo.

O cristão é testemunha da Cruz, pelo amor que consagra aos irmãos, pelo ódio que sofre do mundo. Porque o mundo não cessará nunca de odiar os cristãos.

Não se poderia confiar nos discípulos que buscassem a simpatia do mundo ou dela gozassem. Não que o cristão deva afastar esta simpatia, nem tampouco cultivar o sofrimento com misticismos mórbidos.

Sem ir atrás das provações, bastar-lhe-á aceitar as que vierem; toda complacência nelas é suspeita. Deve, porém, estar pronto, e isto basta, a sofrer as perseguições do mundo, por sua fidelidade ao Senhor. Porque o ódio do mundo é inseparável de sua condição de discípulo.” (1)

Todo discípulo missionário do Senhor, no testemunho da amizade, intimidade e fidelidade a Ele, não está isento do ódio, incompreensão, perseguição ou indiferença do mundo, até mesmo o ato extremo do martírio, como a história testemunha:

“Os acontecimentos de Jesus iluminam e colocam na sua justa perspectiva as perguntas dos discípulos: a perseguição faz parte da história da Salvação. Mais precisamente: é a Via-Sacra que continua. Com dois aspectos: a perseguição não significa a ausência de Deus, mas o Seu modo de estar presente ao contrário das expectativas humanas; além disso a caminhada do discípulo é acompanhada pela certeza de que a última palavra é a de Deus: ‘Se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa’ (Cf. Jo 15,20)” (1)

Conduzida e assistida pelo Espírito, nossas comunidades devem ser a comunhão de pessoas livres e disponíveis para o discipulado, sem projetos teológicos-pastorais preestabelecidos, de modo que vivam na fecunda e desejada sinodalidade e fidelidade à Doutrina e ao Magistério da Igreja, com sua palavra e ensinamentos.

Assim lemos no Lecionário Comentado:

“Se as nossas comunidades proclamam pouco a novidade evangélica, se correm o risco de propor uma notícia pouco alegre e prevista, não é porventura porque se fecharam nos seus projetos, aos quais quereriam que o próximo Senhor se adequasse?” (3)

Roguemos a Deus para que vivamos incondicional fidelidade ao Evangelho, e seja a nossa vida por Ele iluminada e conduzida, determinando nossos pensamentos e ações, sem medo ou omissões.

Oremos:

“Ó Deus, que dais força aos débeis e perseverança a quem em Vós confia, dai-nos a comunhão de fé e amor com o Vosso Filho crucificado e ressuscitado, para partilharmos a alegria perfeita do Vosso Reino” (4). Amém.

 

(1) Missal Quotidiano – Editora Paulus – 1998 - p.447

(2) Lecionário Comentado – Volume Quaresma/Páscoa - Editora Paulus – Lisboa – 2009 – p.563

(3) (4) idem – pp.563-564

 

Aleluia! Louvemos ao Senhor!

                                                             

Aleluia! Louvemos ao Senhor!


Voltemo-nos para um dos Comentários sobre os Salmos, do Bispo Santo Agostinho (séc. V) que nos dará o sentido mais profundo do “Aleluia Pascal”:

Toda a nossa vida presente deve transcorrer no louvor de Deus, porque louvar a Deus será também a alegria eterna de nossa vida futura.

Ora, ninguém pode tornar-se apto para a vida futura se, desde já, não se prepara para ela. Agora louvamos a Deus, mas também rogamos a Deus. Nosso louvor está cheio de alegrias, e nossa Oração, de gemidos.

Foi-nos prometido algo que ainda não possuímos; porém, por ser feliz quem o prometeu, alegramo-nos na esperança; mas, como ainda não estamos na posse da promessa, gememos de ansiedade.

É bom perseverarmos no desejo, até que a promessa se realize; então acabará o gemido e permanecerá somente o louvor.

Assim podemos considerar duas fases da nossa existência: a primeira, que acontece agora em meio às tentações e dificuldades da vida presente; e a segunda, que virá depois na segurança e alegria eterna.

Por isso, foram instituídas para nós duas celebrações: a do Tempo antes da Páscoa e a do Tempo depois da Páscoa.

O Tempo antes da Páscoa representa as tribulações que passamos nesta vida. O que celebramos agora, depois da Páscoa, significa a felicidade que alcançamos na vida futura.

Portanto, antes da Páscoa celebramos o que estamos vivendo; depois da Páscoa celebramos e significamos o que ainda não possuímos. Eis porque passamos o primeiro Tempo em jejuns e Orações; no segundo, porém, que estamos celebrando, deixando os jejuns, nos dedicamos ao louvor de Deus. É este o significado do Aleluia que cantamos.

Em Cristo, nossa cabeça, ambos os tempos foram figurados e manifestados. A Paixão do Senhor mostra-nos as dificuldades da vida presente, em que é preciso trabalhar, sofrer e por fim morrer. A Ressurreição e glorificação do Senhor nos revelam a vida que um dia nos será dada.

Agora, pois, irmãos, vos exortamos a louvar a Deus. É isto o que todos nós exprimimos mutuamente quando cantamos: Aleluia. Louvai o Senhor, dizemos nós uns aos outros.

E assim todos põem em prática aquilo que se exortam mutuamente. Mas louvai-O com todas as vossas forças, isto é, louvai a Deus não só com a língua e a voz, mas também com a vossa consciência, vossa vida, vossas ações.

Na verdade, louvamos a Deus agora que nos encontramos reunidos na Igreja. Mas logo ao voltarmos para casa, parece que deixamos de louvar a Deus. Não deixes de viver santamente e louvarás sempre a Deus. Deixas de louvá-Lo quando te afastas da justiça e do que lhe agrada.

Mas, se nunca te desviares do bom caminho, ainda que tua língua se cale, tua vida clamará; e o ouvido de Deus estará perto do teu coração. Porque assim como nossos ouvidos escutam nossas palavras, assim os ouvidos de Deus escutam nossos pensamentos.”

Aleluia!”

Crente ou não, quem nunca pronunciou esta palavra? Palavra de origem hebraica que no seu sentido mais exato quer dizer: “louvai ao Senhor”.

“Aleluia!” quando do coração provindo, pelos lábios pronunciado, ou mesmo cantado, com conteúdo de vida acompanhado, nos mergulha na intensidade e beleza de uma Fé Pascal.

Damos a cada momento, fato, dificuldade, tribulação, perda ou ganho vivido, um matiz de Mistério Pascal.

Louvemos ao Senhor em todos os momentos, porque já temos em nós a semente da Eternidade; já podemos experimentar as delícias no tempo presente e plenamente nos céus.

Depende de como pautamos e vivemos nossa vida; de como iluminamos nossa consciência e coração, para que vida e ação correspondam ao desejo de Deus: nossa santificação e felicidade.

Que vivendo o Amor de Cruz, pelo Filho Amado testemunhado, já experimentemos a plena alegria prometida (Jo 15, 9-17).

Vivendo o Amor de Cruz, nossos “aleluias!” ganhem cada vez mais beleza de conteúdo e intensidade de compromissos com o Reino.

Do coração para os lábios; dos lábios para a vida; da vida para a eternidade.

Aleluia! Aleluia! Aleluia!


PS: Cf. Liturgia das Horas - Vol. II - pp 778-780.

Os amigos de Jesus guardam o Seu Mandamento (VIDTPB)


Os amigos de Jesus guardam o Seu Mandamento

A Liturgia do 6º Domingo da Páscoa (ano B) nos convida a contemplar o Amor de Deus, manifestado na Pessoa, Palavras e gestos de Jesus, e o Novo Mandamento que Ele nos deu.

A passagem da primeira Leitura (At 10,25-26.34.44-48) traz exatamente esta mensagem: a salvação é dom de Deus, e é para todos, sem exceção, também para os pagãos. O amor é o que conta! A acolhida do coração ao Amor de Deus, a prática da justiça e o temor vivido.

Acolher a salvação implica em superação de atitudes de exclusão, marginalização, intolerância, fechamento ao diálogo, preconceitos. 

Há que se ter a permanente disponibilidade para a acolhida das propostas de Deus e Seus Dons.

A postura do Apóstolo Pedro diante de Cornélio revela atitudes que todo seguidor e servidor do Mestre deve ter: não se curvar no falso sentimento de superioridade, não se valer de privilégios, honras e poder.

Reflitamos à luz da a humildade de Pedro (At 10,25-26):

- Pomo-nos a caminho em busca de privilégios ou no compromisso do testemunho d’Aquele que nos chamou, com amor e humildade?

Na pasagem da segunda Leitura (1Jo 4,7-10), contemplamos a face de Deus, o ser de Deus – “Deus é Amor”. 

A comunidade precisa deixar-se envolver pelo amor, que é a essência de Deus. Um amor incondicional, gratuito, desinteressado, radical e total; portanto, comunhão com Deus.

O amor a ser vivido não é algo secundário, é o absolutamente essencial na vida cristã e deve transparecer em gestos, no dia a dia. 

Sentir-se por Deus amado para amar. Somente comunicaremos o Amor de Deus se nos sentirmos por Ele amados.

Reflitamos:
- Vivenciamos o amor incondicional, gratuito, desinteressado, comprometido e solidário para com o próximo?

A passagem do Evangelho (Jo 15,9-17), está num contexto de despedida, em que Jesus dá as coordenadas finais aos Seus discípulos: o Mandamento do Amor. Quer assegurar Sua eterna presença, encorajando e enchendo o coração dos discípulos de esperança.

O caminho do discípulo é a união com Jesus e o Pai, com a Seiva do Amor que nos vem pelo Espírito. Ser discípulo de Jesus é estabelecer com Ele uma relação sincera, profunda de amor-amizade, que tem semente de eternidade.

Os discípulos, portanto, vivem no amor que os faz homens novos; empenham-se pela libertação própria e do outro. 

São, por natureza, alegres e entusiasmados. É preciso que nos sintamos amados por Deus, que é a fonte inesgotável de Amor, como discípulos missionários, amigos de Jesus.

Quando amamos e guardamos o Mandamento de Deus, Ele permanece em nós e nós n’Ele.

Nossa comunidade é convidada a viver o essencial: o Mandamento do Amor; constituindo-se como a comunidade do amor e que vive do amor, anunciando, dialogando, servindo e testemunhando a Salvação de Deus que se destina a todos os povos.

O testemunho de amor vivido pela comunidade tornará convincente e plausível o anúncio do Evangelho. A caridade vivida, dia após dia, aceitando e enfrentando as contradições da vida, com a determinação de superação, conscientes de que somente o amor está em condições de dar sentido e significado, a cada fato, a cada momento.
Reflitamos:
- Sentimos a presença de Deus em nosso meio?
- Levamos a sério o Mandamento do Amor?

- Sentimo-nos amigos de Jesus?
- Qual é a verdade de nossa alegria, entusiasmo e paixão pelo Senhor e o Reino por Ele inaugurado?

- Estamos comprometidos com a busca e a construção de um mundo novo?
- Somos uma comunidade que testemunha e faz transparecer o Amor de Deus?

Concluindo, a comunidade deve ter um rosto, deve ser como um "cartaz vivo" do Amor de Deus, um amor em sua expressão máxima: o amor de Cruz, da Cruz, pela Cruz, na Cruz.

Muito mais que uma humanidade que anseia por Deus, é Deus que anseia pela humanidade, em compaixão Se encontrando naquela Cruz. 

Não é a humanidade que procura e ama a Deus, mas é, antes, e desde sempre, Deus quem procura apaixonadamente a humanidade, vai ao seu encontro, descendo ao abismo da mansão dos mortos para nos resgatar. O Amor de Deus tudo suporta.

Amor pela Fonte de Amor, Jesus, que em Amor incondicional, incrível, extremo, não fugiu da Cruz (doação, entrega, fidelidade, redenção...), a mais bela de todas as lições que devemos aprender, permanentemente. 


Fonte: www.Dehonianos.org/portal

O Mandamento do Amor é o nosso distintivo! (VIDTPB)

                                                             

O Mandamento do Amor é o nosso distintivo!

“Amor que desconhece barreiras e limites...”

O Mandamento do Amor é a proposta essencial do cristianismo: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei.” (Jo 13,13,31-33a.34-35). A identidade cristã passa pela intensidade e profundidade de como e do quanto se ama o próximo. Deste modo, nos reconhecerão como discípulos do Senhor.

A nossa identidade não é uma filosofia, conjunto de ideologias... Não somos meros cumpridores da lei; cumpridores da prática de ritos em si mesmo.

O discípulo de Cristo é marcado pelo doar-se totalmente, como Ele o fez: Amou-nos até o fim, até as últimas consequências e continua nos amando...

O Mandamento do Amor não é conselho ou condição, é imperativo! Foi dado, a nós, pelo Senhor. Amar na alegria e na tristeza, nos momentos bons e difíceis, amar o igual e o diferente, amar mesmo sem ser amado...

Amor que desconhece barreiras e limites... Amor que supera preconceitos, discriminações.

Assim é o amor cristão, o novo Mandamento, porque é o amor vivido como Ele viveu, e não segundo nossos mesquinhos conceitos e critérios.

A partir desta fé, inaugura-se um relacionamento que transforma a si mesmo e todos os que estão a sua volta, culminando na renovação de todas as estruturas geradoras de lágrimas, luto, dor e sofrimento.

A fé na Ressurreição de Cristo nos convoca a nossa própria renovação, bem como de todas as estruturas do mundo, para ser a expressão de uma Aliança que deu certo.

 Ø   Jesus, plenitude do Amor de Deus por nós, teria morto em vão?

O amor e a alegria de sermos partícipes de um novo céu e de uma nova terra devem estar presentes em nós e em nossas comunidades, de modo que os ministérios na comunidade estejam a serviço do Reino.

Tudo se torna mais belo e grandioso quando nos pomos a servir a comunidade e não nos servir da mesma.

Ser discípulo é ser testemunha, no mundo, do Amor de Deus, na fidelidade, acolhida, partilha e serviço...  É ser marcado pelo entusiasmo, generosidade, solidariedade, no respeito à liberdade, no sentido mais pleno e belo que se possa dizer...

A vida cristã se move a partir da novidade da Ressurreição, construindo o novo céu e a nova terra, a Jerusalém Celeste, a utopia que nos move.

A utopia que nos faz crescer a cada dia no Mandamento fundamental que nos identifica com Ele, Jesus!

Eis o grande desafio: a construção de uma comunidade escatológica que experimente sinais do Reino, e ainda que não plenamente, mas experimente...

Por isto uma comunidade alegre e consciente de que o horizonte de um mundo novo, renovado, transformado, com vida e dignidade, marcado pela fraternidade e paz, é possível...

Amemos como Jesus nos amou! Exigência fundamental para aquele que n’Ele crê! Amar, não na nossa medida, mas na medida em que Ele nos amou! A maneira de Jesus nos amar ultrapassa a nossa maneira de amar.

A nossa religião é a religião do amor, se não o for não terá mais razão de ser, de existir...

Amar é condição para pertencer a Comunidade de Jesus, e assim, descobrirão através de nossa vida, relacionamentos e testemunhos, a presença e a vida do Amor de Deus em nós!

Eis a força que nos move: 
Ser, no mundo, sinal vivo do Deus que ama!

Amor que ultrapassa nossa humana compreensão,
Porque Amor de Divina condição!
Amém. Aleluia!

Em poucas palavras... (VIDTPB)

                                         

                                " Os Dez Mandamentos..."

“Os Dez Mandamentos enunciam as exigências do amor de Deus e do próximo. Os três primeiros referem-se mais ao amor de Deus: os outros sete, ao amor do próximo:

‘Como a caridade abrange dois preceitos, nos quais o Senhor resume toda a Lei e os Profetas, [...] assim também os Dez Mandamentos estão divididos em duas tábuas. Três foram escritos numa tábua e sete na outra’ (Santo Agostinho).” (1)

 

(1)Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 2067

Decálogo do amor fraterno (VIDTPB)

Decálogo do amor fraterno

Retomemos a passagem da Carta de Paulo aos Romanos (Rm 12,9-12):

“O amor seja sincero. Detestai o mal, apegai-vos ao bem. Que o amor fraterno vos una uns aos outros com terna afeição, prevenindo-vos com atenções recíprocas. Sede zelosos e diligentes, fervorosos de espírito, servindo sempre ao Senhor, alegres por causa da esperança, fortes nas tribulações, perseverantes na oração”.

Temos um "pequeno decálogo" a ser vivido no testemunho de nossa fé e adesão ao Senhor, sobretudo para nós, Seus discípulos missionários:

1.            Viver um amor sincero;
2.           Detestar o mal, apegando-se ao bem;
3.           Viver o amor fraterno, que nos une aos outros com terna afeição;
4.           Cuidar dos relacionamentos com atenções recíprocas;
5.           Ser zeloso e diligente;
6.           Ser fervoroso de espírito;
7.           Servir sempre ao Senhor;
8.           Ser alegre por causa da esperança;
9.           Forte nas tribulações;
10.        Perseverante na oração.

Peçamos a Deus a presença e ação do Espírito, para nos ajudar a pôr em prática este pequeno decálogo, fortalecendo os vínculos fraternos em nossas comunidades, e em todos os lugares, dando razão de nossa esperança, numa fé íntegra e esforçada caridade.

Oremos:

“Deus eterno e onipotente, que reunis os Vossos fiéis dispersos e os conservais na unidade, olhai com bondade para todo o Povo de Cristo, para que vivam unidos pela integridade da fé e pelo vínculo da caridade todos aqueles que foram consagrados pelo mesmo Batismo”. (1)


PS: Lecionário Comentado – Volume Quaresma/Páscoa – Editora Paulus – 2011 – p.638

O duplo Preceito do Amor (VIDTPB)

                                                     

O duplo Preceito do Amor

“Ama, pois, o teu próximo e procura
no teu íntimo a origem deste Amor...”

Amor a Deus e ao próximo,
duplo Preceito indissociável


Reflexão à luz do “Tratado sobre o Evangelho de São João”, escrito por Santo Agostinho (séc. V), sobre o duplo Preceito da Caridade, que nos torna verdadeiramente promotores da paz, realizando uma das Bem-Aventuranças que o Senhor, na Sagrada Montanha, nos apresentou - "Bem-Aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus" (Mt 5,9).

“Veio o Senhor, mestre da caridade, cheio de caridade, cumprir prontamente a Palavra sobre a terra (cf. Rm 9,28 Vulg.), como d’Ele foi anunciado, e sintetizou a Lei e os Profetas nos dois preceitos da caridade.

Recordai comigo, irmãos, quais são esses dois Preceitos. É preciso que os conheçais profundamente, de tal modo que não vos venham à mente só quando vo-los lembramos, mas os conserveis sempre bem gravados em vossos corações. 

Recordai-vos em todo momento de que devemos amar a Deus e ao próximo: a Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma, e de todo o nosso entendimento; e ao próximo como a nós mesmos (cf. Mt 22,37-39).

Esses dois Preceitos devem ser sempre lembrados, meditados, conservados na memória, praticados, cumpridos. O amor de Deus ocupa o primeiro lugar na ordem dos Preceitos, mas o amor do próximo ocupa o primeiro lugar na ordem da execução. Pois, quem te deu esse duplo preceito do amor, não podia ordenar-te amar primeiro ao próximo e depois a Deus, mas primeiramente a Deus e depois ao próximo.

Entretanto, tu que ainda não vês a Deus, merecerás vê-Lo se amas o próximo; amando-o purificas teu olhar para veres a Deus, como afirma expressamente São João: 'Quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê '(1Jo 4,20).

Ouviste o Mandamento: Ama a Deus. Se me disseres: 'Mostra-me a quem devo amar', que responderei senão o que disse o mesmo São João: A Deus, ninguém jamais viu? (Jo 1,18). E para pensares que está absolutamente fora de teu alcance ver a Deus, o mencionado Apóstolo afirma: 'Deus é Amor: quem permanece no amor, permanece com Deus '(1Jo 4,16). Ama, pois, o teu próximo e procura no teu íntimo a origem deste amor; lá verás a Deus o quanto agora te é possível.

Começa, portanto, a amar o próximo. Reparte o pão com o faminto, acolhe em casa o pobre sem abrigo; quando encontrares um nu, cobre-o, e não dês as costas ao teu semelhante (cf. Is 58,7).

Procedendo assim, o que alcançarás? Então brilhará a tua luz como a aurora (Is 58,8). Tua luz é o teu Deus; Ele é a aurora que despontará sobre ti depois da noite desta vida. Essa luz não conhece princípio nem ocaso, porque existe eternamente.

Amando o próximo e cuidando dele, vais percorrendo o teu caminho. E para onde caminhas senão para o Senhor Deus, para Aquele que devemos amar com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, de toda a nossa mente? É certo que ainda não chegamos até junto do Senhor; mas já temos conosco o próximo. Ajuda, portanto, aquele que tens ao lado, enquanto caminhas neste mundo, e chegarás até junto d’Aquele com quem desejas permanecer para sempre.”

A dupla face do Mandamento do Amor que o Senhor nos deixou: amar a Deus e ao próximo. 

E nós os vivemos:

Quando não ilhamos os dois amores.
Quando não os esvaziamos de conteúdos.
Quando não os tornamos apenas teorias.
Quando não os dissociamos do Mistério da Cruz.

Quando damos a eles matizes Pascais.
Quando sabemos viver renúncias, desapegos...
Quando temos coragem de morrer por algo melhor.
Quando o coração plenificado do Amor Divino
Se visibiliza em pequenos e grandes gestos solidários.

Quando não nos curvamos diante dos pecados capitais
Que roubam a beleza da vida, porque nos escravizam.
Quando pautamos nossa vida pelos dons do Santo Espírito,
Que se vividos, acolhidos, nos humanizam, divinizam.

Espírito que na criatura, em Mistério insondável habita,
Divinizados nos fez, semente da eternidade nos concedeu.
Se imagem de Deus convicção tivermos de que somos,
Empenho pela paz fará mais belo um mundo novo possível. Amém.

Quem sou eu

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG