domingo, 15 de setembro de 2024

Em poucas palavras...

 


Com Maria aprendemos ...

O caminho que Maria nos ensina, como peregrinos da esperança, nos dá coragem para sermos fiéis discípulos missionários do seu Amado Filho, Jesus.

Com Maria aprendemos a fidelidade ao carregar da cruz de cada dia, acompanhada das renúncias necessárias.

Nossa Senhora das Dores, Mãe das dores do tempo presente  e das alegrias eternas, rogai por nós. Aleluia!

 

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Quem é Jesus para nós? (XXIVDTCB)

                                                            

Quem é Jesus para nós?

Com a Liturgia do 24º Domingo do Tempo Comum (ano B) refletimos sobre a pergunta de Jesus – “Quem é Jesus para nós?” e as exigências para o Seu seguimento.

Somente na acolhida de Jesus e do Projeto Divino, que Ele vem realizar na mais perfeita obediência, no dom total da vida aos irmãos, é que estaremos, de fato, no caminho da vida plena, aparentemente um caminho de fracasso, porque inevitavelmente passa pela cruz.

A passagem da primeira Leitura (Is 50,5-9a) nos apresenta a figura do Servo de Javé (terceiro cântico do Servo de Javé), e retrata o final do exílio.

O Profeta tem a difícil missão de consolar os exilados anunciando um novo êxodo e a reconstrução de Jerusalém. Sofre, confia, é amado por Deus e não perde a serenidade, porque possui n’Ele total confiança.

Convida o povo a superar a tentação das facilidades, do comodismo, do medo de arriscar rumo ao novo. É preciso confiar somente em Deus, a nossa rocha segura; viver livre do medo, seguros e protegidos pela mão divina.

Quem é este Servo de Javé? Por vezes é identificado com um Profeta desconhecido, com o povo exilado, como uma recordação histórica (dos Patriarcas, Moisés, Davi, Profetas), e a releitura do Antigo Testamento vê nesta figura o próprio Jesus.

Reflitamos:
-    O que fazemos para gerar uma vida nova para todos?
-    Como vivemos a graça da vocação profética?

-    Como vivemos a radicalidade de nossa entrega nas mãos de Deus?
-    Temos plena confiança na presença e ação de Deus?

Na passagem da segunda Leitura, com a Carta de São Tiago (Tg 2, 14-18), continuamos a reflexão sobre a fé operativa que leva ao compromisso social e comunitário: a fé deve ser expressa em ações concretas; a fé sem obras não serve para nada.

No seguimento de Jesus, a vida de fé se expressa em gestos concretos em favor do próximo: amor, solidariedade, fraternidade, serviço, partilha, perdão...

Belos discursos não bastam, é preciso uma bela prática. Que a religião autêntica transpareça nos gestos concretos de amor e solidariedade, para que não façamos da religião uma mentira, um engano, uma evasão, um alienar-se de sagrados compromissos.

A Carta nos leva a afirmar que somente a acolhida aos pobres e a luta pela verdade, justiça, e fraternidade dão conteúdo de veracidade à nossa fé, à nossa prática religiosa.

Também nos possibilita uma reflexão sobre a relação que estabelecemos entre a liturgia e a vida, a fé e a vida, evitando qualquer sombra de separação entre ambas.

Na passagem do Evangelho (Mc 8,27-35), contemplamos Jesus, o Filho do Homem, o Filho de Deus que oferece Sua vida como dom, por Amor a humanidade.

Reflitamos:
- “Quem é Jesus para nós?”
-  Quais as exigências para segui-Lo?

Pedro responde corretamente: “Tu és o Messias, o Filho de Deus”. Um Messias diferente do que se esperava, um Messias que passa pela Cruz, pela entrega da Sua vida.

Quem quiser segui-Lo terá que renunciar a si mesmo e tomar a sua cruz cotidianamente.

Renunciar a si mesmo será dizer não ao egoísmo, ao comodismo, ao orgulho e à autossuficiência, fazendo da própria vida doação total, amor radical, entrega até a morte, como o próprio Jesus o fez.

Jesus não pode ser para nós o que representa para alguns:

- homem bom, generoso e atento aos sofrimentos dos outros;
- admirável mestre da moral;
- condutor de massas que passou de moda;
- um revolucionário;
- ou ingênuo e inconsequente.

Ele tem que ser e é o nosso Redentor, a razão de todo nosso existir. Precisamos ter sua Pessoa, Palavra e ensinamentos como as referências fundamentais sobre as quais construímos a nossa existência.

Colocando-nos nas mãos de Deus, viver a nossa história como Pedro o fez, vivendo a vida complexa de sombras e luz. Deus sabe trabalhar com nossas fraquezas e limitações.

É preciso colocar-se a caminho, multiplicando gestos que expressem nossa fé em Deus e nossa fidelidade ao Seu Projeto de Vida Plena para toda a humanidade.

De fato, o Reino de Deus cresce apesar de nossas limitações e Deus nos chama e nos convida a participar desta construção. 

Reflitamos:
-  Qual é a nossa resposta?
-  Como tem sido nossa participação?

-  De que modo estamos seguindo o Senhor?
-  Como estamos carregando a nossa cruz de cada dia?
- Quais são as renúncias necessárias?
   
É sempre tempo de renovar nossa fidelidade ao Senhor, pois somente n’Ele, e com Ele, a alegria, a vida, a realização, a paz, porque  Ele é a nossa mais bela e inesgotável Divina Fonte de Amor.

Sois o Amor, Senhor! (XXIVDTCB)

                                                              

Sois o Amor, Senhor!

Senhor, não sois para mim um simples personagem histórico, tão pouco um mero objeto da razão humana, fruto dos estudos e conhecimento teórico, como alguém que existiu e passou como tantos passam, ficando apenas na memória frutuosa lembrança.

Senhor, sois para mim uma Pessoa viva, uma Pessoa que somente pode ser verdadeiramente conhecida através do encontro e do relacionamento, que se renova a cada instante, de modo especial no Banquete da Eucaristia, e quando O acolhemos nos pequeninos, Vossos rostos de tantos nomes.

Senhor, sois para mim glorioso, Ressuscitado, e para sempre presente e atuante na história minha pessoal e comunitária, caminhando, como fizestes com os discípulos de Emaús, fazendo o coração arder quando comunicais Vossa Palavra, abrindo os olhos quando Vos dais no Pão partilhado sobre o Altar.

Senhor, sois para mim o Cristo, e não O chamo de Jesus Cristo, apenas com nome e sobrenome, mas assim creio que sois verdadeiramente o Messias, o Ungido de Deus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Deus Encarnado, o Redentor de toda a humanidade.

Senhor, sois para mim o Caminho, a Verdade e a Vida, e sei que me chamastes e me escolhestes e me enviastes para, com a Seiva do Amor, com a Seiva do Vosso Espírito, muitos frutos, e frutos eternos, produzir, não apenas como mero ouvinte de Vossa Palavra, mas empenhado praticante da mesma, sem o que  me distanciaria de Vós e não me reconheceríeis no dia do juízo final. Amém.



PS: Breve profissão de fé à luz das passagens dos Evangelhos: Lc 9, 18-22; Mc  8,27-35

Jesus, Tu és Aquele... (XXIVDTCB)

                                                     

Jesus, Tu és Aquele...

No primeiro anúncio de Sua Paixão, Jesus perguntou aos discípulos “E vós, quem dizeis que eu sou”, e Pedro respondeu: “Tu és o Messias” (Mc 8,29). E nós o que respondemos?

Respondamos:

Tu és o Salvador do mundo, por Sua Paixão, Morte e Ressurreição, tendo nos amado, nos amaste até o fim, em amor indizível por nós, ainda que pecadores fôssemos.

Tu és Aquele que choraste sobre a incrédula Jerusalém e, com isto, preparavas a sua própria calamidade, predizendo sua definitiva destruição.

Tu és Aquele coroado de espinhos, em vez de palmas e ramos, vestido de púrpura por insano deboche, para nos revestir plenamente com Teu amor.

Tu és Aquele que sofreste com toda a paciência, suportando que homens desprezíveis lhe batessem, mesmo assim os amaste.

Tu és Aquele que foi esbofeteado, cuspido, injuriado, atormentado, flagelado, e levado para a crucifixão, na humilhante morte de Cruz.

Tu és Aquele que permitiste ser crucificado entre dois ladrões, sendo contado entre homicidas e malfeitores, ainda que nenhum pecado tivesses cometido.

Tu és Aquele que degustaste o vinagre e o fel da vinha perversa, mesmo sendo a verdadeira videira do Pai, e sem o qual nada somos e nada podemos.

Tu és Aquele que bebeste o fel, carregando sobre Si a amargura e os desgostos desta vida, mortal e passível.

Tu és Aquele que bebeste vinagre, assumindo a natureza deteriorada do homem e a reintegrando ao seu estado primitivo.

Tu és Aquele que transformaste a púrpura em sinal de verdadeira realeza; a vara em frágil instrumento da debilidade e fragilidade do poder do diabo.

Tu és Aquele que transformaste as bofetadas, injúrias, golpes recebidos, e por nós merecidos, em anúncio da liberdade que nos alcançaste.

Tu és Aquele, que do lado trespassado pela lança, ao jorrar água e sangue, e permitiste que renascêssemos e do Teu Sangue fôssemos redimidos e alimentados: Batismo e Eucaristia.

Tu és Aquele que desceste à mansão dos mortos, pelo Pai, jamais abandonado, Ressuscitado, e junto d’Ele, nos enviaste o Teu Espírito para nos conduzir.

Tu és Aquele que nos enviaste em missão, para sermos sal da terra e luz do mundo, e bem sabemos, outro plano não tens, e esperamos jamais decepcionar. Amém.


Fonte inspiradora: Mc 8,27-35; Tratado sobre a Encarnação do Senhor, escrito por Teodoreto de Ciro (séc. V) – in Lecionário Patrístico Dominical – Editora Vozes – 2013 – pp.466-4677
Apropriada reflexão para a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 9,18-24; Mt 16,13-20)

Quem é Jesus para mim? (XXIDTCA) (XXIVDTCB)

                                                    

Quem é Jesus para mim?

Assim lemos no Comentário do Missal Dominical sobre a Liturgia do 21º Domingo do Tempo Comum (ano A), quando ouvimos a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 16,13-20).

Que importância tem para o homem de hoje o fato que há 2000 anos, às margens do lago de Tiberíades, Pedro tenha dito a Jesus: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo?’

Interessa ainda ao homem de hoje saber quem é Jesus? Sua pergunta ‘E vós, quem dizeis que Eu sou?’ ainda é ouvida como uma interpelação pessoal, um problema crucial ou ao menos importante?

Apesar de um secularismo cada vez mais difundido e de um abandono da prática e das tradições cristãs cada vez mais generalizado, é interessante notar como a pergunta ressoada em Cesareia de Filipe continua a criar questões inquietadoras.

Para os jovens, Jesus representa hoje a novidade, o frescor, a contestação de uma sociedade e de um sistema envelhecido, árido, privado de fantasia e criatividade; para as massas oprimidas, Jesus aparece como o libertador, o símbolo de uma esperança que não está somente num futuro mítico e misterioso; para os agentes de obras sociais, Jesus é como que um revolucionário que luta contra a injustiça, a opressão e a exploração do homem pelo homem.

Até a iconografia apresenta Jesus hoje em vestes extravagantes e coloridas de um jovem ‘hippie’, ou nas de um barbudo guerrilheiro procurado pela polícia e nas atitudes de um agitador social.

De verdadeiro e positivo, nessas representações permanece o fato de que o nosso mundo não pode prescindir de Jesus. Nossa história está tão marcada por Ele que não se pode ignorá-Lo”. (1)

A pergunta também é dirigida para os cristãos que participam das Missas Dominicais, engajados em diversas pastorais: “Quem é Jesus para mim?”. 

O Missal também afirma:

“Para responder, não será preciso procurar na memória alguma fórmula de catecismo aprendida na infância. Só pode responder a esta pergunta quem se encontrou com Ele, quem fez uma experiência pessoal d’Ele.

Muitas vezes, o encontro pessoal com Jesus, e, portanto, a resposta à Sua pergunta, se dá através do testemunho dos cristãos que despertam o interesse e a curiosidade nos não cristãos.

A fórmula de profissão de fé, que os cristãos recitam juntos na Missa, corre o risco de ser apenas uma expressão verbal.

A fé da Igreja em Jesus deve manifestar-se na vida. Todo cristão tem a possibilidade de ‘confirmar’ na fé os seus irmãos e ajudar os que ainda não têm fé a encontrar uma resposta”. (2)

Importa fixarmos nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias: em Deus e na glória da eternidade.

Jesus é para nós o Messias, o Filho do Deus vivo, por isto nossa esperança não será decepcionada, porque movidos pela fé n’Ele e com a força do Seu Espírito, estamos sempre numa relação intensa e profunda com Deus Pai.

Peregrinos longe do Senhor, caminhemos esperançosos da glória eterna. Por ora, é preciso que Deus una nossos corações num só desejo, como tão bem expressa a Oração do Dia deste domingo, para que, como Povo de Deus, amemos o que Deus nos ordena e esperemos o que Ele nos promete, caminhando e enfrentando as instabilidades do tempo presente, do mundo em que nos inserimos, como sal, fermento e luz.

Cremos n'Ele, o Messias, o Filho do Deus Vivo, e nada nos falta;  vida plena e abundante já temos no tempo presente e no futuro a eternidade.

Oremos:

“Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao Vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por N.S.J.C. Amém.” (3) 



(1) (2) Missal Dominical – Paulus - p.782 
(3) Oração do dia da Missa
Passagens paralelas: Mt 16,13-20; Mc 8,27-30


O Senhor nos envia em missão (XXIDTCA) (XXIVDTCB)

                                                                

O Senhor nos envia em missão

Com a Liturgia do 21º Domingo do Tempo Comum (Ano A), refletimos sobre dois temas fundamentais da vida cristã: Cristo e a Igreja, a partir da pergunta de Jesus: “Quem sou Eu para vós?”.

A passagem da primeira Leitura do Profeta Isaías (Is 22,19-23), apresenta-nos um  episódio doméstico da vida do palácio, retratado pelo Profeta Isaías.

O Profeta, homem culto, decidido, enérgico, embora participando das decisões relativas à condução do reino, fala com autoridade aos altos funcionários do palácio e reis; mas sem apoiar as classes altas, de modo que os seus maiores ataques são dirigidos aos grupos dominantes, autoridades, juízes, latifundiários, políticos, mulheres da classe alta que vivem num luxo escandaloso.

O episódio refere-se a Sobna, que será substituído de suas funções de administrador do palácio e substituído por Elyaquim, exatamente porque o primeiro talhou para si um sepulcro, no alto, e cavou para si, na rocha, um mausoléu (Is 22,16). Gastou dinheiro do povo em futilidades num momento difícil.

Elyaquim recebe as chaves do palácio. Importante ressaltar o simbolismo das chaves, porque como mordomo do palácio, entre outras atividades, administrava os bens do soberano, fixava a abertura e o fechamento das portas e definia quais os visitantes a introduzir junto do soberano.

Podemos fazer aqui um paralelo com as chaves confiadas a Pedro por Jesus, na passagem do Evangelho, como veremos.

Pedro tem a autoridade, e com isto deve ser um pai para aqueles sobre quem se tem responsabilidade e promover o bem de todos, com solicitude, amor e justiça.

Oportuno para refletirmos sobre o exercício do poder que se traduz num serviço à comunidade, com solicitude, bondade, compreensão, tolerância e misericórdia. Jamais se pode colocar os interesses próprios acima dos interesses do bem comum.

O serviço da autoridade não é uma questão de poder, mas de amor: impensável o exercício de cargos de responsabilidade, e na vida da comunidade, ministérios e serviços se não for decididamente guiado pelo amor.

Esta é a lógica que deve nortear o poder civil, assim como nos âmbitos da comunidade que professa a fé no Senhor Jesus.

Na passagem da segunda Leitura (Rm 11,33-36), o Apóstolo Paulo eleva a Deus um hino de louvor, exaltação do desígnio salvador de Deus, que possui toda riqueza, sabedoria e ciência (v.33).

Como o Apóstolo, fiquemos abismados diante deste Deus e nos entreguemos com toda confiança em Suas mãos, acolhendo humildemente Sua Palavra e seguindo, com simplicidade e amor, o caminho que Ele nos propõe.

Mergulhar na infinita grandeza de Deus, abismados na contemplação de Seu Mistério, precedido pela reflexão e reconhecimento de Sua riqueza, sabedoria e ciência, nos possibilitará ver Deus, não como um concorrente, mas como um Pai cheio de amor; e, assim, afastar de nós toda autossuficiência e orgulho, e corresponder com gratidão aos tantos dons com os quais nos enriquece.

Na passagem do Evangelho (Mt 16,13-20), podemos falar em duas partes: a primeira mais cristológica: Jesus é o Filho de Deus; e a segunda mais eclesiológica: sobre a missão confiada por Jesus a Pedro, a missão da Igreja.

Jesus interrogando sobre a Sua identidade não quer medir a Sua quota de popularidade; ao contrário, é para tornar as coisas mais claras para os discípulos, para uma consciente adesão; e, assim, confirmá-los na missão, confiando a Pedro em primeiro plano, esta missão de conduzi-los, por isto lhe são entregues as chaves do Reino para ligar e desligar.

Este é o real simbolismo da entrega das chaves, mencionado na reflexão da primeira Leitura: Jesus nomeia Pedro para administrador e supervisor da Igreja, com autoridade para interpretar Suas palavras, bem como de adaptar os ensinamentos às novas necessidades e situações, e de acolher ou não novos membros na comunidade.

Também nós somos interpelados por Jesus: “Quem sou Eu para vós?”.

A resposta deve contemplar a realidade: alguém que é mais do que um homem, um ídolo, um revolucionário, uma pessoa de sabedoria incomum...

A nossa resposta tem que ser a de Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo”.

Ele é o esperado, que traz vida para o tempo presente e todo tempo; e mais que isto, para a eternidade.

Somos convidados, na renovação de nossa fé, a fortalecer nossa pertença à Igreja, revigorando a dimensão profética e missionária de nossa fé, sem desânimos, fraquezas e esmorecimentos.

Como discípulos missionários do Senhor, abismados pelo Amor de Deus, a quem glorificamos e tributamos toda honra, glória, poder e louvor, porque possui toda ciência, riqueza, poder, sabedoria, continuar o caminho que iniciamos no dia de nosso Batismo.

Bem falou o então Papa Bento XVI sobre este convite de renovação do encontro pessoal com Jesus Cristo, quando tomamos a decisão de nos deixar encontrar por Ele, de procurá-Lo dia a dia sem cessar:

−“Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”  (cf. n. 7 da EG).

Mais que uma resposta, renovação e adesão e fortalecimento para a missão de discípulos missionários, para que construamos uma Paróquia com um rosto novo em contínua conversão, para que seja comunidade de comunidades, em que se sacia do Pão da Palavra, da Eucaristia e da Caridade.

“No nosso mundo, onde tudo aparece sempre provisório e discutível, uma caminhada de fé, sólida precisa de uma referência clara. Por isso, o serviço de Pedro e dos seus sucessores é preciso e deve ser acolhido como uma dádiva.” (1)


Oremos:

Pai Santo, fonte de sabedoria,
no testemunho humilde do Apóstolo Pedro
Colocastes o fundamento da nossa fé.
Concedei a todos os homens e mulheres, a luz do Vosso Espírito,
Para que, reconhecendo em Jesus de Nazaré,
O Filho do Deus vivo, se tornem pedras vivas
Para a edificação da Vossa Igreja. Por N.S.J.C.Amém.


PS: Fonte de pesquisa - www.Dehonianos.org/portal
(1) Lecionário Comentado – p. 183

PS: Apropriado para a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 8,27-35)

Eu Vos suplico, ó meu Senhor! (XXIDTCA) (XXIVDTCB)

                                        


Eu Vos suplico, ó meu Senhor!
 
Senhor Jesus Cristo, meu Deus e meu Senhor,
Vós que sois o Messias, o Filho do Deus vivo,
Como tão bem expressou Vosso Apóstolo Pedro,
Que mais tarde faria tríplice negação de Vos conhecer,
No Mistério da Vossa Paixão, e Morte.
Mas curado na tríplice afirmação de amor, após Vossa Ressureição.
Renovo a amizade convosco e o amor incondicional no seguir-Vos.
 
Ajudai-me a aprender e aprofundar a relação de amor convosco
em plena fidelidade ao Projeto de Deus, pelo qual Vos entregastes,
Com a presença e ação do Santo Espírito, em todo o tempo.
Tão somente assim, Senhor, não terei de Vós
Conhecimento apenas intelectual, mas fecundamente afetivo,
Semeando a Palavra, para flores Pascais de um mundo novo florir.
 
Concedei-me Vossa graça, para que a minha existência
Não fique somente baseada numa série de preceitos religiosos,
Que tão apenas procuro respeitar sem autênticos amor e ardor sinceros,
Mas que de Vós mesmos sentimentos tendo,
Em esvaziamentos e desapegos mais que necessários,
Leveza de alma, fortaleza de espírito, cruz com fidelidade carregar.
 
Derramai em mim e a quantos suplico o Vosso amor,
Por meio do Vosso Espírito, como nos falou Vosso Apóstolo Paulo (Rm 5,5).
Reconhecendo os pecados no passado cometido, penitenciados e perdoados.
Rever, redimensionar e ressignificar a própria existência,
edificar uma vida e história marcadas pela generosidade e solidariedade,
Sobretudo para com os que mais precisarem, como fizestes.
 
Renovai-me como discípulo Vosso o Amor Trinitário,
Em mergulho no mar da misericórdia infinita divina,
Aprofundando o conhecimento íntimo e afetuoso de Vossa presença,
E que jamais me contente em afirmar que sois Jesus Cristo, o Filho de Deus,
Mas que eu saiba viver sagradas consequências éticas,
Vivendo Vossa Palavra, seguindo Vossos passos, rumo à eternidade. Amém.
 
 
Fonte: Lecionário Comentado – Editora Paulus – 2011 – volume II do Tempo Comum – 2011 – pp. 65-70
Passagens Bíblicas: Jr 3131-34; Sl 50; Mt 16,13-23; Mc 8,27-35

Que Mistério imenso de Amor contemplamos... (XXIVDTCB)

                                                      

Que Mistério imenso de Amor contemplamos...

Assim lemos no Comentário do Missal Dominical:

“A Cruz de Cristo continua a ser para muitos, até hoje, ‘loucura’ e ‘escândalo’. Estamos dispostos a aceitar Jesus, como o Cristo, como o Filho de Deus, como o enviado do Pai, mas o Cristo do Calvário permanece para nós um Mistério. No entanto, em tudo isso há uma lógica; lógica do Espírito e não da carne.

O Pai não teve necessidade dos sofrimentos de Jesus como punição, tomando o nosso lugar. Deus tinha necessidade da Sua vida como Amor substitutivo em nosso nome. Mas quem quer amar neste mundo vê-se diante de uma impossibilidade de fato.

O grande Mistério é que o Reino de Deus prosseguiu seu caminho, mesmo quando os homens, inclusive todos nós, matamos O Filho de Deus. Nem Jesus nem o Pai nos voltaram às costas. Do maior pecado nasceu o Maior Amor. Assim, fomos libertados pela morte de Jesus, de modo que a morte e o fracasso não são a última palavra, não são um obscuro e fácil destino. Deus demonstrou poder fazer brotar da morte a vida.

Mas tudo isso traz também outra mensagem de esperança. Deus, que sofre conosco num ato supremo de Amor, ama o mundo! Não permite o mal tranquilamente, como que cruelmente! O mal não vem d’Ele; ao contrário, Ele o combate. Deus Se apresenta a nós como salvador, numa das penas de morte mais cruéis que a humanidade conhece: uma estaca vertical, uma trave horizontal, e aí, suspenso, há um homem, que é Deus.

Aquela Cruz se prolonga em todas as direções, como um homem de braços estendidos indica o insondável Mistério de Deus, o centro do Mistério. Na Cruz Deus abriu Seu coração, revelou Seu mais profundo segredo: um Deus solidário com todos os homens”.

Diante do Mistério do Amor de Deus por nós vivido pelo Filho, em comunhão com o Espírito, é preciso silenciar para contemplar.... 

Não se trata de colocar tamanho Mistério em nossa mente limitada, mas mergulhar, inserir a nossa existência neste vasto e imenso Mistério de Amor.

Contemplemos o amor de Deus e digamos: 
Como Deus nos ama! 
Como ainda temos que amá-Lo, 
sobretudo na pessoa de nosso próximo. 
Amém.

(1) Missal Dominical - Editora Paulus - pág. 1019

O Messias que cremos (XXIVDTCB)

                                                   

O Messias que cremos

Com a passagem do Evangelho do 24º Domingo do Tempo Comum (ano B) - (Mc 8, 27-35) refletimos sobre a pergunta de Jesus: “Quem dizem os homens que Eu sou?” e as exigências para o Seu seguimento.

Somente na acolhida de Jesus e do Projeto Divino, que Ele vem realizar na mais perfeita obediência, no dom total da vida aos irmãos, é que estaremos, de fato, no caminho da vida plena, aparentemente um caminho de fracasso, porque inevitavelmente passa pela cruz.

Contemplamos Jesus, o Filho do Homem, o Filho de Deus que oferece Sua vida como dom, por Amor a humanidade.

Reflitamos:

- Quem é Jesus para nós?”
- Quais as exigências para segui-Lo?

Pedro responde corretamente: “Tu és o Messias, o Filho de Deus”. Um Messias diferente do que se esperava, um Messias que passa pela Cruz, pela entrega da própria vida.

Quem quiser segui-Lo terá que renunciar a si mesmo e tomar a sua cruz cotidianamente.

Nossa fé começa de verdade quando reconhecemos não somente o Cristo libertador, Aquele que faz milagres, mas também o Cristo Crucificado.

Renunciar a si mesmo será dizer não ao egoísmo, ao comodismo, ao orgulho e à autossuficiência, fazendo da própria vida doação total, amor radical, entrega até a morte, como o próprio Jesus o fez.

Jesus não pode ser para nós o que representa para alguns:

Um homem bom, generoso e atento aos sofrimentos dos outros;
Admirável mestre da moral;
Condutor de massas que passou de moda;
Um revolucionário;
Ou ingênuo e inconsequente.

Ele tem que ser o nosso Redentor, a razão de todo nosso existir. Precisamos ter sua Pessoa, Palavra e ensinamentos como as referências fundamentais sobre as quais construímos a nossa existência.

Colocando-nos nas mãos de Deus, viver a nossa história como Pedro o fez, vivendo a vida complexa de sombras e luz. Deus sabe trabalhar com nossas fraquezas e limitações.

É preciso colocar-se a caminho, multiplicando gestos que expressem nossa fé em Deus e nossa fidelidade ao Seu Projeto de Vida Plena para a humanidade.

De fato, o Reino de Deus cresce apesar de nossas limitações e Deus nos chama e nos convida a participar desta construção.

Reflitamos:

- Qual é a nossa resposta?
- Como tem sido nossa participação?
- De que modo estamos seguindo o Senhor?
- Como estamos carregando a nossa cruz de cada dia?

É tempo de renovar nossa fidelidade ao Senhor, pois somente n’Ele, e com Ele, a alegria, a vida, a realização, a paz, porque Ele é a nossa mais bela e inesgotável Divina Fonte de Amor.

A autenticidade da fé (XXIVDTCB)

                                                      


A autenticidade da fé

“... por detrás da momentânea casca amarga
de preferir a Palavra do Mestre à nossa, se esconde
o suco doce da esperança e do sentido pleno da vida”

No 24º Domingo do Tempo Comum (ano B), em que se proclama a passagem da Carta de Tiago (Tg 1,17-18; 21b-22.27), refletimos sobre a autenticidade da fé:

A fé que se reduz a um puro conhecimento intelectual é inútil, como no caso dos demônios (Tg 2,19). A fé sem obras é com razão chamada ‘fé diabólica.'... Que havemos de fazer para não nos deixarmos esmagar pelo peso da Cruz e viver o tempo, que o Senhor na Sua bondade nos dá, com um pouco de esperança?”. (1)

Somos convidados a viver uma fé operosa, com renúncias necessárias, para que, com maior fidelidade, tomemos nossa cruz de cada dia para seguir o Senhor, com coragem e confiança, pois antes de carregarmos a nossa, Ele a carregou por todos nós.

“É preciso termos noção de que o tempo da prova, se vivido com fé, torna-se tempo de fé operosa: embora inicialmente os frutos tenham o sabor amargo da dor e das lágrimas, podem tornar-se frutos odorosos e preciosos para a caminha espiritual do cristão.

O amargo, se acolhido com amor, diz-no-lo o nosso Mestre, e podemos confiar n’Ele – transformar-se-á em doçura de alma e do corpo, como aconteceu com Ele, depois da Sexta-Feira Santa. Na Páscoa, Jesus viu resplandecer em plena luz o que a dor e o sofrimento escondiam.

Se o fruto amargo do ‘renunciar a si mesmo e tomar sua cruz’ atrás de Jesus, não permite saltar de alegria (como desejaríamos e esperaríamos), no entanto pode fazer-nos descobrir, indo um pouco mais adiante, que por detrás da momentânea casca amarga de preferir a Palavra do Mestre à nossa, se esconde o suco doce da esperança e do sentido pleno da vida.

Como sempre a árvore da alegria, a verdadeira, mergulha as Suas raízes na fadiga e mesmo na dor. Se assim foi para o Mestre, não poderá ser de outra forma para o discípulo.

Senão – e confirmam-no-lo os Santos e todos os que acolheram o convite de Jesus – não haverá verdadeira alegria, mas a ilusão de termos tocado na altura o céu com um dedo, para despertarmos logo não na alta montanha, mas nos costumeiros vales que sabem a fome e a sede ainda não saciadas.

Para chegar a ‘gloriar-se da Cruz do Senhor’ (Gl 6,14), precisamos de percorrer muito caminho.

Não podemos recusar a cruz que já se encontra aos nossos ombros, para ir procurá-la noutro lado. Devemos aceitá-la com amor, embora no sofrimento, abraçá-la como a abraçou Jesus, quando no caminho para o Calvário teve de suportar todo o seu peso.

Caiu várias vezes, mas no fim, depois de ajudado, chegou ao lugar da oferenda total. Vem em nossa ajuda, não o primeiro que passa, mas o próprio Jesus: Ele é o nosso Cirineu. Somos pessoas de sorte! Temos apenas de reparar que ao nosso lado, Jesus caminha também. Trata-se apenas de abrir os olhos e de O reconhecer ‘no partir o Pão’ da Palavra e da Eucaristia”. (2)

Vivamos uma fé autêntica e frutuosa, que passa inevitavelmente pelas renúncias quotidianas e o carregar da cruz, sem reclamar, mas na confiança plena d’Aquele que jamais nos abandona, Jesus:

“Pai Santo, conforto dos pobres e dos que sofrem,
não nos abandoneis na nossa miséria:
Que o Vosso Espírito nos ajude a acreditar de coração
e a confessar com as obras que Jesus é o Cristo,
para vivermos conforme a Sua Palavra e o Seu exemplo,
certos de que salvaremos as nossas vidas
quando tivermos a coragem de as perder” (3)



(1) Lecionário Comentado - Volume Tempo Comum - Editora Paulus - Lisboa - p.341 e 343
(2) Idem - p.343
(3) Idem - p.344

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