sábado, 27 de abril de 2024

Que vejam Cristo em nós!

Que vejam Cristo em nós! 

“Quem me viu, viu o Pai.”

Senhor Jesus, meu coração não fica perturbado,
Ainda que pareça que Vós estais ausente,
Sobretudo em momentos sombrios vividos.

Trilho meus passos convosco, confiante,
Pois Vós sois o meu único Caminho,
E me conduz na travessia do mar da vida.

Fixo meus olhos na linha do horizonte,
Fiel no Caminho, sem desvios por atalhos sedutores,
Que ofereçam aparente felicidade, que só há convosco.

Creio que somente poderei chegar ao Pai
Convosco, que com Ele à direita estais,
Por isto sois o verdadeiro e único Caminho.

Senhor, pauto minha vida pela Verdade,
Verdade que sois Vós e que tão ricamente
Encontro em Vossa Palavra que liberta.

Senhor, bem dissestes, que somente Vos amando e conhecendo,
Somente tendo o coração inflamado pela eterna chama de amor,
É que então o Pai poderemos amar e conhecer.

Porque sois, Senhor, a Verdade que nos revela o Pai.
Vós sois o próprio Ícone do Pai,
Vivendo em perfeita comunhão com Ele.

Concedei-nos, Senhor, também participarmos dessa comunhão.
Ajudai-nos a nos tornarmos ícones Vosso,
Para que alcancemos a Vida em plenitude.

Vida e Vida plena, Senhor, somente em Vós temos,
Porque sois o nosso Bom Pastor e Porta de Salvação,
Garantia de Vida eterna, participação na Vida divina.

Senhor, dissestes que Vos vendo, vemos o Pai.
Ajudai-nos, para que, como cristãos que somos,
Vejam Cristo gerado e formado em nós. Amém. Aleluia!


PS: Fonte inspiradora - Jo 14, 1-14.

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https://www.youtube.com/c/DomOtacilioFerreiradeLacerda 

A esperança cristã nos dá coragem na travessia

 


A esperança cristã nos dá coragem na travessia

Mantenhamos viva a esperança cristã, pois tão somente ela retorna e realiza a esperança do povo eleito, que tem a sua origem e modelo na esperança de Abraão, o qual, em Isaac, foi cumulado das promessas de Deus e purificado pela provação do sacrifício (cf. Gn 17,4-8; 22,1-18).

Fortaleçamos a esperança cristã e acreditemos nas promessas divinas contra toda a esperança humana, a exemplo de Abraão que teve esperança e acreditou, e como nos falou o Apóstolo Paulo, tornou-se pai de muitas nações (cf. Rm 4, 18).

Testemunhemos a esperança cristã que se manifestou, desde o princípio na pregação de Jesus, no anúncio das Bem-Aventuranças, pois tão somente elas elevam a nossa esperança para o céu, como nova terra prometida e traçam o nosso caminho através das provações próprias e presentes na vida dos discípulos missionários do Senhor.

Sejamos guardados e firmados, por Deus, na esperança que não engana (Rm 5,5), pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo e da sua dolorosa paixão e gloriosa Ressurreição.

Continuemos nossa travessia no mar revoltoso, contra todos os ventos e tempestades, ancorados na esperança que é “a âncora da alma, inabalável e segura” que penetra [...]«onde entrou Jesus como nosso precursor» (Hb 6, 19-20).

Sejamos armados pela esperança, a arma que nos protege no combate da salvação: “Revistamo-nos com a couraça da fé e da caridade, com o capacete da esperança da salvação” (1 Ts 5, 8). Proporciona-nos alegria, mesmo no meio da provação: “alegres na esperança, pacientes na tribulação” (Rm 12, 12).

Trilhemos o caminho da perfeição e santidade, revigorados e nutridos pela oração, particularmente na oração do Pai-Nosso, resumo de tudo o que a esperança nos faz desejar, participantes do Sagrado Banquete, alimentados pelo Pão da Palavra e da Eucaristia. Amém.


PS: Fonte inspiradora: Catecismo da Igreja Católica – parágrafos n. 1819-1920

Precisamos da Seiva do Amor do Senhor! (VDTPB)

                                                               

Precisamos da Seiva do Amor do Senhor!

“Eu sou a Videira e vós sois os ramos”

A Liturgia do 5º Domingo da Páscoa (Ano B) é um convite à reflexão sobre a união com Cristo, que deve ser intensa para que possamos ter vida plena e os frutos por Deus esperados produzirmos.

É o “Domingo da Verdadeira Videira” que é o próprio Cristo Jesus, como nos fala o Evangelho de São João (Jo 15, 1-8).

Com a passagem da primeira Leitura (At 9,26-31), refletimos sobre como deve ser a comunidade: lugar da partilha, da mesma fé, que percorre o caminho do amor fraterno. Somente assim ela se coloca num constante processo de amadurecimento, realizando sua vocação.

Retrata a conversão de Paulo e a sua relação com a comunidade. O Apóstolo teve que enfrentar a desconfiança da comunidade, bem como ela teve coragem de correr o risco como fonte de enriquecimento. Para ambos foi desafio à comunhão a ser construída. 

O conjunto da Leitura nos apresenta o cristianismo como um encontro pessoal com Jesus, que se torna visível na experiência da comunhão com os irmãos. É impossível o encontro com Jesus e a vida fora da comunidade, da comunhão com os irmãos.

O encontro e o acreditar em Jesus implicam em adesão à Sua Palavra, ao Seu Projeto, à Sua proposta de Amor, que implica em amar até o fim, até as últimas consequências. Um amor total, incondicional e para sempre!

A fé é necessariamente uma experiência a ser fortalecida, numa vida comunitária marcada pela fragilidade.

Evidentemente, o autêntico cristianismo vivido implica na superação dos conflitos que possam surgir, com a certeza de que se pode contar com o Espírito Santo que conduz a Igreja.

Esta Leitura possibilita uma “radiografia” de nossas comunidades.

Reflitamos:

- Somos uma comunidade fechada ou aberta ao outro?
- Somos uma comunidade acolhedora?
- Vivemos a comunhão fraterna?

- Vivemos a solidariedade entre todos?
- De que modo ajudamos a comunidade a ser mais fiel ao que Deus espera? Apenas criticamos ou fazemos algo concreto para que seja um melhor instrumento do Reino?

- Somos como Paulo, Barnabé e os primeiros seguidores de Jesus, entusiasmados pela causa do Evangelho?

- Amamos Jesus e Sua Igreja inseparavelmente, apesar da imperfeição e limites inerentes da comunidade?

- Percebemos a ação do Espírito Santo dirigindo a Igreja?

A passagem da segunda Leitura (1Jo 3,18-24) nos apresenta a realidade do ser cristão, aquele que acredita em Jesus Cristo e ama uns aos outros como Ele nos amou. O amor ao próximo é critério para afirmarmos se conhecemos ou não a Deus, para afirmarmos a realização ou não da Sua vontade pela palavra e pelas obras.

Quando deixamos que o amor conduza a nossa vida, estamos no caminho da verdade. Coração aberto ao amor se traduz em serviço e partilha, na mais bela comunhão com Deus.

Somente o amor autêntico vivido nos liberta de todas as dúvidas e inquietações, nos dá a serenidade necessária e a certeza de que estamos no caminho certo da felicidade e vida eterna.

Com a passagem do Evangelho (Jo 15,1-8),encontra-se no contexto de despedida de Jesus, e refletimos sobre a adesão a Jesus que se torna a fonte de frutos saborosos por Deus esperados.

Com a Parábola da Videira, exorta que os discípulos permaneçam com Ele. Está próxima a Sua partida, entrega, Paixão e Morte. Mas também próxima está a Sua Ressurreição e presença para sempre no meio deles.

O Evangelho de João nos apresenta a comunidade da Nova Aliança com o distintivo do amor e serviço.

Notamos a insistência do Evangelista no verbo “permanecer” – oito vezes. Permanecer com Jesus implica em adesão, solidez na fé, estabilidade, constância, continuidade, frutos abundantes. Permanecer é adesão e renovação constantes.

Permanecer é ficar com Ele, viver Seu Mandamento de Amor, é confrontar a cada instante nossa vida com a Sua Vida. Sem Jesus a comunidade viveria uma esterilidade indesejável.

É preciso, como cristão, viver de, com, para e como Jesus Cristo. Podas serão inevitáveis para que mais frutos sejam produzidos, mas somente o ramo unido a Jesus produzirá os frutos saborosos.

Ao discípulo fica a possibilidade do discernimento.

Reflitamos:

- A quem queremos aderir nossa vida?
- Com quem queremos ser configurados, enxertados?

Haverá sempre a possibilidade de enxertar-se em outras “árvores”, mas o resultado é o óbvio: insatisfação, frustração, egoísmo, morte e autossuficiência...

A Parábola fala de ramos que se não unidos à videira, morrerão, secarão, serão queimados. Isto ocorre quando seduções indesejáveis norteiam nossa vida: dinheiro, êxito a qualquer preço, moda, poder, aplausos, orgulho, amor próprio excludente, a inversão de valores que deem sentido à vida.

Fala também das podas necessárias para novos frutos. São as provações do quotidiano, a cruz a ser carregada com renúncias, sacrifícios, abertura ao outro, humildade, simplicidade, perdão, superação...

Urge fazer nossa revisão de vida; renovemos nossa adesão ao Senhor, e ao Seu Evangelho e nosso amor e pertença a Igreja que nasceu de Seu lado, do Seu Coração trespassado.

Que todos nós, membros ativos da comunidade, vejamos quais são as podas necessárias que precisamos ter coragem de suportar, para que os frutos saborosos de Deus possamos produzir, para que todos tenhamos vida e vida plena.

Que sejamos saciados com a Seiva do Amor que emana abundantemente em cada Eucaristia celebrada, em cada Palavra proclamada, ouvida, acolhida e na vida encarnada.

Não podemos viver sem Jesus, portanto, não podemos viver sem o Seu Amor.

Concluímos com este canto:

“Meu Senhor despojou-Se de Si, sendo Deus
Se fez homem, Se entregou e morreu numa Cruz. [...]
Eu Te amo, sou louco de amor por Ti, meu Jesus

Tu és minha paz, minha luz, meu Rei e meu Bom Pastor
Eu Te amo, sou louco de amor por Ti, meu Jesus
Tu és minha paz, minha luz, meu Deus, meu Senhor. [...]”

Em poucas palavras... (VDTPB)

                                                      

“Eu sou a Videira, e vós, os ramos...”

“Jesus diz: ‘Eu sou a Videira, e vós, os ramos. Aquele que permanece em mim e Eu nele produz muito fruto, porque sem mim, nada podeis fazer’ (Jo 15,5). 

O fruto indicado nesta palavra é a santidade de uma vida fecundada pela união a Cristo.

Quando cremos em Jesus Cristo, comungamos de Seus Mistérios e guardamos os Seus Mandamentos, o Salvador mesmo vem amar em nós Seu Pai e Seus irmãos, nosso Pai e nossos irmãos. Sua Pessoa Se torna, graças ao Espírito, a regra viva e interior de nosso agir. ‘Este é o meu Mandamento: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei’ (Jo 15,12).”  (1)


(1) Catecismo da Igreja Católica n. 2074

Em poucas palavras... (VDTPB)

                                                     


“A verdadeira Videira é Cristo”

“«A Igreja é a agricultura ou o campo de Deus (1 Cor 3,9). Nesse campo cresce a oliveira antiga, de que os patriarcas foram a raiz santa e na qual se realizou e realizará a reconciliação de judeus e gentios (Rm 11,13-26).

Ela foi plantada pelo celeste Agricultor como uma vinha eleita (Mt 21, 33-43; Is 5, 1-7). A verdadeira Videira é Cristo: é Ele que dá vida e fecundidade aos sarmentos, isto é, a nós que, pela Igreja, permanecemos n'Ele, e sem o Qual nada podemos fazer (Jo 5,1-5» (Lumen Gentium n.6).” (1)

 

(1)Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 755

Nutramo-nos da Seiva do Amor! (VDTPB)

                                                          

Nutramo-nos da Seiva do Amor!

Há sempre um forte convite de Jesus para todos nós:  na videira, que é Ele próprio, Cristo Jesus (Jo 15) e, d’Ele, sermos os ramos, para que frutos abundantes, eternos e celestiais possamos produzir; nutrindo-nos do essencial de Deus: sua seiva de amor que emana abundantemente da Divina Fonte de Misericórdia, o Sagrado Coração de Jesus.

Como a videira não pode dar frutos se seus ramos não forem podados, vivamos com mais ardor nossa vocação, predispondo-nos às podas necessárias da conversão, com renúncias, sacrifícios e maior empenho e dedicação de todos nas mais diversas atividades quotidianas e pastorais e, assim, melhor correspondermos ao amor de Deus por nós.

Quando na videira permanecemos, fortalecemos nossa comunhão com a Igreja e nos abrimos a novas perspectivas, buscando respostas aos novos desafios, sejam quais forem.

Quando nos nutrimos da Seiva do Amor que emana abundantemente da Videira que é Cristo Jesus, temos a plena convicção de que algo fizemos, mas sempre o ainda nunca bastante.

Que a lição do Divino Multiplicador, Jesus, nos inspire a crer que cinco pães e dois peixes acompanhados de amor é perfeição, possibilidade de divinas realizações.

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