terça-feira, 6 de agosto de 2024

Transfiguração do Senhor: fidelidade ao Senhor até o fim

Transfiguração do Senhor:  fidelidade ao Senhor até o fim

“O caminho da Glória passa pela Cruz” 

A Transfiguração do Senhor é sempre um convite à superação de toda e qualquer forma de desânimo, vivendo na fidelidade até o fim.  

O Missal Dominical, na introdução do comentário da Missa, conclui com estas enriquecedoras palavras:

Existe um desígnio total mais grandioso, mais glorioso, que às vezes não permite a intervenção da Onipotência Divina hoje.
 É o Mistério de Seu Amor.
O Cristo Transfigurado e a resposta antecipada ao Cristo Sacrificado.   Passando pelo caminho da Cruz mostra-nos que o Amor é a única força capaz de fecundar o sofrimento e dar sentido à sua loucura e esterilidade”.

Somente com o conhecimento progressivo de Jesus e Seu Evangelho é que fortaleceremos nossos passos seguindo Suas pegadas, e assim seremos transfigurados pela luz de Sua Glória.

A contemplação da Transfiguração do Senhor no Monte Tabor é sempre ocasião favorável para revigorarmos nossos passos em total fidelidade ao Senhor.

Como o caminho da glória passa pela cruz, inevitavelmente, suportada e carregada pelo Amor e com Seu Amor, a nossa adesão a Jesus não elimina os inevitáveis sofrimentos da vida, mas dá a necessária força a cada um para o enfrentamento com coragem, firmeza e serenidade.

A contemplação do Cristo Transfigurado também é propícia para avaliarmos sobre a imagem que temos de Deus, pois ela determina o nosso comportamento diante do Senhor e diante do próximo. 

Não cremos num Deus que Se alegra com o sofrimento em si, mas que dá ao mesmo o sentido último, a superação, a vitória, a glória.

Para conhecermos a Deus é preciso ouvir o que o Filho Amado nos diz, pois somente Ele pode nos revelar a verdadeira face do Pai, a quem Ama e Se entrega em fidelidade incondicional, em Amor extremo de Cruz. 

Sem escuta e obediência ao que Jesus diz, nossos sofrimentos serão tão apenas o esgotamento das forças, e nenhum horizonte encontrará sentido, a não ser o desencanto, a desesperança, o fracasso, o aniquilamento inútil.

Quanto mais ouvintes e atentos à voz do Filho em nossas Montanhas Sagradas Quotidianas seremos, na exata medida, realizadores desta voz que nos comunica a vontade do Pai, com a força do Espírito transformando em gestos concretos no quotidiano de nossa planície.

Na montanha se ouve a voz do Filho, na planície se vive a vontade do Pai, com a força do Espírito que com Ele e com a Igreja sempre está. Não somos e nunca estamos órfãos...

É preciso enfrentar as problemáticas que nos cercam; inseridos no vasto e complicado mundo, para ser nele sal, luz e fermento; fazendo da religião um compromisso autêntico e consciente com Deus, e não um ópio para que adormeçamos e do mundo fujamos.

Contemplar a Transfiguração do Senhor renova em nós uma certeza: o caminho para a glória passa pelo sofrimento, pela Morte e pela Cruz; de modo que afastemos qualquer crença em “varas mágicas”, e creiamos piamente no poder Redentor da Cruz.

Que a Eucaristia, a Palavra, o Silêncio, a Oração, o Jejum, uma boa Confissão de nossos pecados e a Caridade Operosa sejam o nosso Alimento neste caminho para a Glória, sem jamais esmorecermos e nossa cruz abandonarmos.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG