Transfiguração do Senhor: Vi
meu Amado...
“Este é o meu Filho, o Escolhido.
Escutai o que Ele diz!” (Lc 9,35)
Na Liturgia do 2º Domingo da Quaresma (ano C), somos agraciados com a Liturgia da Palavra que nos
apresenta a Transfiguração do Senhor, com a passagem do Evangelho de Lucas (Lc
9,28b-36).
Ela é um momento fundamental na vida do discípulo
missionário, vivido pelos três apóstolos (João, Pedro e Tiago), e muito nos
ajuda ao iniciar nossa caminhada Quaresmal.
Quaresma é Tempo de:
- renovar e revigorar nossa aliança e confiança em Deus, como Abraão, modelo de crente, que confia, se entrega, busca, espera, jamais se instala (1ª Leitura - Gn 15,5-12.17-18);
- nos tornar amigos da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo,
sempre acompanhados da mudança, da transformação e da conversão, que deve
acontecer primeiramente em nosso coração (2ª Leitura – Fl 3,17-4,1);
- redimensionar a nossa vida a partir da provisoriedade e
precariedade de nosso corpo, até que possamos receber, na Ressurreição, um
corpo glorioso, um corpo celestial, uma morada eterna;
- sentir antecipadamente a alegria da Vitória Pascal que
passa pela obediência ao Pai e a fidelidade no carregar da cruz, como nos
revela a Transfiguração do Senhor (Lc 9,28b-36);
- fazer silêncio, afastando-nos de todos os ruídos que nos
distraiam e não nos possibilitem a escuta do Filho muito amado, que tem sempre
algo de muitíssimo especial para nos dizer, para que sejamos felizes, realizados e plenos de vida;
- de subir a Montanha Sagrada contemplar a presença do
Senhor, escutá-Lo atentamente, descer à planície e testemunhar Sua Palavra com
nossa vida;
- renovar a graça de sermos “cidadãos dos céus”. Como
cristãos, estamos no mundo, mas não somos do mundo, como podemos ver nos
primeiros ensinamentos da Igreja;
- subir ao Monte Santo para contemplar Cristo Glorioso e
Transfigurado, mas também de corajosamente descer a montanha e renovar
compromissos solidários com os “Cristos” desfigurados que clamam por vida,
alegria, dignidade, amor e paz;
- de subidas e descidas. Subir ao Monte Sagrado para
revitalização da graça divina para a fé, esperança e caridade; na planície
viver confiantes sempre no Senhor, testemunhando que conhecemos e
cremos em Alguém, Jesus, que transformou e transforma continuamente a nossa vida;
- recuperar as forças indo à Fonte das fontes, Jesus,
nutrir pela Sua Palavra, alimentar-se com o Pão da Imortalidade, inebriar
a alma com a Verdadeira Bebida; porque verdadeiramente Jesus na Eucaristia,
comungamos a Palavra que se faz Pão, trigo que se faz Pão, vinho que se faz
Sangue de Redenção, isto é o que contemplamos, saboreamos e cremos, ao
participar do Banquete da Eucaristia.
Jesus nos acolhe com nossos cansaços,
dificuldades, imperfeições, limitações próprias do ser humano.
Jesus ama a cada um de nós como somos
para nos fazer melhores, para nos aperfeiçoar, para que a imagem de Deus possa
transparecer em nosso olhar, em nossos pensamentos, palavras e atitudes, para
que transpareça que há Alguém que faz morada no mais profundo de nós e nos
acompanha em todo instante.
Celebrar a Transfiguração do Senhor nos convida a renovação de sagrados compromissos com a Boa
Nova do Reino.
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