quinta-feira, 7 de novembro de 2024

A promoção do bem comum

                                               

                              A promoção do bem comum 

À luz dos parágrafos n.1905-1917 do Catecismo da Igreja Católica, reflitamos sobre em que consiste o bem comum. 

De acordo com a natureza social do homem, o bem de cada um está necessariamente relacionado ao bem comum; e este, por sua vez, abrange o conjunto das condições sociais que permitem aos grupos e às pessoas atingir a sua perfeição, do modo mais pleno e fácil. 

Entendamos, portanto, o bem comum, como o conjunto das condições sociais que permitem, tanto aos grupos como a cada um dos seus membros, atingir a sua perfeição, do modo mais completo e adequado” (Gaudium Et Spes n.26). 

Ele interessa à vida de todos, com a necessária prudência da parte de cada um, sobretudo da parte de quem exerce a autoridade. 

São três os elementos essenciais do bem comum:

1º.         O respeito e a promoção dos direitos fundamentais da pessoa:

 

- Em nome do bem comum, os poderes públicos são obrigados a respeitar os direitos fundamentais e inalienáveis da pessoa humana.

 

- A sociedade humana deve empenhar-se em permitir, a cada um dos seus membros, realizar a própria vocação.

 

- O bem comum, por sua vez, reside nas condições do exercício das liberdades naturais, indispensáveis à realização da vocação humana.

 

2º.        A prosperidade ou desenvolvimento dos bens espirituais e temporais da sociedade (exigência do bem-estar social e o desenvolvimento da própria sociedade):

 

- O desenvolvimento é o resumo de todos os deveres sociais.

- Compete à autoridade arbitrar, em nome do bem comum, entre os diversos interesses particulares.

- Mas deve tornar acessível a cada qual aquilo de que precisa para levar uma vida verdadeiramente humana como alimento, vestuário, saúde, trabalho, educação e cultura, informação conveniente, direito de constituir família, etc.

 

3º.       A paz e a segurança do grupo e dos seus membros:

 

- Pressupõe que a autoridade assegure, por meios honestos, a segurança da sociedade e dos seus membros.

- O bem comum, por sua vez, está na base do direito à legítima defesa, pessoal e coletiva. 

Concluindo, importa que o bem comum esteja sempre orientado para o progresso das pessoas, de modo que a ordem das coisas deve estar subordinada à ordem das pessoas, e não o inverso. 

Esta ordem constrói-se na justiça e é vivificada pelo amor e tem como base a verdade, competindo ao Estado defender e promover o bem comum da sociedade civil. 

O bem comum de toda família humana exige uma organização da sociedade internacional.

Em poucas palavras

 


O amor da Igreja pelos pobres

“«O amor da Igreja pelos pobres [...] faz parte da sua constante tradição» (Papa São João Paulo II). Esse amor inspira-se no Evangelho das Bem-aventuranças (Lc 6,20-22), na pobreza de Jesus (Mt 8,20) e na sua atenção aos pobres (Mc 12,41-44).

O amor dos pobres é mesmo um dos motivos do dever de trabalhar: para «poder fazer o bem, socorrendo os necessitados» (Ef 4,28). E não se estende somente à pobreza material, mas também às numerosas formas de pobreza cultural e religiosa (Papa São João Paulo II).” 91)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica  - parágrafo n.2444

Em poucas palavras...

 


“Tudo que Cristo viveu...” 

“Tudo o que Cristo viveu, Ele próprio faz com que o possamos viver n'Ele e Ele vivê-lo em nós. «Pela Sua Encarnação, o Filho de Deus uniu-Se, de certo modo, a cada homem» (GS 22,2). 

Nós somos chamados a ser um só com Ele; Ele faz-nos comungar, enquanto membros do Seu corpo, em tudo o que Ele próprio viveu na Sua carne por nós, e como nosso modelo...” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n.521

 


Em poucas palavras...

                                             



                        A Transfiguração do Senhor 

“...Finalmente, retomando o caminho do deserto em direção ao lugar onde o Deus vivo e verdadeiro Se revelou ao seu povo, Elias recolheu-se, como Moisés, «na cavidade do rochedo», até «passar» a presença misteriosa de Deus (1 Rs 19, 1-14; Ex 33, 19-23).

Mas será somente no monte da transfiguração que Se mostrará sem véu Aquele cuja face eles procuravam (Lc 9, 30-35): o conhecimento da glória de Deus está na face de Cristo, crucificado e ressuscitado (2 Cor 4, 6).” (1)

 

 

(1)               Catecismo da Igreja Católica – parágrafo 2583

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Padres, sinais do Cristo Bom Pastor!

                                                        

           

Padres, sinais do Cristo Bom Pastor!
 
O Missal Dominical nos oferece uma reflexão sobre o Ministério Sacerdotal que nasce da Eucaristia, tornando-se um dom para a unidade:
 
“Dentro da comunidade, as relações recíprocas são avaliadas em nível de serviço e não de poder, e encontram sua mais perfeita expressão no momento da Ação Eucarística.
 
Quem ‘preside’ à comunidade e é por ela responsável, preside também à Eucaristia; reúne-a na Oração comum, como a une nas diversas atividades da palavra e do auxílio mútuo.
 
Para ser coerentes com seu Ministério Sacramental, o Bispo com os Sacerdotes (e os Diáconos) são os mais próximos do Cristo Servo na consagração total de suas forças e sua vida à atividade eclesial.
 
O Concilio Vaticano II exprime a relação dos vários aspectos do Ministério Sacerdotal com a celebração da Eucaristia:
 
‘Os Presbíteros... segundo a imagem de Cristo, sumo e eterno Sacerdote, são consagrados para pregar o Evangelho, apascentar os fiéis e celebrar o culto divino, de maneira que são verdadeiros Sacerdotes do Novo Testamento.
 
Participando, no grau próprio de seu Ministério, da função de Cristo Mediador único (cf. 1Tm 2,5), a todos anunciam a Palavra de Deus.
 
Eles exercem seu sagrado múnus principalmente no Culto Eucarístico ou sintaxe, na qual, agindo na pessoa de Cristo e proclamando Seu Mistério, eles unem os votos dos fiéis ao Sacrifício de sua Cabeça e, até a volta do Senhor, apresentam e aplicam no Sacrifício da Missa o único Sacrifício do Novo Testamento, isto é, o Sacrifício de Cristo que, como Hóstia imaculada, uma vez por todas Se ofereceu ao Pai...
 
Exercendo, dentro do âmbito que lhes compete, o múnus de Cristo Pastor e Cabeça, eles congregam a família de Deus numa fraternidade a tender para a unidade e a conduzem a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo...
 
De coração, feitos modelos para o rebanho, presidam e sirvam de tal modo sua comunidade local, que esta dignamente possa ser chamada com aquele nome pelo qual só e todo o Povo de Deus é distinguido, a saber: Igreja de Deus" (cf. LG n. 28)
 
Vemos que o Concílio Vaticano II apresenta a missão do Presbítero diante da comunidade, como modelo para o rebanho, com uma vida marcada pela doação, serviço e caridade.
 
O Presbítero precisa, portanto, uma configuração contínua a Jesus Cristo, com mesmos pensamentos e sentimentos (Fl 2,5-11).
 
Deste modo os Presbíteros serão Homens que:
 
- asseguram que o rebanho não se perderá, pois deles se pode esperar uma Palavra, a Palavra do Cristo Bom Pastor, Palavra de Vida Eterna;
 
- empenham-se na fortaleza do rebanho apesar da fraquezas próprias de sua condição, nutrindo com o Pão da Imortalidade, o Pão Eucarístico;
 
- inflamados pela chama do Amor de Deus, que os chamou e os consagrou, aprendizes da Divina Fonte de Amor, Jesus, conduzem a comunidade sob a ação e manifestação do Espírito Santo. Amém.
 
PS: Missal Dominical - Editora Paulus - pág. 287.
 


Bem-Aventuranças: a carteira de identidade do cristão

 


Bem-Aventuranças: a carteira de identidade do cristão 
 
Celebramos no dia 1º de novembro a Solenidade de todos os Santos e Santas (no Brasil é transferida para o domingo seguinte, quando dia 1º for um dia da semana).
 
Santidade é um caminho a ser percorrido, ou mesmo, podemos dizer como que a subida de uma escada, degrau por degrau, de modo que, não há santidade alcançada plenamente e para sempre.
 
Ela consiste num processo contínuo de lapidação, para que o esplendor da verdade e da caridade aconteça em nós, até o encontro com a plenitude da luz que se dá no céu!
 
Celebramos a memória de todos os santos e santas, canonizados ou não pela Igreja, e tantos outros que hoje cantam a Deus, no Céu, o perfeito louvor, intercedendo a Deus por nós.
 
Devemos venerá-los e jamais adora-los, pois tão somente a Deus se adora. “Santo é um pecador de quem Deus teve misericórdia”, conforme afirmação atribuída a Santo Agostinho.
 
São exemplos a serem imitados – cada santo tem uma marca forte e apaixonante no seguimento de Jesus – podemos aprender com eles.
 
A santidade é participar da vida de Deus, e deve ser compreendida como dom de Deus e nossa resposta a Ele:
 
“A santidade cristã manifesta-se, pois, como uma participação na vida de Deus, que se realiza com os meios que a Igreja nos oferece, particularmente com os sacramentos.
 
A santidade não é o fruto do esforço humano, que procura alcançar a Deus com suas forças, e até com heroísmo; ela é dom do amor de Deus e resposta do homem à iniciativa divina” (1)
 
Com o batismo, alcançamos a filiação, recebemos a semente de imortalidade,  e com a Ressurreição, a imagem perfeita de Cristo, e o nosso futuro é a pertença e a semelhança de Deus – imagem perfeita de Cristo.
 
Deste modo, as Bem-Aventuranças (Mt 5,1-12)  são caminho que leva à santidade, com uma ética própria, que renova a pessoa, a comunidade e a sociedade, porque, se vividas, provocam mudança radical de vida.
 
Compreendamos as Bem-Aventuranças:
 
- Os pobres em espírito:  mais do que no sentido econômico e social, são os humildes, pecadores e abertos ao perdão. Ser pobre é ter o olhar voltado para o futuro, para a eternidade, confiando totalmente em Deus.
 
- Os que “choram” partilham o sofrimento do outro.
 
- Os “mansos” mantém a serenidade sempre!
 
- A prática da justiça consiste no fazer a vontade de Deus.
 
- A Pureza de coração é sinônimo de retidão...
 
- Somos como discípulos promotores da paz e impulsionados pela misericórdia divina.
 
- Temos a serenidade e maturidade para enfrentar as adversidades, calúnias e perseguições.
 
A Igreja haverá sempre de nos ensinar que, na comunhão dos santos, não caminhamos sós, e contamos com aqueles que lavaram a suas vestes no Sangue do Cordeiro, que hoje contemplam a face do Pai, continuam vivos em nosso coração, como exemplos a serem imitados, sedentos da Salvação divina, que tão somente Deus pode nos alcançar.
 
Sejamos santos como Deus é Santo, vivendo iluminados e conduzidos pelas Bem-Aventuranças, caminho de santidade e felicidade plena e verdadeira. Sejam as Bem-Aventuranças a carteira de identidade do cristão (cf. Papa Francisco).
 
 
 
(1) Missal Dominical – Editora Paulus - pág. 1367

Rogo a Deus que te abençoe e te acompanhe

                                                            

Rogo a Deus que te abençoe e te acompanhe

“A Deus, que tudo pode realizar superabundantemente, e muito
mais do que nós pedimos ou concebemos, e cujo poder atua
em nós, a Ele a glória, na Igreja e em Jesus Cristo,
por todas as gerações, para sempre. Amém”
(Ef 3,20-21)

Esteja o sol brilhando ou não,
Sei que hoje é um dia especial para ti e para nós.

Completas mais um ano de vida, e assim uma página de tua história,
Com dias luminosos, e, provavelmente, outros nem tanto.

Repassa os momentos que viveste, sejam eles ruins ou bons,
Pois a vida é uma colcha tecida com mil retalhos.

Desejo que tenham sido incontáveis os bons,
E que naqueles que não foram, tenhas vencido, aprendido.

Acredita que as sementes do bem que plantou,
No coração dos que encontrou, hão de frutificar.

Agradeça pelos amanheceres e entardeceres,
Sempre com a inextinguível luminosidade divina.

Lembra-te dos ventos contrários que venceste,
E recoloca a tua nau sempre rumo às sagradas metas.

Lembra-te dos dias chuvosos que regaram o chão,
Como as graças copiosas que regaram teu coração.

Agora é um novo começo, um novo ano pleno do amor divino,
Para viveres intensamente, com saúde e paz todos os dias.

Peço que o Espírito do Senhor repouse sobre ti,     
E ilumine cada passo que deres com divina proteção.

Com bolos, bebidas, festas de praxe ou nada disto,
Mas não falte nossa admiração, carinho e oração.

Rogo a Deus que te abençoe e te acompanhe,
Ao semeares, cada dia, sementes da verdade e do bem.

Rogo a Deus que te abençoe e te acompanhe,
Ao remares e levares tua nau, refazendo-te nos portos seguros da oração.

Rogo a Deus que te abençoe e te acompanhe,
Para que subas à Montanha Sagrada e ouças o Senhor.

Rogo a Deus que te abençoe e te acompanhe,
Para que desças à planície do cotidiano e sejas feliz.

Rogo a Deus que te abençoe e te acompanhe:

“A Deus, que tudo pode realizar superabundantemente,
e muito mais do que nós pedimos ou concebemos,
e cujo poder atua em nós, a Ele a glória,
na Igreja e em Jesus Cristo,  por todas as gerações, para sempre”.

Bênçãos, graça, paz e todo o bem para ti,
Ontem, hoje e sempre. Amém.

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG