quarta-feira, 6 de novembro de 2024
Cair, levantar e caminhar
Reavivar a fé sempre
Reavivar a fé sempre
Uma fé autêntica
Uma fé autêntica
Com a Catequese do Bispo São Cirilo de Jerusalém (Séc. IV), refletimos sobre o poder da fé que ultrapassa as forças humanas.
“A fé tem um só nome, mas duas maneiras de ser. Há um gênero de fé que se relaciona com o dogma e inclui a elevação de uma pessoa e seu assentimento sobre determinado assunto; diz respeito ao interesse pessoal, conforme o Senhor: Quem ouve minhas palavras e crê n’Aquele que me enviou, tem a vida eterna e não incorre em condenação (Jo 5,24); e de novo: Quem crê no Filho não será julgado, mas passa da morte para a vida (cf. Jo 3,18.24).
Ó bondade imensa de Deus para com os homens! Com efeito, os justos foram agradáveis a Deus pelo labor de muitos anos. Mas aquilo que alcançaram, entregando-se corajosamente e por dilatados anos ao serviço de Deus, isto mesmo em uma simples hora Jesus te concede. Porque se creres que Jesus Cristo é Senhor e que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo e levado ao paraíso por aquele que nele introduziu o ladrão. E não hesites em acreditar ser isto possível, pois quem salvou o ladrão neste santo Gólgota, pela fé de uma só hora, pode também salvar-te a ti, se creres.
O outro gênero é a fé que Cristo concede por graça especial. Pois a uns pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria, a outros a palavra da ciência, segundo o mesmo Espírito. A outros a fé, no mesmo Espírito, a outros o dom de curar (1Cor 12,8-9).
Este carisma da fé dado pelo Espírito não se relaciona apenas com o dogma; torna ainda capaz de realizar coisas acima das forças humanas. Quem tiver uma fé assim, dirá a este monte: Vai daqui para ali; e irá (Mt 17,20). Quando, pois, pela fé, alguém isto disser, crendo que acontecerá sem hesitar em seu coração, então é sinal de que recebeu esta graça.
Dela se disse: Se tivésseis fé como um grão de mostarda (Mt 17,20). Como o grão de mostarda, tão pequenino, possui uma força de fogo, e semeado em estreito pedaço de terra produz grandes ramos, que depois de crescidos podem dar sombra às aves do céu, assim também, num abrir e fechar de olhos, a fé realiza as maiores coisas na pessoa. Porque lhe dá uma ideia sobre Deus e o vê tanto quanto é capaz, inundada pela luz da fé. Percorre os confins da terra; e antes da consumação do mundo, já prevê o juízo e a entrega das recompensas prometidas.
Guarda então a fé que de ti depende e que te leva a Ele; para que recebas de Suas mãos também aquela que age muito além das forças humanas.”
De fato, a fé tem um só nome, mas duas maneiras de ser: a que se relaciona com o dogma e inclui a elevação de uma pessoa e seu assentimento sobre determinado assunto; e a fé que Cristo concede por graça especial.
Cabe-nos viver a fé, que depende de cada um de nós e que nos leva até Jesus, a fim de que recebamos de Suas divinas mãos a fé que age muito além das forças humanas.
Fé renovada no Senhor, é certeza de que nossa esperança será sempre frutuosa, porque expressa em gestos multiplicados de caridade, concretizando os inseparáveis Mandamentos do Amor a Deus e ao próximo (Mc 12,28b-34).
Cristãos leigos e leigas perseverantes no amor
Cristãos leigos e leigas perseverantes no amor
Reflitamos sobre a graça da missão realizada pelos cristãos leigos e leigas na obra da evangelização à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 14,25-33).
Para que tenhamos na Igreja, alegres e convictas testemunhas do Ressuscitado, são necessárias renúncias até de si mesmo, acompanhados de separação, radicalidade e realismo.
Tudo isto se faz na vivência dos desapegos de toda a ordem, na radicalidade própria do amor que sabe elencar o que é prioritário, num realismo inadiável, de modo que, sem renúncias, jamais haverá fidelidade no seguimento ao Senhor.
A fé cristã será, portanto, movida pela virtude da esperança enraizada no chão da caridade que é o próprio coração do homem e da mulher.
Somente assim, cristãos leigos e leigas serão discípulos missionários do Reino, sem medo, mas com muita alegria, procurando ter do Senhor Jesus os mesmos sentimentos, em total e incondicional fidelidade, com a presença e ação do Espírito Santo (Fl 2,5).
Cumpra-se, portanto, a Palavra Divina, para que na fidelidade ao Senhor progridamos: “Aqueles que perseverarem no amor ficarão junto de Deus, porque a graça e a misericórdia são para Seus eleitos”, já nos dizia o autor do Livro da Sabedoria (Sb 3,9).
Como Igreja sinodal, ponhamo-nos todos a caminho, firmados nos pilares da Palavra, Pão da Eucaristia, Caridade e Missão, vivendo a graça do batismo recebido, com o coração ardente e os pés a caminho.
Fidelidade e perseverança no carregar da cruz
“Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo,tome sua cruz de cada dia e siga-me" (Lc 9,23)