quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Estamos contigo!

 


Estamos contigo! 

"Já não vos chamo servos,
porque o servo não sabe o que seu senhor faz;
mas vos chamo amigos, 
porque tudo o que ouvi de meu Pai vos dei a conhecer." (1)

Faz tempo que não te vejo sorrir,
Há tempo não ouço tua voz.
Parece que mergulhou no aparente silêncio para sempre.
Quando voltará o sorriso e poderei te ouvir?
 
Mas tenha certeza, saberei esperar,
Porque amigos compreendem o tempo do outro,
Ainda que minha alma fique inquieta
Na espera de um sinal, tudo há de passar.
 
Por ora, fico em vigilância necessária,
Mãos para os céus suplicantes,
Na esperança de que, como o incenso,
Subam e alcancem a escuta divina.
 
Ainda que tuas dores sejam cortantes,
Não tão potentes que possam se eternizar.
Ainda que alma em dor dilacerante,
Deus, em Sua infinita bondade, a dor há de amenizar.
 
Haverá novo luminoso amanhecer,
Estou contigo, ainda que não me veja,
No recolhimento da minha oração,
O brilho em teu olhar voltará a resplandecer.
 
Estou contigo amigo, conte comigo,
Em momentos tranquilos, ou em turbulentos.
E Ele também conosco está, em todo o tempo.
Ele que nos chama não de servos, mas de amigos. Amém.
 

 

(1)             João 15,15

Em poucas palavras...

 


A tríplice função dos anjos

“Segundo a literatura judaica, a função dos anjos era tripla: a) adoração e louvor de Deus; b) agentes ou mensageiros divinos de assuntos humanos; c) guardiães dos homens e das nações (Hb 12,15).”

 

(1) Comentários à Bíblia Litúrgica – Gráfica Coimbra 2 – pág.889

Em poucas palavras...

 


Enviai, ó Deus, vossos Santos Anjos

“Ó Deus, que na vossa inefável providência vos dignais enviar os vossos Santos Anjos para nos guardar, concedei que sejamos sempre defendidos pela sua proteção e gozemos eternamente de sua companhia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.” (1)

 

 

(1)               Oração da Coleta – Santos Anjos da Guarda - Memória

“Santo Anjo do Senhor...”

                                                             



“Santo Anjo do Senhor...”

À luz da Sagrada Escritura, reflitamos sobre a presença e ação dos Anjos, que são mensageiros de Deus que nos comunicam a Sua vontade, Seus desígnios. 

Um Anjo anunciou o Mistério da Ação do Espírito, para gerar o Verbo no ventre de Maria.

Do mesmo modo, a José para que entendesse e participasse do Projeto de Salvação Divina, assumindo Maria como esposa, pois a concepção de sua amada esposa era uma ação do Espírito Santo.

Também em outro momento proclamado na Solenidade da Sagrada Família, em que por três vezes um Anjo fala com José: ora para fugir com Maria e o Menino para o Egito; ora para retornar para Israel e por fim para se dirigir para Nazaré para o cumprimento da Escritura, ainda mais que a vida da frágil Criança, do Divino Salvador ainda corria ameaça de morte (cf. Mt 2, 13-15).

Caminhando como discípulos missionários do Senhor, para maior fidelidade a Ele, suplicamos ao Senhor para que nos envie sempre Seus Anjos para nos proteger das ciladas do inimigo, para que nossos passos sejam cada vez mais firmados na verdade, na justiça, no amor, na liberdade e na paz.

Deus sempre nos envia Seus Anjos: os que vemos e outros não, sempre presentes em nossa vida, para que não vacilemos em nenhum instante, sequer tenhamos lampejos de esquecimentos dos Preceitos de Deus, para que O adoremos em espírito e verdade, com toda nossa alma, entendimento e coração.

E que em nossas fraquezas, os Anjos nos lembrem de que quando somos fracos então é que somos fortes, pois Deus manifesta Sua força e poder, como bem nos disse o Apóstolo Paulo: “Tudo posso n’Aquele que me fortalece” (cf. Fl 4,13), e ainda: “Quando sou fraco, então é que sou forte” (2Cor 12,10).

Que tenhamos, também, a graça de sermos como “Anjos” na vida de tantos quantos precisarem; “Anjos” que ajudam e animam o outro para não sucumbir diante das tentações que o mundo oferece, a não ceder ao domínio da mentira, da injustiça, da vaidade, do orgulho e da ambição, do ódio e do desamor...

“Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador...” 

Anjos que não vejo e anjos que vejo!

                                                     

Anjos que não vejo e anjos que vejo!

A Igreja celebrará, no dia 02 de outubro, a Memória dos Anjos de Guarda (Ex 23,21-23; Salmo 91; Mt 18,1-5.10).

São Anjos e Arcanjos que não vemos; que nos trouxeram e nos trazem sempre alegres notícias. Como pedagogos e mestres, nos acompanham e nos defendem. Por isto toda reverência, gratidão e confiança.

Há Anjos que não vemos, mas cremos! Nossos pais deles nos falaram desde o ventre materno. Sentimos sua presença; sua amável e indispensável companhia, pois quis Deus que de nós fossem intrépidos defensores.

Na Bíblia, incontáveis passagens sobre eles encontramos, quer no Antigo, quer no Novo Testamento.

Mas, há também anjos que vemos. Anjos com nome e sobrenome, endereço...

- Anjos que fazem parte de nossa história.

- Anjos que vejo são mães que educam, acalentam e a semente do Verbo plantam no coração de seus filhos.

- Anjos que vejo são pais (também mães) que acordam de madrugada, ao trabalho acorrem (quando empregados), na busca do pão de cada dia, que a fome dos seus filhos sacia. Para além de todo cansaço, distâncias, congestionamentos, estresses, tensões... 

Anjos que nas comunidades espalhadas pelo campo e cidade evangelizam:

- Anjos que cantam, louvam e dançam;

- Anjos que cuidam das crianças para que nutridas sejam;

- Anjos que anunciam em tantos grupos de catequese;

- Anjos que nas Liturgias escrevem roteiros, criam, proclamam;

- Anjos que enfermos visitam, suas feridas tocam, lavam, curam, simplesmente por amor;

- Anjos que trabalham na prevenção, que acreditam na força e alegria da sobriedade, fruto da liberdade;

- Anjos que cestas enchem e partilham; que saciarão clementes barrigas vazias;

- Anjos que promovem festas; incentivam e cuidam do dízimo para que a Igreja evangelize;

- Anjos que acolhem, consolam; esperança plantam; sorrisos nos lábios colhem;

- Anjos que da vida cuidam, lutam contra a violação da vida, desde sua concepção até seu declínio natural – imortal teimosia e profecia.

Anjos...

Quantos anjos que vejo nos rostos de nossa Igreja! Talvez não tão “belos e televisivos”, mas sem eles, o mundo seria indiscutivelmente mais feio, gélido, sem brilho, vazio...

- Anjos que promovem a paz, que fazem da política o gesto sublime de caridade, exercício do poder que gera o bem comum.

- Anjos que comunicam boas novas à humanidade; reencantam a vida; refazem sonhos; revigoram esperanças...

O mundo precisa de anjos:

- Anjos sem asas para voar, mas com asas no coração, para que o amor alce voos mais altos.

- Anjos visíveis em ternas feições humanas que encantados e enamorados pela vida, por Cristo apaixonados, nos assegurem que vale a pena lutar, viver, sonhar, dias melhores buscar, paraíso construir.

- Anjos com rostos inocentes de crianças; com brilho imortal, pois por Deus plantado.

- Anjos com rosto da beleza da juventude, que nos desafiam com sua garra e inquietude.

- Anjos com rostos enrugados, cabelos agrisalhados, experiências adquiridas.

Anjos: anjos humanos, humanos anjos. Que não pairem nas nuvens, mas que conosco caminhem.

Comigo há sempre anjos que vejo e anjos que não vejo!

Mas, serei eu anjo na vida de alguém? 
É bom ter anjos! 
Mas, também é preciso que sejamos anjos na vida de alguém.

“Infância espiritual”: conquista da maturidade

                                                        

        “Infância espiritual”: conquista da maturidade 

“Em verdade vos digo, se não vos tornardes como crianças,
não entrareis no Reino dos Céus. Pois o que se humilhar
até fazer-se semelhante a uma destas crianças,
este será grande no Reino dos Céus’ (Mt 18,3)
 
Retomemos o Sermão do Papa São Leão Magno, e aprendamos a melhor forma de humildade que o Senhor nos ensina quando adorado pelos magos.
 
Os magos, guiados pela estrela, foram ver uma Criança, um Menino; uma frágil Criança silenciosa, guardada por Sua mãe, Maria. 

Viram Aquele que cresceria em tamanho, sabedoria e graça diante de Deus e que, com sinais e poder, inauguraria o Reino de Deus.
 
O maior sinal de Seu poder, ali era oferecido na forma de uma Criança, em extrema expressão de humildade, que sem nada dizer já estava ensinando aos magos e a toda humanidade.
 
Crescendo em fidelidade e obediência ao Pai, suportou com grande brandura as crueldades dos que se levantavam contra Ele, quanto mais nós temos que ser humildes e pacientes nas provações e dificuldades por que tenhamos que passar.
 
Também crescendo em sabedoria, nos ensinou que a sabedoria cristã não consiste nem na abundância de palavras, nem da habilidade para discutir, nem no desejo de louvor e de glória, mas na sincera e voluntária humildade, e por isto nos apresentou uma criança como o maior no Reino dos Céus, acenando para a desejável infância espiritual que devemos buscar permanentemente.
 
Urge que mantenhamos sempre a “infância espiritual”, expressa na humildade, na simplicidade, na confiança incondicional em Deus, na realização de Sua vontade, assim como o Senhor nos falou.
 
Ainda temos muito que aprender com Aquela Criança, que um dia foi posta numa humilde manjedoura, Seu primeiro altar, naquele singelo presépio, para que percebamos os sinais de Deus em nosso meio e d’Ele também sejamos sinal para o outro, pois tão somente assim viveremos a “infância espiritual” e alcançaremos a maturidade desejada e necessária.
 
 
Fonte inspiradora:  Mt 18,1-5.10.12-14; Lc 9,46-50; Mc 9,33-37

Santos Anjos da Guarda: reverência, gratidão e confiança

                                                           

Santos Anjos da Guarda: reverência, gratidão e confiança

No dia 02 de outubro, celebramos a Memória dos Santos Anjos da Guarda, sejamos enriquecidos pelo Sermão do Abade São Bernardo (séc. XII).

A teu respeito ordenou a Seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos (Sl 90,11). Louvem o Senhor por Sua misericórdia e Suas maravilhas para com os filhos dos homens. Louvem e proclamem às nações que o Senhor agiu de modo magnífico a favor deles. Senhor, que é o homem para que assim o conheças? Ou por que inclinas para Ele teu coração? Aproximas dele teu coração, enches-te de solicitude por sua causa, cuidas dele. Enfim, a ele envias o Teu Unigênito, infundes o Teu Espírito, prometes até a visão de Tua face. E para que nas alturas nada falte no serviço a nosso favor, envias os Teus Santos Espíritos a servir-nos, confia-lhes nossa guarda, ordenas que se tornem nossos pedagogos.

A teu respeito, ordenou a Seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos. Esta palavra quanta reverência deve despertar em ti, aumentar a gratidão, dar confiança. Reverência pela presença, gratidão pela benevolência, confiança pela proteção. Estão aqui, portanto, e estão junto de ti, não apenas contigo, mas em teu favor.

Estão aqui para proteger, para te serem úteis. Na verdade, embora enviados por Deus, não nos é lícito ser ingratos para com eles, que com tanto amor lhe obedecem e em tamanhas necessidades nos auxiliam.

Sejamos-lhes fiéis, sejamos gratos a tão grandes protetores; paguemos-lhes com amor; honremo-los tanto quanto pudermos, quanto devemos. Prestemos, no entanto, todo o nosso amor e nossa honra Àquele que é tudo para nós e para eles; de quem recebemos poder amar e honrar, de quem merecemos ser amados e honrados.
Assim, irmãos, n’Ele amemos com ternura Seus anjos como futuros coerdeiros nossos, e enquanto esperamos nossos intendentes e tutores dados pelo Pai como nossos guias. Porque agora somos filhos de Deus, embora não se veja, pois ainda estamos sob a tutela quais meninos que em nada diferem dos servos.

Aliás, mesmo assim tão pequeninos e restando-nos ainda uma tão longa, e não só tão longa, mas ainda tão perigosa caminhada, que temos a temer com tão poderosos protetores? Eles não podem ser vencidos, nem seduzidos, e ainda menos seduzir, aqueles que nos guardam em todos os nossos caminhos. São fiéis, são prudentes, são fortes; por que trememos de medo? Basta que os sigamos, unamo-nos a eles e habitaremos sob a proteção do Deus do céu”.

De fato, deve aumentar sempre em nós a reverência pelos anjos, por sua presença conosco, acompanhada da gratidão sempre maior por sua benevolência constante por nós, bem como a confiança porque podemos contar com sua proteção em todos os momentos.
Reverência, gratidão e confiança sejam sempre renovadas em nós pela presença e ação dos anjos em nosso favor, pois assim é o desejo de Deus.

Contemplemos a ação dos anjos nas inúmeras páginas da Sagrada Escritura, bem como no ensinamento da Igreja, como podemos ver nos parágrafos 328-336 do Catecismo da Igreja Católica.

Concluo com os parágrafos 328 e 336, respectivamente:

Santo Agostinho diz a respeito deles: ‘Angelus [...] officii nomen est, non naturae. Quaeris nomen naturae, spiritus est; quaeris officium, angelus est: ex eo quod est, spiritus est: ex eo quod agit, angelus –Anjo é nome de ofício, não de natureza. Desejas saber o nome da natureza? Espírito. Desejas saber o do ofício? Anjo. Pelo que é, é espírito: pelo que faz, é anjo (anjo = mensageiro)’. Com todo o seu ser, os anjos são servos e mensageiros de Deus. Pelo fato de contemplarem ‘continuamente o rosto do meu Pai que está nos céus’ (Mt 18, 10), eles são ‘os poderosos executores das suas ordens, sempre atentos à sua palavra’ (Sl 103, 20)”.

“Desde o seu começo até à morte, a vida humana é acompanhada pela sua assistência e intercessão. ‘Cada fiel tem a seu lado um anjo como protetor e pastor para guiá-lo na vida’. Desde este mundo, a vida cristã participa, pela fé, na sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus”.

Como é bom saber que os anjos nos guardam em todos os caminhos, como rezamos no Salmo 91!

“Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador...”

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG