quinta-feira, 27 de junho de 2024

Enviados em missão

                                         

Jesus envia 72 discípulos, de dois em dois, pois a ação é comunitária, e apresenta a eles algumas exigências e advertências:

Ø    Haverá dificuldades;
Ø    Viver a pobreza, confiando tão apenas na providência divina;
Ø    Crer na força libertadora da Palavra de Deus;

Ø    A urgência da missão (não pode haver perda de tempo);
Ø    Dedicar-se totalmente à missão;
Ø    Ser portador da paz;

Ø    Combater contra o mal que se contrapõe ao Reino de Deus;
Ø    Exultar de alegria por terem os nomes inscritos no céu, no livro da vida.

Servo por amor

                                                         

Servo por amor

“Entretanto, não vos aflijais, nem vos atormenteis, por me terdes vendido a este país. Porque foi para a vossa salvação que Deus me mandou adiante de vós, para o Egito”.

José, que ama e perdoa seus irmãos,
Uma história que nos comove e nos ilumina.
José, imagem tão emblemática do Povo de Deus,
Porque representa todo aquele
Que mesmo repelido, maltratado, exilado,
Nas mãos Deus se coloca e confia.

José, que ama e perdoa seus irmãos,
Ele, o preferido do pai, dos irmãos vítima.
Por eles atraiçoado e por eles vendido,
Mais tarde instrumento de salvação dos mesmos,
Em atitude exemplar e admirável,
Cumprindo a missão de servo por amor.

José, prefigura o próprio Cristo,
O único Inocente de fato,
Que pecado algum conheceu.
O Filho amado, pelos Seus traídos,
À morte conduzido pelos próprios irmãos,
E deles Se tornando fonte de Salvação.

José, o servo de Deus por amor.
Jesus, o Verbo de Deus, Encarnação do Amor.
Aprendizes destes, sejamos, em todo o tempo,
Aprendendo a contemplar a misericórdia de Deus
Nas vicissitudes da História,
Com confiança n’Aquele que nos concede todo o bem. Amém.



Fonte: Gn 44,18-21.23b-29;45,1-5
Lecionário Comentado – Tempo Comum – vol. I – Editora Paulus – pp.690-691

Discípulos do Divino Mestre em busca da perfeita sintonia

                                                    

 

Discípulos do Divino Mestre em busca da perfeita sintonia
 
Sejamos iluminados pelo Tratado sobre a verdadeira imagem do cristão, escrito pelo bispo São Gregório de Nissa (séc. IV).
 
“São três as coisas que manifestam e distinguem a vida cristã: a ação, a palavra e o pensamento. Das três, tem o primeiro lugar o pensamento. Em seguida, a palavra, que nos revela o pensamento concebido e impresso no espírito.
 
Depois do pensamento e da palavra vem, na ordem, a ação, realizando por fatos o que o espírito pensou.
 
Portanto, se alguma coisa na vida nos induz a agir ou a pensar ou a falar, é necessário que o nosso pensamento, a nossa palavra e a nossa ação sejam orientadas para a regra divina daqueles nomes que descrevem a Cristo, de modo a nada pensarmos, nada dizermos e nada fazermos que se afaste do seu alto significado.
 
Então, o que terá de fazer aquele que se tornou digno do grande nome de Cristo, a não ser examinar diligentemente os próprios pensamentos, palavras e ações, julgando se cada um deles tende para Cristo ou se lhe são estranhos?
 
De muitas maneiras operamos este magnífico discernimento. Tudo quanto fazemos, pensamos ou falamos com alguma perturbação, de nenhum modo está de acordo com Cristo, mas traz a marca e a figura do inimigo, que mistura a lama das perturbações à pérola da alma para deformar e apagar o esplendor da joia preciosa.
 
O que, porém, está livre e puro de toda afeição desordenada, relaciona-se com o Autor e Príncipe da tranquilidade, o Cristo.
 
Quem d’Ele bebe, como de Fonte pura e não poluída, as suas ideias e os seus sentimentos, revelará em si a semelhança com o princípio e a origem, tal como a água na própria fonte é igual a que corre no límpido regato e á que brilha na jarra.
 
De fato, é uma só e mesma a pureza de Cristo e a que se encontra em nossos espíritos. Mas a pureza de Cristo brota da fonte, enquanto a nossa dela flui e chega até nós, trazendo consigo a beleza dos pensamentos para a vida.
 
Portanto, a coerência do homem interior e do exterior aparece harmoniosa, quando os pensamentos que provêm de Cristo guiam e movem a modéstia e a honestidade de nossa vida”. (1)
 
Reflitamos sobre a nossa vida cristã autêntica, para encontramos a perfeita sintonia entre pensamento, palavra e ação, de tal modo que reavivemos e consolidemos nossa vocação e eleição.
 
Procuremos sempre esta perfeita sintonia, de tal modo que quanto maior for, mais autêntica vida cristã, e ressoando as palavras do Bispo, que a “lama das perturbações” não se misture à pérola de nossa alma, apagando o esplendor divino que em nós habita.

O Cardeal Martini (Vida Pastoral nº 266) nos apresenta quatro atitudes que, se verdadeiramente vividas, realizarão a premente necessidade de sintonia   entre o pensar, falar e agir, assegurando-nos criatividade e autenticidade como discípulos missionários de Jesus Cristo:
 
I. A Leitura orante da Bíblia – diariamente, nutrir-se pela Palavra de Deus, para que os pensamentos, por ela, sejam iluminados, expressos em palavras e gestos. O maior bem que se possa desejar e alcançar.
 
II. O autocontrole – a vontade de Deus há de prevalecer sobre as próprias vontades, com disciplina, renúncia, acrisolamento, amadurecimento, despojamento, desprendimento; alcançando o amadurecimento no discipulado, afastando toda possibilidade de esgotamento e vazio existencial.     
 
III. O Silêncio – Mais do que nunca, é necessário afastar-se da insana escravidão do barulho e das conversas, muitas vezes, inúteis e desnecessárias. Dedicar, ao menos, meia hora por dia para o silêncio e meio-dia a cada semana para pensar em si mesmo, refletir e rezar. Aparentemente inviável e impossível, mas é preciso dar o primeiro passo.
 
IV. A Humildade – O Espírito Santo é o verdadeiro protagonista da Evangelização. Há de se ter a consciência de que sem o sopro do Espírito nada somos e nada podemos. Dele procedem todos os dons e a graça para que consigamos viver o que falamos, falar o que pensamos e pensar o que rezamos.
 
A credibilidade da Igreja está relacionada ao seu testemunho do indizível Amor divino, sem incoerências execráveis, na mais perfeita fidelidade Àquele que é a Perfeitíssima Coerência: Cristo Jesus, Nosso Senhor; entranhados em Seu coração e envolvidos pelos laços de Sua indispensável ternura. 
 
A triplicidade vivida é fundamental para o alcance da autêntica felicidade, de modo que, a sua ausência abre espaço para incoerências, infidelidades, contratestemunhos e escândalos, enfraquecendo o conteúdo da Palavra Divina que anunciamos, do Projeto do Reino que acreditamos e do Mistério que celebramos.    
 
Reflitamos:
- Como alcançá-la?
- Qual o caminho para encurtar eventuais distanciamentos entre o que pensamos, falamos e fazemos?
 
Concluo: quer pensemos, quer falemos, quer façamos qualquer coisa, façamos em nome do Senhor Jesus. 
 
A vida cristã será cada vez mais autêntica, quanto mais encurtemos a distância entre o que pensamos, falamos e agimos, sempre dentro dos propósitos do Evangelho, para melhor correspondermos ao que Deus espera de cada um de nós. Amém!
 
  

(1) Liturgia das Horas – Vol. III – pp.354-355.

Em poucas palavras...

                                                                        


                                                           A humildade e a caridade

"...O caminho tornou-se escabroso quando o homem pecou; mas tornou-se plano quando Cristo o calcou pela Ressurreição, transformando a vereda estreita em senda real. Por este caminho se corre com dois pés, o da humildade e o da caridade.

A sua altura excelsa agrada a todos; mas a humildade é o primeiro degrau. Porque adiantas o pé para além de ti? Queres cair, não subir. Começa pelo primeiro degrau, isto é, pela humildade, e subirás". 


(1)Sermão do Bispo São Cesário de Arles (Séc. VI), sobre as duas exigências no seguimento de Jesus Cristo.

Mães nos dão suporte e segurança


 

Mães nos dão suporte e segurança


Diante do altar, um vaso com belas flores,
E era que se podia ver, porque notável,
Mas havia algo que quase imperceptível:
 
Com o olhar poético, contemplei os pés dos vasos.
Um deles, era uma pedra suporte
Dando ao vaso equilíbrio e sustentação.
 
A pedra silenciosa e ocultamente ali, diante dos olhares,
Assim acontece, por vezes, com nossas mães:
No cotidiano, imperceptíveis, e silenciosas...
 
Nos garante em muitos momentos e situações
Equilíbrio e sustentação de nossos sonhos e projetos,
E de seus lábios ouvimos: “coragem, você vai conseguir”.
 
Naquela manhã, quando parecia eternizar um problema,
Que pareceria para sempre um imenso pesadelo,
Dela ouvimos: “o pesadelo há de passar, não deixe de sonhar.”
 
E em tantos outros momentos em nossa vida,
Ali se encontra, se reinventando e dando suporte,
Porque, muitas vezes, como vasos sem os pés nos sentimos.
 
Ser mãe, no silêncio, oculta aos olhares,
Mas com o olhar que não se fecha,
Às angústias e dores de um filho.
 
Mãe é como uma “pedra que dá suporte”
A um vaso quebrado, que por vezes o somos,
Ali sempre presente, nosso carinho e gratidão. Amém. 

Vida, força e coragem

 


Vida, força e coragem

“E Ele me disse: Profetiza sobre estes ossos e dize: Ossos ressequidos, escutai a Palavra do Senhor! Eu mesmo vou fazer entrar um espírito em vós e voltareis à vida.” (Ez 37,4)

Ó Bom Jesus, Vós bem sabeis que por vezes podemos contemplar a realidade como “monte de ossos ressequidos”, como nos falou o Profeta Ezequiel, num tempo de desolação e reconstrução, renovando a fina flor da esperança do Povo de Deus, por isto pedimos, dai-nos vida, força e coragem.

Ó Bom Jesus, que estais sentado à direita do Pai, porque sois Rei Senhor de todo o Universo, enviai o Vosso Espírito, a fim de nos restituir a vida a cada um de nós e às nossas famílias e comunidades, e que jamais nos curvemos diante de situações de morte, desagregações e aridez.

Ó Bom Jesus, fortalecei nossos vínculos fraternos, como Igreja Sinodal que somos, caminhando todos juntos, na comunhão, participação e missão, pois sozinhos não suportamos o peso da cruz, e fragilizados não seremos testemunhas Vossas.

Ó Bom Jesus, firmai nossos passos em direção à vida plena que tão somente Vós podeis nos alcançar, renovando em nossos corações a fé, esperança e caridade, vencendo todas as dificuldades, tribulações e ventos contrários que a vida nos apresenta.

Ó Bom Jesus, contemplando Vosso coração trespassado, contemplo o Novo Nascimento pelo Batismo, no sinal da água jorrada, e no sangue que também jorrou, a Eucaristia, Alimento que revigora nossas forças para vivermos sagrados compromissos com o Reino por Vós inaugurado. Amém.

 

Fonte: Livro do Profeta Ezequiel (EZ 37,1-14)

Ouvintes e praticantes da Palavra do Senhor

                                                      

Ouvintes e praticantes da Palavra do Senhor

"Quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática,
é como um homem prudente, que construiu
sua casa sobre a rocha" (Mt 7,24)

Ouvimos na quinta-feira da 12ª Semana do Tempo Comum a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 7,21-29).

A vida cristã é edificação de nossa vida sobre o fundamento que é o próprio Jesus, Sua Palavra e Projeto do Reino, do qual somos instrumentos.

Refletimos sobre o modo como edificamos a nossa vida; sobre a base em que construímos nossos projetos, que alavancam sonhos cultivados no mais profundo de nós, sempre regados pela graça da vigilância ativa e Oração.

Sonhos, utopias, desejos, metas, conquistas, novos horizontes... O Reino de Deus presente já em nosso meio, e ainda não plenamente. O novo céu e nova terra, a Jerusalém Celeste, sempre haverão de nos acompanhar, e se renovar.

É preciso pensar no juízo de Deus, que será como uma tempestade violenta que só deixará em pé as construções sólidas, as que estiverem fundadas, diz Jesus, sobre a Sua Palavra, sobre os valores por Ele propostos, sobre as Suas Bem-Aventuranças, um Projeto de vida e felicidade.

Não ficar submerso num verbalismo religioso, individual, comunitário ou até mesmo litúrgico, profundamente lamentável e abominável pelo Senhor, porque seria uma piedosa ilusão.

Construir nossa vida sobre a Rocha Consistente, que jamais será abalada, a Palavra de Deus que ouvimos, lemos, meditamos; Palavra que se faz Pão, Vida, Luz, Libertação, se vivida, garantia de Salvação.  Ele é a Rocha Consistente, nós uma pedra viva e preciosa aos Seus olhos.

Venham os ventos, as adversidades, as provações, as inquietações, as seduções, que aparentemente nos roubam forças e nos aniquilam, mas, se com fé enfrentadas, com o Esplendor e Vigor da Palavra e da Eucaristia, nada ruirá, nada sucumbirá, porque Deus fala, promete e cumpre.

Somente n’Ele uma vida solidificada, as tramas da existência entrelaçadas; páginas do cotidiano com a Tinta do Amor do Santo Espírito escrita, é que alcançaremos o desejo universal inerente a todo ser humano: a felicidade, que somente encontramos na Divina Fonte da Felicidade, Jesus, se ouvirmos e pusermos em prática a Sua Palavra.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG