terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Em poucas palavras...

 


Purificados de nossos pecados

“O cristão que procura purificar-se do seu pecado e santificar-se com a ajuda da graça de Deus, não se encontra só.

«A vida de cada um dos filhos de Deus está ligada de modo admirável, em Cristo e por Cristo, à vida de todos os outros irmãos cristãos, na unidade sobrenatural do corpo Místico de Cristo, como que numa pessoa mística» (Papa São Paulo VI).” (1)

 

(1)               Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 1474

Em poucas palavras...

 


Vida e saúde

“A vida e a saúde física são bens preciosos, confiados por Deus. Temos a obrigação de cuidar razoavelmente desses dons, tendo em conta as necessidades alheias e o bem comum.

O cuidado da saúde dos cidadãos requer a ajuda da sociedade para se conseguirem condições de vida que permitam crescer e atingir a maturidade: alimentação e vestuário, casa, cuidados de saúde, ensino básico, emprego, assistência social.” (1)

 

(1)               Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 2288

A missão das comunidades diante da exclusão social

A missão das comunidades diante da exclusão social                                                                            
A cada momento nos deparamos com a realidade da exclusão social, uma das mais terríveis cruzes que pesam sobre nossas comunidades, provocando em nós um sentimento de indignação, mas não de indiferença e de apatia.

O compromisso radical com a justiça e com a solidariedade devem ser marcas permanentes em nossas Comunidades, ressuscitando a audácia profética e a revolucionária ternura, para que permaneçamos fiéis Àquele que nos chamou e nos enviou para glorificar a Deus, produzindo os frutos esperados e queridos por Ele, por Sua iniciativa e resposta de Seus discípulos…

Neste bom combate da fé, algumas características que devem marcar a vida da Igreja:

- Igreja do Evangelho, que salva a totalidade humana (corpo e alma);

- Igreja da profecia, como porta-voz e interpretadora do Projeto de Deus na história;

- Igreja do serviço, com a evangélica preferência pelos pobres;

- Igreja da escatologia, que busca o novo céu e a nova terra…

Na Encíclica “Ecclesia de Eucharistia”, o Santo Papa João Paulo II faz uma belíssima afirmação, que vem confirmar esta desafiadora e inauguradora missão de uma nova aurora de vida e comunhão:

“A Eucaristia é verdadeiramente um pedaço de céu que se abre sobre a terra; é um raio de glória da Jerusalém celeste, que atravessa as nuvens da nossa história e vem iluminar o nosso caminho” (n. 19).

Com lucidez e ousadia, afirma que num mundo globalizado, marcado por mil contradições, onde os mais débeis, os menores e os mais pobres pouco podem esperar.

Portanto, nossas comunidades devem fazer brilhar a esperança cristã, pois foi também para isto que o Senhor quis ficar conosco na Eucaristia: para que, participantes do Banquete da vida, construamos uma nova humanidade, renovada pelo Seu amor; como o Evangelista João nos disse: “sem Ele nada podemos fazer” (Jo 15,5).

Nossas Comunidades devem crescer continuamente na paixão pelo Reino Deus inaugurado por Jesus de Nazaré, que por Sua prática de amor e ternura revelou o que há de mais humano em Deus e o que há de mais divino no homem e na mulher.

Amá-Lo e segui-Lo é procurar os caminhos da comunhão para superação de toda e qualquer lógica de exclusão, dentro e fora da Igreja.

No amor a Deus e à Sua Palavra, alimentando-se do Pão da Eucaristia, nossas comunidades se renovam e se revitalizam para a urgente, sempre atual e divina missão: a comunhão com Deus e com o próximo!

O caminho da felicidade passa pela Cruz

  
O caminho da felicidade passa pela Cruz

Todos desejamos e buscamos a felicidade a cada instante de nossa vida, pois bem sabemos e cremos que Deus nos criou para a felicidade plena, que passa inevitavelmente pela Cruz.

Meditando sobre o tema felicidade, encontrei em um Livro de Oração algumas propostas para alcançá-la.

Embora simples, creio são pertinentes e podem mesmo favorecer para que tenhamos uma vida mais feliz, numa madura relação interpessoal mais fraterna, com notável crescimento humano e espiritual.

Vejamos como podemos percebê-las e vivê-las em nosso dia a dia.

- Elogie três pessoas por dia;
- Cumprimente as pessoas que encontrar pelo caminho;
- Sorria. Não custa nada e não tem preço;

- Saiba perdoar a si e aos outros;
- Trate a todos como gostaria de ser tratado;
- Pratique a caridade;

- Faça novos amigos;
- Reconheça seus erros e valorize seus acertos;
- Dê às pessoas uma segunda chance;

- Respeite a vida;
- Dê sempre o melhor de si, em todos os momentos;
- Reze não só para pedir coisas, mas principalmente para agradecer.

Observando atentamente, veremos que estas atitudes simples nos remetem à passagens do Evangelho, de modo muito especial, ao Sermão da Montanha, quando Jesus nos apresentou a proposta da autêntica felicidade (Mt 5, 1-12).

Um Sermão ouvido na montanha para ser vivido na planície do quotidiano. Pois se as Bem-Aventuranças forem encarnadas, inauguram-se relações de partilha, solidariedade, comunhão e amor, humildade, gratuidade, doação... Ganham vigor as relações fraternas. 

Creio que o caminho da felicidade passa inevitavelmente pela Cruz assumida com maturidade e responsabilidade – “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua Cruz de cada dia e me siga” (Lc 9, 23).

Firmemos nossos passos neste itinerário da fé, com coragem e confiança na ação divina, contando sempre com a força da Oração, que não nos permite desviar do Projeto de vida, alegria e paz que o Senhor tem para todos nós, sempre nos lembrando de Suas Palavras:

“Se vocês obedecerem aos meus Mandamentos, permanecerão
no meu Amor, assim como Eu obedeci aos Mandamentos
de meu Pai e permaneço no Seu Amor. Eu disse isto a vocês
para que a minha alegria esteja em vocês, e a
alegria de vocês seja completa.” (Jo 15, 10-11).

Do fermento do Maligno livrai-nos, Senhor!

                                                 

Do fermento do Maligno livrai-nos, Senhor!
Somente com Jesus
 somos libertos do fermento do Maligno,
e nos tornamos com Ele mais que vencedores

Quando a vida e a fé se irmanam em eterno abraço,
Do suor do trabalho comemos o pão de cada dia,
Plenificados de Vida que vem do Corpo e Sangue – Eucaristia.

Precisamos do pão provisório, indiscutivelmente,
Não tão pouco para mendigar e nem ter fome,
Nem tanto que prescindamos do Pão Essencial.

Precisamos do Pão Eterno, imprescindivelmente,
Corpo e Sangue, verdadeiramente Comida e Bebida
Que sacia, inebria, fortalece... Efeitos da Eucaristia.

Em cada Banquete Eucarístico, ativa e conscientemente participado,
Tríplice ação divina: a fé é nutrida, a esperança é incentivada,
A caridade é mais que fortalecida e na vida testemunhada.

Ouvindo e acolhendo Vossa Palavra e envolvidos pelo Amor Divino,
Renovamos forças para a superação das tentações fundamentais,
Com Cristo que nos liberta de todo fermento do Maligno

Aprendemos, primeiro, a superar toda forma de egoísmo,
E a busca ansiosa pelos bens materiais cede lugar
Para uma vida frugal, simples, de alegre partilha.

Aprendemos que a sede de posse e de domínio sobre os outros
Cedem lugar para a mais bela face expressiva do poder,
Que se traduz no amor aos pobres, alegria do serviço.

Aprendemos, finalmente, que a ilusão do sucesso imediato,
Do prestígio alcançado a qualquer preço, não encontram lugar
No coração de quem a fidelidade a Deus, vivo e verdadeiro, procura viver.

Com Jesus, mais que vencedores tornam-se Seus discípulos.
É a comunidade dos remidos que, como Igreja,
Empenha-se na luta pela libertação da humanidade das forças do mal.

Sendo a Salvação plena e universal, torna-se inconcebível
Miséria, ignorância, ódio e violência, febril consumo,
Inveja, cobiça, egoísmo e a funesta falta de amor.

Como Igreja, cumprindo a missão plena dos dons do Espírito,
Com a força de Cristo Ressuscitado, que d’Ele nunca se afasta,
Trilhamos o caminho para a construção do Reino, sinal de um mundo novo.

Uma súplica ao Senhor, com coração confiante, elevemos:
Do fermento do Maligno livrai-nos, Senhor!

Evangelização e acolhida do sopro do Espírito

             
Evangelização e acolhida do sopro do Espírito

“Ai de mim se seu não evangelizar” (1 Cor 9,16).

A Evangelização na cidade tem inúmeros e grandes desafios, de modo que, tão somente abertos à acolhida do sopro do Espírito, se é capaz de dar respostas sólidas, enfrentando-os na planície do quotidiano, atentos à voz do Filho Amado que precisa ser escutado.

Abertos a este sopro, a Igreja precisa multiplicar ações diante da violação da dignidade da pessoa humana e na profética defesa da vida, desde a concepção até o seu declínio natural.

Seremos assim uma Igreja mais viva, participativa, dinâmica, renovada e com fortalecimento dos ministérios e o surgimento de novos, edificando uma Igreja verdadeiramente sinodal.

Permanece forte o apelo da Conferência de Aparecida (2007), para a conversão das estruturas paroquiais e serviços, bem como de todos que se encontram inseridos e comprometidos com a evangelização.

Abertos ao Sopro do Espírito, é mais do que emergente a multiplicação do trabalho e iniciativas diversas para a santificação e solidificação da família, que passa por sérios momentos de desestruturação por diversos motivos (inúmeros são os ventos e tempestades enfrentados pela mesma).

O Espírito Santo também conduz no fortalecimento da dimensão missionária da Igreja – urge ir ao encontro dos católicos afastados, mas sem se esquecer de enraizar e solidificar os que nela já estão participando, fortalecendo laços sinceros de amizade, comunhão e solidariedade, superando toda e qualquer forma de anonimato numa bela e alegre atitude de acolhida mútua, que vai muito além de um seja bem-vindo!

Este Sopro nos pede mais ousadia nos meios de comunicação social, para que possamos comunicar a todos a Boa-Nova do Evangelho em novos areópagos, chegando às escolas, às universidades, ao mundo do trabalho, às instâncias de decisões que afetam substancialmente a vida do Povo de Deus. A Comunicação não pode ficar restrita ao espaço de nossas salas e Igrejas.

O sopro do Espírito também nos inquieta e nos desinstala para que nos empenhemos na transformação da sociedade, com a superação da apatia e indiferença diante da política, não perdendo a esperança, não permitindo apagar a chama profética que todo batizado recebe no dia de seu Batismo, para ser sal da terra e luz do mundo.

Deste modo, não ficaremos indiferentes diante da necessária inclusão social em todas as suas formas e dimensões, como expressão da evangélica opção preferencial pelos pobres, que jamais pode ser esquecida pela Igreja, na fidelidade à prática de Jesus Cristo na realização do Reino de Deus.

E, assim, sempre atentos a estes sopros, edificaremos uma Igreja do anúncio, testemunho, serviço e diálogo, fortalecendo os pilares da Palavra, da Eucaristia, da Caridade e da Ação Missionária.

Com a abertura e acolhida do sopro do Espírito, cresçamos na  fidelidade à Palavra do Senhor, com aquela inquietante preocupação do Apóstolo Paulo, que deve ser de todos nós: “Ai de mim se seu não evangelizar” (1 Cor 9,16).

Comunidade de comunidades: uma nova Paróquia

Comunidade de comunidades: uma nova Paróquia

“Ide pelo mundo,
pregai a Boa-Nova do Evangelho”

Deve nos interpelar o que nos disse o Papa Francisco, em sua Exortação “Evangelium Gaudium” – A alegria do Evangelho –, e também os Bispos do Brasil, como vemos no Documento nº100 – “Comunidade de comunidades: uma nova Paróquia – A conversão pastoral da Paróquia”.

Urge a construção de uma Paróquia como Comunidade de comunidades, como presença eclesial no território, muito mais que a presença de um prédio edificado por mãos humanas.

Deste modo, elas serão um espaço privilegiado da escuta da Palavra de Deus, (diálogo, anúncio, adoração e celebração), ou seja: a casa do Pão da Palavra, do Pão da Eucaristia e do Pão da caridade.

Através das inúmeras atividades, é preciso incentivar e formar os agentes para a evangelização, tendo como protagonista indispensável o Espírito Santo.

Ela se tornará uma célula viva, uma “comunidade de comunidades”, um santuário onde os sedentos vão beber água cristalina para a continuidade da comunidade, mas ao mesmo tempo centro de constante envio missionário.

Precisamos dar à Paróquia um rosto novo, tornando-a mais dinâmica, acolhedora e missionária. Para tanto, é preciso uma profunda e sincera conversão pastoral, com novo espírito, novo ardor (cf. Documento de Aparecida - n. 365-372).

Como ser uma Igreja missionária na cidade em que vivemos, ampliando e formando pequenas comunidades de discípulos convertidos pela Palavra de Deus, conscientes de viver em constante estado de missão, superando toda e qualquer forma de desânimo e acomodação?

Reflitamos:

- como ser uma Igreja Missionária na cidade, procurando ir ao encontro das pessoas e a elas comunicar a Boa-Nova do Evangelho?

Não podemos mais ficar no “vinde”, é o tempo do “ide”, como assim o foi desde o início da missão confiada por Jesus aos Seus discípulos|: «Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado» (Mt 28, 19-20).

É preciso coragem para que nos desinstalemos, sobretudo na acolhida e solidariedade para com os mais empobrecidos. Ressoando as palavras do Papa Francisco: “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro, e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos” (Evangelii Gaudium - n. 40).

Muito já fizemos, mas há ainda um longo caminho a ser percorrido, para que vivamos a vocação como dom de Deus, como um chamado que Ele nos fez e espera nossa resposta, para que trabalhemos como alegres discípulos missionários de Sua vinha.

Temos que consumir nosso tempo e forças para que a Boa-Nova seja anunciada, a fim de que o Reino de Deus aconteça, como pequeno grão de mostarda, que germina, torna-se uma grande árvore, e os pássaros vêm nela fazer seus ninhos.  

Eis a nossa missão: fecundar o mundo novo, no testemunho corajoso de nossa fé, dando razão de nossa esperança, em ativa e frutuosa caridade.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG