sábado, 31 de maio de 2025

Em poucas palavras...

                                      


Virgem Maria, modelo supremo de fé

“Só a fé pode aderir aos caminhos misteriosos da onipotência de Deus. Esta fé gloria-se nas suas fraquezas, para atrair a si o poder de Cristo (2 Cor 12,19; Fl 4,13).

Desta fé é modelo supremo a Virgem Maria, pois acreditou que «a Deus nada é impossível» (Lc 1, 37) e pôde proclamar a grandeza do Senhor: «O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas; 'Santo' –  é o seu nome» (Lc 1, 49).”  (1)

 

(1)  Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 273

Lições para uma Espiritualidade Mariana

                                               


Lições para uma Espiritualidade Mariana

Mãe Discípula:

Aquela que ouve, escuta, acolhe a voz de Deus para realizar a Sua vontade; é Mãe e Mestra, porque antes foi discípula modelo, por excelência. Perfeita sintonia com Deus, é para nós modelo de escuta.

Mãe da Fidelidade:

Em toda e qualquer situação a fidelidade marcou sua existência – fiel porque acreditou nas Promessas de Deus, por isto é cheia de graça, feliz, bem-aventurada.

Mãe da Disponibilidade:

Vai apressadamente servir sua prima Isabel, sem medir esforços. Mesmo grávida, percorreu mais de cem quilômetros, em prontidão imediata, sem lamentos, sem queixas, sem prantos, sem adiamentos, constrangimentos. No amor não cabe nada disto! O amor suaviza a missão!

Mãe Servidora:

Vai a Isabel para servir e colocar seus amáveis dons em favor da vida, assim como nas mais diversas situações que vivenciou.

Mãe da Alegria:

No encontro com Isabel, tendo acolhido em si a Obra do Espírito Santo, leva consigo O Salvador, provocando um clima envolvente de alegria e louvores, cantos de ação de graças... No encontro de duas mulheres a manifestação de Deus num clima radiante de alegria!

Mãe da Esperança

Maria é cantora da esperança dos pobres! Sonha e canta um mundo novo que nasce da intervenção de Deus e da participação humana: uma nova sociedade em todos os níveis: religioso, político e social. O orgulho dará lugar à humildade, à obediência a Deus, à simplicidade de coração. A prepotência humana cederá à onipotência Divina, o poder será colocado em favor do bem comum. O mundo viverá novas relações de amor, partilha e comunhão, em que ninguém será privado da vida e do pão. A esperança não dispensa compromissos e responsabilidades.

Mãe da Humildade:

Maria sabe entrar e sair de cena – vai, serve, volta. A Glorificação se dá somente nos céus. Fazer o bem e sair de cena, com toda humildade. O bem feito com amor não precisa de publicidade e holofotes – Deus na hora certa e no tempo oportuno é quem nos coroará. Ela foi coroada como Mãe da Glória.

Mãe da Solidariedade:

Sensibilidade e solidariedade foram suas marcas nas bodas de Caná, na visita a Isabel, e em todos os momentos. Também presente na Paixão e Morte de Seu Filho, aos pés da Cruz, para ter a alma transpassada. Solidariedade nos primeiros encontros dos Apóstolos e em toda a história com suas aparições.

Mãe boa pastora:

Maria, na fidelidade a Deus, acolhendo ao bom Pastor, é aquela que O carregou no colo, também Mãe de todas as ovelhas pelas quais seu Filho entregou a própria vida. Como não se sentir protegido, amado e seguro no colo de Maria?

Mãe do amor pelos últimos:

A parábola do Evangelho nos fala do amor misericordioso de Deus pelos últimos (das 5 horas que não foram contratados), que recebem a moeda de prata (diária para um dia Mt 20,1-16). Deus ama os últimos, os excluídos, os pequeninos, aqueles que a sociedade privou da vida e do pão cotidiano, do essencial para viver com dignidade… Maria no Magnificat canta o amor de Deus pelos empobrecidos, quando diz que Deus despediu os ricos de mãos vazias e saciou de bens os famintos. Tal Mãe, tal Filho, tal Igreja. Maria está sempre junto do Filho assegurando-nos, a moeda de prata de cada dia, O Pão Nosso de cada dia, em cada Eucaristia que celebramos.

Mãe da paciência:

Maria é a Mãe da paciência por excelência: recordemos vários momentos em que ela revelou serenidade, confiança e, sobretudo paciência. A paciência para ver o trágico momento da morte se transformar numa alegre e inovadora Madrugada da Ressurreição. Paciência para ver passar a noite da escuridão que parecia eterna, em radiante luz da Ressurreição, aurora da alegria, do esplendor, da vitória…

Mãe Lutadora:

Nada temeu, nem as forças diabólicas que devoraram a vida de Seu Filho, mas que foi por Deus Ressuscitado. O mal tem aparente vitória – a vitória final pertence a Deus. Por isto ela é modelo de luta para todos que combatem em favor da vida. É modelo de luta para nossas comunidades.

Mãe da Glória:

Elevada em corpo e alma aos céus, acende em nós o mais precioso desejo: a eternidade. Ela já alcançou depois da Ressurreição de Seu Filho, como a primeira da fila. Maria puxa a fila dos que desejam entrar no céu. Entrada nos céus de corpo e alma é sinal da dignidade, da sacralidade da vida e da existência humana, onde Deus fez Sua morada.

Por isto podemos repetir o que disse Santo Amadeu (séc.XII):

Maria está assentada no mais alto cume das virtudes, repleta do oceano dos carismas divinos, do abismo das graças, ultrapassando a todos, derramava largas torrentes ao povo fiel e sedento”

Continuemos o aprendizado de maravilhosas lições para uma devoção à ela sincera e frutuosa.

Sabiamente a Igreja nos ensina e nos convoca a superar uma esterilidade devocional a Maria, na imitação de suas virtudes em nosso cotidiano.

Não há devoção mais agradável a Deus do que o amor e o serviço aos pobres, com os quais Ele quis Se identificar e Se fazer presença. Maria, neste sentido, mais do que ninguém, foi Mãe e Mestra!

Aprendamos estas dentre outras lições para uma Espiritualidade Mariana, que nos conduzirá à essência da Espiritualidade, que é viver segundo o Espírito, como discípulos missionários do senhor, em amor pleno e incondicional a Deus.

“Salve Rainha, Mãe de Misericórdia...” 

Maria, lírio entre os espinhos

 


Maria, lírio entre os espinhos
 
Maria, “És lírio entre os espinhos,
és pura sem igual,
brilhando nos caminhos
da culpa original”.(1)
 
Lírio puríssimo por todo o sempre,
Tu podes nos ensinar a coragem manter,
Neste tempo tão diferente
Por que todos passamos.
 
Lírio perfeitíssimo no Jardim do Criador,
Tu, assentada no mais alto cume das virtudes,
Repleta do oceano de carismas divinos,
Abismo de graças, volte para nós teu olhar. (2)
 
Lírio prediletíssimo do Altíssimo,
Tu penetraste como ninguém
No abismo do amor de Deus,
Na alegria e tristeza, na angústia e esperança.
 
Lírio castíssimo toda de Deus,
Contigo nossos olhares se renovam,
Porque tens olhar diferenciado,
Pois bem sabes ver para além das aparências.
 
Lírio amabilíssimo da Unidade Trina de Amor,
Seja meu olhar como o teu, em todos os momentos;
Um olhar que se deixa surpreender pela ação
Da Trindade, que te fez cheia de graça e amor;
 
Lírio exalante do mais puro odor de santidade,
Seja ele também aberto aos mistérios de Deus
Com abertura de alma e coração,
Pleno de sinceridade, disponibilidade e confiança.
 
Lírio de beleza indescritível tu és para sempre.
Contigo nosso olhar penetra os abismos das dúvidas,
Em busca de respostas para as necessárias perguntas,
De modo especial neste tempo de pandemia e incertezas.
 
Lírio imaculado, sem a mancha do pecado,
Seja meu olhar como o teu aos s da Cruz,
Que contempla para além do aparente fracasso:
Crês que após o olhar doloroso, terás o glorioso.
 
Lírio belíssimo e esplendoroso, na glória dos céus,
Tua doce voz ressoará por todo o sempre,
Desde aquele memorável dia do primeiro sinal:
Nova luz há de brilhar: “Fazei tudo o que Ele vos disser”
(Jo 2,5)
 
 
 
 
(1)Liturgia das Horas - Volume Advento-Natal - pág.1037
(2) Santo Amadeu – séc. XII
 

Maria: Mãe da Igreja Sinodal, um povo que caminha junto

 


Maria: Mãe da Igreja Sinodal, um povo que caminha junto
 
 “Todos perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as santas mulheres e Maria, a Mãe de Jesus...” (At 1,14)
 
Os Apóstolos estavam reunidos no Cenáculo, animados pelo mesmo amor, e ao centro encontrava-se a Mãe de Deus, de modo que, no dia de Pentecostes, o Espírito Santo, que já habitava em Maria desde o mistério da sua Imaculada Conceição, fixando nela a Sua morada de uma maneira nova.
 
A tradição da Igreja viu, nesta cena, a maternidade espiritual de Maria sobre toda a Igreja, sendo ela o “coração da Igreja nascente”, colaborando ativamente com a ação do Espírito Santo.
 
O Concílio Vaticano II assim nos apresenta Maria: “Redimida de um modo eminente e em previsão dos méritos do seu Filho, e unida a Ele por um vínculo estreito e indissolúvel, Maria é enriquecida com a sublime missão e a dignidade de ser a Mãe do Filho de Deus e, por isso, filha predileta do Pai e Sacrário do Espírito Santo, com o dom de uma graça tão extraordinária que supera de longe todas as criaturas celestes e terrenas”.
 
À Maria, mãe da Igreja, recorramos pedindo a graça de sermos conduzidos e assistidos pelo Espírito, como ela tão bem o fez, a fim de que sejamos uma Igreja verdadeiramente Sinodal, Povo de Deus que caminha junto, intensificando nossa participação na vida da Igreja, fortalecendo os vínculos de comunhão fraterna, e assim, vivamos a missão como solícitos e alegres discípulos missionários do Seu Amado Filho, Jesus Cristo. Ele é a Cabeça e nós, Igreja, o Seu Corpo.
 

Virtudes divinas que nos movem: Fé, Esperança e Caridade!

                                                     

Virtudes divinas que nos movem:
Fé, Esperança e Caridade!

Reflitamos sobre as virtudes divinas que nos movem (fé, esperança e caridade) a partir do Sermão do  Papa São Leão Magno (séc. V).

“Assim como na Solenidade Pascal a Ressurreição do Senhor foi para nós motivo de grande júbilo, agora também a Sua Ascensão aos céus nos enche de imensa alegria. Pois recordamos e celebramos aquele dia em que a humildade da nossa natureza foi exaltada, em Cristo, acima de toda a milícia celeste, sobre todas as hierarquias dos anjos, para além da sublimidade de todas as potestades, e associada ao trono de Deus Pai.

Toda a vida cristã se funda e se eleva sobre uma série admirável de ações divinas, pelas quais a graça de Deus nos manifesta sabiamente todos os Seus prodígios.

De tal modo isto acontece que, embora se trate de Mistérios que escapam à capacidade humana de compreensão e que inspiram um profundo temor reverencial, nem assim vacile a fé, esmoreça a esperança ou esfrie a caridade.

Nisto consiste, efetivamente, o vigor das grandes almas e a luz dos corações fiéis: crer sem hesitação, naquilo que não se vê com os olhos do corpo, e fixar o desejo onde a vista não pode chegar.

Como poderia nascer esta piedade, ou como poderíamos ser justificados pela fé, se a nossa salvação consistisse apenas naquilo que nos é dado ver?

Na verdade, tudo o que na vida de nosso Redentor era visível passou para os ritos sacramentais; e para que a nossa fé fosse mais firme e autêntica, à visão sucedeu a doutrina, em cuja autoridade se devem apoiar os corações dos que creem, iluminados pela luz celeste.

Esta fé, aumentada com a Ascensão do Senhor e fortalecida com o dom do Espírito Santo, nem os grilhões, nem os cárceres, nem os exílios, nem a fome, nem o fogo, nem as dilacerações das feras, nem os tormentos inventados pela crueldade dos perseguidores jamais puderam atemorizá-la.

Em defesa desta fé, através de todo o mundo, homens e mulheres, meninos de tenra idade e moças na flor da juventude combateram até derramamento do sangue. Esta fé expulsou os demônios, afastou as doenças, ressuscitou os mortos.

Os Santos Apóstolos, apesar dos milagres contemplados e dos ensinamentos recebidos, ainda se atemorizavam perante as atrocidades da Paixão do Senhor e hesitavam ante a notícia de Sua Ressurreição.

Porém, com a Ascensão do Senhor progrediram tanto que tudo quanto antes era motivo de temor, se converteu em motivo de alegria.

Toda a contemplação do seu espírito se concentrava na divindade d’Aquele que estava sentado à direita do Pai; agora, sem a presença visível do Seu Corpo, podiam compreender claramente, com os olhos do Espírito, que Aquele que ao descer à terra não tinha deixado O Pai, também não abandonou os discípulos ao subir para o céu.

A partir de então, caríssimos filhos, O Filho do Homem deu-Se a conhecer de modo mais sagrado e profundo como Filho de Deus.

Ao ser acolhido na glória da majestade do Pai começou de um modo novo e inefável, a estar mais presente no meio de nós pela divindade quando Sua humanidade visível se ocultou de nós.

Por conseguinte, a nossa fé começou a adquirir um maior e progressivo conhecimento da igualdade do Filho com o Pai, e a não mais necessitar da presença palpável da substância corpórea de Cristo, pela qual Ele é inferior ao Pai.

Pois substituindo a natureza do corpo glorificado, a fé dos que creem é atraída para lá, onde O Filho Unigênito, igual ao Pai, poderá ser tocado não mais pela mão carnal, mas pela contemplação do Espírito”. (1) 

Todos nós podemos passar por momentos de dificuldades, provações, situações aparentemente impossíveis de serem transformadas, e também precisamos de uma palavra que nos ilumine, revigore  e, como um sopro do Espírito, nos envolva e nos refaça.

Nestes momentos, somos chamados a dar razão de nossa esperança, no testemunho da fé mantendo viva, no coração, a chama viva da caridade.

Reflitamos:

- Quais as provações que me inquietam neste momento?
- Como contemplo e sinto a presença de Deus para enfrentá-las?

- Qual a qualidade da fé que possuo, como a vivo e como a testemunho?
- Tenho vacilado na fé?

- Tenho esmorecido na esperança?
- Tenho esfriado na prática da caridade, no cumprimento do Mandamento maior do Amor a Deus e ao próximo?

- Como posso viver uma caridade mais autêntica?

“Vinde Espírito Santo, enchei o coração dos Vossos fiéis...”

Pai Nosso que estais nos céus...



(1) Liturgia das Horas - Vol. II – Quaresma/Páscoa - pp. 849-851.

Maria Santíssima que a Igreja nos ensina a crer

 


Maria Santíssima que a Igreja nos ensina a crer

“Cremos que Maria Santíssima, que permaneceu sempre Virgem, tornou-se Mãe do Verbo Encarnado, nosso Deus e Salvador, Jesus Cristo; e que por motivo desta eleição singular, em consideração dos méritos de seu Filho, foi remida de modo mais sublime, e preservada imune de toda a mancha do pecado original; e que supera de longe todas as demais criaturas, pelo dom de uma graça insigne.

Associada por um vínculo estreito e indissolúvel aos mistérios da Encarnação e da Redenção, a Santíssima Virgem Maria, Imaculada, depois de terminar o curso de sua vida terrestre, foi elevada em corpo e alma à glória celestial; e, tornada semelhante a seu Filho, que ressuscitou dentre os mortos, participou antecipadamente da sorte de todos os justos.

Cremos que a Santíssima Mãe de Deus, nova Eva, Mãe da Igreja, continua no céu a desempenhar seu ofício materno, em relação aos membros de Cristo, cooperando para gerar e desenvolver a vida divina em cada uma das almas dos homens que foram remidos.” (1)

 

(1) Solene Profissão de fé na conclusão do «Ano da Fé» proclamado por ocasião do XIX centenário do martírio dos Apóstolos Pedro e Paulo em Roma – Papa São Paulo VI  – Praça de São Pedro -  30/06/1968 – parágrafos nn.14-15.

Alegremo-nos! O Espírito Santo conduz a Igreja

                                               

Alegremo-nos! O Espírito Santo conduz a Igreja

"Não vos deixarei órfãos.
Eu virei a vós." (Jo 14,18)

O mês de maio tem beleza própria. É conhecido como o mês das noivas, dos casamentos, das mães, mas para nós, católicos, é por excelência dedicado à Maria: por sua vida junto ao Redentor da humanidade e pelo papel que desempenha no Plano da Salvação de Deus.

Maria, a escolha perfeita do Pai para ser a mãe do Seu Filho, em muito nos inspira para que renovemos nossos compromissos como discípulos missionários de Jesus.

A exemplo de Maria, cuja vida foi totalmente conduzida pela ação do Espírito, como Igreja, estamos vivendo o grande Tempo da Páscoa, que vai dando um matiz de alegria todo especial para os dias que antecedem a grande Festa de Pentecostes. Contemplamos e nos alegramos com a ação do Espírito Santo que conduz a Igreja.

Mais do que nunca, é tempo de intensificarmos a ação evangelizadora na alegre  acolhida e manifestação do Espírito Santo que ilumina, santifica, governa, orienta e edifica a Igreja em sua missão a serviço do Reino.

Que aprendamos com Maria as virtudes necessárias para colocar em prática o que ela dissera nas bodas de Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser”, quando intervindo, antecipou o primeiro sinal, na transformação da água em vinho. Pois, somente fazendo o que Jesus diz, estaremos contemplando e acolhendo a ação do Espírito em nossa vida, em absoluta fidelidade ao Pai, como ela, Maria, a perfeita escolhida, o fez.

Que ao celebrarmos Pentecostes, brevemente, reaprendamos a linguagem do Espírito para construirmos uma comunidade mais fraterna, missionária, em constante processo de formação, espaço da acolhida e da iniciação da fé, mas também espaço privilegiado do suscitar de novas e santas vocações cristãs (sacerdotes, religiosos, cristãos leigos comprometidos com a Boa Nova do Evangelho).

A exemplo de Maria e com ela, acolhamos a ação e presença do Santo Espírito de Deus que vem como chama e fogo devorador; como vento ou suave brisa; que vem como dom maior do amor. Vem Espírito Santo, vem!

Ressoe em nossos corações, as palavras do Bispo São Cirilo (séc. V): 

“A Sua chegada é precedida por esplêndidos raios de luz e ciência. Ele vem com o amor entranhado de um irmão mais velho: Vem para salvar, curar, ensinar, aconselhar, fortalecer, consolar, iluminar a alma de quem O recebe, e, depois por meio desse, a alma dos outros.”

Alegremo-nos, de fato, pois não estamos órfãos.
 O Espírito por Jesus prometido nos foi enviado. 
Aleluia!

“A Rainha de toda a criação”

                                                                     


“A Rainha de toda a criação”

Maria, nossa amantíssima Mãe, nós te louvamos por teres cuidado de Jesus, e agora cuidas com carinho e preocupação materna deste mundo ferido, em que se multiplicam tantos sinais de morte.

Maria, nossa amantíssima Mãe, assim como choraste com o coração trespassado a morte de Jesus, Teu Filho, assim também agora Te compadeces dos sofrimentos dos pobres crucificados, das criaturas deste mundo exterminadas pelo poder humano.

Maria, nossa amantíssima Mãe, tu que agora vives com Jesus, completamente transfigurada, todas as criaturas cantam a Tua beleza.

Maria, nossa amantíssima Mãe, tu és a Mulher «vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e com uma coroa de doze estrelas na cabeça» (Ap12, 1).

Maria, nossa amantíssima Mãe, tu és elevada ao céu, és Mãe e Rainha de toda a criação, no teu corpo glorificado, juntamente com Cristo ressuscitado, parte da criação alcançou toda a plenitude da sua beleza.

Maria, nossa amantíssima Mãe, não só conservas no teu coração toda a vida de Jesus, que “guardavas” cuidadosamente (cf.Lc2, 51), mas agora compreendes também o sentido de todas as coisas.

Maria, nossa amantíssima Mãe, nos te pedimos para que nos ajude a  contemplar este mundo com um olhar mais sapiente, e da Terra, nossa casa comum, com mais amor, cuidar e preservar, para que todos possam nela viver com humildade e dignidade.


Fonte: “Encíclica Laudato Si” – Papa Francisco – 2015 – n.241

“Maria, Modelo e Mãe da Igreja” (08/06)

                                                               

“Maria, Modelo e Mãe da Igreja”

Uma reflexão à luz do Prefácio da Missa – “Maria, Modelo e Mãe da Igreja”.

Com a Missa votiva à Santa Virgem Maria, engrandecemos a Deus com os devidos louvores:

- “Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, e na celebração da Santa Virgem Maria, engrandecer-Vos com os devidos louvores”.

Maria concebeu em seu seio virginal o Fundador, e acalentou a Igreja que nascia:

- “Acolhendo a Vossa Palavra no coração sem mancha, mereceu concebê-Lo no seio virginal e, ao dar à luz o Fundador, acalentou a Igreja que nascia”.

Maria, aos pés da Cruz, recebe o testamento da caridade divina:

- “Recebendo aos pés da Cruz o testamento da caridade divina, assumiu todos os seres humanos como filhos e filhas, renascidos para a vida eterna, pela morte de Cristo”.

Maria, modelo da Igreja orante, esperou com os Apóstolos o Espírito Santo em Pentecostes:

- “Ao esperar com os Apóstolos o Espírito Santo, unindo suas súplicas às preces dos discípulos, tornou-se modelo da Igreja orante”.

Maria é assunta aos céus e nos acompanha com amor de Mãe:

Arrebatada à glória dos céus, acompanha até hoje com amor de Mãe a Igreja que caminha na terra, guiando-lhe os passos para a pátria, até que venha o dia glorioso do Senhor”.

Finaliza o Prefácio cantando com todos os anjos e santos a glória divina:

Por isso, com os anjos e os santos, proclamamos a Vossa glória, cantando (dizendo) a uma só voz:  Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do universo! O céu e a terra proclamam a Vossa glória. Hosana nas alturas! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!”

Cresça, portanto, cada dia mais, nossa devoção a Maria, Mãe de Jesus, Mãe de Deus, Mãe da Igreja e nossa Mãe, e como discípulos missionários do Senhor, seu Amantíssimo Filho, façamos progressos maiores na escuta e prática de Sua Palavra, vivendo a graça do Batismo, com a assistência do Espírito, em maior fidelidade à vontade de Deus, a serviço da construção do Reino de Deus.

Oremos:

“Ó Deus, Pai de misericórdia, Vosso Filho Unigênito pregado na Cruz nos deu a Sua Mãe, a Virgem Maria, como nossa Mãe. Concedei, Vos pedimos, que por sua cooperação de amor a Vossa Igreja seja cada dia mais fecunda, exulte pela santidade de Seus filhos e atraia ao seu seio as famílias de todos os povos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém”.

Peregrinos da esperança iluminados pelas atitudes de Maria

                                                   

Peregrinos da esperança iluminados pelas atitudes de Maria

 
Na visitação do Arcanjo Gabriel, Maria dá o seu “sim” para a encarnação do Verbo:  Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a Tua Palavra!” (Lc 1,38).
 
Não foi uma resposta fácil, pois como vemos nos versículos anteriores, no diálogo com o Arcanjo, teve que superar natural perturbação ou medo da missão que Deus a ela tinha reservado: em seu ventre duas naturezas se encontrariam, a divina e a humana.
 
De fato, em suas entranhas um encontro se daria: da imensidão de Deus com a fragilidade; da pequenez de uma humana criatura, Jesus, verdadeiramente homem e Deus.
 
O primeiro mistério gozoso nos convida a contemplar as atitudes de Maria diante de Deus e Seus Mistérios:
 
- Maria é modelo de Fé e confiança, e acreditou que para Deus nada é impossível;
- Entregou-se nas mãos de Deus com total disponibilidade, com seu “Fiat”, abrindo o caminho para  a Encarnação do Verbo e a nossa Salvação;
- Abertura e obediência total à vontade divina, ainda que ultrapasse sua compreensão.
 
Vemos que "A obediência de fé" vivida por Maria, ao receber a mensagem do anjo, e sua resposta, revela total confiança e submissão à vontade de Deus; e esta atitude de Maria refletirá a obediência de Jesus, que também se submete à vontade do Pai em sua missão redentora.
 
Concluindo, peregrinos da esperança que somos, seja a nossa devoção a Nossa Senhora fecunda, acompanhada pelas mesmas atitudes, para não incorrermos em estéril devoção.
 

“Salve Rainha, Mãe de Misericórdia...”

Ó Mãe e Senhora nossa

                                                                     

Ó Mãe e Senhora nossa

Ó Mãe e Senhora nossa, contemplo tua coragem ao permanecer de pé diante da Cruz do teu Filho, lembrando-se de tudo o que foi dito acerca d’Ele, na Anunciação e em outros acontecimentos.

Ó Mãe e Senhora nossa, contemplo teus passos apressados ao encontro de tua prima, na mais bela visitação, ressoando em mim, as palavras pronunciadas por Isabel: “Feliz daquela que acreditou”.

Ó Mãe e Senhora nossa, contemplo-te mergulhada em teu silêncio orante, com confiança inigualável em Deus, trazendo em si mesma a novidade radical da fé: o início da Nova Aliança por meio do teu Filho.

Ó Mãe e Senhora nossa, medito na graça de ter sido a primeira entre as criaturas humanas admitidas à descoberta de Cristo, ao lado de José, com quem vivia na mesma casa em Nazaré.

Ó Mãe e Senhora nossa, medito no que ouviste ao reencontrar teu Filho no Templo, em resposta à tua indagação de Mãe: – “Por que procedeste assim conosco?”, e obteve como resposta do teu Filho, o Menino Jesus: –“Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?”.

Ó Mãe e Senhora nossa, reflito sobre as palavras do Evangelista, que ouviste ao lado de José, ditas pelo teu Filho, e embora não as compreendendo, guardaste estas palavras no silêncio profundo do coração (Lc 2, 48-50).

Ó Mãe e Senhora nossa, medito sobre tua abertura ao Mistério da filiação divina d’Aquele que foi gerado em teu ventre, e assim, progredindo na intimidade com este Mistério, somente mediante a fé, em atitude contemplativa e confiante em Deus.

Ó Mãe e Senhora nossa, contemplo tua amável e maternal presença constantemente ao lado do teu Filho, sob o mesmo teto, e conservando fielmente a união com Ele, em genuína atitude de fé.

Ó Mãe e Senhora nossa, contemplo tua vida durante muitos anos, permanecendo na intimidade com o mistério do teu Filho, e avançando no seu itinerário de fé, na medida em que Jesus «crescia em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens» (Lc 2, 52).

Ó Mãe e Senhora nossa, contemplo tua coragem no aperto do coração, unida a uma espécie de “noite da fé”, à noite da agonia, da paixão do teu Filho, na hora derradeira do Mistério da Redenção da humanidade.

Ó Mãe e Senhora nossa, contemplo teu carinho e cuidado com teu Filho, desde o ventre até o último momento, manifestando, assim, cada vez mais, aos olhos da humanidade, a predileção que o Pai tinha por Ele, Mistério que ultrapassa nossa humana compreensão.

Ó Mãe e Senhora nossa, louvo pela graça de tê-la como Mãe de Deus e da Igreja, portanto, também nossa Mãe, no céu, Rainha coroada, e com teus filhos, presente, por mais árdua que seja nossa jornada, contamos sempre com teu carinho e ternura maternal. Amém.


Fonte inspiradora: Mater et Magistra n.17 – Papa São João Paulo II

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