quinta-feira, 1 de agosto de 2024

A vocação e missão do Presbítero

                                                         

A vocação e missão do Presbítero

Apresento uma síntese sobre o “Decreto Presbyterorum Ordinis” (PO) - Concílio Ecumênico Vaticano II – (1962-1965), a fim de favorecer a reflexão sobre a vocação e missão de cada Presbítero. 

Proêmio: Os Presbíteros, em virtude da sagrada ordenação e da missão que recebem das mãos dos Bispos, são promovidos ao serviço de Cristo Mestre, Sacerdote e Rei, de cujo Ministério participam para edificar a Igreja.

Capítulo I: O Presbítero na Missão da Igreja

Jesus Cristo dotou Seus Apóstolos do sagrado poder da Ordem, os Presbíteros, como colaboradores dos Bispos, no cumprimento da missão de evangelizar.

Capítulo II: O Ministério dos Presbíteros

1ª parte: As funções dos Presbíteros:

Os Presbíteros, ministros da Palavra de Deus. Os Presbíteros, como cooperadores dos Bispos, têm como primeiro dever anunciar a todos o Evangelho de Deus para que constituam e aumentem o Povo de Deus.

Os Presbíteros, ministros dos Sacramentos. Deus quis unir a Si, como companheiros e colaboradores, homens que servissem humildemente à obra da santificação. Donde vem que os Presbíteros são, na celebração sagrada, ministros de Jesus que na liturgia exerce perenemente o seu ofício sacerdotal em nosso favor.

Os Presbíteros e o ministério pastoral. Exercendo o múnus de Cristo, cabeça e pastor, os Presbíteros reúnem a família de Deus e por Cristo, no Espírito, levam-na a Deus Pai.

2ª parte: Relação dos Presbíteros com os Bispos, entre si e com os leigos.

Relações entre os Bispos e os Presbíteros. Todos os Presbíteros participam de tal maneira com os Bispos no mesmo e único sacerdócio e ministério de Cristo que a unidade de consagração e missão requer a sua comunhão hierárquica com a Ordem episcopal.

União e cooperação fraterna entre os Presbíteros. Os Presbíteros estão unidos entre si numa íntima fraternidade sacramental. Especialmente na diocese, a cujo serviço estão consagrados, formam um só Presbítero.

Relações dos Presbíteros com os leigos. Embora exerçam o múnus de pais e mestres, os Presbíteros, contudo, juntamente com os todos os fieis, são discípulos do Senhor; por isso, são irmãos entre os irmãos.

3ª parte: A distribuição dos Presbíteros e as vocações sacerdotais.

A adequada distribuição dos Presbíteros. O sacerdócio de Cristo dirige-se necessariamente a todos os povos e a todos os tempos. Portanto, os Presbíteros daquelas dioceses que têm maior abundância de vocações mostrem-se de boa vontade preparados para exercer o seu ministério em regiões, missões ou obras que lutam com falta de clero.

Solicitude pelas vocações sacerdotais. A solicitude pelas vocações sacerdotais faz parte da própria missão do Presbítero, em virtude da qual ele é feito participante da solicitude de toda a Igreja, para que jamais faltem na terra operários para o Povo de Deus.

Capítulo III: A vida dos Presbíteros

1ª parte: A vocação dos Presbíteros à perfeição

União com Cristo, Sacerdote Santo. Pelo Sacramento da Ordem os Presbíteros estão obrigados, por especial razão, a buscar a perfeição visto que se tornaram instrumentos vivos do sacerdócio eterno de Cristo.

A santidade no exercício do ministério. Os Presbíteros atingirão a santidade pelo próprio exercício do seu ministério realizado no espírito de Cristo. Sendo eles os ministros da Palavra, todos os dias leem e ouvem a Palavra do Senhor. Como ministros das coisas sagradas é, sobretudo, no sacrifício da Missa que os Presbíteros fazem as vezes de Cristo que Se entregou para a santificação dos seres humanos. No exercício do pastoreio são animados pela caridade do Bom Pastor a dar a vida pelas ovelhas, renunciando a proveitos pessoais e procurando sempre a salvação de todos.

Unidade de vida dos Presbíteros em Cristo. No mundo de hoje também os Presbíteros, implicados e dispersos por muitíssimas obrigações do seu ministério, lutam com dificuldade para harmonizar sua vida interior com a sua ação exterior. A unidade de vida não é fruto da mera ordenação; ela exige forte espiritualidade.

2ª parte: Peculiares exigências espirituais na vida dos Presbíteros

Humildade e obediência. Entre as virtudes que se requerem no ministério dos Presbíteros não pode faltar a obediência, pela qual estão sempre prontos, não a procurar a própria vontade, mas a vontade de Cristo que os enviou. Consciente, portanto, da própria fraqueza, o verdadeiro ministro de Cristo trabalha na humildade, buscando o que é agradável a Deus.

O celibato sacerdotal. A continência perfeita e perpétua por amor do Reino dos Céus, recomendada por Cristo Senhor, foi sempre tida em grande estima pela Igreja, especialmente na vida sacerdotal. É, na verdade, sinal e estímulo da caridade pastoral e fonte singular de fecundidade espiritual no mundo.

Pobreza voluntária. Os Presbíteros, vivendo no mundo, saibam que não são do mundo. Usando, portanto, do mundo como se não usassem, chegarão àquela liberdade em que, desprendidos de todo o cuidado desordenado, se tornam dóceis em ouvir a voz de Deus na vida cotidiana.

3ª parte: Auxílio para a vida dos Presbíteros

Auxílio para promover a vida espiritual. Para favorecer a união com Cristo, em todas as circunstâncias da sua vida, os Presbíteros dispõem, além do exercício consciente do seu ministério, de meios comuns e particulares, modernos e antigos, que o Espírito Santo nunca deixou de suscitar no Povo de Deus e que a Igreja recomenda, e por vezes chega até a impor, para a santificação de seus membros.

Ciência sagrada e formação pastoral. A ciência própria do ministro sagrado deve ser a sagrada, porque é tomada de uma fonte sagrada e se orienta a um fim sagrado. Visto que no nosso tempo a cultura humana e ainda as ciências sagradas progridem incessantemente, os Presbíteros devem aperfeiçoar-se constantemente.

Justa remuneração econômica. Os Presbíteros são merecedores da justa recompensa. Por isso, em cada diocese providencie-se o modo de atendê-los em suas necessidades.

Fundos comuns e previdência social. É sumamente conveniente que alguma instituição diocesana reúna os bens oferecidos para este fim.

Conclusão:

O Concílio tendo em conta as alegrias da vida sacerdotal, também não pode esquecer as dificuldades que os Presbíteros sofrem nas circunstancias da vida moderna. Lembrem-se os Presbíteros, porém, que no exercício da sua missão nunca estão sós, mas apoiados na força onipotente de Deus.

E assim, com fé em Cristo que os chamou a participar do Seu sacerdócio, deem-se com toda a confiança ao seu ministério, sabendo que Deus é poderoso para aumentar neles a caridade.”


PS: Fonte: Concílio Vaticano II Você conhece? (Síntese dos Documentos Conciliares) – páginas 47 a 50 - Autor: Dom Hilário Moser - Editora Salesiana.

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