segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Não abandonemos o primeiro amor

                                                             

Não abandonemos o primeiro amor

“Todavia, há uma coisa que eu reprovo,
abandonaste o teu primeiro amor” (Ap 2,4).

Na segunda-feira da 33ª Semana do Tempo Comum (ano par), ouvimos a passagem do Livro do Apocalipse (Ap 1,1-4;2-1-5a).

Retomo a Carta dirigida por João à Igreja de Éfeso, especificamente a advertência feita a esta Igreja, depois de reconhecer seus diversos aspectos relevantes e positivos: – Todavia, há uma coisa que eu reprovo, abandonaste o teu primeiro amor” (Ap 2,4).

João lembra o retrocesso da comunidade e o convite à conversão e à volta da prática inicial.

Sejamos enriquecidos por este oportuno Comentário:

“Também nas nossas Igrejas, na nossa atividade de cristãos, pode aparecer por vezes o cansaço, a fadiga, a revolta, mas como nos sugere a Palavra, não devemos abandonar ‘a caridade primitiva’ (Ap 2,4).

A procura da fé não deve ser ofuscada por questões contingentes, por particularismos, por atitudes mesquinhas: se é difícil chegar à fé, é ainda mais fácil perdê-la.

Para isso precisamos da Palavra de Deus, a qual nos acompanhará na meditação 'noite e dia’ ao longo do caminho de uma procura contínua que, alimentada pela linfa da Palavra divina, será sólida ‘como árvore plantada à beira das águas’ (Sl.1,1-4.6)” (1).

No testemunho de nossa fé, no seguimento de Jesus, como discípulos missionários, todos somos passíveis do cansaço, da fadiga e, até mesmo, da revolta frente a acontecimentos diversos.

Por vezes, pode aparecer o desencanto, as contrariedades, as provações, acompanhadas até por perseguições, não obstante, será sempre ocasião para que não abandonemos “o primeiro amor”, aqueles primeiros momentos, em que sentimos fortemente o chamado do Senhor, o Seu olhar de amor, quando nos chamou pelo nome.

Cristãos leigos e leigas, consagrados ou, até mesmo, com o Sacramento da Ordem, não estamos imunes do esfriamento do primeiro amor.

Urge cuidar sempre, para que esta chama jamais se apague, de modo que, inflamada, sejamos evangelizadores zelosos, amorosos e ardorosos.

Oremos:

Senhor Deus, não permitais que nos afastemos de Vós, e tão pouco abandonemos “o primeiro amor”.

Seja nosso coração indiviso na fidelidade ao Vosso Filho que nos chamou, e conosco caminha, com a presença e ação do Vosso Espírito.

Inflamai nosso coração de amor, para que irradiemos a Vossa divina luz nas situações mais obscuras, iluminados pela Vossa Palavra e nutridos pela Santíssima Eucaristia. Amém.



(1)    Lecionário Comentado – Editora Paulus – Lisboa – 2011 – Vol. II – pp.814-815

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