quinta-feira, 1 de maio de 2025

“O trabalho humano como participação na obra do Criador"

                                                                  

“O trabalho humano como participação na obra do Criador"

No dia  de Maio celebraremos o Dia Internacional do Trabalho, e todos trabalhadores e trabalhadoras têm São José Operário como Padroeiro, cuja Feta Litúrgica foi instituída pelo Papa Pio XII em 1955. 

Na passagem do Livro do Gênesis (Gn 1,26-2,3) refletimos sobre o Projeto de Deus Criador: que o homem e a mulher continuem a obra da criação através de seu trabalho.

Pelo trabalho humano, há um prolongamento e aperfeiçoamento da obra do Criador. Deus não concluiu a Sua obra, nos permitindo continuá-la, através das atividades humanas, dentre elas destaca-se o trabalho.

O mundo está em contínuo processo de criação, como Obra-prima de Deus. É fato que muitas vezes o trabalho foi apresentado como maldição, fruto da desobediência - uma espécie de penalidade.

O Magistério tem ensinado nos últimos tempos (sobretudo com o Papa Leão XIII - Encíclica Rerum Novarum até os dias de hoje com Papa Francisco) que esta concepção é errônea.

Na passagem do Evangelho (Mt 13,54-58), contemplamos Cristo que foi trabalhador, filho de operário: São José. 

Trabalhando com Suas mãos, participou ativamente da vida de Seu tempo. Com Sua encarnação e atividade testemunhou a santificação pelo trabalho.

Sim, verdadeiramente, o trabalho deve ser caminho de santificação, pois é co-criar o mundo. O trabalho deve ser visto como Bênção e não maldição.

A Sagrada Família foi a Escola onde aprendemos a beleza da lição do trabalho humano, com tão belos Mestres: Jesus, Maria e José.

Hoje, muitos são os sinais que clamam por justiça no mundo do trabalho: desemprego, insegurança em vários aspectos; falta de perspectivas para os jovens, trabalho infantil, perda da seguridade social...

- O que é possível propor como espiritualidade para o mundo do trabalho?

A Igreja nos propõe caminhos...

-  Solidariedade;
-  Manifestações coletivas em prol da vida;

- Trabalho como vocação;
- Trabalho como prolongamento da obra do Criador; bem como do seu aperfeiçoamento;

-  O trabalho como caminho de santidade;
-  O resgate do Domingo como Dia do Senhor e de encontro pessoal com Deus, com a família e amigos.

A comunidade política junto ao Estado deve:

- Assegurar o exercício dos deveres e direitos para que haja dignidade no mundo do trabalho;
-  Garantir trabalho e salário justo para todos;
- Garantir a seguridade social para todos.

Que o trabalho não sirva apenas para a multiplicação do lucro de alguns, mas assegure o bem comum. Enfim, que o trabalho seja para o homem e não o homem para o trabalho.

Celebrar a Eucaristia é:

- Colocar no Altar de Deus nossa existência: angústias e esperanças; cansaço e suor, sonhos e pesadelos; toda atividade humana, como o trabalho do dia a dia.
- Colocar em Deus a confiança de um dia alcançar um emprego, uma nova perspectiva na realidade em que se vive.

Tendo São José Operário como modelo de trabalhador, na Fidelidade a Jesus Pão da Vida, sejamos neste dia fortalecidos, para que possamos ser presença evangelizadora no vasto e complicado mundo da política, da economia, da cultura e em todos os níveis da vida.

Finalizo citando Santo Agostinho:

“O Amor à verdade busca o descanso.
A necessidade do amor acolhe o trabalho justo...
Quando o amor e a verdade se encontram:
Vida, trabalho e dignidade também celebram
um doce encontro e a vida fica bem mais
perto de tudo aquilo que Deus espera:
Crescei, multiplicai-vos e dominai a terra".

Lembremo-nos:
Trabalhar é ser co-criador com
Deus e trilhar o caminho de santificação!

PS: Oportuna para a 17 sexta-feira do Tempo Comum.

Rezando com os Prefácios – Aniversário da dedicação de uma igreja

 


Rezando com os Prefácios – Aniversário da dedicação de uma igreja

 

“...Pois, nesta casa visível, que nos destes a graça de construir, não deixais de conceder os vossos favores à família que peregrina ao Vosso encontro.

Neste lugar, manifestais e realizais de modo admirável o mistério da Vossa comunhão conosco, porque aqui edificais para Vós o templo que somos nós e fazeis crescer a Igreja, presente no mundo inteiro, unida como corpo do Senhor, até atingir a plenitude da paz, na Jerusalém Celeste...” (1)

 

“... Vós, doador da graça, Vos dignais habitar esta casa de oração para que, com vosso constante auxílio e favorecidos por Vossos dons, nos tornemos templo do Espírito Santo, resplandecendo pela santidade de vida.

Também, sem cessar, santificais a Igreja, esposa de Cristo, simbolizada nos templos visíveis, para que, como Mãe exultante de muitos filhos, seja acolhida em vossa glória no céu...” (2)

 

 

(1) Prefácio no Aniversário da Dedicação de uma Igreja  (na própria igreja dedicada) – “O Mistério do Templo de Deus, que é a Igreja” – Missal Romano – pág. 888

(2)Idem (em outra igreja) – “O Mistério da Igreja, Esposa de Cristo e Templo do Espírito Santo” -pág. 890-891

Em poucas palavras...

 


Oração da Coleta – no aniversário da dedicação da igreja (1)

“Ó Deus, cada ano nos fazeis reviver a dedicação deste templo santo; ouvi as preces do Vosso povo e concedei que, neste lugar, celebremos um culto perfeito e alcancemos plenamente os frutos da redenção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.” (1)

 

 

 

(1) Oração da Coleta – Missa no aniversário da dedicação de uma igreja, na própria igreja dedicada – pág. 887

Em poucas palavras...

 


Oração da Coleta – no aniversário da dedicação de uma igreja (2)

 

“Ó Deus, com pedras vivas e escolhidas, preparais um templo eterno para a Vossa glória; aumentai na Vossa Igreja os dons do Espírito Santo que lhe destes, para que Vosso povo fiel cresça sempre mais, edificando a Jerusalém celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.” (2)

 

 

(2) Oração da Coleta – Missa de aniversário da dedicação da igreja (em outra igreja)  - Missal Romano – pág. 890

 

Santidade e Templo

                                                              

Santidade e Templo 

Reflexão sobre a purificação do templo pelo Senhor e  a indissociável relação entre santidade e templo. 

Santidade precisa ser vivida, como assim desejou e nos exortou o Senhor: “Sejam perfeitos como é perfeito seu Pai, que está nos céus” (Mt 5,48). 

Santidade que se destina a todas as pessoas, como tão bem expressou a “Lumen Gentium”“Todos, pois, na Igreja, quer pertençam à hierarquia ou sejam por ela conduzidos, são chamados à santidade, conforme a palavra do Apóstolo: ‘A vontade de Deus é que sejam santos’ (1Ts 4,3, Ef 1,4). 

A santidade da Igreja se manifesta de direito e de fato nos muitos variados frutos da graça, que o Espírito faz brotar nos fiéis, quando tendem para a perfeição do amor em suas vidas” (n.39). 

Na purificação do templo (Jo 2,13-25), Jesus Se apresentou como o Templo de Deus, que é o Seu próprio corpo, e todo aquele que n’Ele for batizado, viver e crer, faz parte deste Templo, pois Ele quis fazer de cada pessoa uma morada Sua, em quem podemos encontrá-Lo (Mt 25, 31-46). 

A santidade implica em sentir-se pertencente a este Templo, colocando toda a existência a serviço por amor ao próximo, como expressão máxima da adoração e amor a Deus sobre todas as coisas, com toda a alma, força, coração e entendimento. 

Amando a Deus, cumpriremos o primeiro Mandamento na ordem do preceito, e, amando ao próximo, estaremos cumprindo o primeiro na ordem da execução, como nos falou o Bispo Santo Agostinho. 

Neste sentido, encontramos inspiração nos testemunhos de tantos Santos e Santas, que viveram a santidade, alimentando-se no Templo do Senhor, mas prolongando a sua espiritualidade Eucarística na vivência da Palavra proclamada, no serviço ao outro. 

Santidade também implica em não fecharmos nossos olhos e ouvidos para o mundo no qual estamos inseridos, na completa realidade social, de modo que uma fé autêntica não se omite diante das questões sociais. 

Urge participar dos diversos espaços de expressão de cidadania, a fim de que aqueles que detêm o poder coloquem em prática a política na sua máxima expressão e grandeza: a promoção do bem comum. 

A santidade é fragilizada, manchada, quando não nos comprometemos para que a política cuide de cada cidadão, respeitando e promovendo a sua dignidade, da concepção ao seu declínio natural. 

Quando a santidade anda de mãos dadas com a sacralidade do Templo, vemos no outro um templo sagrado, e tornamos nossa fé ativa, nossa caridade esforçada e mais firme, sólida e frutuosa a nossa esperança (cf. 1 Ts 1, 3). 

Membros da Igreja, pedras vivas e escolhidas que somos, temos que ser no mundo sinal de santidade, pautando nossa vida pelos valores da verdade, justiça, liberdade, fraternidade e impelidos pelas virtudes divinas, sendo a mais importante, a virtude divina do amor, porque é eterna (cf. 1Cor 13, 8). 

No empenho constante no crescimento da santidade, cuidando do Templo e dos templos, exorto, de modo especial, os Agentes das diversas Pastorais, Movimentos e Serviços, para que, com a luz do Santo Espírito, façam a revisão do caminho trilhado na evangelização; avaliem com serenidade, à luz da Palavra de Deus e da Exortação do Papa “Evangelii Gaudium”, os objetivos, métodos e estratégias, para que sejamos uma Igreja que não fica confortavelmente dentro das paredes do Templo, mas, como Igreja em saída, vá ao encontro dos templos que clamam por uma Palavra de amor, vida, alegria e paz. 

Amando a Deus e ao próximo, vivamos a santidade em estreita e inseparável relação com o Templo e os templos.

Senhor Jesus, Divino Mestre e Senhor

                                           

Senhor Jesus, Divino Mestre e Senhor
 
Reflexão à luz da passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 5,27-33), em que o Apóstolo Pedro e os outros Apóstolos dão testemunho do Ressuscitado, defendendo diante do Sinédrio o núcleo central da fé.
 
Não foram fáceis os primeiros momentos depois da morte de Jesus, como não o é em nenhum tempo, se quisermos viver a fidelidade ao Evangelho, em fecunda coerência entre a fé que professamos e nossas ações cotidianas em seus mais variados âmbitos.
 
Oremos:
 
Senhor Jesus, Divino Mestre e Senhor,
 
Vossos apóstolos ficaram, num primeiro momento, completamente aniquilados e desorientados pela Vossa vergonhosa e escandalosa morte na Cruz, o que foi humanamente compreensível.
 
Como foram fundamentais as Vossas aparições aos Apóstolos, a quem não chamastes de servos, mas de amigos, pois retomaram a missão e se puseram no corajoso caminho de anúncio e testemunho Vosso.
 
Senhor Jesus, Divino Mestre e Senhor,
 
Vossa Ressurreição é a certeza de que Deus Pai convosco estava, Vós que fostes Jesus de Nazaré, o verdadeiro Rei e Messias, o Filho Amado, que fostes julgado pelos homens como um blasfemo e subversivo.
 
Vós que por nós morrestes na Cruz e fostes elevado à direita de Deus, para reinar sobre tudo e sobre todos, e que haverá de voltar numa segunda vinda gloriosa, como juiz de todos e de tudo.
 
Senhor Jesus, Divino Mestre e Senhor,
 
Em todo tempo, sobretudo neste momento tão difícil por que passamos, Vos pedimos que manifesteis Vossa presença gloriosa, a fim de que renovemos nossas forças para o autêntico discipulado, para sermos de Vós corajosas testemunhas.
 
Como discípulos missionários Vossos, reacendei a chama do primeiro amor em nossos corações para que jamais percamos a alegria do Evangelho, a alegria do amor e a alegria da santidade que desejais de Vossa Igreja. 
 
Amém. Aleluia!


Encontrei Aquele que me ama

                                                       

Encontrei Aquele que me ama

Senhor, Te procuro desde o amanhecer até o entardecer,
E nas horas da noite continuo Te procurando,
Certo de que por Ti já fui mais que encontrado,
Por Tua Morte e Ressurreição, redimido e amado.

Senhor, a cada dia, renovo a graça do primeiro encontro,
Que transformou minha vida, dando matiz pascal
Ao meu existir, que, sem Ti mergulhado, no abismo estaria.
E nenhuma luz da alma eu para resplandecer teria.

Senhor, Te conhecendo e amando plenamente,
Conhecemos não somente a Ti, mas também Teu Pai
E sentimos a suavidade e a doce presença do Teu Espírito,
Que purifica o nosso coração do pecado, quando contrito.

Senhor, tão somente assim deixamos de pertencer às coisas da terra,
E assumimos novos valores e, em Ti e contigo,
Encontramos uma nova e salutar motivação para viver:
O permanente empenho no buscar com amor e zelo as coisas do alto.

Senhor, com o dom do Teu Espírito derramado sem medida sobre nós,
Faça com que reconheçamos e vivamos Tuas Palavras,
Que são as Palavras do próprio Deus Pai de Amor,
Para que em plena comunhão com a Trindade Santa estejamos.

Enfim, Senhor, Tu que és a fonte de verdadeira alegria
E de felicidade eterna para todos os que creem em Ti, e
Nutridos pela Seiva do Amor do Teu Espírito,
Produziremos frutos abundantes para a glória de Deus Pai.

Amém. Aleluia!


PS: Fonte inspiradora: Evangelho (Jo 3, 31-36).

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG