quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

“O Magnífico jardim da Sagrada Escritura” (IIIDTCC)

“O Magnífico jardim da Sagrada Escritura”

Exposição da fé ortodoxa escrita pelo Presbítero e Doutor da Igreja, São João Damasceno (séc. VIII), sobre a importância da Sagrada Escritura, como fonte da espiritualidade cristã.

“Diz o Apóstolo: ‘Muitas vezes e de diversos modos Deus falou outrora por meio dos Profetas; mas nestes últimos tempos nos falou por meio do Filho’. Por meio do Espírito Santo falaram a lei e os Profetas, os evangelistas, os pastores e mestres. Por isso, ‘ toda Escritura é inspirada por Deus e útil’.

É, portanto, coisa bela e salutar investigar as divinas Escrituras. Como uma árvore plantada junto aos cursos d’água, assim a alma regada pela Sagrada Escritura cresce e traz o fruto ao seu tempo; a saber, a fé reta, e está sempre adornada de folhas verdes, isto é, de obras agradáveis a Deus.

Pelas Santas Escrituras, de fato, somos conduzidos para cumprir ações virtuosas e para a pura contemplação. Nelas encontramos o estímulo para todas as virtudes, e o afastamento de todos os vícios. Por isso, se aprendemos com amor, aprenderemos muito; pois mediante o empenho, o esforço e a graça de Deus que dá todas as coisas, obtém-se tudo: ‘aquele que pede, recebe; o que procura, encontra; a quem chama, lhe será aberto’.

Exploremos, portanto, este magnífico jardim da Sagrada Escritura, um jardim que é perfumado, suave, repleto de flores, que alegra os nossos ouvidos com o canto de variadas aves espirituais, plenas de Deus; que toca o nosso coração e o consola quando se encontra triste, o acalma quando se irrita, o enche de eterna alegria; que eleva o nosso pensamento sobre o dorso brilhante e dourado da divina pomba, que com suas asas majestosas nos leva até o Filho Unigênito e herdeiro do Senhor da vinha espiritual, e por meio d’Ele ao Pai das luzes.

Porém, não o exploremos desanimados, mas com ardor e constância; não nos cansemos de explorá-lo. Deste modo ele nos será aberto.

Se lemos uma vez ou outra uma passagem e não a compreendemos, não desanimemos; pelo contrário, temos de insistir, refletir, interrogar. De fato, está escrito: ‘interroga a teu pai e ele contará, aos teus anciãos, e eles te dirão. A ciência não é coisa de todos’.

Vamos à fonte deste jardim para tomar as águas puríssimas e perenes que brotam para a vida eterna. Gozaremos e nos saciaremos, sem saciar-nos, porque sua graça e inesgotável. Se podemos tomar algo de útil também dos profanos, nada nos proíbe; porém, comportemo-nos como expertos cambistas, que recolhem o ouro genuíno e puro, enquanto rejeitam o ouro falso.” (1)

Voltemo-nos sempre a este jardim da Sagrada Escritura, para explorá-lo, a fim de que a Palavra de Deus tenha centralidade em nossa vida, como fonte genuína de espiritualidade.

Sobretudo no Advento, prolonguemos o tempo da oração e intimidade com a Sagrada Escritura, vivenciando a riqueza da Leitura Orante, para que também se torne mais evidente e concreto nosso compromisso com a Boa-Nova do Reino.

Assistidos pelo Espírito Santo que repousa sobre nós, na fidelidade ao Filho, renovamos sagrados compromissos com um mundo novo querido pelo Pai de Misericórdia, nutridos e iluminados pela Santa Palavra, o “magnífico jardim” ao qual se referiu São João Damasceno.


(1) Lecionário Patrístico Dominical – Ed. vozes, 2013 – PP.626-627

Em poucas palavras... (IIIDTCC)

                                     


Peregrinar na esperança com a presença do Santo Espírito

         “O Espírito do Senhor repousa sobre mim, me enviou para                                     evangelizar os pobres...” ( cf. Lc 4,16-21)

Não estamos sozinhos em nossa luta, nem na vida, sequer na morte (Bento XVI).

Precisamos perceber e permitir a ação do Espírito de Deus em nosso meio, no “bom combate da fé” (cf. 2 Tm 4,7).

Ardentemente, desejamos que se realize o ano da Graça do Senhor, para que os pobres possam recuperar aquilo que lhes fora tirado: a vida!

Seja  nosso peregrinar na esperança viver com ardor e fidelidade a missão que o Senhor nos confia. Amém.                   

Espiritualidade da Resistência: Desistir jamais! Resistir Sempre! (IIIDTCC)

                                                               

Espiritualidade da Resistência:
Desistir jamais! Resistir Sempre!

“A Palavra de Deus é um bom bocado de
pão para alimentar nossa caminhada”

A melhor definição que podemos dar à espiritualidade é viver segundo o Espírito de Jesus, revelado a nós pelas Escrituras. Toda a nossa existência (em nível, pessoal, familiar, social, cósmico) faz parte de uma autêntica espiritualidade.

Não podemos confundir espiritualidade com espiritualismo. Espiritualismos não levam ao novo do Reino inaugurado por Jesus; não criam relações amplas e geradoras de novas relações e novas configurações. Espiritualidade não é sentir e reter o Espírito no íntimo de cada um de nós, mas é favorecer que a nossa vida seja norteada pelo sopro do Espírito. Numa palavra, espiritualidade abarca toda a nossa existência e possibilidade de existência.

A realidade pós-moderna coloca aos cristãos desafios novos para a fidelidade ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Diante de uma gama imensa de problemas e desafios, muitos pensam em desistir da luta, entregar os pontos, ceder ao domínio da exploração que pesa sobre todos nós.

Alguns já chegaram, por causa da situação, ao ato máximo do desespero: o suicídio. Mas, como cristãos, não haveremos de nos entregar. É preciso mais do que nunca alimentar nossa Espiritualidade, nossa fé e compromisso, revigorando nossa vocação profética.

A fim de revitalizar nossa mística/espiritualidade e revigorar nosso caminhar, urge que voltemos a beber da fonte Bíblica, de modo especial à luz do Evangelho.

A realidade em que vivemos, guardada as devidas proporções, não é diferente daquela que viveram as primeiras Comunidades.

À luz do novo testamento, apresento Dez motivos para não desistirmos.
Alimentemo-nos destas passagens bíblicas que, com certeza, refletidas, vividas, reorientarão nossos sonhos, lutas e compromissos:

1 - Mt 9, 35-38  Jesus Se compadeceu da multidão, pois estavam“cansadas e abatidas como ovelhas sem pastor...” -  E insiste para que peçamos ao Senhor da colheita (o Pai)  que envie operários para a Sua colheita. Como não nos sentirmos interpelados pela compaixão de Jesus, ontem, hoje e sempre? Deixaremos que mais e mais ovelhas venham a morrer, sem levar os “pastores” ao seu real compromisso com os pobres?

2- Lc 1,  46-56 –   “Magnificat” – É o canto de Maria, o canto da esperança dos pobres. Erguer a cabeça e continuar a luta é indispensável, para que possamos perceber a alegria deste canto. Com Maria e com os pobres de ontem, hoje e sempre, buscaremos a transformação necessária (política, social e econômica). Não é o canto dos alienados, mas daqueles que, verdadeiramente, buscam a novidade do Reino!

3 - Lc 4,16-21 – “O Espírito do Senhor repousa sobre mim, me enviou para evangelizar os pobres...” – Não estamos sozinhos em nossa luta, nem na vida, sequer na morte (Bento XVI). Precisamos perceber e permitir a ação do Espírito de Deus em nosso meio, no “bom combate da fé”. Ardentemente, desejamos que se realize o ano da Graça do Senhor, para que os pobres possam recuperar aquilo que lhes fora tirado: a vida!

4 - Mt 5,1-12 – O Sermão da Montanha – Sem dúvida o programa de Jesus não é para os medíocres e ostentadores da riqueza, do domínio e da exploração e concentração... Nem de longe Jesus nos engana no Seu real seguimento. Ele nunca quis atrás de Si pessoas sem compromisso com a justiça, a partilha e a paz. Ele não Se deixa enganar com a quantidade, mas exige a qualidade da intimidade de Seus seguidores.

Urge que multipliquemos momentos de comunhão e oração, de escuta, para descobrirmos o que Ele quer de nós. Segui-Lo exige uma tomada de decisão e há riscos. Ele antecipa dizendo que o preço a ser pago poderá ser a própria vida. Mas vale a pena! Eis o caminho da verdadeira felicidade que o mundo não pode dar, mas somente Ele, que é fonte da autêntica paz que brota do compromisso com a vida, sobretudo, com a vida dos pobres!

5 - Jo 15,1-17 – Jesus é a videira e O Pai é o agricultor, nós os ramos - Jesus nos diz que sem Ele nada podemos fazer; convida-nos a ficarmos intimamente unidos a Ele, para que possamos produzir muitos frutos.

Como se desligar da verdadeira Árvore da Vida? Somente com Ele é que a alegria pode ser plena.

Vivemos um período da história, em que não percebemos os frutos aparecendo. Não estaremos passando pelo momento das podas? Certas dificuldades e inquietações por que passamos, parecem ser “a morte da videira”. Precisamos mais do que nunca nos alimentar da Seiva da Vida, sobretudo na Eucaristia, e na prática do Mandamento do Amor que nos mandou viver. Situações limite hoje só poderão ser superadas numa autêntica vivência do amor, não só nas pequenas relações, mas nas grandes relações nacionais e internacionais. Com isto, não faz sentido o individualismo, o imediatismo, a violência, a acomodação, o corporativismo. Que o amor seja expresso em nossa união e participação em grupos organizados, cooperativas, comunidades e grupos de base.

6 - At 2,42-47 – Os cristãos eram assíduos no Ensinamento dos Apóstolos, na Oração, na Comunhão Fraterna e na Partilha do Pão - são os quatro pilares básicos de uma autêntica comunidade. As comunidades que professam a fé, inclusive em outros grupos e movimentos populares, só terão sentido de existência se realmente favorecerem a comunhão fraterna, expressada na luta e conquista dos direitos, na luta pelo bem comum.

Ontem como hoje, nossa sociedade precisa aprender a grande lição da partilha. Sem este aprendizado torna-se insustentável a própria vida do planeta, pois é preciso “cuidar de nossas formas de convívio na paz, na solidariedade e na justiça. Cuidar de nosso meio ambiente para que seja um ambiente inteiro, no qual seja possível o convívio entre os diferentes. Cuidar de nossa querida e generosa mãe terra” (L.Boff).

7 - 2 Cor 4, 7-18 – Tribulações e esperanças da luta - Esta passagem é a máxima expressão do momento em que vivemos. Recorrer a ele é perceber nossa pequenez, limitações, inquietações, angústias, incertezas e situações de desespero. Porém, há um aceno maior de volta por cima, de reencontro dos caminhos. Na vivência do momento que é transitório, não podemos perder a capacidade de enxergar além das aparências,  do que se pode chamar de derrota, mas que para nós é sinal de vitória: a Cruz. A morte d’Ele não foi a última palavra – A vida venceu a morte!

8 - Rm 8,31-39 – “Quem nos separará do amor de Cristo?” - Com o Apóstolo Paulo, respondemos: Nada nos separará do amor à vida, do amor à nossa terra, terra de nossos povos indígenas... Nem a tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada, nenhum problema trazido pela pós-modernidade. Unidos a Ele, lutamos e nos comprometemos para que tudo isto seja superado, a fim de que possamos voltar a sorrir.

9 - Ap 21 – “Vi um novo céu e uma nova terra” – O Livro do Apocalipse, escrito em tempo de martírio e perseguições, fortalece-nos na luta para que não haja mais morte de inocentes, luto por falta de pão e saúde, clamor por falta da terra, dor pela doença e uso de agrotóxicos, destruição do eco sistema...

10 - 1 Cor 13,1-13 – “Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos sem amor eu nada seria” - Como militantes em nossas comunidades, grupos e movimentos, precisamos reaprender o autêntico sentido do amor, da caridade. Somente na expressão e prática do amor, faremos a opção pelo Deus da Vida e não do Capital, para ser um tijolo na construção de uma possibilidade que não seja o capitalismo. Nenhum sistema tem a última palavra. A última palavra será sempre “o Amor!”.

Concluindo, a realidade pós-moderna em que vivemos, a autêntica espiritualidade nos convoca a todos a uma empreitada que ultrapasse todas as fronteiras (vivemos num mundo globalizado), para configurar uma nova realidade familiar, comunitária, social e planetária.

Toda a sociedade, alimentada pela Palavra, que é um bom bocado de Pão a ser devorado, deve fazer parte de um grande mutirão para erradicação de tudo atente contra a vida; contra tudo aquilo que se nos apresentar como desumanizador. Ninguém pode ficar fora desta jornada. A salvação de cada pessoa, passa pelo compromisso e solidariedade com o próximo.

Uma espiritualidade verdadeira não se alegra nem faz rimas com disparidades, desigualdades... Cada pessoa deve dar o melhor de si, para viver segundo o Espírito, que é sentir-se parte do Corpo Místico de Cristo: “haverá um só rebanho e um só Pastor”.

Uma Espiritualidade fonte de vida deve nos levar a um questionamento profundo: o que podemos, à luz do Espírito, fazer para que esta utopia, nova realidade, novo mundo se concretize? Acomodar-se, nada fazer é negar a razão e a essência da espiritualidade.

Viver segundo Espírito não nos conforma à miséria. Toda sociedade civil tem algo em comum a realizar, ou estaremos minando, esvaziando o sentido pleno e evangélico de “espiritualidade”. É preciso romper a barreira do possível e alcançar os horizontes do inédito”.

O Espírito Santo age e faz (IIIDTCC)

O Espírito Santo age e faz

Sejamos enriquecidos com estas palavras do Bispo São Basílio Magno (séc. IV) sobre o Espírito Santo, na preparação da Festa de Pentecostes, e com ela o nascimento da Igreja, com o envio do Espírito Santo para conduzi-la e animá-la:

“Pensas na ‘criação’? Pergunta são Basílio;
Ela foi obra do Espírito Santo que consolidava e enfeitava os céus.

Pensas na ‘vinda de Cristo’?
O Espírito Santo a preparou e depois, na plenitude dos tempos, a realizou descendo em Maria.

Pensas na ‘formação da Igreja’?
Ela é obra do Espírito Santo.

Pensas na ‘parusia’?
O Espírito Santo não estará ausente nem então, quando os mortos surgirem da terra e revelar-se-á do céu o nosso Salvador.”   (1)

Contemplemos a ação do Espírito Santo:

Desde a criação, quando nada existia, o Espírito sempre existiu na mais perfeita e bela comunhão com o Pai e o Filho, pelo qual tudo foi criado.

Também o Espírito Santo conduziu nossos pais na fé, os patriarcas, reis e Profetas, que prepararam a vida do Redentor da Humanidade.

É este mesmo Espírito Santo, que agindo em Maria, a fez gerar e formar Cristo em si, para que Ele Se fizesse presente no meio da humanidade. Nela o Verbo Se fez Carne, pela ação do Espírito Santo, como nos falam os Evangelhos, e assim cremos.

O Espírito Santo que sempre esteve presente na missão de Jesus, como Ele mesmo nos revelou dizendo:

O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me consagrou pela unção para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar  a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor” (Lc 4,16-21).

E assim agiu o Espírito Santo, sempre presente na vida do Filho, para que, na mais perfeita comunhão com o Pai, realizasse o Plano de Salvação da humanidade.

O Espírito com Jesus também estava no momento ápice da missão, seja no ápice da agonia da alma, vivido no Horto das Oliveiras, seja no flagelo, no ápice da agonia do corpo, chagado, torturado por amor de nós, até o fim, quando na Cruz diz – “Pai em Tuas mãos entrego o meu Espírito” (Lc 23,46).

E o Pai enviou em Seu nome o Espírito da Verdade prometido, o Paráclito, o Defensor, para assistir a Igreja em sua missão de anunciar o Evangelho a toda humanidade e a todo o mundo.

Uma Igreja que nasce com a missão do “envio” não poderia levar adiante esta missão, se não lhe fosse enviado o Espírito Santo, como celebramos em Pentecostes, comunicando a ela a riquezas dos sete dons: Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor.

E assim, conduzidos pelo Espírito Santo, caminhamos rumo à eternidade, sempre suplicando que Ele venha iluminar as veredas por onde caminhamos, sobretudo quando elas se tornam escuras, para que não nos percamos da meta a ser alcançada; que não esmoreçamos na fé, para que como Igreja, continuemos a serviço do Reino.

Que movidos e conduzidos pelo Espírito, as obras de caridade nos acompanhem; que como eternos aprendizes de Sua linguagem do Amor, nos capacitemos para o diálogo de amor na eternidade: céu. Amém.


(1) São Basílio, De Spiritu Sancto, 16-19. 

"Proclamemos a Palavra..." (n.4) (IIIDTCC)

"Proclamemos a Palavra..." 

Alegrai-vos! O Espírito Santo repousa sobre nós!

Na Sinagoga de Nazaré, a Palavra de Deus se cumpriu: “O Espírito do Senhor repousa sobre mim e me enviou para Evangelizar os pobres” (Lc 4,16-21).

E, para que esta mesma Palavra continue sendo anunciada, o mesmo Espírito continua repousando sobre a Igreja.

Sejam renovadas as forças e supliquemos as luzes divinas, para que anunciemos a Boa-Nova na Cidade em que habitamos.

Invoquemos a Sabedoria do Espírito, para que correspondamos ao querer de Deus Pai de Misericórdia; para continuarmos, com alegria e dedicação, a missão realizada pelo Seu Filho Jesus, com a mesma fidelidade e compromisso, ao mundo sinalizando as alegrias do Reino.

Permaneçamos na  Cidade e Proclamemos a Boa Nova, ungidos pelo azeite da humana ternura e inebriados com o vinho da alegre esperança, numa atualização de Pentecostes, reaprendendo a linguagem do Espírito que sopra na Sua Igreja, comunicando o fogo do Amor, para sermos, com renovado ardor, portadores desta Boa-Nova.

Mesmo apostolado, mas não mesmos apóstolos; mesmo discipulado, novos discípulos; mesma missão, embora tempos diferentes. Mas sempre o mesmo Evangelho! O mesmo Cristo, ontem, hoje e sempre (Hb 12,14).

Alegremo-nos! O Espírito Santo repousa sobre nós! (IIIDTCC)

 


Alegremo-nos! O Espírito Santo repousa sobre nós! 

Naquele dia, na Sinagoga de Nazaré, a Palavra de Deus se cumpriu:  “O Espírito do Senhor repousa sobre mim e me enviou para Evangelizar os pobres”  (Lc 4,16-21). 

Com as forças renovadas, supliquemos as luzes divinas, para que anunciemos a Boa-Nova em nossa Cidade e em todo o lugar, com a ação e presença do Espírito Santo que repousa sobre a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
 
Invoquemos a Sabedoria do Espírito, para que correspondamos ao querer de Deus Pai de Misericórdia, continuando, com alegria e dedicação, a missão realizada pelo Seu Filho Jesus, com a mesma fidelidade e compromisso com a Boa Nova do Reino.
 
Permaneçamos na Cidade e proclamemos a Boa Nova com todo zelo, amor e ardor, ungidos pelo azeite da humana ternura e inebriados com o vinho da alegre esperança, numa atualização de Pentecostes, reaprendendo a linguagem do Espírito que sopra na Sua Igreja, comunicando o fogo do Amor.
 
Quanto mais cravados na Cruz de Nosso Senhor, de corpo e alma, nosso fascínio por Ele será autêntico, e não a expressão de estéril e funesto fanatismo, tão pouco de uma religião não agradável a Deus.
 
Tão somente cravados na Cruz de Nosso Senhor arderá nosso coração e O reconheceremos presente em nosso meio, de maneira especialíssima no partir do Pão (Lc 24, 13-35). 
 
Mesmo apostolado, mas não mesmos apóstolos; mesmo discipulado, novos discípulos; mesma missão, embora tempos diferentes. Mas sempre o mesmo Evangelho! O mesmo Cristo, ontem, hoje e sempre (Hb 12,14).

Olhos da alma fixos em Jesus (IIIDTCC)

                                                     

Olhos da alma fixos em Jesus

“Jesus, enrolando o livro, devolveu ao auxiliar e Se sentou.
Toda a sinagoga tinha os olhos fixos n’Ele” (Lc 4, 20)

Retomemos um trecho do Sermão escrito por Orígenes (séc. III), sobre o Evangelho de Lucas à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 4,14-22a).

“Também agora, nesta sinagoga, nesta assembleia, podeis – se assim desejais – fixar os olhos no Salvador. Desde o momento em que tu dirijas o mais profundo olhar de teu coração para a Sabedoria, para a Verdade e ao Unigênito de Deus, para mergulhar em Sua contemplação, teus olhos estão fixos em Jesus.

Ditosa a assembleia, da qual a Escritura testifica que os olhos de todos estavam fixos n’Ele! O que eu não daria para que esta assembleia merecesse semelhante testemunho, de maneira que os olhos de todos: catecúmenos e fiéis, homens e mulheres e crianças, tivessem os seus olhos fixos em Jesus! E não os olhos do corpo, mas os da alma. De fato, quando os vossos olhos estiverem fixos n’Ele, Sua luz e Seu olhar farão vossos rostos mais luminosos, e podereis dizer:  ‘a luz de Tua face nos assinalou, Senhor’.

A Ele corresponde à glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amém.”

Urge fixarmos os olhos da alma em Jesus, a fim de que nossos rostos sejam mais luminosos, sobretudo se considerarmos os desafios a serem enfrentados, sobretudo em nossos dias.

Haja o que houver, haveremos de ter os olhos da alma fixos em Jesus, para que nos seja comunicada a Sabedoria do Espírito, para que nossas palavras e obras correspondam ao querer de Deus, e assim venhamos a dar testemunho de nossa fé, e manifestar a força libertadora da Palavra de Deus em nossa vida.

Olhos da alma fixos em Jesus, firmemos nossos passos no bom combate da fé.

Oremos:

 “Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o Vosso amor, para que possamos, em nome do Vosso Filho, frutificar em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.”



PS: Lecionário Patrístico Dominical – Editora Vozes – 2013 – pp.624-625.

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