domingo, 11 de fevereiro de 2024

"Buscar primeiro o Reino de Deus” Que bela e maravilhosa Missão! (VIIIDTCA)

                                                

"Buscar primeiro o Reino de Deus”
Que bela e maravilhosa Missão!

Como nos preocupamos com as exigências do dia a dia, muitas vezes sem colocar em primeiro lugar a busca pelo Reino de Deus, confiando no Senhor.

Esta é a essência da mensagem da Liturgia da Palavra do 8º. Domingo do Tempo Comum (ano A).

O Profeta Isaías, na primeira Leitura (Is 49, 14-15), nos ensina que Deus nunca nos abandona, mas nos trata com verdadeiro amor de mãe:

“Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, Eu não te esqueceria nunca.”

Com esta belíssima comparação, o Profeta nos fala de Deus tomando a imagem do amor maternal: amor instintivo, avassalador, eterno, gratuito e incondicional, mas elevado ao grau infinito. Elevado à enésima potência tendendo ao infinito, se matematicamente pudéssemos dizer...

O Profeta, homem da confiança e esperança, é aquele que ajuda o Povo de Deus a perceber a presença divina em Sua aparente ausência, despertando para resposta amorosa a Ele. Ajuda o Povo de Deus a perceber a face oculta de Deus revelada na ternura, misericórdia, compaixão...

Relacionar-se e corresponder a este Deus, somente assim o futuro tornar-se-á promissor... O Profeta, com a Palavra Divina em seus lábios, faz reacender a chama que não fumega no coração daquele que crê. Sempre precisamos de Profetas assim.

Quando tudo parece mais nada, há alguém que nos aponta o Todo Poderoso, Onipotente, Aquele que para o qual nada é impossível: “Tudo podemos n’Aquele que nos fortalece”, nos dirá mais tarde o Apóstolo Paulo ( Fl 4,13).

Esse mesmo Apóstolo na segunda Leitura (1Cor 4, 1-5), fala da autenticidade de seu Ministério, de “simples operário de Cristo e administrador dos Mistérios de Deus”, o qual exerce com muita fidelidade, com os olhos fixos no essencial que é a proposta de salvação/libertação que Jesus veio realizar. Somos apenas veículos desta mensagem, imprescindíveis porque assim Deus o quis.

O Evangelista Mateus (Mt 6, 24-34) nos revela que Jesus ensina a darmos o devido valor às coisas, colocando Deus em primeiro lugar: “Não podeis servir a Deus e a riqueza”.

E também convida a nos abandonarmos completamente à Providência de Deus: “Não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por vosso corpo, pelo que vestireis.”

Não entendamos confiança como sinônimo de passividade ou de comodismo: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo.”

Insisto, a Ação Divina não dispensa a ação humana, muito pelo contrário, eleva-a como possibilidade de participação na construção do Reino. Haverá responsabilidade e graça tão belas quanto essas?

Quanto maior for nossa confiança em Deus, tanto mais cresce nossa responsabilidade. Também poderemos dizer que a responsabilidade é diretamente proporcional à confiança que temos em Deus.

Santo Inácio de Loyola diz de forma límpida e contundente: “devemos confiar como se tudo dependesse de Deus e nos empenhar como se tudo dependesse de nós.”.

“Buscar o Reino de Deus” com absoluta confiança em Deus, como meros instrumentos, veículos de Sua Mensagem. Lembremo-nos que continuamos a refletir o desdobramento das Bem Aventuranças, a Missão de ser Sal e Luz (Capítulos 5 e 6 de Mateus).

Sendo assim, concluindo, podemos afirmar que ser Discípulo do Senhor é ter encontrado uma Pessoa que mudou nossa vida, e que ela só tem sentido e conteúdo quando em relacionamento contínuo e íntimo, renovado no Banquete da Eucaristia.

É preciso trilhar o caminho da santidade empenhados na construção do Reino, com total confiança em Deus e em Sua força, com disponibilidade, fidelidade, alegria e com muito amor a fim de que correspondamos ao Amor Divino que jamais nos falta.

Somente assim comunicaremos luz da Fonte de Luz nas mais diversas situações obscuras, nas "cavernas sombrias e escuras" da existência.

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