sábado, 23 de setembro de 2023

Dezessete anos se passaram...

                                                                 

Dezessete anos se passaram...

Escrevi quando celebrei dois anos à frente da Paróquia Santo Antônio Gopoúva – Diocese de Guarulhos – SP, como Pároco.

Falava de minha nova história de amor que se soma às demais histórias de amor, sempre vivas, pois o que é de Deus é eterno, e de Deus é o amor vivenciado (1Cor 13), uma história intensa e densa e marcada por momentos inesquecíveis, que possibilitaram crescimentos mútuos.

Dezessete anos se passaram...
E passaram tão depressa! Hoje digo tão depressa! No começo foi tudo tão difícil, tão estranho… Humanamente compreensível, mas com a ajuda divina superável. Ontem mais incertezas do que louvores, hoje mais louvores do que incertezas!

Como toda mudança, esta foi uma das mais desafiadoras da minha vida, do meu Ministério; até mesmo mais difícil do que a missão na Amazônia, onde eu nada conhecia, somada à distância geográfica, saudades dos amigos, realidade cultural diferenciada, outros desafios, novas descobertas, novas conquistas…

Mas o mesmo Deus presente em Sua Igreja, animando a caminhada da comunidade, na força do Espírito e com a presença sempre terna e carinhosa de Maria, lá como aqui na Paróquia, há muito que celebrar, há muito que agradecer, há muito que ainda caminhar…

Como é bom dizer que minha família, que Jesus redimensionou pela escuta, acolhida e prática de Sua palavra, hoje tem novos nomes, novas histórias, novos rostos, novos ombros, novas mãos que se abrem e se entrelaçam em gestos de acolhida, partilha e solidariedade. 

Rostos de crianças e jovens, de adultos, idosos e enfermos. Se ainda não sabedor de todos os nomes, posso chamá-los de irmãos e irmãs.

Como é bom colocar coração e pensamento nas mãos de Deus, para que Ele nos conduza como um rio para onde bem quer.

Urge rogar a Deus para que cure nosso olhar, para que não seja um olhar arrogante, tão pouco um coração orgulhoso. Mas que na pequenez de nossa realidade Deus derrame com largueza Suas Bênçãos e graças, de modo que nossos ouvidos jamais se fechem aos clamores dos pobres para que nossas súplicas de Deus obtenham resposta (Pr 21,1-13).

Revele o nosso olhar o que há de mais belo dentro de nós: Deus! 

Que nosso coração possa na Lei, nos preceitos do Senhor encontrar suas delícias, e nossos ouvidos aos clamores atentos sempre sejam, para que nossas mãos jamais se fechem na partilha vivida. 

Sejam nossos pés fortalecidos, caminhando sem jamais esmorecer, sem da jornada desistir.

Na Eucaristia celebrada, demos graças pelos dez anos que caminhamos juntos. Maior festa não pode haver: a Eucaristia – Festa de todas as Festas. No banquete provisório, saboreia-se o Banquete da eternidade, numa relação de carinho, gratidão, amor. Ceia em raios reluzentes da Jerusalém celeste que ultrapassa as nuvens da história e vem iluminar nossos caminhos (Papa João Paulo II).

Tudo que podemos e devemos fazer: olhar o passado para os acertos, e a Deus agradecer. Dos erros nos penitenciarmos e caminhos de reconciliação e acertos buscarmos.

A vida é este mistério de erros acertos, presenças e ausências, nascimentos e mortes, partidas e chegadas, idas e vindas, encontros e desencontros, brisas e ventos, desesperos e alentos, conquistas e distanciamentos, carência e plenitude, finitude e infinitude, silêncio e inquietude, certezas e incertezas, fragilidade/enfermidade e vigor/fortaleza, trevas e luz, morte e vida, graça e pecado.

Dezessete anos se passaram...
É bom ter uma história de amor para contar. 

Nossa vida está nas mãos de Deus, e cabe a nós escrever cada linha com a tinta do Espírito, que é o Amor; amor que recarregamos na força da Oração, e na maior de todas elas, quando celebramos o Banquete da Eucaristia!

Agradeço a Deus por todos que fizeram parte desta história, e continuam fazendo, no carinho, na oração e na sadia saudade cultivada... 

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