domingo, 24 de setembro de 2023

Discípulos missionários e a Vinha do Senhor (21/08)

Discípulos missionários e a Vinha do Senhor

À luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 20,1-16a), refletimos sobre os pensamentos de Deus, que não são como os pensamentos dos homens, pois seguem a lógica da gratuidade e do amor, doação, partilha e serviço, graça sobre todos derramada.

A passagem do Evangelho é um convite de Nosso Senhor para trabalharmos em Sua Vinha, na construção do Reino.

A prática de Jesus e a Parábola revelam que todos somos filhos amados do Pai, que por amor assegura-nos o essencial para vivermos.

Através da Parábola, Jesus revela  o Amor de Deus pelos últimos, pelos excluídos; e revela-nos o rosto e o coração de um Deus que ama a todos sem exceção; tão diferente do Deus dos escribas e fariseus, que muitas vezes se assemelha a um “Deus contabilista” que nos recompensa conforme nossas ações, como se tivesse um lápis na mão para fazer as nossas contas e nos dar o pagamento conforme nossos merecimentos.

A nós cabe o imitar a Deus amando na gratuidade! Simplesmente, amar na gratuidade, a mais bela lógica da ação divina que a Parábola nos revela.

No trabalho da Vinha, ou seja, na Comunidade há lugar para todos. Alguns iniciaram mais cedo, até mesmo dentro do ventre materno. Outros um pouco mais tarde sentiram o chamado do Senhor. Outros bem mais tarde, já adultos. Outros ainda não responderam, são os últimos que nos fala a Parábola, aos quais Deus também quer revelar Seu amor e contar como servos de Sua Vinha.

Na Igreja, trabalho é o que não falta. Os desafios clamam por respostas. A messe é grande, mas poucos são os trabalhadores. A Palavra de Jesus tem que ecoar no coração de todos nós: “Ide vós para a minha Vinha!”

Faltam vocações: há lugares a serem ocupados nos bancos de nossas Igrejas e salas de reuniões; há realidades externas que nos desafiam (escolas, universidades, presídios, condomínios, favelas, hospitais, bolsões de miséria e tantos outros lugares...).

As palavras do Papa Bento XVI, no dia de sua eleição (19/4/2005) são oportunas:

“Amados Irmãos e Irmãs, depois do grande Papa João Paulo II, os Senhores Cardeais elegeram-me, simples e humilde trabalhador na Vinha do Senhor. Consola-me saber que o Senhor sabe trabalhar e agir também com instrumentos insuficientes”.

Deus nos paga não pelos nossos méritos.
Deus nos chama não por nossa capacidade,
Mas até mesmo por não termos, para nos capacitar.

Como é bom ser Igreja,
servir como Igreja,
amar na gratuidade!

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