quinta-feira, 30 de maio de 2024

Jesus: Verdadeira Comida, Verdadeira Bebida

Jesus: Verdadeira Comida, Verdadeira Bebida

Santo Ambrósio (séc. IV), Bispo e Doutor da Igreja, enriquece-nos com um Comentário sobre o Salmo  118,18.26-29, apresentando-nos Cristo que bebeu nossas amarguras para nos dar a suavidade de Sua graça.

“’Sou pequeno e desprezível, porém não esqueço os teus decretos’. Disponho da excelsa participação dos Sacramentos celestiais. Agora me cabe a honra de participar da mesa celestial; meus banquetes já não os rega a água da chuva, não dependem dos produtos do campo, nem dos frutos das árvores.

Para minha bebida não necessito recorrer aos rios nem às fontes: Cristo é meu Alimento, Cristo é a minha Bebida; a carne de Deus é o meu Alimento, e o Sangue de Deus é a minha Bebida. Para saciar-me, já não estou dependendo da colheita anual, pois Cristo Se oferece a mim diariamente.

Já não terei que temer as intempéries do tempo ou a esterilidade do campo me diminua, enquanto persista em empenhada e piedosa devoção.

Já não desejo que desça sobre mim uma chuva de codornizes, que antes provocavam minha admiração; nem tampouco o maná, que antes preferia a todos os outros alimentos, pois os pais que comeram o maná continuaram tendo fome.

Meu Alimento é tal que se alguém o come não passará mais fome. Meu Alimento não engorda o corpo, mas fortalece o coração do homem.

Antes considerava maravilhoso o pão do céu, pois está escrito: ‘Deu-lhes para comer o pão do céu’. Porém, não era aquele o pão verdadeiro, mas sombra do futuro. O Pão do céu, o verdadeiro, o Pai o reservou para mim.

Do céu desceu para mim aquele Pão de Deus que dá vida ao mundo. Este é o Pão da vida: e aquele que come a vida não pode morrer. Pois como pode morrer quem se alimenta da vida?

Como irá desfalecer quem possui em si mesmo uma substância vital? Aproximai-vos d’Ele e saciai-vos, porque é Pão; aproximai-vos d’Ele e bebei, porque Ele é a fonte; aproximai-vos d’Ele e ficareis radiantes, porque Ele é luz; aproximai-vos d’Ele e sereis libertados, porque ‘onde está o Espírito do Senhor; aí há liberdade’; aproximai-vos d’Ele e sereis absolvidos, porque Ele é o perdão dos pecados.

Perguntais-me quem é este? Ouçam a Ele mesmo que diz: ‘Eu sou o Pão da Vida. Aquele que vem a mim não passará fome, e o que crê em mim não passará sede’. O ouvistes, o vistes e não crestes n''Ele: por isso estais mortos; crede ao menos agora, para que possais viver.
Do corpo de Deus brotou para mim uma fonte eterna; Cristo bebeu minhas amarguras para dar-me a suavidade de Sua graça.”. (1)

Como precisamos da suavidade da graça divina para renovar nossas forças e vencer as dificuldades, que se nos apresentam no combate da fé!

Somente Jesus, com Sua Palavra, também a nós oferecido no Pão da Eucaristia é que sacia nossa sede de amor, vida e paz; e somente Ele é capaz de nutrir as nossas forças, fortalecer o nosso coração, para que, movidos pela esperança que nos impele, vivenciemos a caridade da fé, uma frutuosa fé, em total docilidade e adesão ao Senhor.

Diante de relativismos e falsas promessas de felicidade, somente Ele tem Palavra de Vida Eterna, que não nos permite desviar do caminho do verdadeiro encontro que tanto ansiamos, da Verdade que nos liberta e nos leva ao encontro da plena alegria.

Somente Jesus é para todos nós, ontem, hoje e sempre, o Pão de Imortalidade que revigora o nosso caminhar, como irmãos e irmãs rumo ao encontro com o Pai, na comunhão com o Espírito, que nos assiste em todos os momentos. Amém.


(1) Lecionário Patrístico Dominical – Ed. Vozes - p.439-440.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG