segunda-feira, 4 de março de 2024

Quaresma: curados pela misericórdia divina

Quaresma: curados pela misericórdia divina

Reflexão à luz da passagem do Segundo Livro dos Reis (2 Rs 5,1-15a) que retrata a cura de um leproso, o sírio Naamã, tem uma mensagem explícita: a vida e a salvação de Deus destinam-se a todos os povos, sem exceção, e uma vez alcançada, deve ser acompanhada de gratidão a fonte da cura e salvação: Deus, e não baal (ídolo).

Deus tem um Projeto de Salvação para toda a humanidade, e ao mesmo tempo, faz um convite para acolhê-lo com amor e gratidão, ainda que não sejamos merecedores.

A misericórdia de Deus não exclui ninguém do Seu Projeto, e Ele está sempre pronto a acolher, curar e perdoar, para que assim, com Ele, possamos manter uma relação de amor, fidelidade e gratidão, numa fé solidificada, que cumulará graça sobre graça.

Deste modo, os israelitas precisavam redescobrir os fundamentos de sua fé, abandonando toda possibilidade de idolatria, numa confiança exclusiva em Deus, Autor da criação e da vida.

Trata-se, portanto, de uma catequese sobre Deus: Deus é o Deus da vida; único, salva a todos, espera a gratidão de suas criaturas e, por fim, não se deixa manipular por nenhuma pessoa, ou qualquer outro poder.

Também, ressalta-se o convite a colocarmos nossa esperança de vida plena tão somente em Deus, e não nos ídolos (falsos deuses), que possam nos seduzir.

Contemplemos e adoremos a Deus que dá a graça a todos, e nós haveremos de dar graças a Deus pelo dom de Seu amor em nosso favor, Sua misericórdia que jamais nos abandona.

Envolvidos pela ternura e amor divinos, vida plena e feliz teremos, e de todos os males que nos marginalizam, nos atemorizam e nos fazem sofrer, seremos libertos.

Com Deus somos fortalecidos em nossas fragilidades, nossos escuros caminhos, pela Luz da Sua Sagrada Palavra são iluminados, e assim, iluminantes nos tornamos.

Sejamos curados por Deus de nossas enfermidades. Reconheçamos Seu poder e ação libertadora em nossas vidas, e na Eucaristia que celebramos, momento maior de Ação de Graças, expressemos nosso obrigado a Deus, que Se fez nosso Alimento, Comida e Bebida que nos fortalecem, enquanto estamos a caminho da eternidade, e um dia possamos alcançar, com inadiáveis e irrenunciáveis compromissos com a Boa-Nova do Evangelho, como frágeis e desejáveis instrumentos por Ele querido.

PS: Escrito para a terceira segunda-feira da Quaresma, mas apropriado para todo o tempo e também apropriado para o 6º Domingo do Tempo Comum (ano B) se for proclamada a passagem opcional (2 Rs 5,9-14)

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