sábado, 1 de março de 2025
A montanha e a planície de cada dia
Iluminados e conduzidos pela Sabedoria Divina
“Infância espiritual”: conquista da maturidade (12/08)
“Em verdade vos digo, se não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus. Pois o que se humilharaté fazer-se semelhante a uma destas crianças,este será grande no Reino dos Céus’ (Mt 18,3)
Retomemos o Sermão do Papa São Leão Magno, e aprendamos a melhor forma de humildade que o Senhor nos ensina quando adorado pelos magos.
Os magos, guiados pela estrela, foram ver uma Criança, um Menino; uma frágil Criança silenciosa, guardada por Sua mãe, Maria.
Viram Aquele que cresceria em tamanho, sabedoria e graça diante de Deus e que, com sinais e poder, inauguraria o Reino de Deus.
O maior sinal de Seu poder, ali era oferecido na forma de uma Criança, em extrema expressão de humildade, que sem nada dizer já estava ensinando aos magos e a toda humanidade.
Crescendo em fidelidade e obediência ao Pai, suportou com grande brandura as crueldades dos que se levantavam contra Ele, quanto mais nós temos que ser humildes e pacientes nas provações e dificuldades por que tenhamos que passar.
Também crescendo em sabedoria, nos ensinou que a sabedoria cristã não consiste nem na abundância de palavras, nem da habilidade para discutir, nem no desejo de louvor e de glória, mas na sincera e voluntária humildade, e por isto nos apresentou uma criança como o maior no Reino dos Céus, acenando para a desejável infância espiritual que devemos buscar permanentemente.
Urge que mantenhamos sempre a “infância espiritual”, expressa na humildade, na simplicidade, na confiança incondicional em Deus, na realização de Sua vontade, assim como o Senhor nos falou.
Ainda temos muito que aprender com Aquela Criança, que um dia foi posta numa humilde manjedoura, Seu primeiro altar, naquele singelo presépio, para que percebamos os sinais de Deus em nosso meio e d’Ele também sejamos sinal para o outro, pois tão somente assim viveremos a “infância espiritual” e alcançaremos a maturidade desejada e necessária.
Fonte inspiradora: Mt 18,1-5.10.12-14; Lc 9,46-50; Mc 9,33-37; Mc 10,13-16
Urge que sejamos luminosos!
As crianças e as virtudes divinas
O Tempo do Silêncio fecundo
Uma Igreja acolhedora, compassiva e missionária
Uma
Igreja acolhedora, compassiva e missionária
“Em
verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não
entrará nele”. (Mc 10,15)
Na
comentário da passagem do Evangelho de
Marcos (Mc 10,13-16), O Missal Cotidiano nos apresenta duas citações de dois
Catecismos, sobre a necessidade de receber o Reino de Deus como uma criança,
para que nele se possa entrar:
- “Muitas vezes, na
apreciação dos adultos, as crianças ficam privadas de significado e de valor,
como os últimos chegados ao banquete da vida. São mesmo postas à margem e
excluídas, em diferente medida, do convívio humano. A Palavra de Deus nos
questiona de contínuo sobre a maneira de consideramos e tratarmos os
pequeninos; questiona além disso cada comunidade ou cultura que oprima as
crianças. Diz ‘não’ à opressão da criança; diz ‘sim’ quando pessoas e
comunidades resolvem converter-se a Deus, e, portanto, segundo Sua Palavra,
tornar-se como os pequeninos”. (1)
- O Senhor não eleva
a ideal a inocência da criança – como talvez romanticamente sejamos levados a
imaginar -, mas o sentir-se pequeno, ser receptivo e começar humildemente do
começo. Como no Evangelho de João, onde Jesus diz a Nicodemos: ‘Se alguém não nascer
de novo, não pode ver o Reino de Deus’ (Jo 3,3). A mesma atitude é indicada nas
bem-aventuranças. Quem se faz pequenino desse modo é de fato disponível e se
abandona à alegria de Deus. Quem se recusa não terá alegria”(2)
O
Catecismo da Igreja Católica enriquece ainda mais com este parágrafo:
“«Tornar-se criança» diante de Deus é a
condição para entrar no Reino (Mt 18,3-4), e para isso, é preciso abaixar-se (Mt
23,12) tornar-se pequeno. Mais ainda: é preciso «nascer do Alto» (Jo 3, 7), «nascer
de Deus» (Jo 1,13) para se «tornar filho de Deus» (Jo 1,12). O Mistério do
Natal cumpre-se em nós quando Cristo «Se forma» em nós (Gl 4,19). O Natal é o
mistério desta «admirável permuta»:
«O admirabile
commercium! Creator generis humani, animatum corpus sumens de Virgine nasci
dignatus est; et, procedens homo sine semine, largitus est nobis suam
deitatem». – «Oh admirável
permuta! O Criador do gênero humano, tomando corpo e alma, dignou-Se nascer
duma Virgem; e, feito homem sem progenitor humano, tornou-nos participantes da
sua divindade!» (Solenidade Santa Maria Mãe de Deus. (3)
É
preciso superar uma visão “romantizada” da acolhida das crianças, retratada na
passagem do Evangelho.
Vemos
que o Senhor as desejou junto de Si, porque a Sua condição indefesa e excluída manifestava
bem a realidade acerca dos discípulos e acerca do Reino que ela desejava
transmitir:
“Como a criança
precisa de atenção e de cuidados, quem está doente e em sofrimento encontra-se
com as mesmas necessidades. Do mesmo modo o homem que vive no pecado. O pecador
precisa sobretudo de reconciliação e solidariedade, de alguém que, sem julgar,
o ajude a tomar consciência da sua situação e a escolher caminho da conversão.”
(4)
No anúncio do Reino, a acolhida dos pequeninos, pobres e
indefesos se torna um elemento constitutivo da prática dos discípulos
missionários.
Uma Igreja acolhedora, solidária, compassiva e missionária que
acolhe, integra e promove para a vida em plenitude (cf. Jo 10,10). Amém.
(1)
CEI, Il catechismo dei
bambini, 21 – citado no Missal Cotidiano – Editora Paulus – pag. 816
(2) O novo Catecismo
holandês – idem
(3)Catecismo da Igreja
Católica – parágrafo n. 526
(4) Lecionário
Comentado – Volume I Tempo Comum – pág. 352