terça-feira, 1 de outubro de 2024
Memórias Missionárias...
Em poucas palavras...
A caridade Cristo: a fonte dos méritos
“A caridade de Cristo é, em nós, a fonte de todos os nossos
méritos diante de Deus. A graça, unindo-nos a Cristo com um amor ativo,
assegura a qualidade sobrenatural dos nossos atos e, por consequência, o seu
mérito, tanto diante de Deus como diante dos homens. Os santos tiveram sempre
uma consciência viva de que os seus méritos eram pura graça.
«Depois do exílio da terra, espero ir gozar de Vós na Pátria,
mas não quero acumular méritos para o céu, quero é trabalhar só por vosso amor
[...] Na noite desta vida, aparecerei diante de Vós com as mãos vazias, pois
não Vos peço, Senhor, que conteis as minhas obras. Todas as nossas justiças têm
manchas aos vossos olhos. Quero, portanto, revestir-me com a vossa própria
Justiça, e receber do vosso Amor a posse eterna de Vós mesmo...» (Santa Teresa
do Menino Jesus).” (1)
(1)
Catecismo da Igreja
Católica – parágrafo n.2011
“No coração da Igreja minha vocação é o amor...”
“No coração da Igreja minha vocação é o amor...”
No dia 1º de outubro, celebramos a memória de uma grande testemunha do Senhor, Santa Teresinha do Menino Jesus (séc. XIX), sejamos enriquecidos por sua autobiografia.
“Meus imensos desejos me eram um autêntico martírio. Fui, então, às cartas de São Paulo a ver se encontrava uma resposta. Meus olhos caíram por acaso nos capítulos doze e treze da Primeira Carta aos Coríntios.
No primeiro destes, li que todos não podem ser ao mesmo tempo
apóstolos, profetas, doutores, e que a Igreja consta de vários membros; os
olhos não podem ser mãos ao mesmo tempo. Resposta clara, sem dúvida, mas não
capaz de satisfazer meu desejo e dar-me a paz.
Perseverei na leitura sem desanimar e encontrei esta frase
sublime: Aspirai aos melhores
carismas. E vos indico um caminho ainda mais excelente (1Cor 12,31).
O Apóstolo esclarece que os melhores carismas nada são sem a caridade,
e esta caridade é o caminho mais excelente que leva com segurança a Deus.
Achara enfim o repouso.
Ao considerar o Corpo místico da Igreja, não me encontrara em nenhum dos membros enumerados por São Paulo, mas, ao contrário, desejava ver-me em todos eles. A caridade me deu o eixo de minha vocação.
Compreendi que a Igreja tem um corpo formado de vários membros e neste corpo não pode faltar o membro necessário e o mais nobre: entendi que a Igreja tem um coração e este coração está inflamado de amor.
Compreendi que os membros da Igreja são impelidos a agir por um único amor, de forma que, extinto este, os apóstolos não mais anunciariam o Evangelho, os mártires não mais derramariam o sangue.
Percebi e reconheci que o amor encerra em si todas as vocações, que o amor é tudo, abraça todos os tempos e lugares, numa palavra, o amor é eterno.
Então, delirante de alegria, exclamei: Ó Jesus, meu amor, encontrei afinal minha vocação: minha vocação é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja, Tu me deste este lugar, meu Deus. No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor e desse modo serei tudo, e meu desejo se realizará”.
Santa Terezinha pouco viveu, mas teve tamanha intensidade e amor, que ficará para sempre viva, presente em nossa memória. Ela foi declarada a “Padroeira das Missões”, por Pio XI, em 1927.
Entre as quatros doutoras da Igreja, ela está ao lado de Santa Teresa de Ávila e Santa Catarina de Sena e Santa Hildegarda de Bingen.
Em oração atenta, deleitando-se com a Palavra Divina, descobriu seu lugar na Igreja, e sua exclamação ressoa no nosso: "No coração da Igreja minha vocação é o amor!”
Responderemos que somos padre, religiosa, primeiros educadores da fé,
pelo exemplo e palavra aos filhos, por Deus, confiados (pai e mãe).
Com toda certeza, diremos o que somos, o que fazemos, os títulos que possuímos, o trabalho que já fizemos ou faremos etc.
Somente uma jovem com intenso amor no coração, pelo Amado seduzido, com
o fogo do Amor do Espírito, em fidelidade ao Pai de Amor, poderia ter dito de
forma tão singular e tão marcante:
“No
coração da Igreja minha vocação é o amor...”
Sejamos ou façamos o que for, mas façamos vocacionados para o Amor e pelo Amor, somente assim seremos fiéis e amados Discípulos Missionários do Senhor!
Síntese da mensagem de Sua Santidade o Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões - 2021
Síntese da
mensagem de Sua Santidade o Papa Francisco para o
Dia Mundial
das Missões - 2021
A
mensagem tem como motivação bíblica a passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos – “Não podemos deixar de
afirmar o que vimos e ouvimos” (At 4, 20), tendo como contexto
uma situação de pandemia que “...evidenciou
e aumentou o sofrimento, a solidão, a pobreza e as injustiças de que já tantos
padeciam, e desmascarou as nossas falsas seguranças e as fragmentações e
polarizações que nos dilaceram silenciosamente. Os mais frágeis e vulneráveis
sentiram ainda mais a sua vulnerabilidade e fragilidade. Experimentamos o
desânimo, a decepção, o cansaço; e até a amargura conformista, que tira a
esperança, se apoderou do nosso olhar”.
A situação da
pandemia evidenciou e aumentou o sofrimento, a solidão, a pobreza e as
injustiças de que já tantos padeciam, e desmascarou as nossas falsas seguranças
e as fragmentações e polarizações que nos dilaceram silenciosamente.
A experiência dos apóstolos do encontro com o Messias tornou-se fundamental para o ardor na missão: - “O amor está sempre em movimento e põe-nos em movimento, para partilhar o anúncio mais belo e promissor: «Encontramos o Messias» (Jo 1, 41).
O Papa dirige um
convite a cada um de nós: cuidar e dar a conhecer aquilo que tem no coração,
pois esta missão é, e sempre foi, a identidade da Igreja: «ela existe para
evangelizar» (São Paulo VI, Exort.
ap. Evangelii nuntiandi, 14).
É preciso viver a
missão num contexto marcado pelas alegrias, sofrimentos, anseios e angústia,
com a necessidade de redenção, em atenção à Palavra de Jesus Cristo - “«Ide às saídas dos
caminhos e convidai todos quantos encontrardes» (cf.
Mt 22, 9), vivendo um amor de compaixão em que ninguém se sinta estranho ou
afastado.
Assim como os apóstolos
e os primeiros cristãos, também nós «não podemos deixar de afirmar o que vimos
e ouvimos» (At 4, 20) – “Como
os apóstolos que viram, ouviram e tocaram a Salvação de Jesus (cf. 1 Jo 1,
1-4), também nós, hoje, podemos tocar a carne sofredora e gloriosa de Cristo na
história de cada dia e encontrar coragem para partilhar com todos um destino de
esperança, esse traço indubitável que provém de saber que estamos acompanhados
pelo Senhor. Como cristãos, não podemos
reservar o Senhor para nós mesmos...”
Vivemos tempos
novos, que suscitam uma fé capaz de estimular iniciativas e plasmar comunidades
a partir de homens e mulheres, que aprendem a se ocupar da fragilidade própria
e dos outros.
O ardor
missionário dos discípulos consiste num colocar-se “em estado de missão”,
como reflexo da gratidão, fazendo florir o milagre da gratuidade, do dom de si
mesmo.
Urge que
aprendamos com os primeiros discípulos que transformaram cada incômodo,
contrariedade e dificuldade em oportunidade para a missão – “Possuímos o testemunho
vivo de tudo isto nos Atos dos Apóstolos, livro que os discípulos missionários
sempre têm à mão. É o livro que mostra como o perfume do Evangelho se difundiu
à passagem deles, suscitando aquela alegria que só o Espírito nos pode dar. O
livro dos Atos dos Apóstolos ensina-nos a viver as provações unindo-nos a
Cristo, para maturar a «convicção de que Deus pode atuar em qualquer
circunstância, mesmo no meio de aparentes fracassos», e a certeza de que «a
pessoa que se oferece e entrega a Deus por amor, seguramente será fecunda (cf.
Jo 15, 5)» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 279).
Somos chamados,
cientes que “não
nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor, e nos consideramos Vossos
servos por amor de Jesus” (2 Cor 4, 5).
O contexto que
vivemos tem a urgente necessidade de missionários de esperança que, ungidos
pelo Senhor, sejam capazes de lembrar profeticamente que ninguém se salva
sozinho.
O Papa nos
convida a recordar com gratidão todas as pessoas, cujo testemunho de vida nos
ajuda a renovar o nosso compromisso batismal de sermos apóstolos generosos e
jubilosos do Evangelho.
Lembrar especialmente
aqueles que foram capazes de partir, deixar terra e família para que o
Evangelho pudesse atingir sem demora e sem medo aqueles ângulos de aldeias e
cidades onde tantas vidas estão sedentas de bênção.
Supliquemos ao
Senhor que mande trabalhadores para a Sua messe (Lc 10, 2), cientes de que a
vocação para a missão não é algo do passado nem uma recordação romântica de
outrora.
O Papa fala da
necessidade de corações que sejam capazes de viver a vocação como uma
verdadeira história de amor, que os faça sair para as periferias do mundo e
tornar-se mensageiros e instrumentos de compaixão, cada qual a seu modo, nas periferias
que estão perto de nós, no centro duma cidade ou na própria família, com a abertura
universal do amor que não é geográfico, mas existencial.
Conclui nos convidando a viver a missão como o “...aventurar-se no cultivo dos mesmos sentimentos de Cristo Jesus e, com Ele, acreditar que a pessoa ao meu lado é também meu irmão, minha irmã. Que o seu amor de compaixão desperte também o nosso e, a todos, nos torne discípulos missionários”, contando com Maria, a primeira discípula missionária, a fim de que faça crescer em todos os batizados o desejo de ser sal e luz nas nossas terras (cf. Mt 5, 13-14).
Se desejar, leia a mensagem na integra:
segunda-feira, 30 de setembro de 2024
Oração do(a) Secretário(a) Paroquial
Oração do(a) Secretário(a) Paroquial
Ó Deus, Vos peço a assistência do Espírito Santo, para que, como secretário(a), seja sinal da presença do Vosso Filho Jesus Cristo, a quantos vierem ao nosso encontro.
Enriquecido (a) pelos dons da Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Temor e Piedade, corresponda à missão que fui agraciado (a), sem mérito algum, mas porque sois infinitamente misericordioso.
Que ao terminar o dia, diga apenas: fui um(a) simples servo(a) e fiz apenas o que devia fazer (cf. Lc 17,10), no pensamento, palavra e ação. Amém.
Em poucas palavras...
Quedas e tentações
“‘O diabo ronda como leão rugidor procurando a quem devorar’ (1
Pd 5,8). Nesta vida, não está o cristão de modo algum isento, um instante que
seja, de tentações e quedas.
Estas, porém, podem ser superadas, porque Deus conhece nossas
forças e não permite que as tentações as superem. O homem encontra força na
comunhão com Deus. Jó é modelo em toda provação e tentação.” (1)
(1)
Comentário do Missal
Cotidiano – Editora Paulus – passagem do Livro de Jó (Jó 1,6-22) – pág. 1323