domingo, 16 de junho de 2024

Humildade e paciência (XIDTCB)

                                                  

Humildade e paciência

Senhor Jesus Cristo, medito em Tua Parábola sobre o Reino de Deus em que o compara à semente lançada na terra, que germina e cresce sem que saibamos.

Senhor Jesus Cristo, medito também a Parábola do grão de mostarda, a menor de todas as sementes, mas que, depois de semeada, cresce e se torna maior que todas as outras hortaliças, com ramos grandes, a tal ponto que os pássaros dos céus podem fazer seus ninhos.

Senhor Jesus Cristo, ajuda-nos a tomar cada vez mais consciência de que a realização do Reino é iniciativa divina e resposta nossa, e, portanto, precisamos ser pacientes em sua construção.

Senhor Jesus Cristo, dá-nos nova mentalidade, conscientes de que Deus em nós age, sem prender-Se ao nosso tempo e aos nossos desejos.

Senhor Jesus Cristo, por isto, renove em nós a paciência, como colaboradores da construção do Reino, em total atitude de disponibilidade e pobreza.

Senhor Jesus Cristo, não permita que, como discípulos Teus, venhamos a nos refugiar num descomprometido quietismo, ficando tranquilo e esperando que tudo aconteça.

Senhor Jesus Cristo, que, a cada dia, tenhamos consciência de que é Teu Pai quem nos chama, quando e como quer; Se serve de nós, mas não sabemos de que modo, em que ocasião e para quais pessoas.

Senhor Jesus Cristo, dai-nos a Sabedoria para vivermos a verdadeira pobreza;  fazer tudo sem atribuir-nos o mérito de nada; trabalhar com todas as nossas forças sem pretender ver o resultado.

Senhor Jesus Cristo, dá-nos, portanto, a paciência e a humildade necessárias, para aprendermos as belas lições de Tuas Parábolas. Amém.


Fonte inspiradora: Missal Dominical – Editora Paulus p.933- Evangelho Mc 4,26-34

Graça, amor, perdão e paz! (XIDTCC)

Graça, amor, perdão e paz!

A Palavra proclamada no 11º Domingo do Tempo Comum (ano C) revela um Deus de bondade e de misericórdia, que detesta o pecado, mas ama sem medida o pecador. Ele jamais abandona o pecador que reconhece a sua falta, comunicando a Salvação como dom divino e não como conquista humana.

O perdão de Deus oferecido à humanidade é sempre a comunicação do Amor que possibilita uma vida nova.

A misericórdia de Deus oferece a possibilidade do recomeço, de novos passos, novos rumos, novas posturas que nascem do encontro pessoal com a Divina Fonte de Amor e perdão: Jesus.

Na primeira Leitura (2Sm 12, 7-10.13), da mesma forma, Davi, interpelado pela Palavra do Profeta Natã, reconhece seus gravíssimos pecados, suplica o perdão de Deus e o alcança. A passagem também nos revela que Deus não é indiferente diante dos que abusam e exploram a vida do próximo.

O Apóstolo Paulo, na segunda Leitura (Gl 2, 16.19-21), foi um homem que passou da Lei para a acolhida da graça que vem de Jesus, pois somente n’Ele encontramos a Salvação. Acolhendo a graça, Paulo chegou à identificação tão intensa com Jesus que afirmou:

Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim. E esta vida que agora vivo, eu vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e Se entregou por mim.” (Gl 2, 20).
A passagem do Evangelho (Lc 7,36-8,3) nos apresenta a mulher pecadora, que experimentou a misericórdia divina, teve seus pecados perdoados e, assim, pôde espalhar pelo mundo o verdadeiro amor, como nunca o fizera.

Temos também o fariseu Simão, que tão apenas acolheu Jesus em sua casa, mas não O recebeu como Aquele que tem o poder de perdoar os pecados, e que deseja estabelecer conosco comunhão de vida, Amor e perdão.

Simão é a personificação daqueles que não reconhecem as próprias imperfeições, e se tornam medida para o outro, crendo que têm o poder de julgar, rotular, condenar e excluir do convívio.

São totalmente opostas as atitudes da pecadora, que entra no banquete, sem mesmo ter sido convidada, e com toda humildade se prostra aos pés do Senhor, lava-os com suas lágrimas, lágrimas de dor por seus pecados; enxuga-os com seus cabelos, com sua vida, acolhida e ternura, ungindo-os e cobrindo-os de beijos.

Jesus a perdoa não porque tenha pecado muito, mas porque muito O amou, e demonstrou o seu amor para com Ele. Esta mulher fez a experiência do amor louco, incompreendido, de Deus que perdoa.

Simão sequer cumpriu o ritual prescrito, muito menos se abriu ao perdão e ao Amor de Jesus, como o Messias, o enviado do Pai, a própria presença de Deus, o único que tem poder para perdoar os pecados.

Simão, como os convidados, é levado tão apenas pela aparência, encerra a mulher no seu passado, sem a perspectiva de mudança. Mas, Jesus tem olhar que vai além das aparências, possibilitando a ela um futuro diferente, permitindo-lhe partir perdoada, amada e em paz.

Podemos nos identificar ora com Simão, ora com a pecadora que é perdoada por Jesus, assim como Davi que também peca e reconhece seus pecados.

Reflitamos:

- Estamos tão identificados com o Senhor, a ponto de, como Paulo, podermos dizer “não sou eu que vivo, mas Cristo que vive em mim”?

-  Por nossos pensamentos, palavras, atitudes reconhecerão Cristo em nós?

- Reconhecemos nossos pecados e nos abrimos à misericórdia de Deus, alcançando e comunicando o perdão a quem nos ofende, como rezamos no Pai Nosso?

Somente experimentando o Amor e o perdão que vêm de Deus é que poderemos amar, perdoar e sermos perdoados.

O mundo precisa de Profetas da civilização do Amor, que se proponham a colaborar na construção do Reino do Amor de Deus no coração da humanidade; um Reino de justiça, paz, amor, misericórdia, perdão, compaixão, verdade, liberdade e, sobretudo, de respeito aos direitos sagrados da vida, desde a concepção ao seu declínio natural. 

Fidelidade à missão que o Senhor nos confia (XIDTCA)

Fidelidade à missão que o Senhor nos confia

Com a Liturgia do 11º Domingo do tempo Comum (ano A), somos convidados a refletir sobre a missão que Deus nos confia, sendo no mundo instrumentos de Sua compaixão e misericórdia.

Somos chamados e enviados por Deus para que sejamos sinais vivos do Seu amor e testemunhas de Sua bondade, em gestos contínuos de amor, partilha e solidariedade.

Na passagem da primeira Leitura - Livro do Êxodo (Ex 19, 2-6a), o autor nos apresenta o Deus da Aliança, e como Ele estabelece laços de comunhão e familiaridade.

Uma Aliança com pretérito, presente e futuro, como vemos na passagem, de modo que a eleição como Povo de Deus não é um privilégio, mas uma missão profética para ser sinal do Deus vivo.

Somente quando o povo se põe em conquista da liberdade, se torna, de fato, sinal de Deus, vivendo com Ele a Aliança.

Como Povo de Deus, é preciso reconhecer a Sua presença na Sua aparente ausência. É preciso ouvir sua voz, guardar a Aliança e pôr-se a caminho, em total fidelidade a Ele, como que “embarcando na aventura da Aliança”.

Reflitamos:

- Sou sinal do amor vivo de Deus e Sua bondade?
- Como correspondo à Aliança de Amor de Deus conosco?
- Percebo a presença de Deus em minha vida, na vida da comunidade?

Na passagem da segunda Leitura, o Apóstolo Paulo nos apresenta a missão da comunidade: testemunhar o amor eterno de Deus pela humanidade, um amor inquebrantável, inqualificável, incrível, ilógico, inexplicável, gratuito e absolutamente único, e nada e ninguém poderá vencê-Lo, derrotá-Lo ou eliminá-Lo (Rm 5, 6-11).

Também insiste que a salvação é dom do amor de Deus e não uma conquista do homem e da mulher. Para ele, a História da Salvação é uma incrível história de amor.

Reflitamos:

- Sinto a presença e o amor de Deus em minha vida?
- Como comunidade somos sinais deste amor de Deus?
- O que precisamos fazer para corresponder ao amor de Deus?
- Salvação é dom divino e resposta nossa. Como respondemos a este dom divino?

Na passagem do Evangelho, encontramos o “discurso da missão”, acompanhado de uma catequese sobre a escolha, o chamamento e o envio dos doze discípulos (Povo de Deus) para anunciar a chegada do Reino de Deus (Mt 9, 36-10,8).

O texto foi escrito num contexto de grandes dificuldades para o anúncio do Evangelho, e com isto a desorientação e a perturbação enfrentadas. Por isto, o Evangelista apresenta como que um “manual do missionário cristão”, enraizando sua missão em Jesus Cristo.

A iniciativa do chamado é do próprio Jesus. E o número “doze” é simbólico, lembrando as doze tribos que formavam o antigo Povo de Deus, e com isto representa a totalidade do novo Povo de Deus.

A missão confiada aos discípulos é a de lutar contra tudo que destrua (pecado) a vida e a felicidade das pessoas, física ou espiritualmente.

O envio é acompanhado de Instruções: a salvação se destina a todos os povos, e deve ser realizada na gratuidade e na confiança plena em Deus, de modo que a missão dos discípulos é a própria missão de Jesus.

Reflitamos:

- Tenho vivido com fidelidade a Missão que o Senhor me confiou?
- Como Igreja temos realizado com zelo a missão pelo Senhor confiada?

- Realizo com confiança e gratuidade a missão confiada pelo Senhor?
- O que me impede para ser sinal da compaixão e solidariedade divina no mundo?

- Há consistência e audácia no testemunho de nossa fé?

A messe é grande e os operários são poucos. Peçamos que o Senhor envie operários para a messe, mas antes, coloquemo-nos com alegria e generosidade nesta missão. Façamos nossa parte com zelo, amor e alegria, pois assim exige a evangelização. Não há “desemprego no campo missionário”.

Fonte inspiradora:  www.Dehonianos.org/portal

sábado, 15 de junho de 2024

“O amor é o pleno cumprimento da Lei”

                                                          


“O amor é o pleno cumprimento da Lei”

“Ouvistes o que foi dito... Eu, porém, digo-vos...”

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 5,17-37),  encontramos quatro antíteses apresentadas por Jesus Cristo, que não vem para abolir a Lei, mas para dar a ela o pleno cumprimento.

1ª - “Não matarás (Mt 5,21-26) – o Evangelista refere-se a nova interpretação de Jesus: não basta o não matar uma pessoa, é preciso abafar o mal na sua origem, impedi-lo que nasça e habite em nosso coração. A condenação não se limita ao momento de matar, mas é alargada a quem cultiva momentos de ira no coração, ou quem investe contra o seu próximo com ofensas. Não se pode ofender ninguém, e deve-se cultivar o máximo respeito de uns pelos outros.

2ª - Adultério (Mt 5,27.30) – Jesus não somente condena o adultério, como convida a cortar o mal pela raiz, condenando os pensamentos e desejos já presentes no coração. É preciso fazer todos os esforços para controlar e submeter os maus desejos ou desejos desonestos, bem como as paixões.

3ª - Divórcio (Mt 5,31-32) – Jesus afirma que o divórcio não pode dissolver a união abençoada por Deus, e com isto não se restitui aos cônjuges separados a liberdade de desposar outra pessoa, de modo que, aquele que repudia a esposa expõe ao adultério a si mesmo, a esposa, e quem quer que se case com ela.

4ª - Perjúrio (juramento) (Mt 5,33-37) – O juramento é uma prova de que as relações entre as pessoas são falsas. Se a mentira não existisse, não haveria motivo para recorrer ao juramento. Deste modo, Jesus vai à raiz do problema e afirma a não necessidade de se recorrer ao juramento, porque a linguagem de todos nós deve ser sempre sincera e reta – “Sim, sim; não, não”.

Dando pleno cumprimento à Lei, Jesus exige dos Seus seguidores um amor atento, profundo, capaz de perceber o espírito da Lei, porque parte do mais profundo do coração humano; trata-se, portanto de um espírito novo.

Deste modo o amor é o critério principal que deve caracterizar o discípulo de Jesus, pois ele vem primeiro que a observância da Lei, e até mesmo, antes do próprio culto oferecido a Deus. Se não houver amor, de nada adiantam a Lei e o Culto.

Portanto, é possível que não amemos de fato, e isto acontece quando:

- nos julgamos maiores que os outros;
- exigimos um respeito que destrói a própria fraternidade;
- nos tornamos mordazes, amargos, cáusticos matando, sobretudo com palavras;
- desonramos o irmão, ou o humilhamos com gestos ou com palavras;
- somos impacientes e demasiadamente exigentes, sem a atitude de misericórdia.

Ressoem as palavras do Apóstolo Paulo aos Romanos:

Não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor que deveis uns aos outros; pois quem ama o próximo, cumpre plenamente a Lei. De fato, os mandamentos: ‘Não cometerás adultério, não cometerás homicídio, não roubarás, não cobiçarás’, e qualquer outro mandamento, se resumem neste: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o pleno cumprimento da Lei” (Rm 13,8-10).

Oremos:

Ó Deus, derramai sobre o nós o Vosso amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo, para que amemos como Jesus amou e não sejamos escravos da Lei, e assim pautemos todo o nosso pensar e viver. Amém.


Fonte: Lecionário Dominical – Editora Paulus – Volume I – Tempo comum – pp.254-256

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Em poucas palavras...

 


“Homicídio com o coração...”

“Não conta só e apenas o ‘fazer’, como acontece na óptica farisaica, e amiúde também na nossa; comete-se homicídio com o coração, antes de o cometer com as mãos, matando o irmão dentro de nós, desprezando-o, odiando-o, privando-o do perdão; mais, dentro de nós ousamos aquilo que exteriormente jamais ousaríamos por temor dos castigos, das censuras.

Um coração venenoso envenena todo o resto, causando tensões, rivalidades, discórdias, mesmo entre irmãos.” (1)

 

 

(1) Lecionário Comentado - Volume I - Tempo Comum - passagem do Evangelho de Mateus (Mt 5,20-26)

Na brisa suave de Deus...

                                                       

Na brisa suave de Deus...

Às vezes os problemas nos inquietam, irritam...
Desejamos algo ou alguém que venha a nós,
Como bálsamo, revigoramento...

Assim é Deus!
Nas horas mais difíceis, bem como em todas as horas,
Ele vem ao nosso encontro "Como uma brisa divina".

Envolvidos pela brisa divina nos refazemos.
Retomamos nossos caminhos, projetos, lutas e sonhos.

Acolhidos e envolvidos pela brisa leve e suave,
Ancorados e sustentados pela mão divina,
Sejamos a mão de Deus para o outro...

Enquanto nossas mãos estendermos,
Nunca nos faltará uma  mão humana,
Afeto, carinho e ternura divina.

Assim é Deus!
Na brisa suave Deus se apresenta!
Na brisa suave Deus nos orienta.
Na brisa suave nos tranquiliza,
Sua presença nos diviniza.

Assim é Deus!
Sintamos esta suave brisa de Deus nos envolvendo agora!
Deus que jamais abandona quem por Ele se enamora.

Assim é Deus!

Sejamos revigorados pela força divina

                                                            

Sejamos revigorados pela força divina

Na passagem do Primeiro do Livro dos Reis (1 Rs 19,9a.11-16), a rainha pagã, idólatra, furiosa pela morte dos profetas de Baal, persegue Elias, autor desta derrota, para matá-lo.

Vemos o Profeta do Senhor ameaçado e desconsolado, regressando à sua terra natal, atravessando o deserto, com uma caminhada de quarenta dias, percorrendo, ao contrário, o itinerário feito outrora por Israel (1 Rs 19,3-8).

Elias sobe ao Monte Horeb, e o Senhor Se manifesta, não de forma espetacular, como vemos na passagem, e como nos disse São Jerônimo – “não no movimento da terra ou na tempestade das emoções chega a voz de Deus ao Profeta, nem na tempestade, nem no fogo, mas na voz de uma brisa ligeira”.

De fato, Deus não se deixa encontrar na espetacularidade dos sinais exteriores, mas no íntimo do coração, confortando o Profeta e o capacitando para o desempenho da missão.

A perseguição enfrentada por Elias o leva a:

- redescobrir as raízes de sua fé;
- purificar a mesma;
- renovar o zelo pelo Senhor;
- revitalizar o ardor na relação com o Senhor;
- procurar mais de perto a força do Senhor;
- ouvir a voz do Senhor dentro de si;
- rejeitar a espetacularidade da fé;

Também nós podemos passar por momentos difíceis na vivência de nossa fé, e esta experiência de Elias, muito nos ilumina e nos fortalece, para que façamos o mesmo caminho, carregando, com as renúncias necessárias, nossa cruz de cada dia.

Oremos:

Senhor, Deus rico em misericórdia e fiel, que através das provações e dificuldades da vida nos concedeis sempre a Vossa graça, para que fortalecidos continuemos nosso caminho, e nada nos desvie do cumprimento de vossa vontade, e assim jamais vacilemos na fé, esmoreçamos na esperança e esfriemos na caridade. Amém.


PS: cf. Lecionário Comentado –  Volume I – Tempo Comum – Ed. Paulus – 2011 - pp.500-502

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