quarta-feira, 12 de junho de 2024

Bênção para os namorados

                                                         

Bênção para os namorados

Ó Deus Pai de Amor, que viveis e reinais em comunhão com Vosso amado Filho, e com o Espírito Santo, derramai copiosas bênçãos sobre os namorados que a Vós recorrem neste e em todos os dias.

Abençoados por Vós, cresçam em estima um pelo outro, com amor sincero, e se conformem aos Vossos desígnios, dando passos para o aprofundamento do amor vivido.

Também Vos pedimos que, na graça do namoro santo, sejam para o mundo testemunhas da santidade por Vós querida, conduzidos pela Vossa Palavra e alimentados pelo Vosso Sacramento da Eucaristia, não se curvem à imposição da cultura do prazer sem maiores compromissos.

Ó Deus, que por Vós abençoados, como namorados, sal da terra e luz do mundo, no seguimento dos ensinamentos recebidos de Vosso amado Filho, com a força e sabedoria do Santo Espírito que neles habitam, tenham os passos orientados e os corações confirmados em Vosso amor. Amém. 

Sejamos luz!

                                                         


Sejamos luz!

Sejamos enriquecidos pelo “Tratado sobre o Evangelho de São Mateus”, do Bispo São Cromácio (séc. IV), para o aprofundamento do capítulo 5 deste Evangelho, em que Jesus nos diz que somos a luz do mundo.

“Vós sois a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim num candeeiro, onde ela brilha para todos os que estão em casa (Mt 5,14-15).

O Senhor chamou Seus discípulos de sal da terra, porque eles deviam dar um novo sabor, por meio da sabedoria celeste, aos corações dos homens que o demônio tornara insensatos. E também os chamou de luz do mundo porque, iluminados por Ele, verdadeira e eterna luz, tornaram-se também eles luz que brilha nas trevas.

O Senhor é o Sol da justiça; é, por conseguinte, com toda razão que chama Seus discípulos luz do mundo; pois é por meio deles que irradia sobre o mundo inteiro a luz do Seu próprio conhecimento. Com efeito, eles afugentaram dos corações dos homens as trevas do erro, manifestando a luz da verdade.

Iluminados por eles, também nós passamos das trevas para a luz, como afirma o Apóstolo: Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Vivei como filhos da luz (Ef 5,8). E noutra passagem: Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas (1Ts 5,5).

Com razão diz também São João numa Epístola sua: Deus é luz (1Jo 1,5); e quem permanece em Deus está na luz, da mesma forma como Ele próprio está na luz. Portanto, uma vez que temos a felicidade de estar libertos das trevas do erro, devemos caminhar sempre na luz, como filhos da luz. A esse propósito, diz ainda o Apóstolo: Vós brilhais como astros no universo. Conservai com firmeza a Palavra da vida (Fl 1,15-16). 

Se não procedemos assim, ocultaremos e obscureceremos com o véu da nossa infidelidade, para prejuízo tanto nosso como dos outros, uma luz tão útil e necessária.

Eis o motivo por que incorreu em merecido castigo aquele servo que, recebendo o talento para dar juros no céu, preferiu escondê-lo a depositá-lo no banco.

Assim, aquela lâmpada resplandecente, que foi acesa para nossa salvação, deve sempre brilhar em nós. Pois temos a lâmpada dos Mandamentos de Deus e da graça espiritual a que se refere Davi: Vosso Mandamento é uma luz para os meus passos, é uma lâmpada em meu caminho (cf. Sl 118,105). E Salomão também diz acerca dela: O preceito da Lei é uma lâmpada (cf. Pr 6,23).

Por isso, não devemos ocultar esta lâmpada da Lei e da fé, mas colocá-la sempre no candelabro da Igreja para a salvação de todos. Então gozaremos da luz da própria verdade e serão iluminados todos os que creem.” (1)

No testemunho da Fé, estas palavras iluminam nosso caminhar, para que a solidifiquemos, com coragem e ousadia, inflamados pelo fogo do Espírito, e assim,  luz do mundo sejamos em todos os momentos, sobretudo nas situações mais sombrias, adversas e obscuras, como um raio da luz divina, com nossas palavras e ações, comuniquemos a esperança de novos tempos, de novas possibilidades.

As palavras do Bispo nos incentivam, de modo muito contundente e irrefutável, a não deixar a chama da caridade, para que, nas situações de desamor sejamos um sinal do Amor divino; nas situações de ódio e rancores, sinais do perdão, ternura e da bondade divinas.

Ontem, hoje e sempre, o mundo precisa de pessoas iluminadas pela Palavra e pela Luz do Santo Espírito. 

Que a luz acesa no dia do nosso Batismo jamais seja apagada pelo vento das contrariedades e das dificuldades, das circunstâncias não favoráveis, ao contrário,  sejam elas, paradoxalmente, porque temos fé no Senhor, a certeza de que Deus não permitirá que a nossa luz se apague.

Nada pode apagar em nós a luz que Deus, um dia, acendeu, nada pode destruir em nós o que Deus, um dia, tenha feito. Sejamos luz! 

(1) Liturgia das Horas - volume Tempo comum - pp. 1350-1351

“Alegria do Evangelho”

                                                       


“Alegria do Evangelho

Senhor, a Vós recorremos confiantes e suplicamos:
Dai-nos Vossa Sabedoria em todos os instantes,
Para que sejamos corajosas testemunhas Vossas,
Com a indispensável graça para a perseverança.

A Vossa Sabedoria que nos preserva de riscos indesejáveis,
Como o da autossuficiência e indiferença,
Numa autêntica fidelidade à Vossa Palavra
Em todas as circunstâncias, favoráveis ou não.

Testemunhar a fé contra o risco de perdê-la.
Quando situações adversas e ventos contrários
Teimosamente insistirem em soprar,
Saibamos confiar em Vossa terna presença.

Comunicai-nos Vossa Divina Sabedoria,
Para que diante da provação inevitável,
Seja a dor, o pranto, o sofrimento e a morte,
Fiéis a Vós, sejamos humildes e fortes.

Deus, Forte, Santo e infinitamente misericordioso,
Afastai de nós as aflições e as lágrimas da condição humana,
Quando copiosa e teimosamente verterem,
Consolai-nos, confortai-nos, afagai-nos, Senhor!

Fortalecei nossa necessária perseverança,
Sem permitir que morra a fina flor da Caridade,
Que brota, morre e renasce continuamente,
Quando a nossa fé não se separa da Esperança.

Dai-nos, Senhor, Vossa Divina Sabedoria
Para compreendermos a dura linguagem da Cruz,
Loucura para alguns, escândalo para outros,
Que para a vida plena e eterna nos conduz.

Vossa força e graça nos acompanhem todos os dias,
Para que, ao testemunhar nossa Fé em Vós,
Sejamos discípulos missionários perseverantes,
Comunicando a “Alegria do Evangelho” com sabedoria.

Praticar e ensinar a Lei do Senhor

                                                      

Praticar e ensinar a Lei do Senhor

Reflexão à luz da passagem do Evangelho (Mt 5,17-19), em que Jesus diz não ter vindo revogar à Lei, mas para dar-lhe pleno cumprimento.

Assim nos diz o Lecionário Comentado:

O crente, animado pelo fogo divino, não é levado à intolerância ou ao fanatismo, mas procura acolher as sementes do bem e de liberdade onde quer que se encontrem, e aproxima-os, acendendo neles a vida do Espírito” (p.493).

Oremos:

Ó Pai de Amor, cremos em Vosso Amado Filho,
E suplicamos o fogo divino do Vosso Santo Espírito.

Vós que sois o bem, todo o bem, o sumo bem,
Orientai nossos passos no caminho do bem.

Vosso Filho, que é o Caminho que a Vós nos conduz,
Firmai nossos passos no caminho da justiça e da paz.

Vosso Filho, que é a verdade que nos liberta,
Libertai-nos de todo mal e de tudo que nos escravize.

Vosso Filho, que é a vida e nos dá vida plena e definitiva.
Não permitais que enveredemos na cultura da morte.

Vosso Espírito, que é fogo que inflama, aquece e ilumina,
Seja-nos comunicado para orientar todo o nosso pensar e agir.

Vosso Espírito, que cura, revigora e nos salva,
Para que, refeitos de nossas fragilidades, ponhamo-nos a caminho.

Vosso Espírito de amor, a nós comunicado como sopro e fogo,
Seja nosso Advogado, o Paráclito, o fogo que queime nossos medos.

Deste modo, ó Deus, amemos e vivamos o que Vosso Filho nos ensinou,
Com a proteção e assistência do Espírito, que vive em plena comunhão,

Amemos e sigamos “Jesus que dá tudo por tudo (Deus aos homens)
E pede tudo por tudo (fidelidade plena)”.

Amemos, adoremos e sigamos Jesus, que Se entregou por amor a nós,
Totalmente, e pede que também nos doemos totalmente.

Tão somente assim, Vossa divina Lei praticando e ensinando, Seremos considerados grandes no Reino dos Céus (Mt 5,19). Amém.

Bem-Aventuranças vividas, sal e luz seremos

                                                    

Bem-Aventuranças vividas, sal e luz seremos


"Enquanto o amor humano tende
a apossar-se do bem que encontra no seu objeto,
o Amor Divino cria o bem na criatura amada" .

Na Liturgia, da Quarta-feira da 10ª Semana do Tempo comum, ouvimos a passagem do Evangelho em que Jesus diz que não veio abolir a Lei e os Profetas, mas para dar pleno cumprimento, exortando-nos à prática e ao ensinamento dos mesmos, para nos tornarmos grandes no Reino dos Céus (Mt 5, 17-19).

Vemos que Deus tem um Projeto de Salvação para a humanidade, mas somente na fidelidade a Ele e aos Seus Mandamentos é que alcançaremos vida plena e feliz.

Estamos diante de um desdobramento do Sermão da Montanha - (Mt 5, 1-12). Na continuidade Jesus com Seus ditos nos exorta à prática das Bem-Aventuranças, com seus desdobramentos no cotidiano.

Não será o cumprimento das regras externas que nos levará ao alcance da felicidade e de uma religião a Deus agradável, mas antes a atitude de adesão interior a Deus e à Sua Proposta.

O Missal Dominical afirma que “o amor é querer o bem do amado”, de modo que, viver as Bem-Aventuranças, e ser sal e luz do mundo, é viver um amor que quer e cria o bem do amado. Isto nos remete a dois grandes Santos da Igreja:

- São Tomás de Aquino: “Enquanto o amor humano tende a apossar-se do bem que encontra no seu objeto, o amor divino cria o bem na criatura amada".

- São João da Cruz: "O afeto e o apego da alma à criatura torna-a semelhante a esta mesma criatura. Quanto maior a afeição, maior a identidade e semelhança, porque é próprio do Amor, tornar aquele que Ama semelhante ao amado."

Por isto, Jesus dá quatro exemplos em que o amor verdadeiro e puro tem que falar mais alto, se sobrepondo a qualquer sentimento de ódio, indiferença, ira, posse, condenação, falsidade...:

1 - As relações fraternas e a contínua necessidade da reconciliação;
2- O adultério e a necessidade de conversão, vendo no outro a imagem e templo de Deus;

3 - A confirmação da aliança indissolúvel do matrimônio, desde a criação, ratificando, assim, o Plano de Deus.

4 - A importância de nos relacionarmos na sinceridade e na confiança, tornando os relacionamentos sadios e edificantes.

A questão essencial é: para quem quiser viver na dinâmica da Boa-Nova do Reino de Deus, não basta o cumprimento rigoroso e escrupuloso da Lei, seguindo a casuística das regras da Lei.

É preciso que se tenha uma atitude interior nova, que revele um compromisso verdadeiro com Deus, envolvendo a pessoa toda, transformando seu coração, suas escolhas, seus relacionamentos, sua postura diante do Criador e Suas criaturas.

Em relação a Deus, sejamos filhos e filhas, em relação ao próximo, sejamos fraternos e solidários.

Reflitamos:

- Cumprimos os Mandamentos da Lei Divina por medo ou por amor?

- Para Jesus, “não matar” é evitar tudo aquilo que cause dano ao próximo (egoísmo, prepotência, autoritarismo, injustiça, indiferença...). O que podemos evitar para que sejamos fiéis ao Senhor?

- Em que as afirmações dos Santos da Igreja, citadas acima, nos ajudam para que vivamos as Bem-Aventuranças e sejamos sal da terra e luz do mundo?

- Fazemos dos Mandamentos Divinos sinais indicadores no caminho que conduz à vida plena?

O Sermão de Nosso Senhor foi e continua sendo ouvido na montanha, mas é preciso que desçamos à planície do cotidiano.

Eis o grande desafio: a missão de ser sal da terra e luz do mundo, iluminados pela Sabedoria Divina, a Sabedoria do Santo Espírito, para que sejamos uma Igreja no coração do mundo, e ao mesmo tempo homens e mulheres do mundo no coração da Igreja.

Somente assim não seremos sal insípido, sem gosto, que para nada serve, como já nos alertara o Senhor.

Em poucas palavras...

 


“Jesus convida os pecadores para a mesa do Reino...”

"Jesus convida os pecadores para a mesa do Reino: «Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores» (Mc 2, 17).

Convida-os à conversão sem a qual não se pode entrar no Reino, mas por palavras e atos, mostra-lhes a misericórdia sem limites do Seu Pai para com eles e a imensa «alegria que haverá no céu, por um só pecador que se arrependa» (Lc 15, 7).

A prova suprema deste amor será o sacrifício da Sua própria vida, «pela remissão dos pecados» (Mt 26, 28)."

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 545

terça-feira, 11 de junho de 2024

Sabor e Luz

                                                      

Sabor e Luz

Reflexão à luz da passagem do Evangelho, em que Jesus nos diz que, como Seus seguidores, devemos ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-16).

Assim lemos no Comentário do Missal Cotidiano:

Todo pequeno esforço para o bem não fica perdido: é como um fiozinho de erva que contribui para tornar verde um campo.

Tem-se hoje a tentação de desconhecer os pequenos valores, mas uma pequenina luz ilumina passo sobre passo.

‘Ser’ cristão é um empenho social, missionário. Não depreciemos a mais ínfima contribuição para a construção do Reino: o oceano e feito de gotas” (1).

De fato, nisto consiste a vida cristã: ser sinal da presença de Deus, com nossos pequenos gestos, mas se por amor, tornam-se grandes aos Seus olhos.

Cada gesto de amor que fizermos é sal que dá gosto de vida ao outro; uma luz que se acende, por vezes, em situações adversas e sombrias.

Estamos no mundo, na exata medida, para sermos sal da terra e luz do mundo. Entretanto, em nome de fazer grandiosas ações, muitas vezes, nos calamos, com indesejável omissão, e perdemos a oportunidade e a graça de sermos a presença de Deus na vida de nosso próximo.

Reavivemos a chama da fé em nosso discipulado, renovando em nós e no coração do outro, a esperança, ainda que com gestos pequenos de caridade, fazendo a diferença na vida de quem mais precisa de nossa acolhida, compreensão e solidariedade.

Um dos caminhos que a Igreja nos ensina é a prática das Obras de misericórdia corporais e espirituais.

As obras de misericórdia corporais: 
1ª Dar de comer a quem tem fome;
2ª Dar de beber a quem tem sede;
3ª Vestir os nus;
4ª Dar pousada aos peregrinos;
5ª Assistir aos enfermos;
6ª Visitar os presos;
7ª Enterrar os mortos.

As obras de misericórdia espirituais são:
1ª Dar bom conselho;
2ª Ensinar os ignorantes;
3ª Corrigir os que erram;
4ª Consolar os aflitos;
5ª Perdoar as injúrias;
6ª Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo;
7ª Rogar a Deus por vivos e defuntos

(Catecismo de S. Pio X. Capítulo IV. "Das obras de misericórdia").

Oremos:

Ó Deus, que nos confiastes a graça de sermos sal da terra e luz do mundo, ajudai-nos a viver na fidelidade aos Vossos desígnios, para que jamais percamos o sabor e não ofusquemos o esplendor que  nos concedestes no dia de nosso Batismo. 

Ajudai-nos também a dar sabor, como o sal ao alimento, a quantos precisarem redescobrir o gosto de viver, de Vos conhecer e amar, e assim, da luminosidade divina,  frágeis instrumentos Vossos sejamos. Amém.

(1) Missal Cotidiano - Editora Paulus - pág.881

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