sexta-feira, 5 de abril de 2024

Em poucas palavras...

 


Os montes das Santas Escrituras

“Não vos extravieis no meio do nevoeiro, antes escutai a voz do pastor. Retirai-vos para os montes das Santas Escrituras; ali encontrareis as delícias do vosso coração e não achareis nada que vos possa envenenar ou fazer mal, pois ricas são as pastagens que ali se encontram.” (1)

 

 

(1) Santo Agostinho, Sermão 46 sobre os pastores

Uma Igreja a serviço da vida plena

Uma Igreja a serviço da vida plena

Na passagem da primeira Carta de Pedro (1 Pd 2,4-9), nos é apresentado o fundamento, a Pedra  Angular, a Pedra principal da Igreja que é Jesus Cristo, no qual os cristãos são pedras vivas.

Como Igreja se constitui um povo sacerdotal, com a missão de viver uma obediência incondicional aos Planos do Pai, no amor aos irmãos, e nisto consiste o verdadeiro culto agradável a Deus.

Deste modo, a Igreja precisa crescer na fé para alcançar a Salvação, vencendo todas as dificuldades, hostilidades, incompreensões e perseguições, consciente de sua missão no testemunho do Ressuscitado, com a força vivificante do Espírito Santo, infundida no coração dos discípulos.

Como comunidade da Nova Aliança, a Igreja precisa oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus e, como Povo de Sacerdotes, ofertar uma vida santa, vivida na entrega a Deus e no dom da vida aos irmãos, com amor total e incondicional, superando todo medo, em total fidelidade e confiança em Deus.

A comunidade não pode se contentar com um verniz cristão que a torne indiferente a todos os problemas que cercam a vida humana.

Sendo Cristo o fundamento da Igreja, e o amor o distintivo dos cristãos, a missão da Igreja será colocar-se em todos os âmbitos, profeticamente, como instrumento da vida plena e definitiva.

Volta para o Pai e fica para sempre conosco!

Volta para o Pai e fica para sempre conosco!

"Em verdade, em verdade vos digo: quem acredita em mim fará
as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas.
Pois Eu vou para o Pai"  (Jo 14,12)


Na passagem do Evangelho (Jo 14,6-14), Jesus está prestes a concluir a missão para a qual foi enviado pelo Pai, e sabe que a Sua presença histórica no meio dos homens está perto do fim.

Ele sabe que precisa iniciar a preparação dos Apóstolos para que reconheçam a Sua nova forma de ser presença na vida das pessoas, assim como para receberem o Espírito Santo e serem conduzidos por Ele na sua missão evangelizadora, como se dera na Sua manifestação gloriosa, quando estavam reunidos com as portas fechadas por medo dos judeus, logo após a Sua Morte.

É neste contexto que devemos refletir a passagem: ontem e hoje os discípulos missionários do Senhor precisam da convicção e certeza de que Ele jamais nos abandonará.

Continuamos aqui a Sua Missão, com a força vivificante do Seu Espírito prometido e enviado.

Jesus sabe que parte para junto do Pai, e se apresenta como o Caminho, a Verdade e a Vida para chegar até Ele.

Sabe também que não chegará à glória eterna, à comunhão com o Pai, sem passar pelo Mistério da Paixão e Morte, testemunhando Amor e fidelidade até o fim.

Com Sua Morte e Ressurreição, prepara um lugar para onde Ele mesmo conduzirá todas as pessoas que ama, a fim de conviverem eternamente com Ele, enviando do Pai, o Espírito Santo Paráclito.

Voltando para o Pai, Jesus fica na mais perfeita comunhão de Amor para sempre, e assim bem perto de nós, com a doce e vivificante presença do Espírito Santo!

Em poucas palavras...

 


“Quem poderia ser este próximo senão o próprio Salvador?”

“Quem poderia ser este próximo senão o próprio Salvador? Quem mais do que Ele teve piedade de nós que estávamos para ser mortos pelos dominadores deste mundo de trevas com as muitas feridas, os medos, as paixões, as iras, as dores, os enganos, os prazeres? 

De todas estas feridas o único médico é Jesus. É Ele que derrama sobre nossas almas feridas o vinho que é o sangue da videira de Davi; é Ele que doa copiosamente o óleo que é a piedade do Pai.” (1)



(1)              Clemente Alexandrino, Quis dives, 29

A insustentabilidade dos horizontes fragmentários

A insustentabilidade dos horizontes fragmentários

“Qual é o lugar que concedemos a Deus na nossa vida? Na cultura contemporânea está presente um indubitável processo de marginalização da fé. Deus parece não ter muito a dizer acerca das últimas esperanças, sob re projetos decisivos.

Talvez porque, fechados em horizontes fragmentários, renunciamos a estabelecer metas de grande fôlego. Eis que a realidade religiosa é reduzida a um mero adorno, a objeto de dissertação
pseudo-intelectual, a mera curiosidade...”

Os dias passam velozmente ou as atividades nos envolvem plenamente?
Quando damos conta, foi-se o dia, a semana, o mês e mais um ano.
O que fizemos ou deixamos de fazer corroem nossa mente e coração:
A visita que não foi feita, a atenção que não se deu, a promessa que não se cumpriu, a meta pela qual não se aplicou como deveria....
O contato adiado, bloqueado, congelado para quando o tempo se multiplicar.
Mas o tempo não se multiplica, é sempre o mesmo tempo. O que com ele fazemos?

Às vezes não dando conta dos horizontes fragmentários e sua insustentabilidade, com projetos para um dia, planos para agora, sem mesmo a mínima projeção.

Vive-se para o tempo chamado momento, com a perda da linha da história, logo esvaziamento.

Mas bem diferente é o que Deus de nós espera:
Que tenhamos metas, sonhos, projetos, perspectivas.

Confiança, perseverança, entrega, empenho, determinação, concretização...
Horizontes fragmentários hão de ceder lugar a horizontes mais plenos e completos.

Contemplemos a próxima existência individual (eternidade), social (um mundo novo possível) e cósmica (planeta e a ética do cuidado).

Cessem os horizontes fragmentários!
Inauguremos horizontes mais universais.
Rompamos todo egoísmo, derrubemos eventuais máscaras,
Redescubramos em cada ser a divina presença.

Há perspectivas. Ainda há sonhos. Ainda há quem não ceda e multiplique pesadelos.

Há quem olhe para o mundo com olhar de poeta e coração de profeta. Sem medo e com ousadia; sem deserções e malévolas covardias...

É o tempo por Deus dado. É o tempo por nós a ser vivido e preenchido, dando a cada segundo um quê de beleza e sentido.

Não haverá fragmentários horizontes para quem do Verbo se nutre no Pão da Eucaristia, porque iluminado por uma indispensável Palavra que transforma trevas na mais bela luz do dia.

Há saídas, há perspectivas... 
Não nos entreguemos, 
Irmanemo-nos.

Erradiquemos todos os ruídos que destroem o silêncio da alma.
Não apenas tenhamos saudades do Éden (o que de nada adiantaria),
É preciso redescobri-lo, construí-lo, enquanto ainda é dia...

É preciso pensar global e agir local.

À luz da fé que professo: pensar globalmente sob a inspiração do Espírito, na fidelidade ao Deus Único que nos criou e por tanto em nós confiar, prolongadores da ação do Verbo, agir localmente, em pequenos e grandes compromissos inauguradores de novos horizontes não mais fragmentários, mas que abrace a tudo e a todos.

Confiança inabalável no Espírito Santo

Confiança inabalável no Espírito Santo

Reflexão à luz da passagem da Primeira Carta do Apóstolo Pedro (1Pd 3,15-18), em que encontramos uma exortação para que a comunidade permaneça confiante, apesar das hostilidades e dificuldades encontradas.

Os sofrimentos e perseguições ofereciam um contexto fundamental para o testemunho sereno da fé, num autêntico amor, até mesmo pelos seus perseguidores, assim como o próprio Cristo, que fez da Sua vida um dom de Amor a todos.

Em todo o tempo, os discípulos missionários do Senhor, devem, também, estar sempre dispostos a apresentar as razões da sua fé e da sua esperança, testemunhando a Palavra de Deus e as verdades que nos orientam e garantem vida e liberdade.

No entanto, sem a agressividade, mas com necessária delicadeza,  modéstia, respeito, boa consciência, vivendo um amor universal, por isto, até mesmo pelos seus perseguidores.

Ainda mais, em qualquer circunstância – mesmo diante do ódio e da hostilidade dos perseguidores, haverão de preferir fazer o bem do que fazer o mal. 

Tão somente assim, os perseguidores ficarão desarmados e sem argumentos; e todos perceberão mais facilmente de que lado está a verdade e a justiça.

A comunidade dos que creem em Deus deve pautar a vida pela lógica de Jesus e não pela lógica do mundo, fazendo a doação da vida, por amor, alcançando assim, a glória da Ressurreição.

Nesta passagem, temos uma espécie de conduta da vida cristã em meio às contradições do mundo, de modo que, a comunidade deve manter:

“... audácia humilde e respeitosa para com todos na profissão de fé; constância na realização do bem, custe o que custar; em todas as circunstâncias, comportamento como o de Cristo, o inocente que morreu ‘pelos pecadores para nos conduzir a Deus’” (1)

Por fim, deve manter viva a confiança, a alegria, a fidelidade, a esperança, contando sempre com a assistência do Espírito do Ressuscitado.

Fonte de pesquisa: www.Dehonianos.org/portal 
(1)        Missal Quotidiano, Dominical e Ferial – Editora Paulus – Lisboa – 2012 -  p.767

O encontro com o Senhor deu novo sentido à nossa vida

O encontro com o Senhor deu novo sentido à nossa vida

A passagem da Segunda Carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios (2 Cor 5,14-17), nos apresenta o amor de Deus, que não nos abandona  e, por meio de Jesus, nos dá a vida nova.

De fato, Deus não é indiferente, mas interveniente em nossa história, porque nos ama, e está presente ao nosso lado, indicando-nos o caminho da vida plena e feliz: Homens Novos e Nova Humanidade.

O Apóstolo, embora não tenha conhecido o Jesus histórico, fez a experiência do amor de Cristo Ressuscitado e deixou-se absorver por esse Amor, que o impeliu na missão, com coragem, ousadia e total fidelidade, até o extremo, no martírio.

Paulo consome-se em comunicar este Amor de Cristo a todas as pessoas, em todos os lugares, por isto é reconhecido como Doutor e Evangelizador das nações. E esta é a Boa-Nova que o absorve completamente:

“Cristo morreu por todos, a fim de que os homens, aprendendo a lição do amor que se dá até as últimas consequências, deixassem a vida velha, marcada por esquemas de egoísmos e de pecado. Contemplando o Cristo que oferece a Sua vida ao Pai e aos irmãos, os homens não viverão, nunca mais, fechados em si mesmos, mas viverão, como Cristo, com o coração aberto a Deus e aos outros homens”. (1)

Reflitamos:

- Qual é a profundidade de nosso amor por Jesus?
- Quando se deu este encontro?
- Como O anunciamos e O testemunhamos?

Este encontro que o Apóstolo fez com o Senhor, é o mesmo que fizemos e que mudou a nossa vida, redimensionou nossos horizontes, como tão bem expressou o Papa Bento XVI:

Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”.




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