segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Mensagem para o 50º Dia Mundial da Paz (Papa Francisco) (2017)


Mensagem para o 50º Dia Mundial da Paz – Papa Francisco
“A não-violência: estilo de uma política para a paz”

O Papa Francisco em sua Mensagem para 50º Dia Mundial da Paz (1º de janeiro de 2017) nos convida a viver a não-violência, fazendo desta um estilo de política para a paz, assim como se intitula sua Mensagem.

Inicia ressaltando a semelhança de Deus impressa em cada pessoa, o que, consequentemente, a torna portadora de dons sagrados, com dignidade imensa. Deste modo, todos somos chamados a respeitar esta dignidade, sobretudo nas situações de conflito.

Retoma a primeira Mensagem feita pelo Beato Papa Paulo VI em que se dirigiu a todos os povos – e não só aos católicos – com palavras inequívocas: “Finalmente resulta, de forma claríssima, que a paz é a única e verdadeira linha do progresso humano (não as tensões de nacionalismos ambiciosos, nem as conquistas violentas, nem as repressões geradoras duma falsa ordem civil)”.

 E ainda a referência ao que o Beato fez a São João XIII, em que exaltava “o sentido e o amor da paz baseada na verdade, na justiça, na liberdade, no amor” pela notável atualidade.

O Papa Francisco exorta para a não-violência como estilo duma política de paz, pedindo a  Deus para nos ajudar a todos na inspiração da não-violência nas profundezas dos sentimentos e valores pessoais.

“Sejam a caridade e a não-violência a guiar o modo como nos tratamos uns aos outros nas relações interpessoais, sociais e internacionais... Desde o nível local e diário até ao nível da ordem mundial, possa a não-violência tornar-se o estilo caraterístico das nossas decisões, dos nossos relacionamentos, das nossas ações, da política em todas as suas formas” (n.1).

Em seguida nos apresenta a realidade um mundo dilacerado, marcado por guerra mundial aos pedaços (diferentemente do século passado que foi arrasado por duas guerras mundiais devastadoras, conheceu a ameaça da guerra nuclear e um grande número de outros conflitos).

Uma violência que se exerce «aos pedaços», de maneiras diferentes e a variados níveis, provocando enormes sofrimentos: guerras em diferentes países e continentes; terrorismo, criminalidade e ataques armados imprevisíveis; os abusos sofridos pelos migrantes e as vítimas de tráfico humano; a devastação ambiental.

Enfatiza que a violência não é o remédio para o nosso mundo dilacerado: “Responder à violência com a violência leva, na melhor das hipóteses, a migrações forçadas e a atrozes sofrimentos, porque grandes quantidades de recursos são destinadas a fins militares e subtraídas às exigências do dia-a-dia dos jovens, das famílias em dificuldade, dos idosos, dos doentes, da grande maioria dos habitantes da terra. No pior dos casos, pode levar à morte física e espiritual de muitos, se não mesmo de todos (n.2).

É preciso voltar para a Boa-Nova de Jesus que traçou o caminho da não-violência que Ele percorreu até o fim, até a Cruz, tendo assim estabelecido a paz e destruído a hostilidade (Ef 2,14-16, Mt 5,44):

“O próprio Jesus viveu em tempos de violência. Ensinou que o verdadeiro campo de batalha, onde se defrontam a violência e a paz, é o coração humano: «Porque é do interior do coração dos homens que saem os maus pensamentos» (Marcos 7, 21) (n.3)

Assim compreendeu São Francisco de Assis, que exortava: «A paz que anunciais com os lábios, conservai-a ainda mais abundante nos vossos corações» (n.3)

Como verdadeiros discípulos de Jesus, precisamos aderir também à Sua proposta de não-violência, desde que esta seja entendida não como sinônimo de rendição, negligência ou passividade.

Citando madre Tereza, ressalta que nossa missão é ir ao encontro das vítimas com generosidade e dedicação, tocando e vendando cada corpo ferido, curando cada vida dilacerada (n.4).

Cita outras pessoas que entenderam e viveram a não-violência: Mahatma Gandhi Khan Abdul Ghaffar Khan, na libertação da Índia; Martin Luther King Jr contra a discriminação racial nunca serão esquecidos; Leymah Gbowee e milhares de mulheres liberianas, que organizaram encontros de oração e protesto não-violento (pray-ins), obtendo negociações de alto nível para a conclusão da segunda guerra civil na Libéria, e por fim São João Paulo II também é lembrado

–“Que os seres humanos aprendam a lutar pela justiça sem violência, renunciando tanto à luta de classes nas controvérsias internas, como à guerra nas internacionais” (n.4).

Ressalta o compromisso da Igreja na implementação de estratégias não-violentas para promoção da paz em muitos países solicitando, inclusive aos intervenientes mais violentos, esforços para construir uma paz justa e duradoura.

Reitera sem hesitação que “nenhuma religião é terrorista”, pois a violência é uma profanação do nome de Deus: “Nunca nos cansemos de repetir: «jamais o nome de Deus pode justificar a violência. Só a paz é santa. Só a paz é santa, não a guerra” (n. 4).

Papel fundamental na prática da não-violência exerce a família, como salientou na Exortação Apostólica “Amoris Laetitia” (n.90-130).

Referindo-se ao Jubileu da Misericórdia, que terminou em novembro passado, faz um convite a olhar para as profundezas do coração e a deixar entrar nele a misericórdia de Deus e pôr em prática o pequeno caminho do amor, não perdendo aa oportunidade duma palavra gentil, dum sorriso, de qualquer pequeno gesto que semeie paz e amizade:
“Uma ecologia integral é feita também de simples gestos quotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo” (n. 5).

Convida a todos para a construção da paz por meio da não-violência ativa, conduzidos por Jesus, que nos oferece um “manual” desta estratégia de construção da paz no chamado Sermão da Montanha:

As oito Bem-aventuranças (cf. Mateus 5, 3-10) traçam o perfil da pessoa que podemos definir feliz, boa e autêntica. Felizes os mansos – diz Jesus –, os misericordiosos, os pacificadores, os puros de coração, os que têm fome e sede de justiça” (n.6).

Trata-se de “um programa e um desafio também para os líderes políticos e religiosos, para os responsáveis das instituições internacionais e os dirigentes das empresas e dos meios de comunicação social de todo o mundo: aplicar as Bem-aventuranças na forma como exercem as suas responsabilidades.

Assegura o acompanhamento da Igreja Católica a toda a tentativa de construir a paz inclusive através da não-violência ativa e criativa.

Comunica também a criação de um novo Dicastério, no dia 1 de janeiro de 2017: o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, que ajudará a Igreja a promover, de modo cada vez mais eficaz, “os bens incomensuráveis da justiça, da paz e da salvaguarda da criação” e da solicitude pelos migrantes, «os necessitados, os doentes e os excluídos, os marginalizados e as vítimas dos conflitos armados e das catástrofes naturais, os reclusos, os desempregados e as vítimas de toda e qualquer forma de escravidão e de tortura.

Pedindo a Virgem Maria, a Rainha da Paz, para servir de guia, conclui com estas palavras:

“Todos desejamos a paz; muitas pessoas a constroem todos os dias com pequenos gestos; muitos sofrem e suportam pacientemente a dificuldade de tantas tentativas para a construir”.

No ano de 2017, comprometamo-nos, através da oração e da ação, a tornar-nos pessoas que baniram dos seus corações, palavras e gestos a violência, e a construir comunidades não-violentas, que cuidem da casa comum. “Nada é impossível, se nos dirigimos a Deus na oração. Todos podem ser artesãos de paz” (n.7). 

PS: Desejando ler a mensagem na íntegra, acesse:

Mensagem para o 49º Dia Mundial da Paz (Papa Francisco) (2016)



“Vence a indiferença e conquista a paz”

A Mensagem do Papa Francisco para o 49º Dia Mundial da Paz – 1º de janeiro de 2016, é muito enriquecedora para nossa espiritualidade, no compromisso da ação evangelizadora, como discípulos missionários.

Tendo como título “Vence a indiferença e conquista a paz”, o Papa se volta para a mensagem do ano passado, quando refletiu a necessidade de superação da globalização da indiferença, assim como remete várias vezes à Carta em que nos concede o Ano Santo Extraordinário da Misericórdia (de 08/12/2015 a 20/11/2016) Também cita, várias vezes, a sua primeira Encíclica “Laudato Si”.

Reflete a ação de Deus na história, jamais marcada pela indiferença, mas pela solicitude e misericórdia, a fim de que tenhamos vida plena e feliz, nos exortando à prática da justiça e ao compromisso com a paz, como dom de Deus, mas, aos homens e mulheres, compromisso por Ele confiado.

Exorta-nos a conservar as razões da esperança, fazendo uma breve retrospectiva dos fatos do ano passado: alguns negativos (guerras e atos terroristas, com trágicas consequências de sequestros de pessoas, perseguições por motivos étnicos ou religiosos, prevaricações, multiplicando-se cruelmente em muitas regiões do mundo, a ponto de assumir os contornos daquela que se poderia chamar uma «terceira guerra mundial por pedaços»); outros positivos como: o esforço feito para favorecer o encontro dos líderes mundiais, no âmbito da Cop21, a fim de se procurar novos caminhos para enfrentar as alterações climáticas e salvaguardar o bem-estar da terra, a nossa casa comum; a Cimeira de “Adis-Abeba” para arrecadação de fundos destinados ao desenvolvimento sustentável do mundo; e a adoção, por parte das Nações Unidas, da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que visa assegurar, até ao referido ano, uma existência mais digna para todos, sobretudo para as populações pobres da terra.

Enquanto Igreja, celebramos o cinquentenário da publicação de dois Documentos do Concílio Vaticano II, que exprimem, de forma muito eloquente, o sentido de solidariedade da Igreja com o mundo:  “Nostra aetate” e “Gaudium et spes”  – na busca de uma nova relação de diálogo, solidariedade e convivência da Igreja com a humanidade. 

Promover a cultura da vida e da paz (Dia Mundial da Paz - 2016)

Promover a cultura da vida e da paz

Retomemos a Mensagem do Papa Francisco para o 49º Dia Mundial da Paz (2016), em que nos apresenta algumas formas de indiferença:

- A primeira é a indiferença da sociedade humana para com Deus, e consequentemente a indiferença com o próximo e com a criação.

“Vivendo nós numa casa comum, não podemos deixar de nos interrogar sobre o seu estado de saúde, como procurei fazer na Carta Encíclica Laudato Si”.

A poluição das águas e do ar, a exploração indiscriminada das florestas, a destruição do meio ambiente são, muitas vezes, resultado da indiferença do homem pelos outros, porque tudo está relacionado.

De igual modo o comportamento do homem com os animais influi sobre as suas relações com os outros, para não falar de quem se permite fazer noutros lugares aquilo que não ousa fazer em sua casa. (LS n.51)

A indiferença para com Deus supera a esfera íntima e espiritual da pessoa individual e investe a esfera pública e social, de modo que a paz fica ameaçada pela indiferença globalizada:

“O esquecimento e a negação de Deus, que induzem o homem a não reconhecer qualquer norma acima de si próprio e a tomar como norma apenas a si mesmo, produziram crueldade e violência sem medida. (Papa Bento XVI).

A indiferença pelo ambiente natural: favorece o desflorestamento, a poluição e as catástrofes naturais com desenraizamento de comunidades inteiras do seu ambiente de vida, constrangendo-as à precariedade e à insegurança.

Com isto temos a criação de novas pobrezas, novas situações de injustiça com consequências muitas vezes desastrosas em termos de segurança e paz social, e com isto guerras foram movidas e ainda serão travadas por causa da falta de recursos ou para responder à demanda insaciável de recursos naturais (LS 31 e 48)

Mas é preciso passar da indiferença à misericórdia, com a conversão do coração, insiste o Papa, e discorre sobre sua última Mensagem para o dia Mundial da Paz (2015), quando abordou o primeiro ícone bíblico da fraternidade humana - o ícone de Caim e Abel (cf. Gn 4, 1-16), evidenciando o modo como foi traída esta primeira fraternidade.

Mas Deus, que não é indiferente à história da humanidade, age por meio de Moisés para libertação da escravidão do Egito. Diz a Moisés:

“Eu bem vi a opressão do meu povo que está no Egito, e ouvi o seu clamor diante dos seus inspetores; conheço, na verdade, os seus sofrimentos. Desci a fim de o libertar da mão dos egípcios e de o fazer subir desta terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel” (Ex 3, 7-8).

É importante notar os verbos que descrevem a intervenção de Deus: Ele observa, ouve, conhece, desce, liberta. Deus não é indiferente à nossa história.

Por fim intervém por meio do Seu Filho Jesus, descendo ao meio dos homens, encarnando-Se e revelando-Se solidário com a humanidade, igual a nós, exceto no pecado, para nos redimir.

Jesus ensina-nos a ser misericordiosos como o Pai (cf. Lc 6, 36). Na Parábola do bom samaritano (cf. Lc 10, 29-37) denuncia a omissão de ajuda numa necessidade urgente dos seus semelhantes: «ao vê-lo, passou adiante» (Lc 10, 32).

Urge que sejamos misericordiosos e próximos, sobretudo com todos aqueles que mais sofrem, a fim de que mantenham viva a esperança de um novo tempo, em que a vida seja tratada com o devido respeito, valor e dignidade; de modo que se torna injustificável toda forma de economia ou atitude em relação ao planeta que objetive lucros, colocando em risco tantas vidas.

Que o Espírito do Senhor, fonte iluminadora permaneça com a Igreja para que ela contribua no resplandecer da luz divina, iluminando as realidades obscuras de sofrimento, dor e morte, promovendo e defendendo a cultura da vida e da paz.

Mensagem para o 49º Dia Mundial da Paz (Papa Francisco) - (segunda parte) (2016)



O Papa nos apresenta-nos algumas formas de indiferença:

- A primeira é a é a indiferença da sociedade humana para com Deus, e consequentemente a indiferença com o próximo e com a criação.

“Vivendo nós numa casa comum, não podemos deixar de nos interrogar sobre o seu estado de saúde, como procurei fazer na Carta encíclica Laudato Si”.

A poluição das águas e do ar, a exploração indiscriminada das florestas, a destruição do meio ambiente são, muitas vezes, resultado da indiferença do homem pelos outros, porque tudo está relacionado. E de igual modo o comportamento do homem com os animais influi sobre as suas relações com os outros, para não falar de quem se permite fazer noutros lugares aquilo que não ousa fazer em sua casa. (LS n.51)

- A indiferença para com Deus supera a esfera íntima e espiritual da pessoa individual e investe a esfera pública e social, de modo que a paz fica ameaçada pela indiferença globalizada:

“O esquecimento e a negação de Deus, que induzem o homem a não reconhecer qualquer norma acima de si próprio e a tomar como norma apenas a si mesmo, produziram crueldade e violência sem medida. (Papa Bento XVI).

- A indiferença pelo ambiente natural: favorece o desflorestamento, a poluição e as catástrofes naturais com desenraizamento de comunidades inteiras do seu ambiente de vida, constrangendo-as à precariedade e à insegurança. Com isto temos a criação de novas pobrezas, novas situações de injustiça com consequências muitas vezes desastrosas em termos de segurança e paz social, e com isto guerras foram movidas e ainda serão travadas por causa da falta de recursos ou para responder à demanda insaciável de recursos naturais (LS 31 e 48)

Mas é preciso passar da indiferença à misericórdia, com a conversão do coração, insiste o Papa, e discorre sobre sua última Mensagem par ao dia Mundial da Paz (2015), quando abordou o primeiro ícone bíblico da fraternidade humana - o ícone de Caim e Abel (cf. Gn 4, 1-16), evidenciando o modo como foi traída esta primeira fraternidade.

Mas Deus, que não é indiferente à história da humanidade, age por meio de Moisés para libertação da escravidão do Egito. Diz a Moisés:

“Eu bem vi a opressão do meu povo que está no Egipto, e ouvi o seu clamor diante dos seus inspetores; conheço, na verdade, os seus sofrimentos. Desci a fim de o libertar da mão dos egípcios e de o fazer subir desta terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel” (Ex 3, 7-8). É importante notar os verbos que descrevem a intervenção de Deus: Ele observa, ouve, conhece, desce, liberta. Deus não é indiferente. Está atento e age.

Por fim intervém por meio do Seu Filho Jesus, descendo ao meio dos homens, encarnando-Se e revelando-Se solidário com a humanidade, igual a nós, exceto no pecado, para nos redimir.

Jesus ensina-nos a ser misericordiosos como o Pai (cf. Lc 6, 36). Na Parábola do bom samaritano (cf. Lc 10, 29-37) denuncia a omissão de ajuda numa necessidade urgente dos seus semelhantes: «ao vê-lo, passou adiante» (Lc 10, 32)...

Mensagem para o 49º Dia Mundial da Paz (Papa Francisco) (final) (2016)



A misericórdia é o coração de Deus. Por isso, deve ser também o coração de todos aqueles que se reconhecem membros da única grande família dos seus filhos; um coração que bate forte onde quer que esteja em jogo a dignidade humana, reflexo do rosto de Deus nas Suas criaturas.

É por isso que é determinante para a Igreja, e para a credibilidade do seu anúncio, viver e testemunhar, ela mesma, a misericórdia. A sua linguagem e os seus gestos, para penetrarem no coração das pessoas e desafiá-las a encontrar novamente a estrada para regressar ao Pai, devem irradiar misericórdia.

Nossa primeira verdade da Igreja é o amor de Cristo, que vai até ao perdão e ao dom de Si mesmo, e faz da Igreja serva e mediadora junto dos homens.

Onde a Igreja estiver presente, aí deve ser evidente a misericórdia do Pai, através de nossas paróquias, comunidades, associações e nos movimentos – onde houver cristãos –, qualquer pessoa deve poder encontrar um oásis de misericórdia.

Também somos chamados a fazer do amor, da compaixão, da misericórdia e da solidariedade um verdadeiro programa de vida, um estilo de comportamento nas relações de uns com os outros, e isto requer a conversão do coração, isto é, que a graça de Deus transforme o nosso coração de pedra num coração de carne (cf. Ez 36, 26), capaz de se abrir aos outros com autêntica solidariedade.

É preciso, portanto, fomentar uma cultura de solidariedade e misericórdia para se vencer a indiferença em todos os âmbitos da existência humana.

A paz será como o fruto de uma cultura de solidariedade, misericórdia e compaixão, e ela, sob o signo do Jubileu da Misericórdia, nos convida a superar toda e qualquer forma de indiferença, e a adotar um compromisso concreto para melhorar a realidade onde se vive, a começar  pela própria família, a vizinhança ou o ambiente de trabalho.

Fundamental é o papel dos Estados, que são chamados a cumprir gestos concretos, atos corajosos, a bem das pessoas mais frágeis da sociedade, como os reclusos, os migrantes, os desempregados e os doentes.

Apela aos líderes dos Estados para que realizem gestos concretos a favor dos nossos irmãos e irmãs que sofrem pela falta de trabalho, terra e teto.

Não se pode ficar indiferente também à questão da migração: a clandestinidade traz consigo o risco de arrastar pessoas para a criminalidade; assim como a condição de vida dos doentes,  garantindo a todos o acesso aos cuidados sanitários e aos medicamentos indispensáveis para a vida, incluindo a possibilidade de tratamentos domiciliários.

Finaliza invocando a intercessão de Maria Santíssima, Mãe solícita pelas necessidades da humanidade, para que nos obtenha de seu Filho Jesus, Príncipe da Paz, a satisfação de nossas súplicas, para compromisso diário por mundo fraterno e solidário, faz um tríplice apelo aos líderes dos Estados:

- Abster-se de arrastar os outros povos para conflitos ou guerras que destroem não só as suas riquezas materiais, culturais e sociais, mas também – e por longo tempo – a sua integridade moral e espiritual;
- apelo ao cancelamento ou gestão sustentável da dívida internacional dos Estados mais pobres;


- Apelo à adoção de políticas de cooperação que, em vez de submeter à ditadura de algumas ideologias, sejam respeitadoras dos valores das populações locais e, de maneira nenhuma, lesem o direito fundamental e inalienável dos nascituros à vida.

Mensagem para o 48º Dia Mundial da Paz (Papa Francisco)



Mensagem para o 48º Dia Mundial da Paz

“Já não escravos, mas irmãos"

Na Mensagem para o XLVIII Dia Mundial da Paz, celebrado em 1º de janeiro de 2015, o Papa Francisco propõe uma reflexão sobre os conflitos e guerras ideológicas entre as religiões e países, bem como chama a atenção para a necessidade do diálogo e da paz.

Também alerta para as diferentes formas de escravidão existentes no mundo, que precisam ser superadas, pois não há lugar para a escravidão aos olhos de Deus e a revelação bíblica - ‘já não escravos, mas irmãos’, que é exatamente o versículo inspirador de sua Mensagem, da Carta de Paulo a Filemon.

Na fundamentação bíblica, o Papa faz menção a outras passagens (Gn 1,27-28; Gn 4, 1-16; Gn 9,18-27),  em que nos fala de uma nova realidade que devemos estabelecer entre os povos, para que a vida e a dignidade humana sejam preservadas, contra toda forma de guerra, conflito, violência:

“... a conversão a Cristo, o início de uma vida de discipulado em Cristo constitui um novo nascimento (cf. 2 Cor 5, 17; 1 Ped 1, 3), que regenera a fraternidade como vínculo fundante da vida familiar e alicerce da vida social”.

Após a fundamentação, ele afirma que o próprio Jesus disse aos Seus discípulos:

«Já não vos chamo servos, visto que um servo não está ao corrente do que faz o seu senhor; mas a vós chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai» (Jo 15, 15), e é esta relação que devemos estabelecer entre nós.

Apresenta as múltiplas faces da escravatura, ontem e hoje:

- milhões de pessoas – crianças, homens e mulheres de todas as idades – são privadas da liberdade e constrangidas a viver em condições semelhantes às da escravatura;

- trabalhadores e trabalhadoras, mesmo menores, escravizados nos mais diversos sectores, a nível formal e informal, desde o trabalho doméstico ao trabalho agrícola, da indústria manufatureira à mineração, tanto nos países onde a legislação do trabalho não está conforme as normas e padrões mínimos internacionais, como – ainda que ilegalmente – naqueles cuja legislação protege o trabalhador;

- as condições de vida de muitos migrantes que, ao longo do seu trajeto dramático, padecem a fome, são privados da liberdade, despojados dos seus bens ou abusados física e sexualmente;

- tantos que chegando ao destino, depois de uma viagem duríssima e dominada pelo medo e a insegurança, ficam detidos em condições às vezes desumanas;

- tantos que em diversas circunstâncias sociais, políticas e econômicas impelem a passar à clandestinidade, e naqueles que, para permanecer na legalidade, aceitam viver e trabalhar em condições indignas, caracterizando no trabalho escravo;

-pessoas obrigadas a se prostituírem, entre as quais se contam muitos menores;

- mulheres forçadas a casar-se, umas são vendidas para casamento e outras são deixadas em sucessão a um familiar, por morte do marido, sem que tenham o direito de dar ou não o próprio consentimento;

- menores e adultos que são objeto de tráfico e comercialização para remoção de órgãos, recrutados como soldados, para servirem de pedintes, para atividades ilegais, como a produção ou venda de drogas, ou formas disfarçadas de adoção internacional;

- aqueles que são raptados e mantidos em cativeiro por grupos terroristas, servindo os seus objetivos como combatentes ou, especialmente no que diz respeito às meninas e mulheres, como escravas sexuais, e muitos deles desaparecem, alguns são vendidos várias vezes, torturados, mutilados ou mortos.

Em seguida, apresenta algumas causas profundas da escravatura, quando se trata o outro como um objeto consequência da rejeição da humanidade do outro.

A primeira causa acenada por ele é a combinação da pobreza, com o subdesenvolvimento e exclusão, resultando na falta de acesso à educação, falta de oportunidades de emprego:

– “Não raro, as vítimas de tráfico e servidão são pessoas que procuravam uma forma de sair da condição de pobreza extrema e, dando crédito a falsas promessas de trabalho, caíram nas mãos das redes criminosas que gerem o tráfico de seres humanos. Estas redes utilizam habilmente as tecnologias informáticas modernas para atrair jovens e adolescentes de todos os cantos do mundo”

A segunda é a corrupção daqueles que, para enriquecer, estão dispostos a tudo, isto se deve – “Quando a pessoa é deslocada e chega o deus dinheiro, dá-se esta inversão de valores”.

Apresenta outras causas da escravidão, como os conflitos armados, as violências, a criminalidade e o terrorismo.

Mas também exorta a todas as pessoas de boa vontade para um compromisso comum, para que se vença a escravatura; menciona as congregações religiosas femininas, que realizam, silenciosamente, valiosos trabalhos em favor das vítimas da escravatura, numa tríplice ação: o socorro às vítimas, a sua reabilitação sob o perfil psicológico e formativo, e a sua reintegração na sociedade de destino ou de origem.

Outros atores são fundamentais neste trabalho, e o Papa exorta para que não meçam esforços nesta missão de inverter esta lógica de escravidão que atenta à vida e à dignidade humana:

o papel dos Estados, que deveriam vigiar para que as respectivas legislações nacionais sobre as migrações, o trabalho, as adoções, a transferência das empresas e a comercialização de produtos feitos por meio da exploração do trabalho sejam efetivamente respeitadoras da dignidade da pessoa;

as organizações intergovernamentais são chamadas, no respeito pelo princípio da subsidiariedade, a implementar iniciativas coordenadas para combater as redes transnacionais do crime organizado que gerem o mercado de pessoas humanas e o tráfico ilegal dos migrantes;

as empresas têm o dever não só de garantir aos seus empregados condições de trabalho dignas e salários adequados, mas também de vigiar para que não tenham lugar, nas cadeias de distribuição, formas de servidão ou tráfico de pessoas humanas;

a responsabilidade social do consumidor, porque cada pessoa deveria ter consciência de que «comprar é sempre um ato moral, para além de econômico»;

 - as organizações da sociedade civil  que têm o dever de sensibilizar e estimular as consciências sobre os passos necessários para o combate e erradicação da cultura da servidão.

Para que a paz se torne uma realidade, convoca os cristãos para que sejam “artífices da globalização da solidariedade e da fraternidade que possa devolver-lhes a esperança e levá-los a retomar, com coragem, o caminho através dos problemas do nosso tempo e as novas perspectivas que este traz consigo e que Deus coloca nas nossas mãos”. É preciso globalizar a fraternidade, com um não à escravidão e à indiferença.

Um ícone desta atitude, o Papa cita Josefina Bakhita, “a Santa originária da região do Darfur, no Sudão. Raptada por traficantes de escravos e vendida a patrões desalmados desde a idade de nove anos, haveria de tornar-se, depois de dolorosas vicissitudes, «uma livre filha de Deus» mediante a fé vivida na consagração religiosa e no serviço aos outros, especialmente aos pequenos e fracos.

Esta Santa, que viveu a cavalo entre os séculos XIX e XX, é também hoje testemunha exemplar de esperança para as numerosas vítimas da escravatura e pode apoiar os esforços de quantos se dedicam à luta contra esta «ferida no corpo da humanidade contemporânea, uma chaga na carne de Cristo».

Todos precisamos reconhecer que estamos perante um fenômeno mundial que excede as competências de uma única comunidade ou nação e, que para vencê-lo, é preciso uma mobilização de dimensões comparáveis às do próprio fenômeno, multiplicando gestos pequenos e grandes de solidariedade e fraternidade:

– “lanço um veemente apelo a todos os homens e mulheres de boa vontade e a quantos, mesmo nos mais altos níveis das instituições, são testemunhas, de perto ou de longe, do flagelo da escravidão contemporânea, para que não se tornem cúmplices deste mal, não afastem o olhar à vista dos sofrimentos de seus irmãos e irmãs em humanidade, privados de liberdade e dignidade, mas tenham a coragem de tocar a carne sofredora de Cristo, o Qual Se torna visível através dos rostos inumeráveis daqueles a quem Ele mesmo chama os «meus irmãos mais pequeninos» (Mt 25, 40.45)”.

São indispensáveis, porque questionadoras, as palavras finais de sua Mensagem:

“Sabemos que Deus perguntará a cada um de nós: Que fizeste do teu irmão? (cf. Gen 4, 9-10). A globalização da indiferença, que hoje pesa sobre a vida de tantas irmãs e de tantos irmãos, requer de todos nós que nos façamos artífices de uma globalização da solidariedade e da fraternidade que possa devolver-lhes a esperança e levá-los a retomar, com coragem, o caminho através dos problemas do nosso tempo e as novas perspectivas que este traz consigo e que Deus coloca nas nossas mãos”.

PS: O texto na íntegra, o leitor poderá conferir acessando:

Mensagem para o 47º Dia Mundial da Paz (Papa Francisco) (2014)



“Fraternidade, fundamento e caminho para a paz”

Apresento ao leitor uma síntese da Mensagem do Santo Padre Francisco quando da Celebração do 47º Dia Mundial da Paz - 1º de Janeiro de 2014.

Intitulada “Fraternidade, fundamento e caminho para a paz”, logo no início da Mensagem encontramos o seu conteúdo. O papa expressa seu desejo de “...formular a todos, indivíduos e povos, votos duma vida repleta de alegria e esperança.

Com efeito, no coração de cada homem e mulher, habita o anseio duma vida plena que contém uma aspiração irreprimível de fraternidade, impelindo à comunhão com os outros, em quem não encontramos inimigos ou concorrentes, mas irmãos que devemos acolher e abraçar”

Sendo o homem um ser relacional, a fraternidade é para ele uma dimensão essencial, que começa a ser aprendida habitualmente no seio da família, graças, sobretudo, às funções responsáveis e complementares de todos os seus membros, mormente do pai e da mãe.

Ressalta o papel da família como fonte de toda a fraternidade, sendo por isso mesmo também o fundamento e o caminho primário para a paz, já que, por vocação, deveria contagiar o mundo com o seu amor.

Abrir-se às comunidades maiores onde se viva a autêntica globalização da solidariedade, num mundo caracterizado muitas vezes pela «globalização da indiferença» que lentamente nos faz «habituar» ao sofrimento alheio, fechando-nos em nós mesmos.

Esta globalização da indiferença, ausência da cultura da solidariedade, é facilmente constatada por novas ideologias que levam ao individualismo, ao egocentrismo e ao consumismo materialista, que fragilizam os laços sociais, promovem a cultura do descartável dos mais fracos, porque considerados inúteis.

Três gravíssimas preocupações ameaçam a vida humana: o fenômeno do tráfico de seres humanos; as guerras com confrontos armados e as guerras menos invisíveis nos campos econômico e financeiro, com meios igualmente demolidores de vidas, de famílias, de empresas.

Acentua que a verdadeira fraternidade entre os homens supõe e exige uma paternidade transcendente, o reconhecimento desta paternidade, consolida-se a fraternidade entre os homens, ou seja, aquele fazer-se «próximo» para cuidar do outro.

A partir do versículo Gn 4,9 «Onde está o teu irmão?» e de outros das primeiras páginas da Sagrada Escritura, fundamenta a fonte de todo rompimento da fraternidade com a dramática perda da reciprocidade e comunhão.

Reafirma sobre a “paternidade eficazmente geradora de fraternidade, porque o Amor de Deus, quando é acolhido, torna-se no mais admirável agente de transformação da vida e das relações com o outro, abrindo os seres humanos à solidariedade e à partilha ativa” (n.3)

Cito, propositalmente, este pequeno trecho da mensagem “...a fraternidade humana foi regenerada em e por Jesus Cristo, com a Sua Morte e Ressurreição. A Cruz é o «lugar» definitivo de fundação da fraternidade que os homens, por si sós, não são capazes de gerar.

Jesus Cristo, que assumiu a natureza humana para redimi-la, amando o Pai até à morte e morte de Cruz (cf. Fl 2, 8), por meio da Sua Ressurreição constitui-nos como humanidade nova, em plena comunhão com a vontade de Deus, com o Seu Projeto, que inclui a realização plena da vocação à fraternidade.” (n.3)

Com a Morte e Ressurreição do Senhor há um só povo, um só homem novo e uma só humanidade.

Apoiando-se em duas Encíclicas de seus Predecessores, “Populorum Progressio” e Sollicitudo Rei Socialis”, fundamenta a afirmação título de sua mensagem: “A fraternidade, fundamento e caminho para a paz”.

Na primeira, com o Paulo VI, apreendemos que o desenvolvimento integral dos povos é o novo nome da paz, quando acenou para a construção do futuro da humanidade, no qual três deveres não podem ser omitidos: a solidariedade entre as nações, a promoção da justiça social e a caridade universal.

Na segunda, com João Paulo II, apreendemos que paz é “opus solidaritatis”, fruto da solidariedade, e também um bem indivisível, ou seja, ou é bem de todos, ou não o é de ninguém.

Na realidade, a paz só pode ser conquistada e usufruída, como melhor qualidade de vida e como desenvolvimento mais humano e sustentável, se estiver viva em todos «a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum».

É fundamental que vivamos a solidariedade cristã que “pressupõe que o próximo seja amado não só como «um ser humano com os seus direitos e a sua igualdade fundamental em relação a todos os demais, mas [como] a imagem viva de Deus Pai, resgatada pelo Sangue de Jesus Cristo e tornada objeto da ação permanente do Espírito Santo» como um irmão.

«Então a consciência da paternidade comum de Deus, da fraternidade de todos os homens em Cristo, “filhos no Filho”, e da presença e da ação vivificante do Espírito Santo conferirá – lembra João Paulo II – ao nosso olhar sobre o mundo como que um novo critério para o interpretar», para o transformar.

Uma autêntica fraternidade, portanto, vê no outro uma imagem viva de Deus, e se torna um imperativo sua supressão, que caracteriza a ausência da fraternidade.

Para tanto é preciso promover a fraternidade que nos pede o desapego, vivido como quem escolhe estilos de vida sóbrios e essenciais, por quem, partilhando as suas riquezas, consegue assim experimentar a comunhão fraterna com os outros, o que é fundamental, para seguir Jesus Cristo e ser verdadeiramente cristão.

Exorta para a redescoberta da fraternidade na economia: “As sucessivas crises econômicas devem levar a repensar adequadamente os modelos de desenvolvimento econômico e a mudar os estilos de vida. A crise atual, com pesadas consequências na vida das pessoas, pode ser também uma ocasião propícia para recuperar as virtudes da prudência, temperança, justiça e fortaleza” 

A fraternidade também pede a extinção da guerra: “...desejo dirigir um forte apelo a quantos semeiam violência e morte, com as armas: naquele que hoje considerais apenas um inimigo a abater, redescobri o vosso irmão e detende a vossa mão!

Renunciai à via das armas e ide ao encontro do outro com o diálogo, o perdão e a reconciliação para reconstruir a justiça, a confiança e esperança ao vosso redor!

...Não podemos, porém, deixar de constatar que os acordos internacionais e as leis nacionais, embora sendo necessários e altamente desejáveis, por si sós não bastam para preservar a humanidade do risco de conflitos armados.

É precisa uma conversão do coração que permita a cada um reconhecer no outro um irmão do qual cuidar e com o qual trabalhar para, juntos, construírem uma vida em plenitude para todos.”

Outros graves problemas que fragilizam a fraternidade também são abordados com muita propriedade em sua mensagem como a corrupção e o crime organizado.

Mas a fraternidade também nos interpela para que ajudemos a guardar e cultivar a natureza que se encontra a nossa disposição, utilizando com sabedoria e responsabilidade os recursos para proveito de todos, respeitando a beleza, a finalidade e a utilidade dos diferentes seres vivos e a sua função no ecossistema.

Acena para o modo de se encontrar um caminho para acabar com o escândalo da fome que condena milhões de pessoas: “... é necessário encontrar o modo para que todos possam beneficiar dos frutos da terra, não só para evitar que se alargue o fosso entre aqueles que têm mais e os que devem contentar-se com as migalhas, mas também e, sobretudo, por uma exigência de justiça e equidade e de respeito por cada ser humano.

Na Conclusão, acena novamente para a necessidade “de que a fraternidade seja descoberta, amada, experimentada, anunciada e testemunhada; mas só o amor dado por Deus é que nos permite acolher e viver plenamente a fraternidade”.

Aos cristãos, uma exortação final: “acreditamos que, na Igreja, somos membros uns dos outros e todos mutuamente necessários, porque a cada um de nós foi dada uma graça, segundo a medida do dom de Cristo, para utilidade comum (cf. Ef 4, 7.25; 1 Cor 12, 7).

Cristo veio ao mundo para nos trazer a graça divina, isto é, a possibilidade de participar na Sua vida. Isto implica tecer um relacionamento fraterno, caracterizado pela reciprocidade, o perdão, o dom total de si mesmo, segundo a grandeza e a profundidade do Amor de Deus, oferecido à humanidade por Aquele que, Crucificado e Ressuscitado, atrai todos a Si: «Dou-vos um novo Mandamento: que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei.

Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 34-35).

Esta é a boa nova que requer, de cada um, um passo mais, um exercício perene de empatia, de escuta do sofrimento e da esperança do outro, mesmo do que está mais distante de mim, encaminhando-se pela estrada exigente daquele amor que sabe doar-se e gastar-se gratuitamente pelo bem de cada irmão e irmã.”

Acenando para a vida cristã, que tem no serviço a alma da fraternidade que edifica a paz, exorta para que “Maria, a Mãe de Jesus, nos ajude a compreender e a viver todos os dias a fraternidade  que jorra do coração do seu Filho, para levar a paz a todo o homem que vive nesta nossa amada terra.”

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