A eficácia da Palavra Divina
Inesgotável a mensagem da Parábola do Semeador (Mt 13,1-23; Mc 4,1-9: Lc 8,4-15):
“A Palavra de Deus é sempre eficaz em si mesma; o homem, todavia, pode resistir-lhe com sua liberdade e torná-La estéril. Também a chuva pode ser estéril se cai sobre as pedras. É o mistério da relação entre graça e livre arbítrio, entre onipotência de Deus e liberdade do homem. Como a luz é única, mas suscita várias cores – branco, vermelho, amarelo etc. – de acordo com a constituição dos corpos sobre os quais se reflete, assim a palavra de Deus é sempre viva e eficaz, mas produz efeitos e frutos diversos de acordo com os corações sobre os quais ela chega”. (1)
Todo discípulo missionário é ao mesmo tempo semeador e chão para a acolhida da Palavra, de modo que precisa estar sempre vigilante, para que não incorra numa espiritualidade vã e estéril.
Abrir-se sempre à graça divina, que cai copiosamente sobre todos, como a chuva que cai sobre os bons e os maus, mas precisa encontrar a acolhida para que possa tornar fecunda nossa vida.
Vigilância para que não sejamos como a semente a cair à beira de um caminho endurecido, por onde transitam os que por ele passam; tão pouco falte profundidade, porque pedregoso ou espinhoso que não suporte as adversidades e provações próprias da condição humana.
Terreno fértil e fecundo seja nosso coração, nutrindo-nos da Seiva do Amor do Santo Espírito: Deus além de conhecer o chão do nosso coração, nos dá a Palavra como semente, a Seiva garantia de fecundidade e abundância de frutos produzidos (Jo 15).
Oremos:
Humildes e confiantes, Vos pedimos, Senhor:
Livrai-nos do mal da esterilidade espiritual;
Do mal do fechamento à Vossa graça santificante;
Da má escuta superficial da Vossa Palavra,
Quando a enterramos no vale da mediocridade,
Porque não a acolhemos com fé profunda e autêntica.
Livrai-nos, Senhor, do mal da incredulidade
Ou da indiferença à Vossa Palavra, tão viva e eficaz,
Quando acolhida com retidão de coração,
E com sagrados compromissos de vivê-la e praticá-La.
Livrai-nos do mal da dureza do coração,
Da fraqueza de ânimo e espírito,
Inevitável quando nos fechamos ao Vosso Santo Espírito,
E nos fragilizamos, porque não nos nutrimos
Do Vosso Pão e do Vosso Sangue,
A nós oferecidos no Banquete Eucarístico de eternidade.
Tão somente libertos destes males e de tantos outros,
É que Vos amaremos e Vos conheceremos,
Adorando-Vos em espírito e verdade
E nos credenciaremos, na solidariedade com nosso próximo,
à graça de um dia alcançar a glória da eternidade. Amém.
(1) O Verbo Se faz Carne – Raniero Cantalamessa – Ed. Ave Maria – 2013 – p.153
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