domingo, 28 de julho de 2024

Aprendamos com o Divino Multiplicador! (XVIIDTCB)

                                                            

Aprendamos com o Divino Multiplicador!

Com a Liturgia do 17º Domingo do Tempo Comum (ano B), sentados à mesa com Jesus, aprendemos a grande lição de amor e a partilha. 

Deste modo, a Liturgia nos mergulha na reflexão sobre a grandiosidade do Amor de Deus para com Seu povo. Outrora com Moisés o povo foi saciado com o maná, agora é o próprio Senhor que Se dá em Alimento, e Alimento de Vida Eterna, sendo apresentado pelo Evangelista Mateus como um novo Moisés.

Contemplamos a face de um Deus providente, dedicado, preocupado no sentido de que nada nos falte.

Alimentados pelo Amor de Deus, no Pão da Eucaristia e no Pão da Palavra, aprendemos que somente a partilha nos saciará.

É preciso, como partícipes do Banquete Eucarístico, superarmos a indiferença, o egoísmo, a acomodação para entrarmos na lógica do Reino, como prolongamento da Eucaristia que celebramos.
  
Vinde, escutai e comei. Ide, partilhai e vivei! Ecoam as palavras do profeta Isaías na primeira Leitura que retrata o tempo do exílio (2 Rs 4,42-44).

A necessidade de manter viva a esperança e começar a partir do quase nada a história. Viver é um eterno recomeço, e é possível quando em Deus e em Sua Palavra se confia; jamais acomodar-se, mas pôr-se sempre a caminho.

É preciso desinstalar, arriscar, buscar novos caminhos, não deixando se enganar por falsas miragens, ilusórias saídas que aprofundam dores e sofrimentos.
  
Com o Apóstolo Paulo (Ef 4,1-6), aprendemos que nada pode nos separar do Amor de Deus manifestado em Jesus Cristo, e do Seu Projeto de felicidade para todos nós - nem tribulação, angústia, perseguição, fome, perigo, nudez, espada... (Rm 8,35-39).

Nossa confiança em Deus será tão maior quanto mais profunda for nossa experiência de Seu Amor.

O milagre da partilha dos pães e peixe nos ensina que a fome é de responsabilidade humana, logo há a emergência da solidariedade – dai-lhes vós mesmos de comer. Também nos ensina a necessária gratidão a Deus, pois possuímos tudo para saciar a fome da humanidade (5 pães + 2 peixes). Não haverá jamais lugar para o egoísmo e nos poremos todos no alegre aprendizado da gratuidade e partilha. 

Aprendemos com Jesus que tudo procede de Deus e é para todos; bens e dons devem ser partilhados livre e alegremente e nada nos faltará (sobrarão 12 cestos).

O milagre da multiplicação dos pães e peixes sem dúvida é apelo e sinal. Apelo para que não nos omitamos diante da fome e da miséria que destrói a vida de irmãos e irmãs e, ao mesmo tempo, é sinal do Banquete da Vida que celebramos em cada Eucaristia, preanunciando o Banquete da Eternidade em que todos se assentarão, como muito bem expressa o Salmo que cantamos:

“Pelos prados e campinas, verdejantes eu vou... Um lugar em Sua mesa me preparou...” 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG