“Amemos Cristo em Sua vida e O imitemos em Sua morte!”
O Diácono e Mártir São Lourenço, cuja memória a Igreja celebra dia 10 de agosto, serviu o Sagrado Sangue de Cristo.
Morreu no ano de 258, queimado vivo ao declarar que a única riqueza que possuía eram os pobres a ele confiados pela Igreja. Seu exemplo suscitou um grande número de jovens generosos ao serviço da Igreja e dos pobres.
Morreu no ano de 258, queimado vivo ao declarar que a única riqueza que possuía eram os pobres a ele confiados pela Igreja. Seu exemplo suscitou um grande número de jovens generosos ao serviço da Igreja e dos pobres.
No Sermão de Santo Agostinho (século V) faz referência a ele e a seu eloquente e corajoso testemunho.
“A Igreja Romana apresenta-nos hoje o dia glorioso de São Lourenço quando ele calcou o furor do mundo, desprezou sua sedução e num e noutro modo venceu o diabo perseguidor. Nesta mesma Igreja – ouvistes muitas vezes – Lourenço exercia o Ministério de Diácono.
Aí servia o Sagrado Sangue de Cristo; aí, pelo nome de Cristo, derramou seu sangue. O santo Apóstolo João expôs claramente o Mistério da Ceia ao dizer: Como Cristo entregou Sua vida por nós, também nós devemos entregar as nossas pelos irmãos (1 Jo 3,16).
São Lourenço, irmãos, entendeu isto; entendeu e fez; e da mesmíssima forma como recebeu daquela mesa, assim a preparou. Amou a Cristo em Sua vida, imitou-o em Sua morte.
Também nós, irmãos, se de verdade amamos, imitemos. Não poderíamos produzir melhor fruto de amor do que o exemplo da imitação; Cristo sofreu por nós, deixando-nos o exemplo para seguirmos Suas pegadas (1Pd 2,21).
Nesta frase, parece que o Apóstolo Pedro quer dizer que Cristo sofreu apenas por aqueles que seguem Suas pegadas e que a Morte de Cristo não aproveita senão àqueles que caminham em Seu seguimento.
Seguiram-no os santos mártires até a efusão do sangue, até a semelhança da Paixão; seguiram-no os mártires, porém não só eles.
Depois que estes passaram, a ponte não foi cortada; ou depois que beberam, a fonte não secou.
Tem, irmãos, tem o jardim do Senhor não apenas rosas dos mártires; tem também lírios das virgens, heras dos casados, violetas das viúvas.
Absolutamente ninguém, irmãos, seja quem for, desespere de sua vocação; por todos morreu Cristo. Com toda a verdade, d'Ele Se escreveu: Que quer salvos todos os homens, e que cheguem ao conhecimento da verdade (1Tm 2,4).
Compreendamos, portanto, como pode o cristão seguir Cristo além do derramamento de sangue, além do perigo de morte.
O Apóstolo diz, referindo-se ao Cristo Senhor: Tendo a condição divina, não julgou rapina ser igual a Deus. Que majestade! Mas aniquilou-Se, tomando a condição de escravo, feito semelhante aos homens e reconhecido como homem (Fl 2,7-8). Que humildade!
Cristo humilhou-Se: aí tens, cristão, a que te apegar. Cristo Se humilhou: por que te enches de orgulho? Em seguida, terminada a carreira desta humilhação, lançada por terra a morte, Cristo subiu ao céu; sigamo-Lo.
Ouçamos o Apóstolo: Se ressuscitastes com Cristo, descobri o sabor das realidades do alto, onde Cristo está assentado à destra de Deus (Cl 3,1).”
Um maravilhoso testemunho de coragem da História da Igreja, que se soma a outros que amaram a Deus acima de tudo como seu Bem Maior, em total entrega e compromisso com os pequenos, os pobres, os preferidos de Deus!
Hoje e sempre a Igreja precisa de pessoas como São Lourenço que expressem mesmo amor e ardor na missão evangelizadora, e a exemplo deste grandioso luminar da Igreja procuremos “amar Cristo em Sua vida, e imitá-Lo em Sua morte” como caminho da construção do Reino e alcance do mais santo desejo de eternidade!
Oremos:
“Ó Deus, o Vosso Diácono Lourenço, inflamado de amor por Vós, brilhou pela fidelidade no Vosso serviço e pela glória do martírio; concedei-nos amar o que ele amou e praticar
o que ensinou. Por N.S.J.C. Amém!”
PS: Liturgia das Horas – Vol. IV – pág. 1177-1178.
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