quinta-feira, 13 de junho de 2024

“As três despedidas”

                                                   

“As três despedidas”

Celebramos dia 13 de junho de 2013 a passagem do terceiro Bispo da Diocese de Guarulhos – SP, para a eternidade: Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, Bispo Emérito da Diocese de Guarulhos-SP.

Em uma das Missas de corpo presente, presidida por Dom Odilo Pedro Scherer, Cardeal de São Paulo, ele destacou “três despedidas” em sua pregação.

A primeira despedida: de Paulo a Timóteo.  
A primeira Leitura (2Tm 4, 1-8) falava que o Apóstolo Paulo, pronto para ser oferecido em sacrifício, preso, exorta a coragem, a fidelidade do jovem Timóteo no testemunho da fé.

Notável a serenidade, a confiança do Apóstolo, a certeza de o melhor ter feito em nome do Senhor. A certeza de ter completado a corrida, combatido o bom combate da fé, e agora rumando para a eternidade, para a coroa da justiça receber.

Paulo crendo no Cristo Ressuscitado fincou âncoras na eternidade, na morada do Pai. Terminou a vida no tempo presente com o mais belo sentimento: “valeu a pena ter vivido, ter amado, ter o Cristo seguido, para a certeza da vida eterna ter conseguido. Valeu a pena...”

A segunda despedida: de Jesus aos discípulos (cf. Jo 14,1-12).
Num contexto de Ceia, pão e vinho partilhado, Paixão anunciada e tão brevemente acontecida. Diante da morte certa e iminente, o Divino Mestre aponta o destino de todos que creem: a morada eterna. Não apenas aponta, mas Se faz o próprio Caminho, Verdade e Vida.

Na possibilidade do desespero, desânimo, recuos, abandono, Jesus assegura que Ele e somente Ele pode nos conduzir ao céu, ao Pai.

Despede-Se plantando a certeza de que não ficaremos sós. Que a morte não terá a última palavra, mas se tornará passagem para a vida que não conhece fim – Ele é a Ressurreição e a Vida. Despede-Se assegurando que vale a pena ser fiel ao Projeto de Deus, porque contamos com a força e vida do Espírito que nos eterniza.

A terceira despedida: da Igreja reunida a D. Luiz, nosso pai, pastor e amigo.
Despedir-se de Dom Luiz com sentimentos profundos no coração, mas sem a perda da serenidade e da confiança, à luz destas mesmas Palavras por ele tantas vezes pregada, testemunhada, em corações plantadas, e muitas almas iluminadas.

Despedir-se com a certeza de que ele foi para Deus, está junto d’Ele, porque soube, como humilde servo, com suas limitações e imperfeições da natureza humana, colocar-se com sabedoria e espírito de profecia em defesa da vida.

Um momento forte, inesquecível, que jamais sairá de nossa mente e coração, a Missa do início ao final, seguida do sepultamento.
                                                         
A dor da morte presente, a alegria da Vida Nova que brota da, Páscoa mais que presente, transbordante, radiante.

Lágrimas sim, mas de saudade do vazio da física ausência, para regar as sementes tantas que no coração ele plantou, sobretudo, em seus quase vinte anos de Episcopado em nossa Diocese.

Que Dom Luiz, no repouso eterno, contemple a face do Pai e esteja no maior esplendor da luz eterna, acolhido pelos Anjos e Santos na eternidade, e de modo especial a Mãe Maria, pela tamanha devoção tinha.

Saudades sentimos, mas deixarão de existir quando também partirmos e fizermos o reencontro com todos os que estão na comunhão dos Santos.

Por ora, combatamos o bom combate da fé para merecermos gozar as delícias da eternidade.

Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG