domingo, 28 de janeiro de 2024

A chama da profecia (IVDTCB)


A chama da profecia

A Liturgia do 4º Domingo do Tempo Comum (ano B) é um grande convite para reflexão e aprofundamento de nossos compromissos proféticos com o Projeto de Deus. 

Não é possível que nos conformemos com os projetos de egoísmo e de morte que roubam a beleza do mundo escravizando as pessoas, roubando-lhes a dignidade. O Projeto de Deus é de liberdade e vida plena.

Deus incansável em Seu Amor suscita Profetas para fazê-lo acontecer e ainda mais, envia Seu próprio Filho, Jesus, cuja ação libertadora aprofundaremos com o Evangelho.  Deus não se cansa da humanidade!

No entanto, para que a missão profética seja realizada é preciso tomar consciência das realidades transitórias e com sabedoria perceber as prioridades que nos consomem e nos movem.

Na passagem da primeira Leitura (Dt 18, 15-20) o Povo de Deus é exortado à fidelidade, à Aliança com Deus e ao cumprimento de Sua Lei. Cabe ao Profeta ser a voz do próprio Deus; aquele que fala em Seu nome. É preciso que o povo saiba distinguir quais sãos os falsos e os verdadeiros Profetas.

É preciso ouvir os Profetas quando, de fato, falam em nome de Deus, porque o ser profeta não é uma iniciativa humana, antes é uma prerrogativa divina. Ele escolhe a quem bem quer para transmitir Sua Mensagem.

Ninguém é Profeta por escolha própria. É ele apenas um instrumento nas mãos de Deus, e para tanto deve viver em fidelidade absoluta e em empenho total.  Está ele a serviço de Deus, exclusivamente.

Na passagem da segunda Leitura (1 Cor 7,32-35), continuamos a reflexão sobre o que é efêmero e eterno. Lembrando o que disse o Apóstolo Paulo “a figura deste mundo passa”, o tempo é breve e é preciso saber definir as escolhas, sem jamais ancorar a vida em realidades transitórias.

Paulo fala ainda da riqueza do celibato em favor do Reino, que se confere a quem o abraçou livre, alegre e conscientemente (desprendimento, doação, disponibilidade).

Na passagem do Evangelho (Mc 1,21-28), Jesus Se revela como o Messias libertador. Ele está em Cafarnaum e liberta um homem possuído por um espírito mau. Fala e age com autoridade, diferente dos escribas. Liberta em pleno sábado, colocando a vida acima da Lei. Age com a autoridade que o Pai Lhe confiou.

Somente Deus pode em qualquer tempo devolver a vida e a liberdade perdidas. Não há tempo para o mal ser feito, mas há todo tempo do mundo para que o bem seja feito.

A ação de Jesus junto aos discípulos é um anúncio de que veio libertar a pessoa de tudo aquilo que a faz prisioneira, roubando-lhe a vida, a dignidade. Ele mesmo dirá “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham plenamente” (Jo 10,10).

Os seguidores de Jesus terão que continuar esta missão, não poderão cruzar os braços diante da aparente força do mal, mas superar todo sentimento de indiferença e impotência.

O discípulo de Jesus deverá ter o coração seduzido para não realizar mal sua missão; libertando-se dos espíritos maus, iluminado pelo Espírito do Senhor será precioso instrumento do Reino de Deus.

Há realidades a serem transformadas (política, econômica, social, trabalho, família). É preciso que embarquemos nesta aventura tornando-nos cúmplices de Deus na construção de um mundo novo.

O discípulo vivendo a missão profética sabe que pode contar com a força da Palavra para agir com autoridade, consciente que sua ação é a ação do próprio Jesus.

Supliquemos a Deus para que o Seu Espírito pouse sobre cada um de nós, para que a chama profética acesa no Batismo assim se mantenha, renovando nossa fidelidade ao Projeto de Amor e Vida que Deus tem para nós.

Deste modo, por Deus libertos, e d'Ele instrumentos fiéis e corajosos de libertação, para que vislumbremos e participemos de uma nova realidade.

Fonte de pesquisa: www.Dehonianos.org/portal

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