domingo, 3 de agosto de 2025

Misericórdia e vida eterna (XVIIIDTCC)

                                                           

Misericórdia e vida eterna

"...Somente a misericórdia nos serve de companheira..."

Reflexão sobre a misericórdia e a vida eterna, o desprendimento das riquezas e o horizonte da eternidade, escrito por Santo Ambrósio (séc. IV), Bispo e Doutor da Igreja, a partir da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 12,13-21).

“Já que todas as coisas que são do mundo permanecem nele, e nos abandona tudo aquilo que entesouramos para os nossos herdeiros; e, na realidade, deixar de ser nossas todas essas coisas que não podemos levar conosco.

Somente a virtude acompanha aos falecidos, somente a misericórdia nos serve de companheira, essa misericórdia que atua em nossa vida como norte e guia até as mansões celestiais, e busca conseguir para os falecidos, em troca do desprezível dinheiro, os tabernáculos eternos”. (1) 

Quando a morte de alguém que amamos acontece, sentimo-nos impotentes, tristes e com sentimentos de que esta tristeza será para sempre. Nada tem mais sentido, beleza, luminosidade.

Parece-nos terem roubando nosso chão e, como pássaros com as asas quebradas, não temos como voar, e mesmo que asas ainda tivéssemos, não conseguiríamos alçar voo.

Bem afirmou Santo Ambrósio: “somente a misericórdia nos serve de companheira” rumo à eternidade. De fato, exortados pelo Papa Francisco, na Bula da “Misericordiae Vultus”, vivamos as obras de misericórdia corporais e espirituais.

Nada levaremos, quando desta vida partirmos, a não ser a misericórdia vivida, que nos acompanhará para na passagem definitiva: nem dinheiro, nenhum bem, nem título, nem glória humana alguma alcançada, absolutamente nada que se possa tocar.

Sendo assim, que não sejamos tardios, morosos e jamais adiemos qualquer ação misericordiosa em favor de nossos irmãos.

Quantas vezes nos apegamos aos bens como se fossem capazes de nos eternizar e nos garantir a felicidade plena eterna. Ledo engano, no qual não podemos incorrer, sobretudo se professamos a fé no Deus que nos ama e quer que tão apenas usemos os bens que passam e abracemos os que não passam; aqueles que não se pode tocar, mas nos permitem tocar, um dia, o chão da eternidade, na glória da imortalidade.

Lá nada precisaremos. Aqui, por vezes, nos consumimos e nos devoramos com ambições desmedidas, cobiças que geram fome, miséria e tantos sofrimentos.

Que jamais nos enganemos com falsas ilusões de felicidade e eternidade: a salvação somente nos vem de Deus e na prática da misericórdia que nos acompanha até o último suspiro no tempo presente, para se prolongar na eternidade.


1) Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes - 2013 - pág. 686

O Senhor e o milagre do amor (XVIIIDTCA)


O Senhor e o milagre do amor

A Liturgia do 18º Domingo do Tempo Comum (ano A) nos convida a refletir sobre a grandiosidade do amor providente de Deus para com Seu povo.

Deus nos convida a nos assentarmos à Sua mesa, e nos oferece o Alimento, Pão de Eternidade que é Seu próprio Filho na Eucaristia, que sacia nossa fome de vida, de amor e felicidade.

Na passagem da primeira Leitura do Profeta Isaías (Is 55, 1-3), tem como mensagem um convite de Deus para que o povo deixe a terra da escravidão e se dirija para a terra da liberdade, a Jerusalém, na qual reinará a justiça, o amor e a paz.

Deus intervém na história de seu povo que vive o tempo do exílio, desolação e sofrimento, para que viva uma nova página marcada pelo regresso, consolação e reconstrução de uma nova história:

“O profeta adverte: é preciso ter a coragem de arriscar, de se desinstalar, de partir ao encontro do sonho. Àqueles que forem capazes de sair dos seus esquemas para abrirem o coração ao seu dom, Deus vai oferecer, de forma gratuita e incondicional, a vida em abundância, a felicidade infinita.” (1)

Deste modo, não podemos nos deixar seduzir por falsas miragens de felicidade (bens materiais, ilusão do poder, aplausos e a consideração dos outros), procurando saciar a nossa sede de vida plena e verdadeira tão somente nos bens que não passam, e a fonte por excelência é o próprio Deus.

Reflitamos:

- Quais são as fontes sedutoras que nos afastam da verdadeira felicidade?

- Quais são as falsas ilusões e miragens que nos desviam do Projeto de vida e felicidade que Deus tem para todos nós?

Na passagem da segunda leitura, o Apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos (Rm  8,35.37-39), apresenta-nos um hino de amor a ser vivido para com Jesus Cristo: – “Quem nos separará do amor de Cristo?".

Absolutamente nada pode nos afastar deste amor e afastar a felicidade dos que creem em Deus, na fidelidade ao Espírito, confiantes na ação do Espírito Santo: nem a tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo e a espada.

Nisto consiste viver segundo o Espírito, contando com Ele que vem em socorro de nossa fraqueza (Rm 8,26), porque nos ama com um amor profundo, total, radical. Sendo assim, nada nem ninguém poderá apagá-lo.

Quando descobrimos este amor, temos coragem para viver a vida com serenidade, tranquilidade e na verdadeira paz desejada.

Reflitamos:

- Qual é a intensidade e profundidade de nosso amor a Deus?

- Estamos, verdadeiramente, unidos a Jesus, haja o que houver?

- Quais são as dificuldades e provações que encontramos em nosso discipulado no seguimento do Senhor?

Com a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 14, 13-21), refletimos sobre a multiplicação dos pães realizada por Jesus Cristo, em um lugar deserto:

“O deserto é para Israel, o tempo e o espaço do encontro com Deus; aí Israel aprendeu a despir-se de suas seguranças humanas, das suas certezas, da sua autossuficiência... O deserto é ainda o lugar e o tempo da partilha, da igualdade, em que cada membro do Povo conta com a solidariedade do resto da comunidade, onde não há egoísmo, injustiça, prepotência, açambarcamento dos bens que pertencem a todos, e em que todos dão as mãos para superar as dificuldades da caminhada (no deserto, quem é egoísta, autossuficiente e não aceita contar com os outros está condenado à morte).” (2)

Com o sinal realizado, Jesus, o “o novo Moisés”, nos ensina que é preciso que acolhamos o Pão de Deus, e reparti-Lo entre todos, em alegre partilha e solidariedade, como um sinal do Reino de Deus.

Refletimos sobre o amor de Deus: um amor providente, dedicado e preocupado, no sentido de que nada nos falte.

De fato, o fogo tem a propriedade de dilatar as coisas, assim também a caridade é uma virtude cálida e fervente, que cria novas possibilidades de amor, partilha e solidariedade.

O discípulo missionário do Senhor, portanto deve ser alguém que ama e tem um coração quente e pronto para se solidarizar; sentindo-se amado pelo Senhor, passeia no íntimo do coração daquele a quem ama, sobretudo os empobrecidos, os preferidos de Deus.

Com Jesus, que nos amou e nos amou até o fim, dando Sua vida por nós, somos mais que vencedores, na luta somos supervitoriosos, e temos sempre algo a oferecer e muito a agradecer pelas maravilhas que Deus, por meio do Filho, no Espírito fez, faz e sempre fará por nós. 

Reflitamos:

- Que “peixe” e que “pão” temos para oferecer a Jesus para que ele faça o grande sinal da multiplicação?

- A Eucaristia que celebramos leva-nos à compromissos de amor e partilha com os que mais precisam?

Saciados pelo amor de Deus, no Pão da Palavra e da Eucaristia, aprendemos que somente a partilha é que nos sacia.

Urge superar toda forma de indiferença, egoísmo e acomodação para que entremos na lógica do Reino, como prolongamento da Eucaristia celebrada e vivida no cotidiano: “Vinde, escutai, comei! Ide, partilhai e vivei”.



Jesus, o Pão que sacia nossa fome e sede (XVIIIDTCB)

 


Jesus, o Pão que sacia nossa fome e sede

“Eu sou o Pão da Vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede” (Jo 6,35) 

Com vistas ao 18º Domingo do Tempo Comum (ano B), retomemos parte do Comentário do frei Raniero Cantalamessa, quando ouvimos a passagem do Evangelho de São João (Jo 6,24-35):

“Mas atenção: de que Se compraz realmente o Pai? Talvez do sofrimento, do sangue da morte do Filho? Seria coisa monstruosa pensar nisso! Compraz-Se do amor que aquela morte demonstra e, por assim dizer, ‘libera’.

Quero o amor mais que os sacrifícios, diz Deus (Os 6,6). O perfume não sai a não ser que se quebre o frasco que o contém. Porém, o que agrada não é o frasco em frangalhos, mas o perfume que o frasco continha.” (1)

Cremos em Jesus Cristo, Nosso Senhor, que na fidelidade incondicional ao Pai, e com a presença do Santo Espírito, pagando o preço de nosso resgate pelo Sangue Redentor na Cruz derramado.

Cremos em Jesus Cristo, Nosso Senhor, e a Ele acorremos, pois tão somente n’Ele, saciamos nossa fome de amor, vida, alegria, eternidade e paz.

Cremos em Jesus Cristo, Nosso Senhor, que cura nossas feridas abertas, em cada Eucaristia, que participamos e comungamos o remédio de imortalidade e o antídoto para não morrer.

 

Cremos em Jesus Cristo, Nosso Senhor, que do Seu lado trespassado jorrou para nós a água e o sangue, vida e alimento, que nos refaz e renova nossas forças no carregar das cruzes inúmeras do cotidiano.

 

Cremos em Jesus Cristo, Nosso Senhor, de cujo Corpo ainda que desfigurado, irreconhecível na Cruz, exalou para toda a humanidade o indizível amor de Deus por todos nós, pecadores que somos.

 

Cremos em Jesus Cristo, Nosso Senhor, que espera de nós uma fé que consista num encontro com Ele que mudou a nossa vida, mentalidade, expressas em novas atitudes de contínuo caminho de santidade.

 

Cremos em Jesus Cristo, Nosso Senhor, e ao participarmos do mais belo Banquete Eucarístico, renovamos a alegria do encontro que fizemos com Ele, para que d’Ele mesmos sentimentos tenhamos, e Sua presença sejamos

Cremos em Jesus Cristo Nosso Senhor, que não quer tão apenas que creiamos na Verdade que Ele próprio nos comunicou, mas que Sua Palavra vivamos, de modo que sal da terra e luz do mundo sejamos.

Amém.

 

(1) O Verbo Se faz Carne – Editora  Ave Maria – 2013 – p.495

Alimentados pelo Pão da Vida, Jesus (XVIIIDTCB)

 


Alimentados pelo Pão da Vida, Jesus

No 18º Domingo do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de São João (Jo 6,24-35), em que Jesus Se nos apresenta como Pão da Vida, e quem a Ele for, não terá mais fome, e quem n’Ele crer, não terá mais sede (Jo 6,35).

Oremos:

“Senhor Deus, livrai-nos de uma religião utilitarista, que nos leva a esperar de Deus a solução dos nossos problemas, em grande parte materiais.

Ajudai-nos a descobrir o verdadeiro sentido da fé, que nos revelastes na vida e na morte do Vosso Filho.

Fazei que, alimentando-nos d’Ele, verdadeiro Pão descido do Céu, saibamos adotar o Vosso Projeto de Salvação, que consiste na procura corajosa da justiça e da liberdade de todos.” Amém. (1)

 

(1) Lecionário Comentado – Editora Paulus – 2011 – Volume II do Tempo Comum - p.37

Temos fome e sede de Deus (XVIIIDTCB)

                                                         

Temos fome e sede de Deus

Com a Liturgia do 18º Domingo do Tempo Comum (ano B), refletimos sobre o Jesus, o Pão da Vida, e, de modo especial, a ação de Deus que nos dá a vida eterna e definitiva.

Na passagem da primeira Leitura (Ex 16,2-4.12-15), o Povo de Deus caminha pelo deserto, convidado à superação da mentalidade estreita e egoísta, com a abertura para uma nova mentalidade e novos valores.

É preciso dizer não à resignação, ao comodismo, à instalação, à mediocridade, rumo à liberdade e à vida nova.

De nada adiantam murmurações infundadas, que são expressão de endurecimento do coração, acompanhadas da ingratidão que não reconhece a intervenção divina em favor de vida e da liberdade.

O Povo precisa abrir-se para reconhecer a solicitude, o cuidado e Amor de Deus, para que seja um povo, adulto, consciente, confiante, responsável e mais santo.

Há uma mensagem a ser acolhida: Deus caminha conosco pelo deserto da vida, conhece nossos limites e necessidades e nos conduz à terra da liberdade e da vida verdadeira.

É preciso que confiemos em Deus, a rocha segura, (no Novo Testamento é o próprio Cristo – Mt 7), que comamos pão de cada dia que Ele nos oferece, numa entrega confiante e serena, certos de Sua presença em nossas crises e dramas, e somente n’Ele encontraremos segurança e respostas.

A passagem da segunda Leitura é um texto parenético (pregação), que o Apóstolo Paulo nos apresenta na Carta aos Efésios (Ef 4,17.20-24).

O Apóstolo nos assegura que o encontro com Cristo leva a uma mudança radical diante de Deus, de si mesmo, do próximo e do mundo.

Fazer morrer o homem velho (debilidade, mediocridade, futilidade) e viver como homem novo (verdade, justiça, misericórdia, bondade, humildade, alegria, simplicidade e santidade), de modo que, homem novo é um processo inacabado, a cada minuto tudo começa novamente...

Evidentemente que não se trata de uma adesão intelectual, mas vivencial:

“Só se dá uma mudança verdadeira quando esta é fruto de um encontro decisivo, capaz de questionar a maneira de ser de uma pessoa, levando a uma reflexão e a uma análise de todos os seus valores de referência. A fé cristã consiste substancialmente num encontro assim, ou seja, na descoberta d’Aquele que tomou opções radicais e as levou a termo à custa do próprio Sangue”. (1)

E ainda podemos citar estas iluminadoras palavras sobre o verdadeiro cristianismo:

“O Cristianismo não propõe um conjunto de verdades que devem ser aceitas, nem uma moral mais exigente que se deve praticar sem discutir. Pelo contrário, é um convite à solidariedade com Aquele que soube amar com uma força tal que envolve muitos outros na Sua caminhada”. (2)

Com a passagem do Evangelho (Jo 6,24-35), vemos que acolher Jesus e Sua Pessoa, comer do Pão da Vida que Ele mesmo é e nos oferece, é a adesão incondicional à Sua pessoa e propostas, no mais profundo de nosso coração, certos de que somente Deus pode saciar nossa fome de transcendência, de amor, de felicidade, de justiça, de esperança, e tudo mais que for bom e necessário para a existência humana.

Para o discípulo missionário é uma lição de amor a ser aprendida: viver a vida como dom na partilha, na doação. 

Acolher a proposta de Jesus leva inevitavelmente à multiplicação de gestos simples em favor da vida. 

Adesão à Sua pessoa e proposta, acreditar na mesma acolhendo Sua Palavra, e vivê-la com todo empenho e ardor.

Não podemos seguir o Senhor “iludidos”, mas com profunda e frutuosa convicção, superando quaisquer equívocos, do contrário não se persevera e não se vive o que Ele nos propõe e tão pouco alcançamos a felicidade, e ainda nos distanciamos do fim último que ansiamos: a eternidade.

Reflitamos:

- Deus vem ao nosso encontro todos os dias. Nós acolhemos este encontro?  
- Corremos avidamente e decididamente para este encontro?

-  Sentimos a presença de Deus que sempre caminha com seu Povo?
-  Qual a verdade da nossa adesão a Jesus, Sua Pessoa, Sua Palavra e Seu Projeto?

- Vivemos como Homens Novos assumindo tudo aquilo que lhe é próprio?
-  Temos procurado na Mesa da Palavra e na Mesa da Eucaristia o Pão necessário para nossa vida?

- Alimentados por Cristo, Pão da Vida, Pão de eternidade, quais são os  nossos compromissos com aqueles que são privados do pão do cotidiano?

A adesão incondicional ao Senhor nos faz
Homens Novos, com nova mentalidade e atitudes.
Nisto consiste a exigência da Vida Nova em Cristo
desde o dia de nosso Batismo.


(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - pág. 35.
(2) Idem - pág. 37 

sábado, 2 de agosto de 2025

No Banquete da Eucaristia, somos refeitos

                                                                 



No Banquete da Eucaristia, somos refeitos

“Ó Deus, ao participarmos da alegria da Salvação que encheu de júbilo são Mateus, recebendo o Salvador em sua casa, concedei sejamos sempre refeitos à mesa d’Aquele que veio chamar
à salvação não os justos, mas os pecadores.
Por Cristo, Nosso Senhor. Amém!”(1)

Mateus, a mesa para o Senhor e os pecadores preparou.
Pouco mais tarde é o Senhor quem o mesmo faria,
Mas não apenas a mesa prepararia...

Mais que mesa preparada, servo na Santa Ceia Se fez
E melhor Alimento a Mateus e a nós ofereceu:
Seu Corpo verdadeira Comida, Seu Sangue verdadeira Bebida.

No banquete de Mateus há um sustento necessário, provisório,
No Banquete do Divino, o Cordeiro, Alimento de eternidade,
Que nos compromete com o presente, Reino de Fraternidade.

No banquete de Mateus, acolhida e amizade partilhadas;
Refazem-se os laços fraternos, sinaliza-se a urgência da comunhão,
Banquete da misericórdia, sem barreiras e exclusão.

No Banquete do Deus da Vida, Eucaristia recebida,
Refeitos nós somos para continuarmos longa travessia,
Comprometidos com a defesa da vida, com a Força da Eucaristia.

Em cada Eucaristia celebrada, somos refeitos!
Refeitos para o sonho, o canto, a luta, a poesia;
Refeitos na coragem para reavivar a chama da profecia.

Em cada Eucaristia celebrada, somos refeitos!
Refeitos para atenta escuta aos clamores que procedem
Dos esmagados, pisoteados, marginalizados, sofridos.

Em cada Eucaristia celebrada, somos refeitos!
Refeitos, renovados, restaurados, reconciliados,
Pecados destruídos, vida nova celebrada e vivida.

Em cada Eucaristia celebrada, somos refeitos!
Refeitos, olhos abertos para caminhos novos,
Enriquecidos para viver as divinas virtudes.

Em cada Eucaristia celebrada, somos refeitos!
Refeitos, porque nossa alma tão bem enriquecida
De todos os dons preciosos, tão divinos, tão necessários.

Em cada Eucaristia celebrada, somos refeitos!
Refeitos para as mãos generosas estender,
Aquecer, abençoar, cuidar, plantar...

Em cada Eucaristia celebrada, somos refeitos!
Refeitos para a alegria da solidariedade, da comunhão...
Compromissos renovados para construir mundo mais irmão.


PS: Inspirado na  Oração pós-Comunhão da Festa de São Mateus (1) 

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Dobrem-se os sinos

                                                                 


Dobrem-se os sinos
Um minuto para o meio-dia.
O sino vai tocar mais forte do que ontem,
Porque hoje preciso que assim seja,
Para me lembrar de que estamos adormecidos,
Em pleno sol sem a sombra que aparecerá,
A cada minuto até o seu poente.

Estamos adormecidos do que não se podia.
Estamos em letargia que a vida macula.
O que fazer, para que todos acordemos
De uma realidade marcada por terríveis pesadelos?
Arrebentar as correntes da alma,
Que nos aprisionam roubando perspectivas.

Agora são 12 horas.
Sinos invadem ouvidos e iluminam a mente.
Transformo pesadelos em salutares sonhos,
Calço as sandálias da coragem e prontidão,
Coloco o cinto para o combate da fé,
para não nos entregarmos ao aparentemente invencível.

Os sinos continuam a badalar, incessantemente,
Dobrem-se os sinos em toda a parte,
Até que todos acordemos, enquanto é tempo,
Não permitindo que a desolação de pandemias
Roubem nossas forças e a fina flor da esperança,
Para que inflamados da caridade, sejamos.

Não cessem os sinos, enquanto for necessário.
Escutemo-los, pois algo nos dizem:
Novo tempo há de surgir.
O medo não pode nos submergir.
Sinos por todo o mundo dobrados,
Até que todos acordemos.

"Portanto, não durmamos, a exemplo dos outros; 
mas vigiemos e sejamos sóbrios. 
Quem dorme, dorme de noite;
Nós, pelo contrário, que somos do dia,
sejamos sóbrios, revestidos da couraça da fé e da caridade,
e do capacete da esperança da Salvação" (1 Ts 5,6-8).


PS: Escrito em agosto de 2020

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG